sexta-feira, 15 de setembro de 2017

"Lei", "Ordem", "Regra" e "Norma"

Essas três palavras
costumam ser usadas
como se tivessem
o mesmo significado.
Será que isto é correto?


Numa redação, como em qualquer momento na vida, é preciso termos cuidado com as palavras que usamos. Não são raros os momentos em que nos deparamos com palavras diferentes que têm mesmo significados ou que muitas pessoas as usam como se tivessem o mesmo significado. Para evitarmos interpretações equivocadas sobre o que queremos dizer ou informar, temos que ter muito cuidado quanto a isto. "Lei", "ordem", "regra" e "norma" costumam ser interpretadas como se fossem palavras com o mesmo significado: algo que somos obrigados a cumprir ou obedecer.
Uma lei não é uma regra, é algo criado para estabelecer regras. Também não é uma norma, é algo que inclui várias normas. As normas são razões ou motivos para a obrigatoriedade de um ato. Elas são expressas através de ordens ou de permissões. Uma ordem é uma determinação, uma obrigatoriedade estabelecida por uma autoridade judicial ou hierárquica. Uma permissão é uma autorização legal ou uma concessão.
Quando se diz que toda regra tem exceção, a palavra "regra" assume o significado de "maioria". Não se deve confundir isto com "generalização". A generalização inclui o todo, sem admitir uma exceção. A regra é um princípio usado como padrão para o estabelecimento de uma norma, de disciplina comportamental e, portanto, de ordens. Neste caso, a palavra "ordem" passa a ser interpretada como "organização" ou o conjunto de elementos que visam estabelecer uma organização. Portanto, "ordenar" significa "mandar", mas pode também significar "colocar em ordem", "organizar". Conclui-se, desta forma, que as quatro palavras não têm o mesmo significado, mas cada uma delas tem um ou mais significados que, direita ou indiretamente, estão relacionados aos significados das outras três. No entanto, isto pode ser resumido da seguinte forma:
  • Lei: estabelecimento de normas.
  • Norma: estabelecimento de regras.
  • Regra: estabelecimento de disciplina ou padrão.
  • Ordem: determinação, mandado.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A forma correta é "Estado" ou "estado"?

Estes são os estados brasileiros.
As duas formas
estão corretas,
mas cada uma
tem significados
diferentes. 


A dúvida ainda persiste entre muitas pessoas. Muitos são os estudantes que se preocupam com isto quando têm que empregar uma das duas ou as duas palavras numa redação. As duas palavras são escritas de formas diferentes, com a letra inicial maiúscula em alguns casos e minúscula em outros. Isto depende do significado a ser dado à palavra. 
Escreve-se "Estado" quando tem o significado de "governo", seja este federal, estadual ou municipal. O presidente da República e o governador de um estado são "chefes de Estado", pois cada um deles é a autoridade máxima de um governo. Veja que neste exemplo eu digitei "governador de um estado", pois quando se trata de uma das unidades federativas do Brasil (Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, etc.), a letra inicial é minúscula. 
A palavra "Estado" - com inicial maiúscula - representa uma forma organizacional de natureza política mais conhecida como "governo". No caso de um país como o Brasil, representa uma organização governamental que pode ser federal, estadual ou municipal. Nos três casos, inclui os Três Poderes: o Legislativo, que cria e aprova leis; o Judiciário, que julga ações ou situações em acordo ou desacordo com as leis; e o Executivo, que executa as ações do governo. No município, o Poder Legislativo é exercido pelos vereadores, que são os componentes da Câmara Municipal. No estado, esse poder é exercido pelos deputados estaduais, que compõem a Assembleia Legislativa. No país, o Poder Executivo é exercido pelo Congresso Nacional, que é dividido em dois setores: a Câmara Federal, que é composta por deputados federais; e o Senado, que é composto pelos senadores. 
Usa-se a palavra "estado" - com letra inicial minúscula - para se referir a uma situação (estado de saúde de uma pessoa, estado de conservação de um objeto, etc.)e para se referir a um dos estados do país, conforme já explicado anteriormente. Em caso de dúvida, é fácil resolver a questão: "Estado" é "governo" e "estado" é qualquer situação não relacionada à governos.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Os Significados de "Alavancagem"

Ilustração: Forex
A alavanca
é um instrumento usado
para alavancar algo.
De seu nome
vem a palavra 
"alavancagem".

Uma alavanca é um objeto usado para mover outro objeto multiplicando a força a ser aplicada para tal finalidade. A ilustração do "Mundo Educação" mostra um homem pré-histórico usando uma haste de madeira como alavanca. Baseando-se nisto, criou-se o verbo "alavancar", que significa criar meios que fortaleçam as possibilidades de se obter sucesso em empreendimentos. Também existe a palavra "alavancagem", que é o nome dado ao processo pelo qual se obtém esses meios.
Ilustração: Mundo Educação
Tanto o verbo "alavancar" como o substantivo feminino "alavancagem" têm sido usados frequentemente por políticos e na mídia. Com isto, "alavancagem" tornou-se sinônimo de "melhoria", "aprimoramento", mas também, de certo modo, de "incentivo", "motivação", etc. Isto tem levado muitos estudantes a usarem essas palavras também em suas redações, mas aí surge o cuidado necessário de saber empregá-las corretamente. Para isto, é preciso saber que há vários tipos de "alavancagem" e quais são seus significados.
Em tempos de crise econômica, usa-se muito a expressão "alavancagem financeira", que se refere a qualquer meio usado para multiplicar a rentabilidade, fazer o poder de compra crescer, etc. Quando o crescimento nas vendas de um produto provoca um lucro maior nos lucros, o processo que gerou isto é chamado "alavancagem operacional". É quando, por exemplo, o crescimento nas vendas num mês foi de 30% em relação ao mês anterior e o lucro bruto foi de 10 vezes esses 30%. Há também a "alavancagem combinada", que é o mesmo que "alavancagem total". 
Na verdade todos estes são tipos de alavancagem financeira, que revela o nível de endividamento utilizado para potencializar o retorno do capital investido. Uma empresa tem muita alavancagem financeira quando recorre quando contrai muitas dívidas externas para financiar seus ativos. "Ativos", neste caso, são bens, valores, créditos e todos os tipos de recursos que já foram patrimônios da empresa ou de uma pessoa e são avaliados pelos seus respectivos custos. Na verdade a expressão correta para esse tipo de ativos é "ativo financeiro".

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Gírias, Ditados e Expressões Populares nas Redações

A foto retrata a frase "Não adianta chorar pelo leite derramado".
Há situações
em que 
tais recursos
devem ser evitados.

Em redações como as que são exigidas no Exame Nacional de Ensino Médio, nos vestibulares e em concursos públicos, o uso de gírias, jargões, ditados e expressões populares não é proibido. Nem há razão para sê-lo, já que cabe ao autor da redação demonstrar que tem consciência de que é ele quem sabe como e em que momento se deve usá-las adequadamente. É preciso lembrar que nessas redações não se deve cometer a formalidade nem a informalidade excessivamente. Há situações em que esses recursos podem ajudar e outras em que eles têm que ser evitados. 
Gírias, jargões, ditados populares, etc., são exemplos de recursos linguísticos. Muitos desses recursos devem ser até criados numa redação(2). Outros, porém, devem ser evitados. A gíria é um destes casos. Ela é uma palavra metafórica(1) e geralmente tem o objetivo de ser engraçada. Por isto deve ser evitada quando o assunto requer seriedade. Não são apenas metáforas, nem sempre são palavras obscenas, mas são excessivamente informais. Portando, numa redação, numa entrevista para emprego e muitas outras situações elas precisam ser evitadas. 
"Jargões" são palavras, expressões ou frases que identificam, por exemplo, determinados personagens de telenovelas ou programa humorísticos da televisão, por ser constantemente repetidas por eles. Exemplo disto é a frase "E o salário, ó...", do professor Raimundo, personagem que foi interpretado por Chico Anísio durante anos. Outro jargão: "É vero!" - dito por personagens italianos interpretados por atores brasileiros na telenovela "Terra Nostra", da Rede Globo.
"Expressões populares" são expressões como "ossos do ofício", que significa problemas que têm que ser enfrentados quando se exerce uma profissão. Ou como "antes tarde do que nunca", numa referência a um fato que precisava ocorrer ou uma decisão que precisava ser tomada mesmo depois de muito tempo passado. Como todos os tipos de expressões, elas representam o pensamento de quem as utiliza, mas numa redação são necessários outros meios mais criativos para expressá-lo. 
Os ditados populares geralmente têm as funções de metáforas. Exemplo: "Neste barco eu não embarco", que significa "Não participo disto porque isto me causará problemas". Outro exemplo: "A vaca foi para o brejo", que significa que todas as tentativas pera evitar que algo ocorresse foram em vão. São frases populares, a maioria delas é de autoria e origens desconhecidas, mas sempre revelam experiências vividas, observações pessoais sobre certos fatos ou ainda conselhos. Um exemplo de ditado popular que representa um conselho: "Seguro morreu de vellho." - significa que é melhor buscar meios para se ter certeza de algo e garantir segurança.
Frases bíblicas, ditados ou ditos populares, expressões populares, jargões e gírias devem ser sempre evitadas numa redação. Mesmo que essa não seja a intenção do autor, elas podem causar ao leitor a impressão de que a pessoa que a escreveu usou-as como recursos para ocupar espaços que deveriam ser ocupados com outras expressões mais criativas. Ou seja: causam a impressão de que o autor tem um vocabulário muito restrito, dificuldade em se expressar sem tais recursos. Numa prova, isto pode causar reprovação. Entretanto, se o contexto da redação assim permitir, esses recursos podem ser empregados como nos exemplos abaixo.
  • A moça disse: "Assim não dá."
  • No bilhete, estava escrito: "Estou numa boa."
  • "Esse cara não me convence" - disse o policial ao repórter. 
Em situações como as dos exemplos acima, as expressões são usadas quando o autor da redação cita exatamente o que foi dito pela pessoa a quem ele se refere. É um recurso válido porque expressa as palavras exatas usadas por aquela pessoa segundo o autor. Isto pode ocorrer sem problemas também nos casos de usos de jargões, gírias, etc. Em situações não semelhantes a estas, o mais recomendável é evitá-los. 


(1) Leia aqui.
(2) Leia aqui.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

"Edifício", "prédio" ou os dois nomes estão corretos?

Edifício Copan,
um dos mais famosos de São Paulo (SP).
Tem 115 metros de altura,
32 andares e 120 mil metros quadrados
de área construída.
Estudantes perguntam:
é "edifício", 
"prédio"
ou os dois nomes
estão corretos?


Se você empregar a palavra "edifício" ao invés de "prédio" ou vice-versa numa redação, provavelmente não haverá problema algum, já que ambas são costumeiramente aceitas como sinônimas há muito tempo. Os dois nomes estão corretos mas é importante conhecer alguns detalhes sobre eles. Afinal, uma das duas palavras poderá estar mais adequada do que a outra em relação ao contexto em que ela terá que ser inserida.
A palavra "edifício" se relaciona ao verbo "edificar", que tem o mesmo significado de "construir". Entretanto, "edifício" não significa apenas "construção". Observe que a palavra tem o sufixo "ício", que indica uma finalidade. Exemplos: um produto alimentício tem a finalidade de servir como alimento. A palavra "ofício" tem a finalidade de indicar uma tarefa confiada a alguém ou uma atividade profissional. "Sacrifício" é uma atividade considerada sagrada para se obter um benefício para a própria pessoa que a pratica ou para outras pessoas. Portanto, um edifício é uma construção que tem uma finalidade: a de abrigar pessoas de modo que elas possam simplesmente residir neles ou realizar atividades profissionais, culturais, etc. Por isto há edifícios com residências (apartamentos) e também os que têm escritórios, consultórios médicos, etc. 
Os "arranha-céus" são os edifícios considerados os mais altos de uma cidade e com um formato de uma torre. São chamados de prédios porque geralmente são de caráter multifuncional: têm apartamentos residenciais, lojas comerciais, escritórios, consultórios, etc. Destacam-se entre os demais por serem os mais altos, o que faz com que eles sejam vistos também como pontos de referência, indicadores de direções, etc. Porém, nem todo prédio é um arranha-céu. Chama-se prédio um edifício construído dentro de uma determinada área ou terreno que, com ele, forma todo o conjunto de uma propriedade. 
Segundo Aurélio Buarque de Holanda, originalmente a palavra "prédio" se referia ao conjunto de um terreno incluindo as construções ou a construção dentro dele, mesmo que esta fosse apenas uma casa. Mais tarde, passou-se a chamar "prédio" principalmente a construção com pelo menos dois andares dentro de um terreno. Atualmente é muito comum as pessoas considerarem como "prédio" qualquer edifício, especialmente aqueles onde se realizam atividades diversas.

domingo, 10 de setembro de 2017

O Significado de "Baseado em Fatos Reais"

Um filme 
baseado em fatos reais
é um filme
com uma história real?


Esta é uma pergunta que algumas pessoas já me fizeram várias vezes e sugeriram que eu publicasse um artigo a esse respeito. Em primeiro lugar, explicarei o que é um fato. Muita gente pensa que "fatos reais" é uma redundância. Não é, pois um fato nem sempre é uma realidade. Um fato é algo cuja realidade pode ser comprovada, mesmo que ainda não tenha sido. Um fato é algo que ainda está para ocorrer quando dizemos que, diante de certas circunstâncias, "o fato será consumado". Quando dizemos isto, estamos falando de um fato que ainda não ocorreu e, por isto, ainda não é real. Os fatos podem ser interpretações, pontos de vista, opiniões. A realidade também, mas a palavra "realidade" é sempre usada por alguém ao considerar algo como inquestionável, indubitável. Os fatos podem ser considerados realidades segundo os interesses de quem os conta. A realidade, sendo mesmo uma realidade, independe de interesses. Os fatos se baseiam em interpretações; a base da realidade é a comprovação do acontecimento relatado. 
Quando, no início de um filme, surge a informação "Baseado em fatos reais" (em inglês: "Based on true events"), isto não significa que o filme conta uma história real. Neste caso, a atenção não deve ser relacionada às diferenças entre "fato" e "realidade", mas à palavra "baseado". Esta palavra informa que a história contada no filme não é real mas casos reais foram usados como bases para a criação da história. "Base" significa "apoio", "fundamentado". Portanto, "baseado em" significa "apoiado em", "fundamentado em". Quando se diz que o filme foi baseado em fatos reais, não se está dizendo que a história que ele conta é real, mas que acontecimentos verdadeiros foram usados para fundamentá-lo.  

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

A Informática e a Educação

A informática é,
atualmente, 
muito necessária
no currículo escolar.


Mesmo muitos adultos são constantemente vítimas de golpes aplicados através da Internet. Entretanto, esse potencialíssimo veículo de informação e comunicação já se tornou um elemento que não pode faltar em nossas vidas. A razão é muito simples: temos sempre que ter cuidado em quase tudo que fazemos na vida, mas não podemos deixar de viver. Esta mesma razão gera a necessidade de as crianças estarem habituadas desde cedo ao uso da informática. As vidas delas dependerão muito disto - ainda muito mais do que as nossas.
"Informática" é um termo cujo significado engloba todos os conhecimentos, as práticas, os instrumentos e a tecnologia usados para transmissão, recepção e processamento de informações do mundo atual. As principais ciências relacionadas a ela são ciência da computação, teoria da informação (TI) e suas atividades incluem desde processos de cálculos a análises numéricas. É claro que quem tem que utilizar computadores, celulares e a Internet não precisa ter profundos conhecimentos sobre essas ciências, mas terá que fazer isto em muitos momentos da vida, seja em casa ou no local de trabalho. As crianças de hoje usarão tecnologias muito mais sofisticadas quando forem adultas, mas se elas começarem a se familiarizar com esses instrumentos desde já, tudo para elas ficará mais fácil no futuro. 
Costuma-se pensar que "informática" é apenas algo relacionado a processos de informação por meio de máquinas eletrônicas. É muito mais do que isto. Na verdade os primeiros processos de informatização ocorreram quando, já na Antiguidade, os matemáticos começaram a analisar que tipos de problemas poderiam ser resolvidos e como os objetos podiam ser computados através de sistemas simples ou complexos de acordo com cada necessidade. "Computar" é o mesmo que contar. Vem daí a palavra "computador", que se refere a um tipo de máquina criado inicialmente apenas para fazer contagens mais complexas. Hoje o computador mais simples nos ajuda a fazer muito mais do que isto.
Atualmente a informática educativa tem se tornado um processo de grande importância dentro de um outro processo de grande importância: o de aprendizagem e de preparo para a vida. O uso do computador e de tudo que se refere à informática como recurso pedagógico pode se tornar extremamente importante no processo de inclusão social de jovens marginalizados. Para isto, porém, é necessário o interesse desses jovens e uma significativa melhoria no sistema educacional brasileiro, que ainda é muito precário. É inadmissível que o ensino de informática já a partir do nível básico ainda não seja parte do currículo em todas as escolas. 

Os Significados de "Denúncia Vazia" e "Denúncia Cheia"

Antes de usar certas expressões,
pesquise para conhecer melhor
seus significados.

Nas redes sociais da Internet, frequentemente surgem postagens e comentários nos quais seus autores usam determinadas expressões fora do contexto. Ou seja, na tentativa de dizer algo com que elas nada têm a ver. Isto ocorre principalmente quando usam os chamados "termos jurídicos" (palavras e expressões empregadas frequentemente por advogados e juristas). Nesses dias em que tem ocorrido tanta turbulência na política brasileira, com tantas denúncias de corrupção, etc., muita gente tem usado a expressão "denúncia vazia" como esta significasse qualquer denúncia sem provas. 
Nas redes sociais, quando uma pessoa faz isto, demonstra que tem o hábito altamente prejudicial de usar palavras e expressões cujos significados ela pensa que sabe, mas não sabe. Isto pode acarretar em consequências graves algum dia. Numa redação durante uma prova, isto causa perda de pontos. Portanto, é necessário ter muito cuidado quanto a isto em qualquer situação.
Em qualquer idioma, se existe uma expressão indicando uma determinada situação, também existe uma expressão para indicar uma situação contrária. Portanto, se existe a denúncia vazia, é porque existe a denúncia cheia. Porém, nenhuma das duas se refere a uma denúncia com ou sem provas de algum tipo de crime. As denúncias vazias ou cheias estão relacionadas à Lei do Inquilinato, que estabelece direitos e deveres dos inquilinos e dos donos dos imóveis (casas ou apartamentos) alugados. 
Ocorre uma denúncia cheia quando o locador (o proprietário do imóvel) deseja dar fim ao contrato do aluguel apresentando uma justificativa. Isto pode ocorrer, por exemplo, se a ocupação do imóvel estiver relacionada com seu emprego e ele tiver sido demitido. Podem ocorrer também outras situações que se configuram como denúncias cheias - todas relacionadas a aluguéis de imóveis.
A denúncia vazia é simplesmente o contrário da denúncia cheia. Ela ocorre nos casos em que a retomada do imóvel pelo seu seu proprietário é feita sem necessidade de apresentar uma justificativa. Entretanto essa retomada só pode ser feita após o término do prazo de aluguel determinado no contrato. Existem várias situações previstas em lei para que uma denúncia vazia ou cheia possa ser aceita, mas o objetivo deste artigo é apenas descrever o que são denúncias vazias e denúncias cheias e que elas nada têm a ver com denúncias de crimes com ou sem provas.  

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

As Diferenças Entre "Ilegal" e "Irregular"

Muitos estudantes e participantes de concursos públicos
usam as duas palavras inadequadamente em relação aos contextos
das redações.
que é irregular
nem sempre é ilegal,
mas tem que ser evitado.

Muitas são as dúvidas dos estudantes ou de participantes de concursos públicos quanto ao emprego de certas palavras numa redação durante uma prova ou em qualquer outro momento da vida. Tal dúvida é aumentada cada vez que nós tomamos conhecimento de fatos principalmente políticos. Não são raras as vezes em que os profissionais de informação e os próprios políticos usam as palavras "irregular" e "ilegal" como se fossem sinônimas ou tentando inserir uma num contexto em que a outra seria mais apropriada. 
Ocorre uma ilegalidade quando o ato praticado é proibido, pois é contrário ao que é determinado por meio de leis ou de uma lei. "Leis" são regras estabelecidas para relacionar, tão adequadamente quanto for possível, certos procedimentos ao que é direito. "Direito" é um conjunto de sistemas criados ou impostos para estabilizar as relações sociais. "Relações sociais" são as relações que ocorrem entre pessoas pertencentes a um mesmo grupo, que pode ser uma família, moradores na mesma rua ou no mesmo bairro, frequentadores de um clube, alunos de uma mesma turma escolar, etc. A relação social inclui muitos aspectos com orientações recíprocas que devem ocorrer em conformidade com conteúdos específicos do próprio sentido das atitudes de cada pessoa ou de grupos de pessoas dentro do próprio grupo maior. Eis a razão pela qual as leis e a obediência de todos a elas são necessárias.
Ocorre uma irregularidade quando algo está fora dos padrões normais ou comuns, mas isto nem sempre é uma situação ilegal. "Regular" é qualquer coisa que esteja conforme determinam as leis, mas também pode ser algo não previsto em lei desde que não cause danos físicos ou morais a alguém. É algo que não é obrigatório mas também não é proibido ou não tem razão para ser proibido. "Irregular" é o contrário disto, sendo apenas algo que não é comum, desproporcional, desarmonioso. Porém, há certas condições irregulares que devem ser evitadas porque, sendo proibidas ao não, podem ter consequências graves que prejudiquem as próprias pessoas que as praticam e/ou outras pessoas. Por exemplo: um carro com pneus desgastados tanto pode percorrer vários quilômetros sem causar problemas quanto pode causar um acidente grave, chegando até mesmo a causar mortes de pessoas que estão nele e em outros veículos. Num caso assim, os pneus do carro estão em situação irregular. Estando ciente disto ou não, o motorista está cometendo uma irregularidade e tem que ser responsabilizado pelo que acontecer por causa disto, pois deveria tomar providências para evitar isto antes da viagem.
Para entender essas diferenças de uma maneira mais simples, pode-se dizer o seguinte:
  • Regular: tudo que, mesmo não sendo estabelecido por lei, não é ilegal, é constante, ordenado, tradicional e não é prejudicial.
  • Irregular: tudo que, sendo ilegal ou não, é confuso, descompassado, fora dos padrões normais, em desequilíbrio com o todo, pode causar danos financeiros, físicos ou morais. Aquilo que, se não for proibido, deveria ser. O que, sendo proibido ou não, deve ser evitado.     

terça-feira, 5 de setembro de 2017

O que é "mídia"?

Ilustração: Obvious
O conceito de "mídia"
não se restringe apenas
aos veículos de informação
mais conhecidos.


Você já deve ter ouvido falarem muito em "mídia sensacionalista", "mídia isto", "mídia aquilo". O que talvez você não saiba é que muitas das pessoas que usam tais expressões emprega a palavra "mídia" dentro de contextos nem sempre relativos a ela ou somente a ela. "Mídia" é uma "transformação", em português, da palavra inglesa "media", cujo significado é relacionado a todos os tipos de difusão de informações e transmissões de mensagens e os meios pelos quais elas acontecem. Ao empregá-la numa redação, lembre-se de que você estará usando o nome de um sistema que abrange todo o conjunto de meios de comunicação social para divulgação de ideias, opiniões, informações sobre fatos, etc.
Essa abrangência também inclui os meios, instrumentos e objetos em geral utilizados para essas finalidades: jornalismo, radialismo, propaganda, marketing, cinema, radialismo, televisão, rádios, televisores, jornais, revistas, Internet, computadores, telefonia e telefones fixos e celulares, satélites artificiais, etc. Na verdade, a palavra inglesa "media" é uma redução da expressão "mass media", que se refere a todos os meios de comunicação de massa. "Massa", neste caso, é a grande maioria da população de uma região, que pode ser uma cidade, um estado, um país ou mesmo o mundo.
Na maioria das vezes, quando usam a palavra "mídia", muitas pessoas querem se referir aos canais de comunicação mais tradicionais: rádio, televisão, revistas e jornais. Não é demais lembrar que na Internet também são realizados trabalhos de jornalismo, propaganda, marketing, entretenimento, etc., o que também a torna um veículo de informação e comunicação. "Informação" é a transmissão de uma mensagem. "Comunicação" é todo o conjunto que envolve os processos de envio ou transmissão e recepção da mensagem. Isto quer dizer que a mídia inclui também os processos de informação e comunicação, a indústria da comunicação e os profissionais que atuam nela: radialistas, jornalistas, cinegrafistas, locutores em geral, publicitários, atores, etc. Há também as mídias exteriores, que incluem propagandas em outdoors, letreiros, etc; as mídias online (todas as formas de divulgação e comunicação através da Internet); e as médias alternativas (estas são usadas principalmente para fins comerciais, pelos próprios anunciantes, para divulgar suas marcas e seus produtos e serviços).
Seja com finalidades culturais, de entretenimento ou meramente comerciais, a mídia tem exercido um papel fundamentalmente importante para a sociedade. Quando bem utilizada, é através dela que ocorre a divulgação em massa da informação, do conhecimento, elementos extremamente importante para todos nós especialmente nestes dias de franco avanço da globalização. Esta, por sua vez, começou a ocorrer na Antiguidade, quando povos europeus como os fenícios, entre outros, iniciaram o desenvolvimento comercial através da navegação marítima, expandiu-se principalmente a partir do século XIV e atualmente pode se tornar um dos mais importantes processos de aprofundamento internacional da integração econômica, social e política de todos os países ou pelo menos da maioria deles. 

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

"Casuísmo" e "Casuística"

É preciso observar
os contextos
em que elas são usadas. 

No próximo ano haverá eleições no Brasil. Em ocasiões assim, palavras como "casuísmo" e "casuística" são muito empregadas em discursos, propagandas eleitorais, debates, etc.  Como há uma certa relação entre elas, geralmente uma é usada em lugar da outra ou como se ambas tivessem o mesmo significado. Portanto, é compreensível que tal confusão ocorra também nas redações. Entretanto, no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), num vestibular ou num concurso público, tal confusão pode fazer muita gente perder pontos nas redações. Por isto muita gente prefere não usar tais palavras nessas situações. Porém, o uso correto de uma delas ou de ambas pode ser muito proveitoso. Valoriza a redação, pois o autor do texto comprova seu conhecimento gramatical relacionado a elas. Assim sendo, o conhecimento de alguns detalhes relacionados a elas se torna muito valioso. 
Algumas pessoas preferem considerar que "casuísmo" seja o mesmo que "submissão". Neste caso, é preciso observar com cuidado alguns detalhes dos significados de "casuísmo" e de "submissão". "Submissão" é aceitação de uma ordem ou de uma imposição sem resistência ou oposição. A submissão é uma plena disposição em acatar uma ordem ou uma situação, uma obediência sem restrições. "Casuísmo" é o nome que se dá à submissão total de ideias, opiniões e todos os tipos de princípios mesmo não concordando com eles. Em direito e em moral, também se chama "casuísmo" o uso de argumentos falsos ou que, mesmo sendo verdadeiros, não são justificativas suficientes. 
A palavra "casuísmo" é tão amplamente empregada por políticos - mas nem sempre no contexto certo - exatamente por se tratar de conformidade passiva com ideias, opiniões, etc. Nessas situações, são casuísmos os argumentos podem ser fundamentados em dados mas não se aplicam a regras gerais mesmo quando esses dados são confirmados. Ocorre um casuísmo também quando se tenta favorecer uma pessoa ou algumas pessoas sem levar em conta o bem de todas as pessoas de um mesmo grupo, uma mesma comunidade, etc.
A casuística é um processo em que são usados certos artifícios para analisar determinados casos. Em teologia, é o estudo de casos de consciência, mas de um modo geral o termo é usado para se referir a linhas de raciocínio construídas com o objetivo de justificar ações injustificáveis. Seja na teologia, na política ou em qualquer outra situação, torna-se mais fácil entender o conceito de casuística considerando-a como o exame de casos, individuais ou não, em que se denotam dilemas sob o ponto de vista moral. São exemplos de casuística os casos de conflito entre deveres de consciência, morais, religiosos, sociais, políticos, etc.