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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

A Redundância em "Ensaio Crítico"

Se não for crítico,
não é um ensaio.

Não são raras as vezes em que encontro a expressão "ensaio crítico" em textos referentes a esse tipo de redação. Isto é uma redundância. Uma redundância é uma expressão com o uso de duas ou mais palavras quando bastaria uma. Por exemplo, "subir para cima" é uma redundância porque só é possível subir para cima. Não há a necessidade do uso das palavras "para cima". Um ensaio é sempre uma redação que apresenta uma exposição revelando a metodologia utilizada para a pesquisa sobre o tema como forma de justificar as conclusões apresentadas no texto. A crítica é um comentário sobre o tema. Portanto, todos os ensaios são críticos. Em "ensaio crítico", a presença da palavra "crítico" não é necessária.
Também é muito comum encontrarmos muitas redundâncias até mesmo em textos produzidos com o intuito de explicar o que é um ensaio. Um dos que eu encontrei na Internet diz que "é um texto opinativo em que se expõe ideias, críticas, reflexões e impressões pessoais". Esta explicação está repleta de redundâncias. Um "texto opinativo" é um texto com exposição de opiniões. Toda opinião é uma ideia. Uma opinião sempre provém de um senso crítico. Um senso crítico é sempre proveniente de reflexões, e estas são sempre provenientes de impressões pessoais. Bastaria dizer que um ensaio é um tipo de texto opinativo revelando a metodologia utilizada para a pesquisa sobre o tema. 
O ensaio é um texto literário. Isto quer dizer que nele são expostas críticas de acordo com princípios baseados em teorias e práticas com a devida eloquência (não muito formal, nem informal demais, e com clareza suficiente para leitores especialistas e leigos sobre o assunto tratado. Não deve ser confundido com o tratado, que é um tipo de texto em que se revela um estudo extremamente formal, geralmente científico e especialmente para finalidades acadêmicas (dirigidos a estudantes de ensino superior ou produzidos por eles para comprovar suas aprendizagens).
O ensaio pode, em alguns casos, conter a defesa de um ponto de vista pessoal sobre um tema político, filosófico, cultural, moral, etc., sem a necessidade de provas de caráter científico. Estas são situações em que o ensaio representa um ponto de vista que muitos especialistas consideram como "a ciência sem prova explícita", como escreveu o filósofo espanhol José Ortega y Gasset (1883-1955). Nestes casos os textos são livres, assistemáticos, sem aquela rigidez científica que é necessária quando a finalidade é acadêmica.