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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A Lógica da Argumentação em Redação

O principal motivo
que leva muitas pessoas
a ter dificuldade em argumentar 
é o desconhecimento
da lógica da argumentação. 


Em comentários que são enviados pelos estudantes ao "Redafácil", são muitos os que solicitam "dicas" sobre como argumentar numa redação. Eles demonstram que sabem o que é uma argumentação, mas não sabem como argumentar. Muitos deles dizem que os professores explicam o que é uma argumentação em redação mas no ensinam como argumentar. Ou seja, seus professores não mencionam em sala de aula uma coisa importantíssima chamada "lógica da argumentação". Desta forma, realmente o aluno não tem condições de expor argumentos e, por isto, não tem condições de fazer uma boa redação.
A lógica é um ramo da filosofia que nos ajuda a compreender melhor e trabalhar o raciocínio. Por isto, nenhum ser humano precisa ser um filósofo, mas precisa ter pelo menos algumas noções de lógica. Quando se fala em "raciocínio lógico", a maioria da pessoas logo imagina que estamos falando em matemática. No entanto, o raciocínio lógico se genericamente a todas as atividades em que se aplicam argumentações. Ou seja, a quase tudo que fazemos na vida. 
Numa redação, a lógica de argumentação é de extrema importância, porque o raciocínio lógico é extremamente vinculado à semântica, que é a relação entre palavras, frases, sinais e símbolos e o que eles representam. É essa relação que traduz para o leitor o conjunto de ideias e informações, relacionando-as entre si para se chegar à conclusão do que o autor está dizendo através da redação.
Ensina-se de forma errada quando se diz ao aluno que a argumentação é a forma como utilizamos o raciocínio para convencer alguém de alguma coisa. Isto não é verdade. A argumentação é a forma como utilizamos as informações que temos ou recebemos tentando justificar nossos pensamentos, ideias e opiniões sobre elas, sem precisar convencer quem quer que seja.
Numa redação, a lógica de argumentação não está relacionada exatamente à realidade, mas ao que é uma realidade segundo o ponto de vista ou as experiências pessoais do redator. Portanto, ao se avaliar uma redação feita numa prova por um aluno ou um participante um concurso público, vestibular, etc., não se deve levar em consideração a opinião exposta na mesma, mas a forma como ela foi argumentada. É o que queremos dizer quando dizemos que "toda opinião deve ser respeitada, desde que seja devidamente fundamentada".
Por isto, é importante que se forneça aos alunos as diferentes noções básicas de raciocínio. Há basicamente três tipos de raciocínio: o analógico, o indutivo e o dedutivo. No analógico, usa-se a comparação de uma situação conhecida com uma desconhecida. Este tipo de raciocínio deve ser para fundamentar o que considerar mais importante, destacar os elementos mais evidentes que relacionam as duas (ou mais) situações e inibir a existência de aspectos conflitantes.
O raciocínio indutivo se relacionam a diversos casos menores - ou, como diriam representantes do governo brasileiro, "casos isolados" - relacionando-os para se chegar a uma conclusão geral. A indução se torna mais forte quando há poucas possibilidades de um "caso isolado" ser conflitante com a premissa geral. Torna-se fraca quando ocorre o contrário, pois isto gera falta de sustentabilidade para a conclusão.
No raciocínio dedutivo, não são considerados os problemas que devem ser eliminados pela analogia e pela indução. Enquanto o raciocínio indutivo parte de cada caso específico para se chegar a uma conclusão geral, o dedutivo segue o mesmo caminho em sentido contrário: parte de uma premissa geral para pelo menos uma das específicas de cada caso. Seu objetivo é provar a veracidade de uma proposição através da veracidade de outras proposições. 

Fontes:
  • "Introdução à Lógica", de Irwing M. Copi - editora Mestre Jou
  • "Oficina de Redação", de Leila Lauar Sarmento - editora Moderna