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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

38 - A Formação das Palavras

Para produzir uma boa redação,
não basta dominar técnicas redacionais.
É preciso escolher as palavras mais adequadas
aos objetivos da redação. 
Para isto, 
é preciso conhecer bem
alguns detalhes 
sobre a formação das palavras.

Uma redação de bom nível não pode contar palavras escolhidas ao acaso. Toda redação tem uma finalidade específica, formal ou informal, mas de qualquer forma necessita conter palavras que estejam de acordo com a finalidade e o contexto. Por isto é muito importante o conhecimento dos significados e da formação das palavras.
No idioma português, existem vários processos de formação das palavras que sempre foram usados ao longo da história do idioma, passando por adaptações de acordo com o avanço do tempo, as razões culturais próprias e os graus de influências de outros idiomas e outras culturas nos países ou regiões onde o português se tornou a língua oficial. Atualmente essas modificações acontecem principalmente por influência do inglês, que cada vez mais se firma como o principal idioma do mundo sob o ponto de vista comercial e cultural, e do surgimento constante de novas palavras relacionadas à tecnologia, às novas descobertas científicas, ao surgimento de novas profissões, etc. Essas modificações são estudadas através da neologia, uma palavra de origem grega ("neo", que significa "novo"; e "logos", que significa "estudo"), que significa "estudo do que é novo". Gramaticalmente, "neologia" é o estudo de novas palavras, e "neologismo" é o nome que se dá ao surgimento delas. 
Os principais processos de formação das palavras são a derivação, a composição, o estrangeirismo e o acrônimo. A derivação é o acréscimo de um ou mais morfemas a uma palavra (radical ou raiz) já existente. "Morfema" é uma unidade gramatical existente numa palavra, a qual não pode ser fragmentada. Em "irresponsabilidade", por exemplo, a palavra raiz é "responsabilidade", e o morfema é o prefixo "ir". Ainda neste caso, é possível considerar que a raiz seja a palavra "responsável", e que há, portanto, dois morfemas: o prefixo "ir" e o sufixo "bilidade". 
Num conceito mais simples, o morfema é uma partícula que encerra um significado básico com uma função que modifica a palavra raiz ("responsável" - "responsabilidade") ou gera outro significado oposto ao inicial ("irresponsabilidade"). 
O morfema pode ser léxico, e então é também chamado "lexema". Isto acontece, por exemplo, com a palavra "provavelmente", cuja raiz ou radical é "provável" e cujo fonema é o sufixo "mente". Ao mesmo tempo, a própria raiz é também um morfema, já que a palavra "provável" encerra um significado propriamente definido. O exemplo citado é um caso em que o sufixo ("mente") é um morfema com a função de transformar um adjetivo ("provável") em um advérbio ("provavelmente"). Porém, lembrando novamente que "provável" é uma palavra completa, isto é, com significado próprio, a palavra raiz é também um morfema livre.
"Adjetivo" é uma palavra que caracteriza um substantivo dando-lhe uma característica específica. Pode ser flexionado de acordo com o gênero, o número ou o grau. "Gênero" é a classificação de palavras em números fixos de categorias chamadas "classes gramaticais": substantivos, verbos e adjetivos. O substantivo pode ser determinado por um artigo que o precede, por um pronome ou por um numeral, ou pode ser modificado por um adjetivo. O artigo pode ser definido masculino singular ("o") ou plural ("os"), definindo feminino singular ("a") ou plural ("as"), indefinido masculino singular ("um" ou "algum") ou plural ("uns" ou "alguns") ou indefinido feminino singular ("uma" ou "alguma") ou plural ("umas" ou "algumas"). 
Os pronomes podem ser pessoais (eu, tu, ele, nós, vós, eles), oblíquos ("-lo", "lhe", "-lhe", "-la"), demonstrativos (aquele, aqueles, esses, estes, etc.) e possessivos (nosso, nossa, meu, seu, meus, seus, minhas, suas, etc.). Um pronome não tem significado independente, pois tem que estar de acordo com a frase e o texto em que se insere. 
O número ou numeral, em termos gramaticais, determina a quantidade de itens à qual  uma classe gramatical estiver relacionada. A classe pode ser singular ("Ele vai ao cinema.") ou plural ("Eles vão ao cinema."). Nestes dois exemplos, as classes gramaticais são os pronomes pessoais "ele" e "eles". 
O grau é um atributo que define o nível de grandeza de um substantivo ou de um adjetivo. Pode ser comparativo ou superlativo. Sendo superlativo, pode ainda ser aumentativo ou diminutivo. 
Um exemplo de grau comparativo: "O Botafogo está mais propenso a ser campeão este ano do que o Vasco."
Um exemplo de grau superlativo aumentativo: "afinadíssimo" (relativo a "afinado"). Neste caso o morfema é o sufixo "íssimo". 
Um exemplo de superlativo diminutivo: "subnutrição" (relativo a "nutrição"). O morfema é o prefixo "sub", que significa "abaixo de", "menos", "pouco", "menor". 
De forma mais resumida, pode-se dizer que os morfemas se dividem basicamente em prefixação, sufixação e parassíntese. A prefixação é a adição de um prefixo, a sufixação é a de um sufixo e a parassíntese e a adição de um prefixo e um sufixo. Um exemplo de parassíntese: "reabilitação", no qual "habilitar" é a raiz, "re" é o sufixo e "ação" é o sufixo.