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quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Ortodoxia e Ortopraxia

A cruz com seis "braços"
é um dos símbolos da Igreja Ortodoxa.
Muita gente pensa
que "ortodoxia"
é somente 
algo relacionado
a uma religião.

Por causa da existência da Igreja Ortodoxa, muita gente pensa que "ortodoxo" ou "ortodoxia" é apenas algo relacionado a ensinamentos religiosos. Isto também se verifica nas redações que vários estudantes fazem durante o Exame Nacional de Ensino Médio e em vestibulares: a maioria dos que empregam essas palavras atribuem a elas significados estritamente ligados à Igreja Ortodoxa.
Numa coisa eles estão certos: "ortodoxia" tem relações com doutrinas, que são ensinamentos - religiosos ou não - estabelecidos como "verdades indiscutíveis", não sendo aceiro que o doutrinado os questione. Toda doutrina, portanto, é uma imposição, um ensinamento ditatorial. A Igreja Ortodoxa ou Igreja Católica Ortodoxa é um conjunto de igrejas que se autodefinem como católicas, mas não seguem determinações do Vaticano tal como a Igreja Católica Romana (mais conhecida como simplesmente "Igreja Católica"). As Igrejas Ortodoxas têm variações (a Ortodoxa Russa, a Grega, etc.) mas todas reconhecem como autoridade mundial o Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, cujo líder é o Primaz da Ortodoxia - ou "Patriarca Ortodoxo". "Constantinopla" era como se chamava Istambul, atual capital da Turquia, na época em que a cidade era capital do Império Romano (de 330 a 335), e seu nome era uma homenagem ao imperador Constantino. 
"Ortodoxia" é uma palavra derivada de duas palavras gregas: "Orthos", que significa "correto"; e "dóxa", que significa "opinião". É, portanto, uma forma de estabelecer ensinamentos considerados indiscutíveis. Isto significa que "ortodoxia" é o mesmo que "doutrina", e faz com que "doutrina ortodoxa" seja um pleonasmo. Há ortodoxias religiosas, sociais, políticas, empresariais, etc. A palavra "ortodoxia" não significa apenas uma determinação doutrinária, mas também a conformidade das pessoas que aceitam doutrinas sem tentar debatê-las. Ou seja: é também o nome que se dá ao que chamamos comodismo - a aceitação de um ensinamento como verdade sem exigência de comprovação e sem cobrar direitos.
Como todas as tendências têm opostos, o oposto da ortodoxia é a "ortopraxia". Seu praticante é o "ortopraxo" (feminino: "ortopraxa"). A ortopraxia é o exercício do direito de discordar de regas e ensinamentos estabelecidos como "indiscutíveis". Líderes de igrejas costumam considerar os ortopraxos como "hereges" apenas porque discordam no que se refere às suas pregações religiosas. Isto amplia as possibilidades de discussões porque envolve coisas como "tolerância", "intolerância", "respeito", "desrespeito", "direitos", "obrigações", etc. Estas, porém, são palavras que precisam ser abordadas em artigos dedicados estritamente a elas.