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segunda-feira, 5 de março de 2018

EM DEBATE: A Orientação Sexual e a Identidade de Gênero

As questões
sobre identidade de gênero
são muito mais delicadas
do que parecem.


O próprio Ministério da Educação reconhece que é altamente preocupante o número de estudantes do ensino médio nacional tem dificuldades para interpretar textos simples (isto é, dificuldades para entender o que lê) e para fazer até as redações mais simples. Complicando ainda mais a situação, incluem como temas a serem debatidos entre os alunos questões relacionadas a "identidade de gênero", "transgênero", sem que os alunos, em sua maioria, sequer saibam os significados destas palavras. Se discutir sobre esses assuntos não é fácil nem para a sociedade em geral, como querem que estudantes de um sistema tão precário se familiarizem com essas coisas. 
Nos debates que vemos em programas de televisão, muitos dos convidados nem sequer sabem a diferença entre "orientação sexual" e "identidade de gênero". A orientação sexual faz com que as pessoas busquem relacionamentos afetivos e sexuais com pessoas do mesmo sexo (relacionamentos homossexuais), com pessoas de sexo oposto (heterossexuais) e de ambos os sexos (bissexuais). A identidade de gênero se refere ao gênero com que a pessoa se identifica como homem, como mulher ou fora do convencional. Esta é a explicação da psicóloga Priscila Junqueira, especialista em sexualidade humana.
Ela explica que o transgênero ou transexual não é um travesti. Segundo Priscila, os travestis usam roupas típicas do sexo oposto durante parte de sua vida para ter uma experiência temporária ou permanente de parecer ser do sexo oposto, mas os transgênero se submetem a cirurgias ou a um tratamento com hormônios para mudar de sexo.
A confusão começa pelo fato de haver dois conceitos diferentes considerados corretos para "identidade de gênero". Um deles é o explicado pela psicóloga. O outro se refere ao gênero atribuído ao indivíduo baseando-se no que a pessoa reconhece como "papel social de gênero". Os papeis de gênero são padrões de comportamentos aprendidos em sociedade como características específicas dos gêneros masculino ou feminino. Isto inclui o uso de determinados tipos de roupas, de penteados, etc. A psicóloga Jaqueline Jesus diz que a identidade de gênero destaca o gênero (masculino ou feminino) com o qual a pessoa se identifica, podendo concordar ou não com o gênero biológico que lhe foi atribuído desde seu nascimento. Para complicar ainda mais a situação, surgem outras palavras: "transexuais" (heterossexuais, bissexuais, etc.), "cisgênero" (pessoas cujo gênero é o mesmo designado no nascimento), "cissexual" (o mesmo que "cisgênero"), etc.
Se já é difícil os estudantes de ensino médio lidarem com as palavras e as regras gramaticais já conhecidas, como querem que eles lidem com essas palavras que parecem mais relacionadas à linguagem profissional dos psicólogos do que à linguagem de leigos? Se nem os especialistas chegam a um consenso sobre esses conceitos, como querem que isto seja entendidos por leigos, ou por estudantes de ensino médio que nem sabem interpretar um texto?