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sexta-feira, 11 de junho de 2010

28 - Outros erros muito comuns

Os noticiários impressos, televisivos, radiofônicos e da internet
estão infestados por expressões como 
"irá fazer", "estará realizando". 
Não é sem razão que catedráticos da língua portuguesa
fazem piadas dizendo que
jornalistas o "particípio do gerúndio".

Alguns dos mais famosos professores de língua portuguesa do Brasil tem dito que há jornalistas brasileiros usando abusivamente o "particípio do gerúndio". De fato eles tem razão: as revistas e os jornais impressos e "online", e também os telejornais e radiojornais, estão sempre repletos de informações como esta: "O governador irá realizar a inauguração de uma nova escola amanhã."
É tão mais fácil escrever e dizer que "o governador realizará uma escola amanhã". Há, ainda, o fato de que, além de ser mais fácil, esta é na verdade a forma correta. Sinceramente não consigo entender por que usam tanto as expressões como "estará realizando", "irá realizar", "irá fazer", etc., quando é tão mais fácil escrevermos e dizermos "realizará", "fará", etc. Além disso, a forma correta também é muito mais agradável ao ser ouvida ou lida. 
No exemplo dado acima, eu citei "uma nova escola". Outro hábito que está se tornando comum entre os profissionais da informação é dizer que "será inaugurada uma nova escola", ou que "um novo hospital será construído", ou ainda sobre a defesa da criação de incentivos fiscais para promover a "criação de novas empresas" ou "novas indústrias". Não se pode inaugurar uma escola que já existe; se será inaugurada, é óbvio que é nova. Se a escola estava desativada por qualquer razão, ou teve reformas estruturais, etc., não será "inaugurada", será reinaugurada. Se o hospital ainda será construído, é claro que ele será novo. Não se pode criar empresas ou indústrias que já existem, e se já existiram antes mas estavam desativadas, serão recriadas; portanto, toda empresa ou indústria a ser criada será nova. Basta, então, dizer "será inaugurada uma escola", "será construído um hospital" e que é esperada "a criação de empresas e indústrias". As redundâncias não são necessárias e devem ser evitadas.

Crases colocadas onde não deveriam estar

Frequentemente vemos anúncios comerciais com erros como "vendas à prazo", "preços à prazo", "viagem à Milão", etc. A crase (`) representa a junção do "a" como preposição ao "a" como artigo definido feminino. Como não pode haver um artigo feminino antes de um substantivo masculino, não pode existir crase nestes casos. Este sinal só deve ser usado em casos como "O time foi à vitória (O time venceu o jogo)", "Eu fui à cidade", "viagem à Itália", etc.
O mesmo ocorre com "às", que é a junção da preposição "a" com o artigo feminino plural "as". Como nos exemplos: "Vou ao cinema às vezes", "Eles vivem às mil maravilhas", etc. 

"A maioria estão" ou "a maioria está"

Pouco antes as eleições passadas, ouvi uma repórter de um emissora de televisão dizer: "Um grande número de eleitores ainda estão indecisos." Os eleitores são muitos, mas "um grande número", mesmo incluindo muitas pessoas, é um conjunto, ou seja, uma unidade. Portanto, a forma correta de dizer é "um grande número de eleitores ainda está indeciso". Porém, para evitar dúvidas, ela poderia ter dito que "muitos eleitores ainda estão indecisos". 
Erros como o daquela repórter são comuns, principalmente quando se usa a palavra "maioria". Por exemplo, em vez de dizermos "a maioria das pessoas que moram nesta cidade são capixabas", devemos dizer "a maioria das pessoas que moram nesta cidade é capixaba". 
É muito fácil evitar o erro. Basta lembrar que a palavra "maioria" representa um conjunto (de pessoas, de coisas, etc.), e por isto é uma unidade. Assim, devemos dizer sempre "a maioria das pessoas é...", "a maioria dos carros está...", etc.

A seguir: "Outras expressões muito usadas que devem ser evitadas"