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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Erros que podem - e devem - ser evitados mas ainda são frequentes no jornalismo brasileiro.


Os quatro exemplos nas ilustrações
mostram claramente
as diferenças entre os quatro temas.

Jornalistas 
confundem "padrão de vida" 
com "qualidade de vida"
e "sustentabilidade" 
com "desenvolvimento sustentável".
Essa confusão 
prejudica os estudantes nas provas.

Esses erros ocorrem com frequência nas revistas mais e nos jornais (inclusive os "online") mais conhecidos do Brasil. Também ocorrem com muita frequência nas reportagens que vão ao ar através da televisão. Apesar dos jornalistas que os cometem se manterem no emprego, isto comprova irresponsabilidade e falta de capacitação profissional, pois eles sabem - ou pelo menos deveriam sabre - que tal descuido leva à desinformação e prejudicam principalmente os estudantes quando estes fazem suas redações ou respondem a questões nas provas baseando-se no que leram em revistas e jornais ou assistiram e ouviram através da televisão e do rádio.
É por esta razão que chamo a atenção dos estudantes, especialmente os que participarão do Enem no próximo mês e dos próximos vestibulares. Observem atentamente os conceitos corretos de certas expressões, principalmente as que vem sendo utilizadas nos veículos de informação com maior frequência, pois estas sempre tem grande possibilidade de serem temas disponibilizados nas provas para redação e para verificação de conhecimentos gerais. Seguem abaixo os conceitos corretos de quatro expressões que com muita frequência são usadas equivocadamente no jornalismo brasileiro, e que sempre são temas sugeridos ou exigidos nas provas.
"Qualidade de Vida" e "Padrão de Vida"

Na maioria das vezes em que as reportagens são anunciadas como referentes à "qualidade de vida", o tema mostrado é quanto ao "padrão de vida". São duas coisas muito diferentes. A qualidade de vida é o nome que se dá a qualquer método utilizado por órgãos e entidades governamentais e/ou não governamentais para medir as condições de vida saudável das pessoas numa determinada área (um bairro, uma cidade, um estado, um país, etc.). Geralmente, nos noticiários, o termo "qualidade de vida" é utilizado para se referir à mensuração da quantidade e da qualidade de produtos e serviços existentes no mercado para consumidores, mas isto é "padrão de vida", e não "qualidade de vida". 
A qualidade de vida envolve o bem estar físico, mental, psicológico e emocional de uma pessoa ou de um grupo de pessoas com base em seus relacionamentos sociais (em família ou entre amigos,  colegas de trabalho, vizinhos, etc.), considerando-se as condições gerais de saúde, educação, poder aquisitivo (ou "poder de compra") e outros fatores relacionados à vida. Isto é bem diferente do padrão de vida, cujo exemplo bem conhecido e muito utilizado é o do cálculo da renda per capita, isto é, da renda de cada pessoa levando-se em conta a inflação.
Como as notícias relacionam a inflação ao aumento de preços de produtos ao consumidor mas não explicam como essa relação acontece, muitas pessoas imaginam que "inflação" é simplesmente um fenômeno causado pelo aumento dos preços. "Inflação" é a queda do poder aquisitivo, não o aumento dos preços. É preciso explicar o aumento dos preços dos produtos não é inflação, mas gera inflação porque o aumento dos salários não ocorre com a mesma frequência com que ocorrem os aumentos dos preços. Além disto, quando ocorre, o aumento dos salários - especialmente do salário mínimo, que é a principal base dos aumentos de todos os salários - raramente acompanha a mesma proporção da elevação dos preços.  
Por esta razão, a "inflação zero", tão mencionada por autoridades governamentais, nunca poderá existir. Para que a inflação zero se torne real, é necessária uma estabilidade de preços, mas esta ocorre apenas teoricamente.

"Sustentabilidade" e "Desenvolvimento Sustentável"

O desenvolvimento sustentável é o planejamento de atividades em conjunto visando o desenvolvimento global e o desenvolvimento ambiental.  Pelo menos teoricamente, o desenvolvimento global tem como objetivo a redução da pobreza e das desigualdades  raciais, econômicas e sociais em geral no mundo. O desenvolvimento ambiental visa a busca do melhor nível de equilíbrio possível entre todas as atividades produtivas (industriais, comerciais, etc.) e de consumo, de limpeza, entre outras que sejam importantes na rotina de uma pessoa e de um grupo de pessoas (família, moradores de um bairro, habitantes de uma cidade, etc.). Por exemplo: se uma pessoa da sua família passou mal por ter comido uma carne estragada que você comprou, você, o vendedor, o gerente do estabelecimento que vendeu o produto, são responsáveis pelo que aconteceu à quela pessoa, pois nem o gerente, nem o vendedor, nem você tiveram o cuidado de observar as condições da carne comprada. Os cuidados para evitar problemas deveriam ser tomados por todas as pessoas envolvidas na produção, na conservação, na venda, na compra e no consumo. 
No entanto, frequentemente chamam de "desenvolvimento sustentável" um princípio que se aplica a um determinado empreendimento ou uma atividade de uma pessoa, uma comunidade ou mesmo as atividades de toda a humanidade, considerando comportamentos e atitudes ecologicamente corretos, economicamente viáveis ou socialmente justos. Na verdade isto se chama "sustentabilidade".
Há um obstáculo importante a ser considerado para que as informações dos noticiários sejam as mais completas possíveis: o limite de tempo dentro do qual as notícias tem que ser veiculadas. Se forem muito longas, elas se tornam "chatas", enfadonhas para o ouvinte ou telespectador. Elas precisam ser sucintas.  Entretanto, isto não é justificativa para as informações divulgadas de forma equivocada, com termos e denominações utilizados com significados incorretos.

Ilustrações do Arquivo Google.