terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Facebook Ajuda Crianças com Câncer no Brasil

A campanha
pode ajudar
no tratamento
de milhares de crianças.

Neste momento abro uma exceção no Redafácil para me referir a um fato muito importante em relação ao Facebook, a rede social mundialmente mais famosa e mais usada na Internet. Há algum tempo o Facebook não vem sendo apenas mais uma grande rede social onde as pessoas expõem opiniões, fazem denúncias, participam de debates, etc. Já se sabe que a rede social tem sido de grande importância para as pessoas divulgarem suas potencialidades profissionais, ajudarem-se umas às outras, e agora o Facebook se revela com grande potencial para campanhas como esta.
Sabe-se que o norte-americano Mark Zuckerber, co-fundador da rede que se tornou uma das melhores sucedidas empresas do mundo, é também um grande colaborador de causas filantrópicas. Por isto, já está no Facebook, desde junho deste ano, uma campanha protagonizada por crianças com câncer atendidas no Hospital Martagão Gesteira, de Salvador (BA). Quando o vídeo acima foi postado (junho de 2017), o hospital, que é filantrópico e, com muita dificuldade, consegue fazer 500 mil atendimentos por ano em diversas especialidades, precisava arrecadar US$ 9 milhões (nove milhões de dólares) para a construção de uma nova ala de oncologia. Porém, o hospital tem dívidas acumuladas em mais de R$ 20 milhões e um custo mensal de manutenção em torno de R$ 5 milhões. 


Você também pode ajudar na campanha através da Internet, pelo Facebook e por qualquer outra rede social, blog, etc. Assista ao vídeo para saber mais detalhes da campanha "Hello, Mark!" digitando a hashtag #hellomark. Quem quiser contribuir com dinheiro pode fazer a doação diretamente ao hospital deve telefonar para (71) 3032-3711. Para saber mais sobre o Martagão Gesteira, visite o site do hospital clicando aqui.

O Valor da Verdade no Mercado de Trabalho


É preciso muito cuidado
com as informações
a serem expostas
no curriculum vitae.



Há pessoas que cometem o grave erro de incluir em seu curriculum vitae informações falsas sobre cursos realizados ou experiências adquiridas. Se as informações forem falsas, o empregador descobrirá isto facilmente. Depois que isto ocorrer, a informação verdadeira se espalhará entre empregadores, mesmo concorrentes, sem o candidato ao emprego saber, e ele terá muita dificuldade para conseguir uma colocação ou recolocação no mercado de trabalho.
A necessidade do cuidado com o que se escreve numa redação não se limita apenas ao que se expõe no currículo. Com o tempo, os conhecimentos profissionais precisam ser reciclados, e essa reciclagem terá que ser comprovada, tanto na prática do trabalho quanto nas eventuais ocasiões em que o profissional terá que se comunicar através de redações. Em qualquer profissão, o que o profissional já sabe é muito importante, o que ele aprende é muito mais importante, e a rapidez com que aprende é mais importante ainda. Todos sabem que o mundo está sempre mudando e que suas transformações sempre causam grandes impactos na sociedade, nas atividades profissionais e nas relações trabalhistas. As transformações do mundo sempre trazem novas situações que obrigam as empresas e demais organizações a também promoverem constantes mudanças porque precisam se manter atualizadas. O mesmo exemplo deve ser seguido por cada funcionário e também pelos profissionais que optam por trabalhar como autônomos. 
O avanço da tecnologia de informação e a ampliação de condições de trabalho através da Internet estão fazendo o número de pessoas que optam por trabalhar como autônomos crescer muito, e aceleradamente, pois são muitos os que preferem evitar concorrências por vagas em locais de trabalho. Na maioria, são prestadores de serviços ou "freelancers"(*). Entretanto, se essas pessoas pensam que isto eliminam a concorrência, estão muito enganadas. Cada pessoa terá que comprovar que é um excelente profissional, capaz de proporcionar à sua clientela o que outros profissionais de sua mesma área de atuação não proporcionam. Ter que criar inovações constantemente. Terá que realizar mudanças contínuas.
Também já são muitas as empresas que mantém seus funcionários nos empregos, mas fazendo-os trabalhar em casa. Enquanto trabalham, esses funcionários mantêm contatos com clientes e chefes através da Internet, obtendo resultados até melhores do que os que seriam conseguidos se trabalhassem nas empresas. Isto ocorre porque há uma diferença entre "trabalhar na empresa" e "trabalhar para a empresa". Quem diz que trabalha na empresa demonstra que só trabalha porque precisa do salário para sobreviver. Quem tem prazer pelo trabalho que realiza diz que trabalha para a empresa, estando nela ou em casa durante o trabalho. É claro que, com os funcionários trabalhando em casa, a empresa obtém uma economia significativa porque elimina as despesas causadas pela preservação de funcionários fixos em seus escritórios e departamentos. Por seu turno, o profissional também recebe grandes vantagens se mantiver sua autodisciplina, administrando seu próprio tempo e seu próprio dinheiro. 
As pessoas que se recusam em aceitar essa nova forma de trabalhar veem nela um afastamento entre o funcionário e a empresa. No entanto, experiências já realizadas e os casos de empresas que já adotaram esse sistema tem comprovado que isto aumenta a relação entre o empregado, a clientela e a empresa. As frequentes mudanças profissionais, tecnológicas e sociais estão fazendo com que muitas profissões de longa existência não existam mais. Isto faz com que as empresas e demais organizações eliminem cargos que estão se tornando obsoletos. Eles estão sendo eliminados dos processos de produção. Isto, porém, não significa que essas pessoas tenham que ser demitidas. A empresa pode e deve promover uma reciclagem de pessoas, funções e procedimentos. Os próprios funcionários, se forem pessoas bem informados sobre tudo que ocorre no mundo atual, e se tiverem real interesse em obter sucesso como profissionais, tratarão de buscar meios de promover essa reciclagem por eles mesmos. 
Isto é necessário porque todo profissional sabe que precisa que estar sempre melhorando suas capacitações para atender às constantes novas demandas. O tempo em que ser especializado em apenas uma coisa era suficiente já passou. Atualmente o profissional precisa principalmente ter consciência de que sua "clientela" é, na verdade, toda a humanidade. É preciso especializar-se em tudo que puder e aprender a filtrar as informações que recebe, sabendo escolher os dados mais adequados para a finalidade e para determinados momentos.  

(*) "Freelancer" é o profissional que oferece serviços a uma ou várias empresas sem vínculo empregatício. É o caso de muitos jornalistas, profissionais de marketing e propaganda, locutores, etc. 

domingo, 28 de janeiro de 2018

O que é um "mantra"?

Mantras numa rocha em Namche Bazaar,
no Nepal.
"Mantra"
é uma palavra muito usada
como metáfora
nas redes sociais.


Um fato que ocorre com muita frequência: o que se torna um hábito nas redes sociais online também se torna um hábito nas redações. É o que vem ocorrendo com a palavra "mantra". Com muita frequência, simpatizantes da chamada "esquerda" na política brasileira dizem que os direitistas estão sempre "dizendo os mesmos mantras". Com isto, querem dizer os discursos dos defensores da direita são repetitivos. Entretanto, parecem não perceber que o hábito de dizer "os mesmos mantras" também já está se tornando algo muito repetitivo. 
Esse hábito já está saindo dos limites da política e se incluindo na linguagem do dia-a-dia de muita gente. Está se tornando mais presente também nas redações, mas há estudantes que, ao que parece, querem saber se estão usando a palavra corretamente nos contextos. Eles perguntam o que é um "mantra", e se tal palavra existe na língua portuguesa. Sim, existe, mas é originária do sânscrito, a principal língua usada nas cerimônias hindus. Lembre-se: "hindu" não é uma pessoa nascida na Índia, é o seguidor ou qualquer coisa que se refira ao hinduísmo, uma religião que é adotada pelos indianos (habitantes da Índia) praticamente como um modo de vida. 
Na verdade um mantra nem chega a ser somente uma palavra. Pode ser uma palavra, apenas uma sílaba ou mesmo um fonema, ou ainda uma expressão. Os mantras são repetidos várias vezes durante exercícios de meditação. Os praticantes acreditam que os sons dos mantras têm poderes psicológicos e espirituais. São considerados expressões sagradas, mesmo quando não têm uma estrutura sintática. Segundo os estudiosos, os mantras considerados como os mais antigos foram escritos há cerca de três mil anos.
A palavra "mantra" vem sendo muio usada no Brasil para significar discursos repetitivos, mas também com o sentido de fórmulas estruturadas de pensamentos - principalmente pensamentos políticos. Jan Gonda (1905-1991), um holandês famoso por seus estudos sobre a cultura indiana, definiu os mantras como versos, fórmulas ou sequências de palavras que contêm elogios. Dentro desta linha de raciocínio, ao dizemos que alguém está sempre repetindo os mesmos mantras, nossa mensagem pode ser interpretada como se quiséssemos dizer que esse mesmo alguém está sempre elogiando alguém. 

sábado, 27 de janeiro de 2018

Língua, Linguagem, Idioma e Dialeto

"Linguagem" e "idioma"
são coisas correlatas,
mas diferentes. 

"Linguagem" é uma palavra que abrange vários conceitos. Pode ser uma capacidade considerada exclusiva dos humanos para adquirir, usar e desenvolver complexos sistemas de comunicação através da fala e/ou da escrita. Pode também se referir à forma como pessoas de um mesmo grupo - uma tribo indígena, uma nação, etc. - compartilha suas formas de comunicação por esses mesmos meios, por sinais, gestos, etc. As linguagens são objetos de estudo da linguística
A língua é um órgão muscular situado na boca, mas sua importância para a nossa capacidade de falar é tão grande que seu nome também passou a significar cada um dos idiomas falados por grupos étnicos, nações, etc. Em sentido linguístico, "língua" é uma forma reduzida "língua natural" (língua portuguesa, língua inglesa, língua tupi, língua guarani, etc.). Também conhecida como "idioma", é qualquer linguagem desenvolvida naturalmente por um grupo humano, de forma não premeditada, mas elaborada graças à nossa capacidade intelectual.
Há também as línguas construídas. São também chamadas "idiomas artificiais". Tais idiomas são projetados e definidos por um pequeno grupo de pessoas para. Ao contrário destas, as línguas naturais evoluem como parte da cultura de um povo. Entretanto, as línguas construídas não devem ser confundidas com as linguagens planejadas. "Linguagem planejada" é uma expressão usada para se referir a uma língua auxiliar. Esta, por sua vez, é conhecida como "língua auxiliar internacional", e com frequência é representada pela sigla "IAL" (de seu nome em inglês: International 
Algorithmic Language" - "Língua (ou 'Linguagem') Algorítmica Internacional". As IAL também são conhecidas como interlínguas. São criadas para facilitar a comunicação dentro de um pequeno grupo de pessoas de diferentes nações que não dominam o mesmo idioma. 
Existe também a expressão "língua nativa". Trata-se da primeira língua que as crianças aprendem, e que geralmente correspondem a um grupo linguístico com que a pessoa se identifica culturalmente. Por isto, a IAL é também interpretada como "segunda língua", mas a palavra "segunda", neste caso, tem apenas a função de distingui-la da língua materna (a língua que aprendemos devido aos nossos primeiros contatos com nossas mães). 
Algumas pessoas costumam confundir "dialeto" com "sotaque". Tais confusões já foram notadas em algumas redações de alunos até mesmo de cursos superiores. O sotaque é uma maneira particular pela qual a maioria das pessoas de uma determinada região (por exemplo, estados do nordeste do Brasil, zonas rurais do estado de Minas Gerais, etc.) pronuncia determinados fonemas. O dialeto é a forma como a língua é falada numa região específica, incluindo palavras que não são comuns em outras regiões onde se fala oficialmente o mesmo idioma. No estado do Rio Grande do Sul, o idioma oficial é o mesmo falado em todo o Brasil - o português - mas com algumas palavras especificamente faladas por habitantes daquele estado principalmente nas zonas rurais, tais como "zorrilho" (gambá), entre várias. Os dialetos variam por muitas razões, e as principais são as situações geográficas e as sócio-econômicas. 

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

"Isto", "Isso", "Este" e "Esse"

"Quando devo dizer
'isto', 'isso', 'este' ou 'esse'?"

Esta é uma dúvida frequente, principalmente entre estudantes, mas não somente entre eles. Alguns perguntam se essa dúvida pode causar perda de pontos numa redação. Isto dependerá dos critérios dos corretores, mas tal possibilidade existe porque o emprego da palavra de forma errada significa o desconhecimento de seu significado. Veja como o uso correto das quatro palavras é fácil:
"Isto", "isso", "este", "esta", "esse", "essa", "estes", "estas", "esses" e "essas" são palavras que indicam um fato ou um objeto que está sendo tratado num texto, numa conversa, numa informação, etc. "Isto" é uma palavra que deve ser usada pela pessoa para se referir a um objeto que está com ela. "Isso" é a palavra referente a um objeto que está com outra pessoa ou próximo, mas não com ela. Veja os exemplos abaixo.

Como mostra a ilustração, o que difere "isto" de "isso" é a referência. "Isto" é o que está comigo. "Isso" é o que está perto de mim. O mesmo acontece com "este" e "esse". "Esse lugar" é o lugar no qual a pessoa que fala está enquanto fala. "Esse lugar" é o lugar do qual a pessoa fala mas não está nele. "Esta sala" é a sala onde eu estou. "Essa sala é a sala sobre a qual estou falando enquanto não estou nela. "Esta situação" é a situação na qual eu estou ou nós estamos. "Essa situação" é uma situação à qual eu me refiro sem me incluir nela.
"Isto" e "isso" também são palavras usadas para indicar vários objetos ao mesmo tempo sem citar seus nomes. Neste caso, significam, respectivamente, "estas coisas" e "essas coisas". "Este", "esta", "estes" e "estas" se referem a objetos ou fatos bem definidos, tais como "este carro é amarelo", "essa chave é sua", "esses fatos são corriqueiros", "essas coisas acontecem", etc. 

Dúvidas? Por favor, faça sua pergunta.  

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

O "Planejamento Estratégico"

Todos os planejamentos
são estratégicos,
mas a aceitação desta redundância
tem um motivo.


Os administradores de empresas usam a expressão "planejamento estratégico" para se referir a um plano para que a empresa continue atuante por longo tempo no mercado ao qual se destina. Entretanto, basta apenas usar a palavra "planejamento". "Planejamento estratégico" é uma redundância"Planejar" é elaborar um plano. "Plano" é uma forma elaborada para se conseguir um objetivo. É uma forma de coordenar ações para a obtenção de resultados desejados. A estratégia é uma combinação de ideias para superar ou evitar possíveis obstáculos para se obter uma meta. Portanto, "estratégia" é o mesmo que "plano". Esta linha de raciocínio nos faz concluir que todo plano é uma estratégia. 
Apesar disto, essa redundância é amplamente usada em palestras, conferências e redações sobre empreendedorismo, gestão e temas afins. Entretanto, é uma redundância aceitável em certos contextos porque há uma flexibilidade nos conceitos de "plano" e "estratégia" que permite definir o estabelecimento de metas em contextos diferentes. A estratégia é interpretada com maior frequência não exatamente como apenas um plano, mas como a síntese de uma ideia a partir da criatividade para estabelecer a ideia como a base para alcançar os objetivos. Já o plano se refere á organização de uma metodologia específica baseada na ideia. Portanto, mesmo que o autor do texto saiba a expressão "planejamento estratégico" é uma redundância, seu uso é aceito para destacar a ideia como ponto de partida para uma ação ou realização. 

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

O que é uma "linha de produtos"?

Todos estes produtos são fabricados pela Bombril.
São produtos diferentes, mas de uma mesma linha:
a de limpeza.
A linha de produtos
de um fabricante
não inclui necessariamente
todos os seus produtos. 


Isto é algo que precisa ser aprendido pelos alunos já no ensino médio: muita gente pensa que o que se chama "linha de produtos" inclui todos os produtos de uma fábrica, mas esse pensamento não é correto. Talvez isto ocorra porque são frequentes as mensagens comerciais em que se diz "veja a nossa linha de produtos" - e é realmente mostrada uma linha de produtos. Porém, atualmente as empresas fabricantes estão diversificando suas produções. Muitas empresas famosas por fabricar refrigerantes, por exemplo, agora atuam também nos ramos de vestuário, automóveis, medicamentos, etc. Assem, cada empresa fabricante produz várias linhas de produtos.
Ao tratar sobre o tema numa redação, o autor do texto precisa saber que uma linha de produtos - ou linha de produção - é um conjunto de produtos diferentes mas com a mesma finalidade. O exemplo da foto mostra uma linha de produtos para limpeza. Outro exemplo seria um conjunto de peças para vestuário. Outro exemplo: sapatos, sandálias, chinelos, tamancos, botas, tênis, sapatênis, etc., compõem uma linda de calçados. 
Além disto, uma linha de produtos também se caracteriza por sua amplitude, sua profundidade e sua extensão. A amplitude se dá pelo fato dela integrar produtos que podem ser incluídos em outras linhas. Por exemplo, produtos de limpeza junto com produtos como cremes dentais formam também uma outra linha de produtos: a de higiene. A máquina de lavar roupas pode ser  incluída nas linhas de eletrodomésticos, de limpeza e de higiene.
A profundidade da linha é observada pela quantidade de diferentes produtos que a integram. A extensão - profissionalmente conhecida como "extensão de composto de produtos" - inclui todos os itens da produção, especificando o que a empresa oferece ao mercado consumidor. Isto quer dizer que quanto mais extensa for a linha de produtos, mais adequado será o ajuste da empresa às necessidades dos consumidores. Desta forma, o sucesso da participação no mercado cresce porque a linha cada vez mais diversificada facilita a qualificação de cada produto, aproximando-o cada vez mais do que seria o ideal (aquele produto procurado pelos consumidores mais exigentes). 
A extensão também ajuda a diminuir dúvidas. Através dela, os benefícios que a empresa recebe graças aos produtos que alcançam bom desempenho compensam os problemas causados pelos que não obtiveram a performance ideal. Entretanto, os produtos mal sucedidos devem ser retirados da linha; caso contrário, poderá ocorrer uma redução na rentabilidade das versões bem sucedidas.
Acredito que esses dados sejam suficientes para vocês terem uma ideia de como se preparar para fazer uma redação sobre linhas de produtos. Entretanto, aprender mais nunca é demais. Pesquisem mais a respeito. Embora talvez nenhum de vocês pretende se tornar um empresário fabricante ou um executivo empresarial, todos vocês serão sempre consumidores de todos esses tipos de produtos. É sempre muito importante que os consumidores aprendam cada vez mais sobre o que consomem ou algum dia terão que consumir.


terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O que é um "coaching"?

Bom relacionamento:
se um faz a linha, o outro fornece o carretel. 
Além de ser
desnecessária,
a palavra é usada
de forma errada.


Gosto da língua inglesa, entendo-a, mas na minha opinião não a razão para usar palavras de outros idiomas num texto em português se existem palavras ou expressões em português com o mesmo significado. No caso de "coaching", palavra que vem sendo muito usada quando o assunto e relacionado a atividades empresariais, além de não ser necessária, a palavra é usada de forma equivocada.
No entanto, como se trata de uma palavra já bem aceita no âmbito empresarial, se alguém preferir usá-la em suas redações, sinta-se à vontade para isto. A palavra é usada para significar "treinador", mas isto começou quando ela foi usada pela primeira vez como uma metáfora, lembrando os "cocheiros", aqueles homens que conduziam as diligências do Velho Oeste, nos Estados Unidos, no século XIX. Uma metáfora como referência à pessoa que conduz, o orientador, o norteador... enfim, o treinador. Entretanto, a palavra correta para este significado em inglês, mesmo como metáfora, é "coach". "Coaching" significa "conduzindo", a forma do verbo "conduzir" no gerúndio. "Coach" é que significa "condutor", a pessoa que tem a função de conduzir.
Se você pretende usar a palvra "coaching" (que, embora usada de forma errada, já é muito aceita) ou "coach" numa redação, é importante saber com um pouco mais de profundidade os significados a elas atribuídos no mundo dos negócios. O "coaching" é uma atividade (não a pessoa que a exerce) cujo objetivo é ajudar outras pessoas a mudar ou abandonar hábitos adquiridos para melhorar seus desempenhos funcionais, tornando-as profissionais melhores. O "coach" tem a função de apoiar os profissionais em período de qualificação em todos os níveis desse processo. 
É o "coach" quem tem que ajudar o apoio que faz um bom profissional se tornar um excelente profissional. Cabe a ele ajudar o profissional a obter a definir e obter as metas necessárias. Cabe a ele fazer o profissional não precisa se destacar mais do que seus colegas de trabalho, mas tanto quanto eles. O sucesso tem que ser alcançado pela equipe de trabalho, não apenas por cada membro dela. Por todas essas razões e pelo fato de existir a tradução correta em língua portuguesa, eu prefiro não dizer "coach" ou "coaching". Prefiro dizer "treinador de pessoal". 

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

A Origem e os Significados do Verbo "Orientar"

Estes exemplos ilustram
os significados de "orientação" e "norteamento".
"Orientação"
é uma palavra 

com vários significados
inter-relacionados.


Numa postagem no Linkedin, uma pessoa discordou da forma como a palavra "orientação" foi usada. Ela disse que, na verdade, o verbo "orientar" significa "mostrar a direção do oriente", e que isto nada tem a ver com os atos de instruir ou treinar pessoas.  Esta pessoa precisa entender que, em vários idiomas, muitas são as palavras que surgem com um determinado significado e, com o passar do tempo, ganha outros, alguns destes podendo ser até mesmo o contrário do significado original. 
Os estudantes estão acostumados a ouvir falar em "orientação profissional", "orientação social", "orientação sexual", "orientação religiosa", etc. Isto acontece porque a palavra "orientação" realmente significava, originalmente, "em direção ao oriente (ou "leste"). Entretanto, com o tempo, passou a significar a determinação de todas as direções a partir do local em que a pessoa se encontra. Mais tarde, inicialmente como uma metáfora  mas, depois, definitivamente considerada como com sentidos corretos, "orientação" também passou a ser associada a "educação", "treinamento", "demonstração" e tudo que seja referente a ensinamentos. 
Algo semelhante ocorreu com a palavra "norteamento". Inicialmente esta palavra significava "em direção ao norte". Atualmente, tem o mesmo sentido de "educação", "conscientização", etc. Ou seja: tem os mesmos significados de "orientação". Observem um detalhe: o norte e o leste, que é como também se chama o oriente, são duas direções diferentes. Entretanto, atualmente os verbos "nortear" e "orientar" são sinônimos, assim como "norteamento" e "orientação". 

O Significado de "Politicamente Correto"

Exemplos de coisas politicamente incorretas,
mas muito citadas como "politicamente corretas".
Uma expressão
muito usada,
mas nem sempre
corretamente.

Assim como tem ocorrido com palavras e expressões como "empreendedorismo", que é uma palavra incorreta (*); "planejamento estratégico", que é uma redundância (**), ou com essa mistura de futuro com gerúndio lamentavelmente praticada nos noticiários e em textos jornalísticos ("estará realizando" em vez de "realizará", por exemplo), a expressão "politicamente correto" tem se tornado mais um modismo linguístico. Neste caso, a expressão é pronunciada e escrita corretamente, mas tem sido muito usada por pessoas que querem dizer o contrário de seu significado correto. Há também outro pensamento equivocado: o de que "politicamente correto" é uma expressão que significa um conjunto de ideias impostas a pessoas, obrigando-as a renunciar a seus próprios critérios.
"Política" é o conjunto de tudo que se refere à organização, à direção e à administração de uma nação ou de um Estado. "Estado", neste caso, não é uma unidade federativa como o Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, etc. Estado (palavra iniciada sempre por "E") é o sistema de governo, seja federal, estadual ou municipal. Cada unidade federativa é um estado (palavra iniciada sempre por "e"). Também é "política" tudo que seja relacionado a direitos e deveres dos cidadãos e das cidadãs. Portanto, o "politicamente correto" é tudo que é feito honestamente, tudo que é dito sinceramente mas, acima de tudo, de forma respeitosa, sem ofensas, sem atitudes, palavras e expressões grosseiras e agressivas. 
Isto acontece desde o momento em que, há alguns anos, alguém a usou de forma irônica. Tal como a irônica expressão popular "é brincadeira", que usamos frequentemente para algo que consideramos um erro grave cometido por alguém. Em razão disto, a expressão "politicamente correto" vem sendo usada por estudantes, profissionais de diversas áreas (inclusive diplomados em nível superior) e até mesmo por pré-candidatos e militantes de partidos políticos que se preparam para concorrer nas próximas eleições para expressar o que, na verdade, é politicamente incorreto.
Isto também ocorre muito em postagens que muitas pessoas fazem nas redes sociais online. É preciso que as pessoas estejam atentas para a gravidade disso. À primeira vista, parece não ser nada demais, mas o uso incorreto tem se alastrado de tal forma que é possível perceber claramente que, numa prova em concurso público ou num vestibular, havendo questões de interpretação de textos com as expressões "politicamente correto" e/ou "politicamente incorreto", os resultados seriam desastrosos em todo o país. O mesmo ocorreria com relação a questões relacionadas à política, pelos mesmos motivos referentes ao caso dos candidatos às eleições. 
Uma pessoa que demonstra não conhecer os significados certos de "politicamente correto" e "politicamente incorreto" também demonstra não conhecer conceitos fundamentais de política. Demonstra ignorar, por exemplo, que a política é algo que na verdade todos nós praticamos constantemente. A política é o conjunto de todas as atividades relacionadas à organização, direção e administração de municípios, estados, províncias, países e nações, mas inclui também todas as atividades dos cidadãos relacionadas ao exercício da cidadania (o voto, o uso e a exigência de direitos, etc.). 
Quanto a "países e nações" (a forma como me expressei neste texto), expresso-me desta forma porque "país" e "nação" não são a mesma coisa. "Nação" é um grupo de pessoas pertencentes a uma mesma etnia ou de descendência mista (de várias etnias), que falam o mesmo idioma, mantêm os mesmos costumes e as mesmas tradições, formando o que chamamos de "povo". Uma nação é toda a população do país, mas também pode ser a população de uma cidade ou de um estado. Ou seja: algumas nações são partes de uma nação mais abrangente. Uma tribo indígena é também uma nação. Um país é uma região geográfica como o Brasil, associado a um Estado (***) que é o conjunto de instituições que formam o âmbito do governo federal. No Brasil essas instituições são as Forças Armadas (Exército, Marinha e Força Aérea). Países como o Brasil e os Estados Unidos são formados por divisões geográficas e políticas chamadas "Unidades da Federação" ou "estados", mas há países cujas unidades são chamadas "províncias", como no caso da Inglaterra, ou "departamentos", como na Argentina. Podemos resumir tudo isto dizendo que um país é uma área territorial na qual vive uma população governada por meio de uma constituição escrita, tal como a nossa Constituição da República Federativa do Brasil - ou "Constituição Federal". 
A expressão "politicamente correto" se refere ao uso de uma linguagem e/ou à realização de atitudes com a tentativa de evitar que estas possam ser interpretadas como ofensivas. É uma forma de se tentar evitar interpretações que possam considerar textos e atitudes como evidências racistas ou de qualquer tipo de preconceito. O "politicamente incorreto" expressa e demonstra ofensas e preconceitos de todo tipo, sem se preocupar com as pessoas que se sentirão ofendidas. 
Isto significa que o "politicamente correto" diz ou escreve o quer, mas tentando fazê-lo de forma respeitosa, cordial, mesmo sendo informal. O "politicamente incorreto" demonstra ser egocentrista e egoísta, faz o que quer sem se preocupar se com suas formas de se expressar ofenderá outras pessoas, agindo como quem acha que o mundo tem que girar ao seu redor, usando palavrões e desrespeitando regras. Não quer ser subordinado a regras, mas contraditoriamente tenta impor as dele. Ou seja: diz que não aceita imposições mas quer que todos aceitem o que ele tenta impor. 
Falsamente ou por desconhecimento de seu significado real, a expressão "politicamente incorreto" é indevidamente usada por muitas pessoas que demonstram posturas discriminatórias e expõem propositalmente ideias polêmicas que possam interpretadas como "imorais" - e na maioria dos casos são mesmo. Mas o problema maior é que muitas pessoas, ao usarem as expressões com significados contrários, dizem uma coisa quando querem dizer outra, e podem ser prejudicadas por isto. Quanto às pessoas que usam linguagens e praticam atitudes de fato politicamente incorretas sabendo disto, estas são as piores inimigas de si mesmas, pois elas mesmas já se prejudicam. 

(*) Incorreta porque um empreendedor pratica empreendimentos. Assim como quem pratica iatismo é "iatista" e quem pratica automobilismo é "automobilista", seguindo corretamente o que determinam as regras gramaticais, concluímos que se o nome dado à atividade fosse "empreendedorismo", seu praticante seria um "empreendedorista", não um empreendedor. 
(**) Todo planejamento é uma estratégia; portanto, não existe planejamento que não seja estratégico. 
(***) "Estado" (com "E" e não com "e") é tudo que se refere ao governo de um estado (ou uma província) e de um país, e "estado" (com "e", e não com "E") é uma unidade da federação (UF), como o Espírito Santo, o Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, etc. (no Brasil).

sábado, 20 de janeiro de 2018

Atos Jurídicos, Negociações Coletivas e Convenções Coletivas de Trabalho


Convenções coletivas
não são
atos jurídicos.

Frequentemente, nas redações jornalísticas e de profissionais de diversas categorias, quando o assunto é relativo às negociações entre sindicatos e a Justiça do Trabalho, a expressão "ato jurídico" é usada quando na verdade se trata de uma convenção coletiva de trabalho. Isto é um erro que precisa ser evitado, pois desta forma o autor da redação demonstra que desconhece o assunto sobre o qual ele escreve.  
"Ato jurídico" é um ato que causa o surgimento, a modificação ou a extinção de relações e direitos das partes envolvidas nas negociações. A convenção coletiva de trabalho determina obrigações e direitos para ambas as partes, e tanto as obrigações como os direitos estabelecidos nela devem ser respeitados durante  um determinado prazo de vigência. Deve-se ressaltar que suas cláusulas não podem ser contraditórias em relação às legislações municipais, estaduais e federais, embora elas às vezes criem para os empregados condições mais favoráveis do que as leis. 
Também percebe-se em muitas redações a convenção coletiva sendo tratada como "negociação coletiva". A convenção coletiva de trabalho é um resultado da negociação coletiva de trabalho. Essa negociação é realizada através de comissões escolhidas entre as partes envolvidas em assembleias com poder de negociação em nome das categorias por elas representadas. O primeiro passo é dado geralmente pelos sindicatos que representam as categorias profissionais dos funcionários, quando essas entidades enviam a lista de reivindicações ao sindicato que representa os empresários. Tudo que se refere à relação de trabalho pode e deve ser inserido na CCT (Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática), no Senado, dentro dos limites permitidos pelas leis. 

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Como Fazer uma Boa Redação Promocional

Uma boa redação promocional 
só é possível 
com trabalho em equipe.


A redação promocional é um tipo de redação que não visa apenas informar sobre a existência de um determinado produto ou serviço no mercado, mas promover esse produto ou serviço. "Promover" significa destacar as vantagens do que está sendo oferecido, não com o intuito de fazer com que todos os consumidores o adquiram, mas de fazer um determinado tipo de consumidor entender por que o produto ou serviço é importante para ele. 
Público-alvo é um público específico que faz parte do que os especialistas em marketing chamam de "segmento de mercado". Trata-se de um grupo de consumidores identificado dentro do mercado, integrado por pessoas que aparentemente têm as mesmas necessidades ou pretensões de aquisição de um determinado tipo de produto ou de serviço. Quando se faz uma redação publicitária com o objetivo de promover o que está sendo oferecido - ou seja, de destacar as vantagens oferecidas pelo produto ou serviço anunciado - é preciso observar que a mensagem é destinada a pessoas com uma mesma finalidade, mas que são pessoas diferentes, de personalidades diferentes, gostos diferentes, opiniões diferentes, etc. Por isto o texto final, geralmente produzido pelo redator publicitário, é feito em regime de parceria com um diretor de arte, que é o profissional que administra a parte artística (por exemplo, uma lustração), que acrescenta funções ao texto. 
Entretanto, é possível redigir um texto promocional sem a participação do diretor de arte quando não se pode contar com ele. Neste caso, destaca-se a necessidade ainda maior da criatividade na mensagem escrita. Antes da redação ser iniciada, é necessário um estudo profundo sobre segmentação de mercado e as características de cada segmento. A partir dos resultados desses estudos (que obviamente tem que ser feito por uma equipe de profissionais), os envolvidos no trabalho precisam elaborar um processo adequado de escolha de um ou mais segmentos e definir a política de marketing para cada segmento escolhido. 
Não é um trabalho simples, pois envolve critérios demográficos, geográficos, econômicos, de personalidade, de estilo de vida de cada consumidor, de comportamento de cada consumidor, de atitudes psicológicas dos consumidores em relação ao produto ou serviço, etc. Além de tudo isto, é preciso lembrar: também há profissionais trabalhando arduamente para promover produtos e serviços concorrentes. 
Uma boa redação promocional precisa ser baseada, portanto, em critérios geográficos, psicográficos, demográficos, comportamentais, políticos, etc. Uma vez escolhido o segmento de mercado, para demonstrar numa redação o quanto o produto ou serviço é vantajoso para aquelas pessoas, é preciso fazer antes um levantamento que revele até que ponto esse segmento escolhido é vantajoso para a promoção do produto ou serviço. A dimensão do segmento, literalmente em todos os sentidos, tem que estar de acordo com a dimensão da empresa que oferece o produto ou serviço e, neste caso, o contrário também é necessário. No mundo de hoje, como o processo de globalização econômica num avanço cada vez mais acelerado, somente através de todo esse trabalho realizado por uma equipe de excelentes profissionais o retador terá capacidade de reunir dados capazes de produzir uma boa redação promocional.

"Ar Condicionado" ou "Condicionador de Ar"?

O aparelho não é um "ar condicionado",
é um condicionador de ar.
Pode-se ligar
o condicionador de ar,

não o "ar condicionado".


É grande o número de pessoas que, em determinados ambientes, pedem que alguém ligue ou desligue o "ar condicionado". Muita gente diz "eu comprei um ar condicionado". Este é um erro corriqueiro até nos anúncios comerciais para vender os aparelhos.
"Ar condicionado" é - como a expressão já indica - o ar submetido a um condicionamento dentro de um ambiente (uma sala, um quarto, etc.). Esse condicionamento é um processo de remoção de ar quente, substituindo por um ar com uma temperatura mais baixa ou mais confortável. Ou seja: é um processo de resfriamento do ar no ambiente.
O nome correto do aparelho que funciona para que esse condicionamento do ar ocorra é "condicionador de ar". Algumas vezes ele é chamado "aparelho de ar condicionado", o que também não é correto, pois o aparelho não é feito de ar. Neste caso, a forma correta é "aparelho para condicionamento de ar".