Mostrando postagens classificadas por data para a consulta Oração. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por data para a consulta Oração. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens

sábado, 14 de outubro de 2023

Diferenças entre "Religião" e "Seita"

Arquivo Google
"Religião" significa "religação".

"Seita" significa seguidor ou grupo de seguidores. 

Portanto, quem participa de uma religião

também participa de uma seita.


Discussões sobre diferenças entre uma religião e uma seita são muito frequentes. O fato é que as duas palavras têm significados diferentes mas quem participa de uma religião também participa de uma seita. A palavra "religião" vem do verbo latino religare, que significa "religar". Isto quer dizer que a religião é uma busca de religação. Em sentido estritamente religioso, é uma busca de religação entre o mundo material e o mundo espiritual. Entre a matéria e o espírito. Também pode ser entre a pessoa e Deus ou seja qual for a entidade espiritual na qual ela acredita. 

A palavra "seita" também tem sua origem no latim. Vem de "secta", que significa "seguir". Por esta razão, "sectário" tem o mesmo significado de "seguidor". A palavra "seita" também tem sua origem em "secta" e se refere a um grupo de sectários. Portanto, todas as pessoas que participam de atividades religiosas - desde uma simples oração a eventos em igrejas, etc. - também participam de seitas.



 

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

"Público e notório" é ou não é um pleonasmo?

Foto: Arquivo Google

 Com muita frequência,

fazem-me esta pergunta.


Não, não é. Um pleonasmo é o uso de duas ou mais palavras sem necessidade, quando basta uma para encerrar o significado que se quer dar à expressão. No caso das "público" e "notório" isto não acontece porque são palavras com signficados diferentes. 

Um pleonasmo é a repetição de um termo da oração ou do significado de uma expressão. Ou seja: é quando uma informação é repetida desnecessariamente. "Público e notório" é uma expressão muito usada para se referir a um fato extremamente conhecido e sem necessidade de provas. "Público" é qualquer informação considerada de conhecimento de grande número de pessoas. "Notório" é algo que possa ser facilmente notado e observado por qualquer pessoa, algo que se evidencia de tal forma que não há como ter dúvidas a seu respeito. Em outras palavras: um fato notório é sempre de conhecimento público, mas um fato de conhecimento público nem sempre é notório.

Há pessoas que argumentam que "notório" é uma palavra relacionada a "notoriedade". É verdade, mas "notoriedade" é a condição de uma pessoa ou de um fato muito conhecido por meio de evidências que o o destacam, não apenas por ser muito conhecido. Por exemplo: um "notório criminoso" é uma pessoa famosa por ser altamente perigosa para a sociedade: ela se destaca das outras pessoas devido ao seu alto nível de periculosidade. Já um "notório ator" é um ator que conquistou sua fama devido ao seu talento artístico. Resumindo: "notoriedade" significa destaque de uma pessoa ou um fato pela sua importância, seja qual for a importância desta.

terça-feira, 20 de outubro de 2020

O que é uma sintaxe?



A pergunta foi feita 
por um leitor.
 
Um leitor do Redafácil enviou-me a seguinte mensagem:
"Meu professor disse que, para fazermos uma boa redação, é preciso termos cuidado com a sintaxe. O que é uma sintaxe?" 
Talvez esta seja uma pergunta de interesse de outros leitores. Por isto, exponho a explicação aqui.
A sintaxe é o conjunto de regras que devem ser observadas para que se possa escrever uma frase corretamente. É a forma como as palavras são dispostas na frase e como as frases são dispostas no texto, interligadas entre si para formar a estrutura da redação. "Estrutura", neste caso, é a organização das palavras, das expressões e das informações essenciais que serão incluídas no texto. A sintaxe é importante porque a unidade falada é a oração. A oração é uma estrutura constituída em torno de um verbo. Por exemplo:

"A moça estava acompanhada por uma amiga."
O elemento principal da oração é o verbo "estar". Todo o resto da frase foi composto em torno dele.  Quem estava? A moça. Como estava? Acompanhada por uma amiga.

A pessoa que escreve cria a oração. O leitor, obviamente, a lê. Por isto, o exemplo tão simples dado acima deve servir como base para observar os cuidados nos casos de orações mais complexas. Isto, no entanto, não é tão difícil: basta observar a lógica da combinação entre as palavras, expressões, etc., com o contexto da redação.
 

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Os Usos Corretos de "Para Mim" e "Para Eu"

Basta lembrar
que "mim"
não pode ser
o sujeito da oração.


Mesmo os grandes mestres da Língua Portuguesa às vezes cometem pequenos erros gramaticais, e o excessivo uso da linguagem popular muitas vezes nos faz esquecer certas regras simples mas necessárias no uso da linguagem coloquial. Por isto, em muitas redações cujo texto deveria ser formal, encontramos expressões inadequadas como "para mim fazer", "para mim ter", etc.
Este artigo é bem curto porque a explicação sobre o tema não precisa ser muito detalhada. Basta lembrar que "mim" é um pronome pessoal oblíquo e, por isto, não pode ser usado como o sujeito de uma oração. A explicação por meio de exemplos torna o entendimento mais fácil. Então, eis alguns exemplos.

Errado:
Isto era para mim fazer.
Isto era para eu fazer.

Correto:
Isto era para que eu fizesse.


Errado
Pensei que isto fosse para eu.

Correto:
Pensei que isto fosse para mim.


Errado:
Para eu, tudo estava claro.

Correto:
Para mim, tudo estava claro.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

A Relação Entre as Palavras "Companheiro" e "Pão"

A origem 
da palavra "companheiro"
tem relação
com um relato bíblico.

Certamente você já usou esta palavra em muitas redações. Também certamente você a empregou corretamente, embora sem conhecer sua origem. Porém, é interessante conhecer essa história. A palavra "companheiro" e sua forma feminina, "companheira", são usadas por nós quando nos referimos a uma pessoa com quem convivemos, com quem trabalhamos, com que estudamos ou com quem compartilhamos alguma coisa, alguns momentos na vida, etc. O significado é realmente este, mas nem todos conhecem a razão do mesmo. Segundo alguns especialistas em semântica (estudo dos significados das palavras), esse significado tem origem religiosa. Para ser mais exato: origem bíblica.
De fato, quando nos referimos ao que conseguimos adquirir com os salários que recebemos, usamos a expressão "nosso pão de cada dia", cuja origem é um trecho da oração conhecida como "Pai Nosso": "O pão nosso de cada dia nos dai hoje...". A palavra "pão", neste caso, não tem como significado o conhecido alimento que compramos nas padarias. É uma metáfora que tem como significado não apenas os nossos alimentos, como muita gente pensa, mas tudo que compartilhamos com alguém (familiares, amigos, colegas de trabalho, etc.) todos os dias. Vem daí também as palavras "companheirismo", "companhia", "companheiro", "acompanhamento" e os verbos "acompanhar", "compartilhar", etc. 
A palavra "companheirismo" se relaciona ao ato de "comer do mesmo pão". Isto significa que o verbo "acompanhar" também tem a mesma relação. Metaforicamente, relembra o momento em que, segundo a Bíblia, Jesus dividiu o pão com os doze apóstolos durante a famosa "Última Ceia" ou "Santa Ceia" na noite da véspera de sua crucificação. De acordo com o que a religião ensina, Jesus sabia que sua morte estava para ocorrer naquele dia e ceou com os apóstolos dividindo com eles o pão e o vinho para que eles e todos os seus seguidores se mantivessem unidos fraternalmente. Como a maioria das palavras da língua portuguesa, "companheiro" tem sua origem no latim, vindo da expressão "cum panis", que significava "com pão" ou "com quem se divide o pão". São da mesma origem, portanto, suas derivadas acima citadas. 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

As Conjunções Subordinativas

Fonte: professor Diógenes Afonso.
Para ler melhor, clique no quadro.
Como o nome indica,
elas subordinam 
uma oração a outra.


No artigo anterior, estão expostas informações sobre as conjunções coordenativas. Neste, é dada a continuidade ao tema abordando as conjunções subordinativas, sempre destacando a importância de se obter esses conhecimentos para aplicá-los adequadamente nas redações. Aqui, limito-me a dizer quais são os tipos de conjunções subordinativas. Além dos exemplos que cito, observe os do quadro acima.
As conjunções subordinativas ligam uma oração de nível sintático inferior (oração subordinada) a outra, de nível sintático superior (oração principal). Elas podem ser integrantes, causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, proporcionais, temporais e finais. São integrantes quando introduzem uma oração que assume a condição de sujeito, objeto direto ou indireto, predicativo, aposto, agente da passiva ou complemento nominal de outra oração. Apesar disto, só existem duas conjunções integrantes: "que" e "se". É fácil observar quando estas duas palavrinhas são conjunções: basta verificar que o "que" garante uma certeza e o "se" representa uma dúvida. Exemplos:
  • Afirmo o que sei.
  • Irei à reunião se eu puder.
A conjunção causal (porque, já que, pois, etc.) estabelece uma relação de causa e consequência entre duas orações que representam dois fatos diferentes mas relacionados entre si. Exemplos:
  • Foi ao médico porque não se sentia bem.
  • O governo fez isto, pois era necessário.
  • Como fazia muito calor, as janelas foram abertas.
A conjunção comparativa inicia uma oração como segundo membro estabelecendo uma comparação. Algumas conjunções deste tipo: "mais... do que", "mais... que", "menos... que", "menos... do que", "como se", "pior que", etc.
  • Este carro é mais caro do que muitos outros.
  • O ouro é mais valorizado que a esmeralda.
  • Agiu como se fosse um líder.
  • Foi pior do que imaginei. 
  • O pior livro que eu já li.
A conjunção concessiva inicia uma oração subordinada em que se admite um fato contrário ao proposto pela oração principal. A conformativa inicia uma oração subordinada exprimindo conformidade com a principal. A consecutiva apresenta a oração subordinada como consequência da principal. A proporcional revela uma proporcionalidade entre as duas orações. A temporal exprime tempo e a final funciona como adjunto adverbial de finalidade. Os exemplos podem ser vistos no quadro.
Às vezes, uma conjunção é precedida ou sucedida por uma vírgula, mas raramente por um ponto. Como cada categoria de conjunções tem suas próprias especificidades, para classificar uma conjunção é preciso observar se ela pode ser substituída sem mudar o sentido da frase ou do período. O "que", por exemplo, pode ser uma conjunção aditiva se puder ser substituído pela conjunção "e". Exemplo: "Faça isto, que você verá o que acontecerá."/"Faça isto, e você verá o que acontecerá."

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

As Conjunções nas Redações

Elas são palavras invariáveis
que conectam dois termos
intercomplementares.


Para construir suas frases e formar seus parágrafos de maneira bem organizada em suas redações, é muito importante que os estudantes entendam por que existem as conjunções. São palavras inevitáveis em qualquer texto, mas também se tornam excelentes recursos quando o autor da redação conhece bem suas funções. São palavras cujas formas nunca variam e conectam orações ou dois termos que tenham a mesma função sintática, estabelecendo uma relação de dependência ou coordenação entre eles. Não devem ser confundidas com as locuções conjuntivas, que são palavras que, como o nome indica, exercem a função de conjunção num enunciado. Há alguns exemplos de conjunção no quadro acima, mas existem outras, tais como portanto, logo, pois, como, porque, entretanto, nem, quando, hora, etc. As conjunções essenciais dão também chamadas "conjunções propriamente ditas": e, nem, mas, porém, todavia, entretanto, etc.
As conjunções coordenativas ligam duas orações de mesmo nível sintático ou dois elementos de mesma função num enunciado. Podem ser aditivas (em Portugal, copulativas), adversativas, alternativas (em Portugal, disjuntivas), conclusivas, explicativas e subordinativas. As aditivas estabelecem uma relação entre duas orações destacando uma ideia de adição. As adversativas ligam duas palavras ou orações expressando oposição ou contradição. As conjunções alternativas dão, como o nome indica, ideia de opções, escolhas. A conjunção conclusiva liga uma oração anterior à seguinte, tornando esta uma conclusão daquela. As explicativas exprimem justificativas. Exemplos:
  • Conjunções aditivas:
    Deus fez o mundo em seis dias e descansou no sétimo.
    Não consenti nem proibi.
  • Conjunção adversativas:
    Fiz tudo que pude, mas não consegui evitar.
    Era um homem honrado, mas não lhe acreditaram.
  • Conjunções alternativas:
    Ou vai, ou fica.
    Queira ou não, você tem que estudar.
    Eu queria ir, mas não pude.
  • Conjunções explicativas:
    É preciso explicar claramente, pois o povo precisa entender.
    Eu o fiz porque era necessário.

Além destas, há as conjunções subordinativas. Cada conjunção subordinativa liga uma oração subordinada a uma oração principal. Como uma dessas orações é dependente da outra, ela pode exercer diversas funções assumindo características específicas de cada uma delas.  Existem vários tipos de conjunções subordinativas, mas estes serão abordados na próxima postagem.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

A pontuação correta representa as pausas corretamente.

Na redação,
a pontuação representa
as pausas
que ocorrem na fala.


Em outros artigos publicados no Redafácil, eu disse que a redação é uma representação escrita do que falamos. Por isto, como todos os outros detalhes do texto, a pontuação (vírgulas, pontos, pontos de exclamação e de interrogação, etc.) precisa ser correta. Eles são os sinais pausais - isto é; representam as pausas que fazemos na fala para respirarmos bem enquanto falamos. Para usá-los corretamente, observe como eu os empreguei neste texto.
Observando os sinais de pontuação neste texto, você pode notar que as vírgulas (,), os pontos (.) e os pontos e vírgulas (;) são marcadores das pausas. Não podem, portanto, ser usados com outros objetivos. Já os dois pontos (:), os pontos de interrogação (?) e os de exclamação (!), as reticências (...), as aspas (" "), os parênteses (( )), os colchetes ([ ]) e os travessões (-) representam a entonação. 
Observando as posições das vírgulas neste texto, você nota que elas representam pausas de pequena duração. Em algumas situações, separam elementos de uma mesma oração (como nesta, por exemplo). Em outras, as vírgulas separam orações num mesmo período. 
Os pontos determinam o final de cada frase com sentido completo. Entretanto, a frase seguinte deve ser construida de forma que seu próprio sentido seja um complemento do sentido da frase anterior. Como exemplo, observe os pontos e a sequência das frases neste parágrafo. O ponto e vírgula é um intermediário entre o ponto e a vírgula que se aproxima mais do ponto ou da vírgula dependendo do valor pausal que estiver representando no contexto em que é inseridoOs dois pontos representam no texto uma significativa suspensão da voz numa frase não concluída. Exemplo: "Eu lhes garanto: isto tem que ser feito."
no Redafácil outros artigos sobre o uso correto dos travessões, dos pontos de exclamação e de interrogação, etc. Os colchetes e outros sinais de pontuação não são utilizados com muita frequência, mas abordarei sobre eles de forma mais adequada em artigos específicos. Prefiro, no momento, encerrar este artigo alertando sobre a necessidade do uso da escrita e das pontuações corretas nas redes sociais, nos blogs e em todas as formas de uso da Internet. Os vícios causados pelas formas como as pessoas se comunicam através da Internet estão influenciando negativamente nas redações que elas precisam fazer em outras situações, o que poderá lhes causar problemas graves em alguns momentos na vida.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

A Construção de um Período

Há períodos
simples e compostos.

Há no Redafácil outros artigos referentes ao erro que se comete ao dizer que, numa redação, "período" e "parágrafo" são a mesma coisa. Nesses mesmos artigos estão explicadas as diferenças. Com frequência, ouvimos dizer também que "oração" é o mesmo que "frase", o que também não é verdade, e as diferenças neste caso também estão explicadas em artigos sobre frases e orações. 
Há períodos que são constituídos por apenas uma oração, e talvez este seja o motivo que faz algumas pessoas cometerem o erro de pensar que "período" e "oração" sejam a mesma coisa. Nestes casos específicos o período é simples, mas há também os períodos compostos. 
O período simples é aquele em que os termos essenciais, integrantes e assessórios de uma oração podem ser representados por outra oração. Analisemos o período abaixo:

- Os dias passam, a semana finda, o mês também. 

No exemplo acima há três orações: "os dias passam", "a semana finda" e "o mês também". Embora diferentes entre si, são orações de mesma natureza. São autônomas, independentes, cada uma com sentido próprio, mas ao mesmo tempo cada uma das seguintes complementa a anterior. São, por isto, orações coordenadas. Portanto, o período, neste exemplo, é composto por coordenação. Agora, observe o exemplo seguinte:

- Eu não imaginava que aquilo que os cientistas descobriram era tão importante. 

Há também no exemplo acima três orações: "eu não sabia", "que aquilo que os cientistas descobriram" e "era tão importante". Porém, este exemplo difere do anterior quanto à estrutura. A primeira oração já contém a declaração principal do período, pois nela eu confirmo que eu não sabia de algo. Entretanto, para completar a comunicação, precisei recorrer ao emprego das outras duas. Isto tornou cada uma das três dependente das outras duas. Neste caso o período é composto por subordinação. Quando isto acontece, una das orações, mesmo sendo subordinada a outra ou às outras, é a principal. No exemplo, esta é "era tão importante". É a que define a mensagem contida no período. 
Isto significa que a oração principal, mesmo que seja subordinada a outra ou outras, sempre se torna um suporte às outras. É o sustentáculo do período em que está inserida. Entretanto, é importante lembrar estas três definições básicas:

- A oração principal não exerce funções sintáticas em outra oração do mesmo período. 
- A oração subordinada sempre exerce uma função sintática outra oração porque é um termo ou faz parte de um termo desta.
- A oração coordenada nunca é termo de outra oração nem se refere a esse termo, mas pode se relacionar com outra oração coordenada. 

São funções sintáticas o sujeito da oração, os objetos direto e indireto, o predicativo, o complemento nominal, o agente da passiva, o adjunto adnominal, o adjunto adnominal, etc. Portanto, não cometa o engano de pensar que é possível fazer uma boa redação sem se dedicar muito ao estudo da gramática. 

terça-feira, 4 de outubro de 2016

A Sintaxe da Frase

A escrita correta
não se restringe à ortografia.


Numa redação, é sempre necessário escrever corretamente. Porém "escrever corretamente" não significa apenas escrever corretamente as palavras. Como expliquei em postagens anteriores, a linguagem escrita é diferente da linguagem falada por não contar com características adicionais como gestos, tom da voz, etc. Por isto, ao redigir, é preciso estar atento quanto à morfossintaxe - ou seja, quanto às relações entre as palavras de acordo com suas categorias. Surge aí a importância da sintaxe em cada frase.
A sintaxe é geralmente interpretada como a relação entre as palavras como elementos de uma frase. É uma interpretação correta, mas há que se considerar também a relação entre as frases no parágrafo e entre os parágrafos no texto. Por isto as relações entre as palavras ocorrem de três maneiras diferentes.


- Relações de concordância:
Ocorrem entre as flexões dos adjetivos e dos verbos com os substantivos. São nominais quando ocorrem entre substantivos ou pronomes e adjetivos. Exemplos:


Bom trabalho e bons trabalhos - os adjetivos e os substantivos são concordantes em gênero (masculino ou feminino) e número (plural ou singular).

As mulheres - o artigo (neste caso, definido e feminino) concorda com o substantivo em gênero e número.


A concordância é verbal quando há harmonia entre o verbo e o sujeito da oração. O sujeito pode ser um substantivo ou um pronome. Exemplos:


A lua estava linda.
Eles se mantiveram céticos apesar das evidências.


As duas frases acima também são exemplos que mostram que a sintaxe de regência estabelece as relações de dependência ou subordinação dentro da frase. A regência é nominal quando determina relações de conexão através de preposições: "eu e você", "artigos de luxo", "confiança em você", etc. É verbal quando há verbos que negessitam de conexões: lembrar (quem lembra, lembra de alguém ou de algo); necessitar (quem ou o que necessita, necessita de algo);  procurar (quem procura, procura por alguém ou por algo). 
Os conceitos de regências verbais e nominais constam nos melhores dicionários. É importante consultá-los sempre que for possível. 

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

O Código Escrito

O código escrito é,
em sua essência,
a própria redação.

Há vários significados para a palavra "código". Pode ser uma compilação de leis ou regulamentos, um conjunto de regulamentos aplicáveis a determinadas atividades ou um conjunto de símbolos que representam informações, ideias e/ou instruções. Numa redação, o código é um sistema de signos organizados para facilitar tanto a própria redação quanto a comprensao do leitor. 
Se você não leu o artigo anterior a este, por favor, leia-o. Se leu, deve se lembrar das diferenças entre a comunicação oral e a comunicação por escrito. A redação requer conhecimentos gramaticais suficientes para suprir a ausência de recursos que existem na comunicação oral (fala). Na fala, gestos, olhares, expressões faciais, etc., ajudam a compor as mensagens a serem transmitidas. Ou seja: são elementos do código oral. Numa redação usa-se o código escrito. A questão é que, para o texto ser devidamente interpretado por quem o lerá, não se pode criar um código escrito qualquer: é preciso usar o mais adequado para a finalidade almejada. Basicamente, as diferenças são as seguintes:


- Código oral: a pessoa que fala usa a voz e a pessoa que ouve usa os ouvidos, mas ambas trocam informações imediatamente e num mesmo contexto.

- Código escrito: o informante escreve a mensagem que será lida pelo recetor.


O código escrito é essencialmente a própria redação. O leitor será o decifrador do código. Nele a estrura e a composição do parágrafo devem se relacionar com as ideias que se quer expressar. Para isto, é importante observar as diferenças entre um parágrafo e um período (leia aqui.). É preciso lembrar que as frases e as orações também são coisas diferentes. Uma frase é uma sequência de palavras com sentido completo. Uma oração é um conjunto de palavras estruturado em torno de um verbo enfatizando o sentido da frase. 
Há situações em que um período pode ocupar todo o parágrafo, mas isto não significa que período e parágrafo sejam a mesma coisa. Veja o exemplo abaixo:


Três frases:

- Aquilo era um carro.
- Não era um carro comum.
- Era um veículo antigo e raro.


Colocadas em sequência, estas frases formam o seguinte período:

Aquilo era um carro. Não era um carro comum. Era um veículo antigo e raro.

Cada frase tem um sentido completo, o qual é ampliado pelo sentido da frase seguinte. Isto forma todo o sentido do período. O que o diferencia do parágrafo é a estrutura lógica estabelecida pela pontuação entre as frases - ainda que todo o parágrafo seja apenas um período.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Não confunda "tese" com "tema".

Esta é uma das razões
de perdas de pontos
em redação numa prova.

Não são apenas estudantes. Acontece com muita gente em concursos públicos e até mesmo nas relações de trabalho. Nas redações os temas são frequentemente apresentados em forma de tese. Para resolver este problema, inicialmente é preciso saber o que é um tema e o que é uma tese. Sabe-se que o tema é o assunto a ser tratado na redação. No entanto, esse conceito é bastante restrito. O tema, na verdade, é um objeto em discussão. Para se ter uma ideia melhor do que isto queira dizer, podemos citar uma frase como exemplo: "O carro estava estacionado na rua mais próxima." Nesta frase, o tema, que também é o sujeito da oração, é "o carro". É importante lembrar que, numa redação, o tema também é chamado "tópico". 
A tese é uma proposição, mas isto não significa que um tema proposto para uma redação seja uma tese. A tese não é o tema, é a defesa de uma ideia ou de um ponto de vista sobre o tema. Eis aí a grande diferença entre as duas coisas. Quando, numa redação, o autor demonstra que faz confusão entre ambas, isto significa que a dificuldade está na forma como ele apresenta sua proposição. "Proposição" é a forma como se descreve o conteúdo de asserções, e uma asserção é uma informação que pode ser interpretada como verdadeira ou falsa por quem a lê. Neste caso o problema de quem faz a dissertação está na dificuldade de argumentação. 
A argumentação é a capacidade de relacionar fatos, ideias e opiniões. O problema está no fato de que os argumentos são os principais elementos que estruturam a redação e fornecem elementos para que ela seja avaliada. É por isto que, dependendo da forma como ela é desenvolvida, o autor pode obter uma ótima ou uma péssima nota. Não há técnicas infalíveis para obtenção de resultados em argumentação, mas o mais importante é que o redator tenha uma boa dose de conhecimentos sobre o tema proposto. O conhecimento deve ser enriquecido todos os dias, com boas leituras sobre todos os assuntos possíveis, preferencialmente os que estão em debate atualmente. Entretanto, você pode verificar mais algumas dicas aqui.  

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Significados de "Palavra", "Vocábulo", "Termo" e "Expressão".

Saber os significados específicos
destas três coisas
pode ajudar muito
numa redação. 



Temos uma forte tendência em acreditar que "palavra", "vocábulo" e "termo" são sinônimos - ou seja, que tem o mesmo significado. Isto não é verdade. Uma palavra pode ser interpretada sob os aspectos fônico, mórfico e frásico. O fônico é relativo à voz e ao som. O mórfico se refere à forma da palavra e, ao mesmo tempo, às formas de pensamento ou sentimento que se pode perceber através da palavra. O frásico é referente ao significado da palavra no contexto da frase. 
Quanto ao aspecto fônico, a palavra é vista como um conjunto de fonemas e sílabas podendo ter ou não ter tonicidade. No aspecto mórfico, a palavra se revela como unidade de significação lexical ou gramatical. A significação lexical está relacionada a condições externas, ao ambiente social, à interação social realizada por meio de um idioma. A significação gramatical se restringe às regras da gramática. 
O vocábulo é uma palavra considerada apenas quanto à sua forma vocal. Ou seja, quanto à sua pronúncia. O vocábulo contém partes átonas, que são sílabas sem acento de intensidade. Muitos vocábulos são pronomes oblíquos e artigos que se unem a outros para originar um termo fonético. Há também vocábulos que são conjunções e preposições. Em resumo, o vocábulo é o nome que se dá à palavra quanto ao som e quanto às letras.
O termo é a palavra referente à situação em que algo se encontra. São exemplos os termos de um contrato, termos de responsabilidade, etc. Designa também expressões próprias de determinadas áreas profissionais ou de conhecimento: termos médicos, científicos, geográficos, matemáticos, históricos, etc. O termo é, em síntese, uma palavra que tem uma função dentro de uma 
oração.
A expressão pode ser uma palavra ou um conjunto de palavras representando um pensamento. É também toda palavra que revele algo sobre quem a diz: expressão de alegria ou de tristeza, de dor ou de alívio. Também representa a fluência de uma pessoa ao falar ou redigir. Leia mais sobre expressões aqui: 
Conectivos ou Elementos de Conexão.

Fontes: 

Significados de "Palavra", "Vocábulo", "Termo" e "Expressão".

Saber os significados específicos
destas três coisas
pode ajudar muito
numa redação. 



Temos uma forte tendência em acreditar que "palavra", "vocábulo" e "termo" são sinônimos - ou seja, que tem o mesmo significado. Isto não é verdade. Uma palavra pode ser interpretada sob os aspectos fônico, mórfico e frásico. O fônico é relativo à voz e ao som. O mórfico se refere à forma da palavra e, ao mesmo tempo, às formas de pensamento ou sentimento que se pode perceber através da palavra. O frásico é referente ao significado da palavra no contexto da frase. 
Quanto ao aspecto fônico, a palavra é vista como um conjunto de fonemas e sílabas podendo ter ou não ter tonicidade. No aspecto mórfico, a palavra se revela como unidade de significação lexical ou gramatical. A significação lexical está relacionada a condições externas, ao ambiente social, à interação social realizada por meio de um idioma. A significação gramatical se restringe às regras da gramática. 
O vocábulo é uma palavra considerada apenas quanto à sua forma vocal. Ou seja, quanto à sua pronúncia. O vocábulo contém partes átonas, que são sílabas sem acento de intensidade. Muitos vocábulos são pronomes oblíquos e artigos que se unem a outros para originar um termo fonético. Há também vocábulos que são conjunções e preposições. Em resumo, o vocábulo é o nome que se dá à palavra quanto ao som e quanto às letras.
O termo é a palavra referente à situação em que algo se encontra. São exemplos os termos de um contrato, termos de responsabilidade, etc. Designa também expressões próprias de determinadas áreas profissionais ou de conhecimento: termos médicos, científicos, geográficos, matemáticos, históricos, etc. O termo é, em síntese, uma palavra que tem uma função dentro de uma 
oração.
A expressão pode ser uma palavra ou um conjunto de palavras representando um pensamento. É também toda palavra que revele algo sobre quem a diz: expressão de alegria ou de tristeza, de dor ou de alívio. Também representa a fluência de uma pessoa ao falar ou redigir. Leia mais sobre expressões aqui: 
Conectivos ou Elementos de Conexão.

Fontes: 

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

As Várias Funções da Partícula "Se"

A palavra ou partícula "se"
tem funções diferentes para cada contexto em que ela é utilizada.




Saber quais são essas funções e os contextos certos aos quais elas se aplicam é fundamental para evitar perda de pontos numa redação e em questões sobre interpretação de textos durante uma prova. No entanto, é muito fácil identificar essas funções. Observe  as funções da partícula "se" na ilustração e as seguintes explicações:

1 - Pronome reflexivo:
Quando indica o sujeito executando uma ação em relação a si mesmo. 
Exemplos:
  • Ele se manifestou
  • Eles se entreolharam.
  • Ela se sentiu mal.
  • Você se referiu.
2 - Partícula integrante do verbo:
Quando a partícula está relacionada a verbos pronominais.
Exemplos:
  • Queixou-se quanto aos problemas.
  • Foram-se todas as pessoas. 
  • Estima-se que a população tenha aumentado em mais de 50%.
Nunca se deve dizer "Ela vive queixando-se" ou "A água está esvaindo-se". A partícula deve vir sempre antes do verbo quando este estiver no final da frase ou da oração. É fácil lembrar isto: basta lembrar que o sujeito da oração atrai a partícula.

3 - Partícula apassivadora:
Quando se liga a verbos transitivos diretos para apassivá-los. 
Exemplos:
  • Vendem-se casas.
  • Proponha-se que eles viessem.
  • Fazem-se lindos tapetes em Ipatinga.

4 - Partícula expletiva:
Quando a partícula é associada a verbos sem desempenhar funções  sintáticas.
Exemplos:
  • Ele acabou de sentar-se.
  • Eles preferiram abster-se.
5 - Conjunção integrante:
Quando é uma conjunção que introduz orações subordinadas substantivas.
Exemplos:
  • Ele me perguntou se eu gostei do livro.
  • É preciso definir se a prova será oral ou escrita.
  • Foi como se a chuva nunca mais fosse parar.
6 - Conjunção subordinativa condicional:
Quando introduz orações subordinadas adverbiais condicionais.
Exemplos:
  • Eu irei se você não se importar.
  • Ela deixará um recado se você não estiver e casa.
  • Se não chover à noite, talvez eu vá ao cinema.
7 - Sujeito acusativo:
Quando a partícula "se" assume as funções de objeto direto em relação a um verbo e sujeito em relação a outro ao mesmo tempo.
Exemplo: 
  • Elas deixaram-se levar por seus desejos.
  • Eles fizeram-se presentes ao evento.
8 - Índice de indeterminação do sujeito.
Quando indica um sujeito indeterminado.
Exemplos:
  • Vendem-se casas.
  • Precisa-se de especialistas em informática.
  • Fala-se muito sobre violência urbana.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A Importância do uso correto dos verbos

"Então o Verbo se fez."
A conhecidíssima frase da Bíblia,
destacando a palavra "verbo" 
com a letra inicial na forma maiúscula,
comprova a importância do verbo numa frase.
Comprova também que o emprego incorreto do verbo
pode modificar o sentido da frase
e, consequentemente, 
o da redação.

Toda frase tem pelo menos um verbo. Havendo mais de um, um deles é o principal, mas todos tem que estar empregados corretamente. Para uma redação ser considerada de nível pelo menos bom, o sentido de cada frase tem que estar bem claro para o leitor. Se um verbo estiver empregado incorretamente, isto prejudicará o entendimento do sentido da frase e poderá prejudicar muito o sentido de todo o texto. Uma conhecida canção romântica brasileira contém a seguinte frase: "Se eu fosse você, eu voltava para mim." O uso do verbo voltar está errado. Pode ser aceitável em função do fato de que a maioria da população fala assim, mas numa redação a frase correta seria "se eu fosse você, eu voltaria para mim". Isto porque o autor da canção quis se referir a algo que poderia ocorrer, mas a forma "voltava" significa algo que de fato costumava acontecer - no passado, e com alguma frequência, não apenas uma vez. Quando você diz que "frequentava" um determinado local, você está dizendo que ia àquele local várias vezes, mas se você disser que você "voltou" ao local, estará dizendo que esteve lá mais uma vez, a menos que você diga que "voltou duas (ou mais) vezes". 
A forma como a palavra "Verbo" se destaca na frase bíblica não apenas nos faz lembrar que, na Bíblia, significa "a Palavra de Deus", como também demonstra a importância do verbo utilizado corretamente para a realização de uma comunicação bem sucedida. O verbo é a essência da expressão de um fato, pois tem a função de ajudar o leitor a localizá-lo no tempo (presente, passado ou futuro) enquanto conecta o sujeito da oração ao predicado, que neste caso se torna um predicado verbal. Isto faz com que o verbo tenha uma variedade de flexões. Porém, entre todas as flexões de um verbo, apenas uma é correta para cada situação, colocando-o em acordo com a pessoa ou as pessoas, o modo, o tempo, a voz (passiva ou ativa) e o número (plural ou singular). 
Há verbos transitivos, intransitivos, impessoais e de ligação. Os transitivos representam ações voluntárias causadas por uma ou mais pessoas, desde que essas ações afetem ou possam afetar outra(s) pessoa(s), um ou mais fatos ou uma ou mais coisas. São transitivos diretos quando não há necessidade de preposições (de, a, que, e, etc.) após os verbos. São transitivos indiretos quando as preposições são necessárias. A preposição é uma palavra que liga duas orações. A que liga um verbo a outro ou a um substantivo é a preposição verbal. O verbo é intransitivo quando a ação não afeta outros indivíduos. Por exemplo, andar, correr, ouvir, voar, chorar, etc. Os verbos impessoais são aqueles que representam ações que independem de pessoas. Exemplos: chover, anoitecer, amanhecer, entardecer, haver, existir, etc. 
Os verbos de ligação, como o próprio nome indica, servem apenas para ligar o sujeito ao predicativo, não designando ações. Neste caso, o predicativo é uma palavra ou expressão que complementa o verbo. Se eu usar o verbo "fazer" e não explicar "fazer o quê", o verbo fica sem sentido, mas se eu disser que "eu sei fazer desenhos", estou dando sentido ao verbo, e "desenhos" (uma palavra) se torna um predicativo. Se eu disser "fazer alguma coisa", o predicativo é a expressão "alguma coisa". 
Há muito mais a saber sobre os verbos. No entanto, como o objetivo deste texto é ajudar o leitor a se orientar para a colocação correta dos verbos numa redação, creio que as "dicas" acima já são suficientes. 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Regência e Concordância

Novamente, como acontece com frequência,
o maior índice de erros cometidos por alunos
na prova de Língua Portuguesa do Enem 
foi com relação a concordâncias e regências. 
No entanto, 
existem maneiras bem simples de evitar esses erros. 

Novamente, os problemas relacionados a concordâncias e regências foram os principais motivos que causaram notas baixas na prova de Língua Portuguesa do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) deste ano. Certamente os alunos que não obtiveram boa pontuação em concordâncias e regências também não foram bem sucedidos no quesito redação - é impossível produzir uma redação de bom nível se não houver um bom nível de domínio de concordância e regência. No entanto, existem algumas regras facílimas que podem ajudar muito com relação a isto.

- O que é "regência"? 

"Regência" é a função subordinativa de um termo (regente) sobre outro (regido ou subordinado). Esta é a base fundamental de qualquer frase, pois é o que define seu sentido. A regência é estabelecida principalmente pela posição dos termos na frase ou oração, pelos conectivos (como as preposições "e", "de", "com", etc.) e pelos pronomes relativos (aquele, aquela, que, se, lhe, etc.). 
São de fundamental importância as regências por preposições. O termo (regido) subordinado por uma preposição atua como complemento ou adjunto a uma palavra anterior (regente). Exemplos:
- Deu um presente ao amigo. 
  • Neste caso, "ao" é a junção da preposição "a" com o artigo definido masculino, "o", e a palavra "amigo" tem a função de complemento de destinação, sendo, portanto, um objeto indireto. 
- Ele falou de você a mim. 
  •  Neste exemplo, "ti" e "Maria" estão subordinados respectivamente às preposições "de" e "a". "Ti" é um complemento de referência e "Maria" é um complemento de destinação. 
Há também os complementos de lugar: 
  • Eu vim de Vitória.
  • João foi à cidade
  • Pedro foi à casa de Maria
- O que é "concordância"?

A concordância é um princípio pelo qual certos termos determinantes ou dependentes se adaptam às categorias gramaticais de outros, determinados ou principais. Pode ser nominal ou verbal.
É uma concordância nominal quando o substantivo vem acompanhado por um adjetivo. Suponhamos que o substantivo seja, por exemplo, "carro". À frente, acrescenta-se uma palavra complementar - por exemplo, "vermelho". Temos aí a concordância nominal "carro vermelho", na qual "carro" é um substantivo e "vermelho" é uma palavra que, em muitos casos, é um substantivo, mas neste se transforma em adjetivo e tem a função de complemento nominal. 
A concordância é verbal quando a forma do verbo combina com o sujeito. Usemos como exemplo o verbo "trabalhar": "eu trabalho", "tu trabalhas", "Joana trabalhou ontem", "eu trabalharei amanhã", etc. 

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

39 - Colocação Pronominal - 1.ª Parte: A Próclise

A próclise, 
a ênclise e a mesóclise
integram um conjunto de regras
muito importantes para que uma redação
tenha um bom nível qualitativo:
a colocação pronominal.


Próclise, ênclise e mesóclise. Estas três palavras causam muitas preocupações entre as pessoas que pretendem participar de um exame vestibular ou um concurso público.  "Parecem nomes de filósofos gregos", disse-me um dia um amigo, brincando. Não são, evidentemente, nomes de pessoas, mas realmente são de origem grega, e seus significados estão relacionados às posições que os pronomes oblíquos átonos ocupam em relação ao verbo numa oração ou período. Na linguagem popular essas posições raramente são respeitadas, mas para uma boa redação, principalmente com finalidades formais, devem ser rigorosamente consideradas. 
Neste artigo, ater-me-ei (isto é uma mesóclise) aos principais pontos referentes à próclise. Nos próximos, referir-me-ei à ênclise e à mesóclise.
Como já está definido no parágrafo anterior, a colocação nominal é a posição que os pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam numa oração ou frase em relação ao verbo a que se referem. Os pronomes são palavras cujos significados são apenas categoriais. Ou seja: são relacionados a determinados conceitos ou categorias. Por isto, a análise de um pronome isoladamente não nos permite identificar um significado específico e definitivo para ele. Esse significado dependerá do sentido que o autor do texto quer dar à frase e das outras palavras inseridas na mesma. Os pronomes oblíquos apresentam flexões que variam em relação ao número (singular ou plural), gênero (masculino ou feminino) e pessoa. Esta última é a principal flexão, porque define a pessoa no contexto. 
Os pronomes oblíquos átonos são aqueles com acentuação tônica fraca. Exemplos: me, te, o, a, lhe, nos, vos, los, as, las, lhes, etc. O "lhe" é o único pronome oblíquo átono que apresenta uma contração. Isto acontece porque resulta da união entre os pronomes "o" ou "a" e as preposições "para" ou "a". Por estar sempre na condição de acompanhante direto de uma preposição, é também um objeto indireto. Todos os demais pronomes oblíquos átonos são sempre objetos diretos. 
Próclise é um caso específico de colocação pronominal em que o pronome oblíquo átono é situado antes do verbo. Embora popularmente seja utilizada nas falas de forma generalizada, na escrita correta a próclise nunca deve ser utilizada no início de uma oração ou frase. Popularmente costuma-se dizer "Me faz este favor.", mas a forma correta é "Faça-me este favor."(*)
Outro exemplo?  Popularmente se diz: "Naquele lugar se trabalha o dia inteiro." Formas corretas: 
  1. Naquele lugar, trabalha-se o dia inteiro.
  2. Naquele lugar as pessoas trabalham o dia inteiro.

(*) Este é um exemplo de ênclise. 

No próximo artigo: Colocação Pronominal - 2.ª Parte: A Ênclise


sábado, 30 de abril de 2011

Respostas às Questões do Teste

Eis aqui as respostas (e as respectivas explicações) às questões do teste publicado na quinta feira passada.


1) Qual das frases abaixo está correta?
a) Na Ótica Floresta, você encontra seu óculos pelos preços mais baixos.
b) Nas Óticas Floresta, você encontra seu óculos por preços mais baixos.
c) Nas Óticas Floresta, você encontrará seus óculos pelos menores preços.
d) Há duas respostas corretas.
e) Nenhuma resposta está correta. 

Há duas alternativas corretas: "b" e"c". Portanto, na questão, a resposta correta é a "c".  Não se deve dizer "o óculos", "seu óculos", "aquele óculos". Deve-se dizer "os óculos", "seus óculos", "aqueles óculos", etc. "Óculos" é o plural de "óculo". Cada lente é um óculo; portanto, quem sua óculos usa sempre dois, e por isto a palavra é sempre usada no plural. Por esta razão, o artigo definido ("os"), os pronomes indicativos ("estes", "esses", "aqueles") que precedem a palavra "óculos" tem que ser usados em sua forma plural. O mesmo ocorre com os verbos que a sucedem. Exemplo:
  • Aqueles óculos estão sobre a mesa.
  • Estes óculos são caros.
________



2) Qual das alternativas abaixo está correta?
a) Os Estados Unidos é um país do primeiro mundo.
b) O Estados Unidos são um país do primeiro mundo.
c) Os Estados Unidos é um dos países do primeiro mundo.
d) Os Estados Unidos são um país do primeiro mundo. 
e) O país mais rico das Américas é os Estados Unidos.

alternativa correta é a "d". Apesar de ser apenas um país, seu nome ("Estados Unidos") está no plural por ser uma referência aos estados que o constituem. Por isto, o artigo que o precede ("os") e o verbo que o sucede ("são") devem estar no plural. O sujeito da oração é "Os Estados Unidos", e o verbo tem que estar de acordo com ele. 
________

3) É muito comum ouvirmos repórteres dizerem frases como esta: "A população brasileira mais que dobrou nos últimos 50 anos."  É evidente que a expressão "mais que dobrou" é inadequada. Escolha, entre as alternativas abaixo, a que seria a mais adequada.
a) A população brasileira atingiu níveis acima de 100 por cento nos últimos 50 anos.
b) A população brasileira atingiu níveis acima do dobro nos últimos 50 anos.
c) A população do Brasil chegou a mais do que o dobro nos últimos 50 anos.
d) A população brasileira chegou a mais do que dobrar nos últimos 50 anos. 
e) Nenhuma das alternativas acima é aceitável.

Podemos considerar as opções "a" e "c" como aceitáveis. A alternativa "a" é aceitável porque, se a população chegou a mais do que o dobro, ultrapassou de 200 por cento. Logo, evidentemente ultrapassou de 100 por cento. "Mas do que o dobro" e "mais do que dobrar" são expressões que devem ser evitadas. Portanto, a resposta mais adequada é a "b". 
________

4) "Vendas à prazo" - o emprego do "a" com a crase...
a) está correto. 
b) está incorreto porque a crase representa a junção do "a" como preposição com o "a" como artigo definido feminino; portanto, só pode ser usada quando o "a" precede um substantivo feminino.
c)está correto porque a crase pode ser utilizada quando o "a" preceder um substantivo masculino ou feminino. 
d) É correto dizer "vendas ao prazo", e não "vendas à prazo". 
e) Nenhuma das alternativas está correta.

A resposta correta é a "b". A explicação já está contida na própria resposta.
________

5) Qual das alternativas abaixo é correta?
a) A maioria das pessoas estão...
b) A minoria das pessoas estão...
c) A maioria das pessoas está...
d) A minoria das pessoas são...
e) Há duas alternativas corretas: "a" e "d".

A resposta correta é a "c". Embora a palavra "pessoas" esteja no plural, o sujeito da frase, ao qual o verbo ("estar") se relaciona, é "a maioria", e não se refere às pessoas, mas a um conjunto de pessoas. Por isto, o verbo tem que estar na sua forma singular. Outros exemplos corretos de casos como este são:

  • O pessoal está nos esperando.
  • O pessoal foi embora.
  • A maioria dos casos é relacionada a isto.
  • A maioria das pessoas é e considerada assim.