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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A Dúvida

Estas ilustrações (Arquivo Google)
representam diferentes tipos de dúvidas. 
Ao fim da explicação 
de uma matéria,
o professor pergunta aos alunos:
"Alguém tem dúvidas?"




Os alunos imediatamente percebem que ele quer saber se algum deles não entendeu o que foi explicado. Isto faz com que muitos deles interpretem a dúvida como dificuldade de entender alguma coisa. Esta não é uma interpretação errada, mas a palavra "dúvida" pode ter vários significados que não estão errados, mas são baseados em pontos de vista. O conhecimento de alguns desses significados pode ser muito importante para o desenvolvimento de uma redação.
A dúvida pode ser o não entendimento sobre um tema, uma falta de certeza sobre a veracidade de um fato, insegurança para afirmar ou negar algo, desconfiança sobre alguém, ceticismo, falta de fé, etc. Sob o ponto de vista da psicologia, é uma condição causada pela ausência de convicção, sendo, portanto, a incerteza quanto a um fato ou uma ideia. Com isto, percebe-se que todos os significados dados à palavra "dúvida" nos levam ao senso comum de que ela é sempre resultante de uma noção mínima de realidade sobre um fato que é motivo de suspeita. Portanto, a dúvida tende a ser racional, e por isto nos causa hesitação quando temos que tomar certas atitudes. Isto nos obriga a pensar em meios para tentar eliminar a hesitação. Alunos que já participaram do Exame Nacional de Ensino Médio e de vestibulares sabem muito bem a que tipo de hesitação estou me referindo. 
Para os filósofos, a dúvida é gerada pela nossa necessidade em diferenciar teorias, métodos e quaisquer procedimentos quer possam levar a um acerto ou um erro. Neste caso, a ilusão, o erro e a ignorância exemplificam a correlação negativa entre a dúvida e o conhecimento. É o que acontece quando, mesmo depois que o professor pergunta se há dúvidas sobre a matéria explicada, alguns alunos a tem mas não se manifestam. A timidez, a dificuldade de expressão, o medo de falar em público, são alguns dos motivos mais frequentes em casos assim.
Em religião, a dúvida se relaciona ao ceticismo ou ao agnosticismo.  O ceticismo é qualquer tipo de atitude que revela dúvidas quanto a conhecimentos, fatos, opiniões ou crenças estabelecidas como fatos. Filosoficamente, é a incapacidade de se obter uma certeza a respeito da verdade. O agnosticismo determina que o valor da verdade, principalmente quanto a afirmações sobre a existência ou inexistência de Deus ou de deuses, é desconhecido. "Agnosticismo" vem da palavra "agnóstico", que é de origem grega e significa "aquele que não conhece" ou "aquele que não sabe". Isto significa que o agnosticismo pode ser uma característica de quem acredita e de quem não acredita em Deus, pois representa, ao mesmo tempo, a incapacidade de provar que Deus existe e a incapacidade de provar que ele não existe.
De tudo isto, conclui-se que, seja por razões religiosas, científicas, filosóficas ou quaisquer outras, a dúvida é combatida voluntariamente ou involuntariamente para que se obtenha total certeza. Isto faz surgir o conceito de "dogma", que é uma crença ou doutrina estabelecida como ponto fundamental indiscutível. O dogma é, portanto, uma imposição de ideias, principalmente no que se refere à religião. O dogma estabelece "certezas" que podem não ser verdades mas não permite que os doutrinados as coloquem em discussão. Da palavra "dogma", derivou-se a palavra "dogmatismo", que é uma atitude espontânea existente em todo ser humano desde a infância, com tendência para acreditar que o mundo é tal como ele o interpreta. Ou seja: o dogmatismo é um dogma que uma pessoa estabelece a si mesma. É uma auto-rejeição da dúvida.

Fontes:
  • Dicionário Aurélio Buarque de Holanda - editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro - RJ, Brasil.
  • English Advanced Learners' Dictionary - Oxford University - Oxford - Oxfordshire, Inglaterra.