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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

A Redação em Publicidade

Foto: Abradi-SC
Pode-se referir a ela
como "redação publicitária"
ou "texto publicitário".


Infelizmente, no Brasil, durante o ensino médio, é ensinado aos alunos - e ainda assim, muito mal - praticamente apenas um tipo de redação que eles terão que desenvolver numa prova como a do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) ou do vestibular, que geralmente é a dissertativa argumentativa. Não se ensina a eles os diferentes tipos de redação como a jornalística, a publicitária, etc., que são tipos com os quais ele terá que lidar muitas vezes na vida, senão como profissional, com certeza como leitor. Esta é uma das razões pelas quais a maioria dos alunos também apresenta dificuldades em interpretações de texto: quem não é preparado para escrever um determinado tipo de redação também não é devidamente preparado para interpretá-lo. É claro que o aluno não precisa aprender desde já esses tipos de redação tal como um profissional, mas pelo menos as noções básicas são altamente importantes. 
Isto é importante porque, dependendo do objetivo a ser obtido, a redação tem um significado específico. Se o aluno aprender sobre isto desde o início do ensino médio, ele terá mais facilidade em desenvolver seu aprendizado sobre redações específicas quando estiver participando do curso para a profissão que escolherá e, mais tarde, as desenvolverá com muito mais eficácia como profissional. Em publicidade e propaganda, por exemplo, a redação assume o papel de principal base para a elaboração criativa peças publicitárias. 
Veja bem, eu disse "publicidade e propaganda". Para entender da melhor forma possível o que quero dizer neste artigo, é interessante que você saiba as diferenças básicas entre essas duas coisas. No Eticamark, você encontrá diversos artigos sobre propaganda e publicidade que poderão lhe ajudar a entender essas diferenças. Como eu disse no início deste artigo, no ensino médio limita-se a ensinar aos alunos, como redação, apenas ensaios de caráter dissertativo, curtos, ocupando no máximo uma página. O resultado é o que se vê no Enem todos os anos: a maioria dos alunos escreve apenas algumas linhas ou simplesmente deixa as páginas de redação em branco, devido a dois fatores: em alguns casos, preguiça de escrever; em outros, a falta de preparo. Depois, se o aluno pretende escolher alguma profissão relacionada à comunicação social (jornalismo, publicidade e propaganda, etc.), terá dificuldades iniciais em redações específicas.
Isto é algo preocupante, porque em publicidade e propaganda, por exemplo, a redação necessita ter um mínimo de excelência para dar embasamento forte à criatividade para a elaboração de uma peça publicitária (propaganda comercial como as veiculadas pela televisão, nos outdoors, etc.). O modelo mais comum utilizado pelas agências publicitárias (que são também agências de propaganda) é o chamado "dupla de criação", numa referência ao redator e ao criador de arte. 
Ao redator, cabe a criação do título (em publicidade, conhecido como "chamada") e do texto. Esse texto tem que ser diferente segundo cada finalidade, que pode ser para rádio, televisão, cinema, outdoors, impressos e, com o advento da internet, sites e blogs. Cabe também ao redator a escolha certa de imagens (desenhos, fotos ou vídeos) ideais para cada caso. O diretor de arte é responsável pelo aperfeiçoamento do roteiro criado pelo redator, usando mecanismos que têm o objetivo de fazer o público sentir, absorver o significado da redação. Resumindo: o redator e o diretor de arte elaboram, juntos, peças publicitárias completas em suas diversas aplicações. 
Considero de altíssima importância que os conceitos de redação nas profissões sejam destacados no ensino médio porque os alunos não se restringirão a fazer redações como as do Enem e dos vestibulares ao longo da vida. Em suas profissões, eles terão frequentemente que elaborar redações profissionais, que precisarão ser técnicas, científicas ou comerciais, e precisam começar a se preparar para isto desde já. Infelizmente, porém, a baixíssima qualidade do ensino no Brasil nos deixa dúvidas quanto às condições para isto. Leia mais sobre isto em "Os Tipos de Redação".  

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Fracasso em Redação no Enem 2014 - a culpa maior é do próprio sistema de ensino.


A maioria dos estudantes
precisa se habituar a ler e escrever mais,
mas o problema maior
está no sistema de ensino. 

A maioria dos brasileiros - não somente os estudantes - lê pouquíssimo e escreve ainda menos. O ministro Cid Gomes lembrou isto em entrevista coletiva ontem ao avaliar o fracasso que foi, mais uma vez, o desempenho da maioria dos participantes do Enem 2014 quanto ao quesito "redação". Em entrevista coletiva realizada ontem, o ministro da Educação, Cid Gomes, reconheceu que o ensino público brasileiro está muito aquém do desejado. Entretanto, ao dizer que o tema proposto ("A Publicidade Infantil em Questão") não é "um tema popular" (*), o ministro deveria considerar que "publicidade" e "propaganda" são duas coisas diferentes.
Cerca de 6.259.000 estudantes de nível médio participaram do Enem 2014, mas apenas 250 alcançaram a nota máxima (mil pontos) em redação. Isto representou 0,003% - um resultado que ficou abaixo de 1% do total de participantes. Cerca de 529 mil obtiveram nota zero. Cid Gomes considerou que isto também se deve ao fato de que o tema proposto para redação ("Publicidade Infantil") não foi um assunto tão "popular" como o proposto em 2013 ("Lei Seca"). Ocorre que , no Brasil, quando usamos a expressão "Publicidade e Propaganda", muita gente comete o erro de dizer que isto é uma redundância. Isto porque o sistema educacional brasileiro não ensina aos alunos, desde o mais cedo possível, as diferenças entre as duas coisas. 

A propaganda é um modo específico de apresentar informações sobre produtos, serviços e marcas disponíveis ao consumidor no mercado. A publicidade é o conjunto de atividades que buscam divulgar produtos, serviços e marcas induzindo o público alvo - o consumidor específico - a uma atitude favorável. A diferença é esta: enquanto a propaganda é a forma de apresentar publicamente a existência de um produto ou serviço, a publicidade é a condição de se elaborar uma técnica de comunicação por um processo que engloba planejamento, criação, produção e veiculação da mensagem a ser divulgada.
Como a confusão que se faz entre "publicidade" e "propaganda" no Brasil é muito comum, é preciso que haja no ensino médio uma preocupação em ensinar essa diferença aos alunos. Infelizmente isto não acontece. Portanto, o resultado quanto ao nível de redação sobre publicidade (infantil ou de qualquer outro tipo) no Enem não poderia ser muito melhor do que o obtido. O fracasso não foi somente dos alunos, foi mais uma vez do próprio sistema de ensino. 

(*) Jornal "O Estado de São Paulo".
llustração: Arquivo Google.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Faça Redações Modernas Mantendo o Bom Nível de Formalidade.

Faça sua redação com recursos modernos,
mas mantenha os padrões de formalidade necessários.
É possível
e necessário
modernizar o texto
mantendo a linguagem formal.

No jornalismo, costuma-se dizer que "redação" é a forma pela qual o redator constrói a notícia num texto baseado nos fatos apurados pelo repórter. Em muitos casos o redator é o próprio repórter. A redação jornalística tem como base principal a informação mais relevante. O mesmo ocorre quando se faz uma redação no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), num vestibular, num concurso público ou em qualquer outra ocasião. Isto significa que o primeiro parágrafo deve conter informações com o objetivo de preparar o leitor para o que ele lerá, ou seja, para melhor entender o tema que está sendo tratado. Isto se chama "lide" - "aportuguesamento" da palavra "lead", palavra inglesa que significa "o que vem pela frente", e da qual se originou a palavra "líder", no nosso idioma.
Nas áreas de publicidade e propaganda  - que são duas coisas diferentes - o foco da redação tem que ser a elaboração criativa de mensagens sobre produtos, serviços, marcas e pessoas (no caso de propaganda política ou de atividades profissionais, por exemplo). Como o nome já indica, "publicidade" é uma atividade que tem por função tornar algo de conhecimento público (um produto, uma marca, uma empresa, uma pessoa, etc.). "Propaganda" é o ato de propagar algo. "Propagar" tem vários significados: "espalhar", "divulgar", "publicar", etc., mas com o intuito de promover o que está sendo publicado ou divulgado. Em termos mais simples: a publicidade de um produto informa ao público que o produto existe no mercado e a propaganda do mesmo busca convencer o consumidor sobre as vantagens que o produto tem para ele. Numa redação de publicidade e propaganda, unem-se as duas coisas.
Como se pode observar, as regras para a redação não mudam muito. O tipo de texto é que tem que ser bem elaborado para cada finalidade. Mesmo com as exigências do mundo atual, em que há a necessidade do imediatismo das mensagens via e-mail, WhatsApp, Messenger, etc., nos casos mais específicos - relações de trabalho, etc. - os padrões de redação precisam permanecer sendo aqueles de sempre. Os tipo de textos podem e devem ser modificados, usando-se termos mais modernos, mas sem perder o bom nível de formalidade. 
Enviar uma mensagem com finalidade de trocas de informações relacionadas a atividades de trabalho e profissionais em geral, para solicitar informações a uma empresa, um órgão público, etc., não é o mesmo que enviar uma mensagem qualquer para amigos ou familiares. Há a necessidade da preservação do bom senso. Ao fazer uma redação, o autor deve lembrar que um de seus objetivos é enviar informações através de um texto. Portanto, ocorre aí uma função referencial: a função informativa. Ela é a essência da comunicação. Por outro lado, as informações não são as únicas razões da redação. Elas são apenas as bases para a razão principal: a finalidade do envio da mensagem. Isto torna o cuidado com a linguagem usada extremamente necessário. 

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Fracasso em Redação no Enem 2014 - a culpa maior é do próprio sistema de ensino.


A maioria dos estudantes
precisa se habituar a ler e escrever mais,
mas o problema maior
está no sistema de ensino. 

A maioria dos brasileiros - não somente os estudantes - lê pouquíssimo e escreve ainda menos. O ministro Cid Gomes lembrou isto em entrevista coletiva ontem ao avaliar o fracasso que foi, mais uma vez, o desempenho da maioria dos participantes do Enem 2014 quanto ao quesito "redação". Em entrevista coletiva realizada ontem, o ministro da Educação, Cid Gomes, reconheceu que o ensino público brasileiro está muito aquém do desejado. Entretanto, ao dizer que o tema proposto ("A Publicidade Infantil em Questão") não é "um tema popular" (*), o ministro deveria considerar que "publicidade" e "propaganda" são duas coisas diferentes.
Cerca de 6.259.000 estudantes de nível médio participaram do Enem 2014, mas apenas 250 alcançaram a nota máxima (mil pontos) em redação. Isto representou 0,003% - um resultado que ficou abaixo de 1% do total de participantes. Cerca de 529 mil obtiveram nota zero. Cid Gomes considerou que isto também se deve ao fato de que o tema proposto para redação ("Publicidade Infantil") não foi um assunto tão "popular" como o proposto em 2013 ("Lei Seca"). Ocorre que , no Brasil, quando usamos a expressão "Publicidade e Propaganda", muita gente comete o erro de dizer que isto é uma redundância. Isto porque o sistema educacional brasileiro não ensina aos alunos, desde o mais cedo possível, as diferenças entre as duas coisas. 

A propaganda é um modo específico de apresentar informações sobre produtos, serviços e marcas disponíveis ao consumidor no mercado. A publicidade é o conjunto de atividades que buscam divulgar produtos, serviços e marcas induzindo o público alvo - o consumidor específico - a uma atitude favorável. A diferença é esta: enquanto a propaganda é a forma de apresentar publicamente a existência de um produto ou serviço, a publicidade é a condição de se elaborar uma técnica de comunicação por um processo que engloba planejamento, criação, produção e veiculação da mensagem a ser divulgada.
Como a confusão que se faz entre "publicidade" e "propaganda" no Brasil é muito comum, é preciso que haja no ensino médio uma preocupação em ensinar essa diferença aos alunos. Infelizmente isto não acontece. Portanto, o resultado quanto ao nível de redação sobre publicidade (infantil ou de qualquer outro tipo) no Enem não poderia ser muito melhor do que o obtido. O fracasso não foi somente dos alunos, foi mais uma vez do próprio sistema de ensino. 

llustração: Arquivo Google.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Cuide do seu Marketing Pessoal

O que você expõe nas suas redações e nas suas postagens
releva muito mais sobre você do que talvez você imagine.
Suas redações,
suas postagens
e seus comentários
revelam seu marketing pessoal.

As redações que você faz em provas como o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), um vestibular ou um concurso público não revelam apenas suas opiniões sobre os temas, seus conhecimentos gramaticais ou seu domínio sobre os assuntos propostos. Elas revelam muito mais sobre você do que você imagina. Tudo que você escreve nas redações, tudo que você posta nas redes sociais online, em blogs, etc., e até mesmo seus comentários expõem o seu marketing pessoal. 
O marketing pessoal é algo tão importante que não é exagero dizer que sua profissão e sua sobrevivência dependem dele. Ele inclui os tipos de roupas que você usa, Seus tipos de calçados preferidos, como você se senta a uma mesa ou em qualquer outro lugar, o que você faz ou diz em qualquer situação. Enfim, seu marketing pessoal inclui tudo sobre como você se comporta de uma maneira geral, inclusive - e, atualmente, pode-se dizer "principalmente" - nas redes sociais da Internet. Atualmente, para conseguir emprego ou se manter nele, ou mesmo para conseguir sobreviver trabalhando por conta própria, a comprovação da capacidade profissional é muito importante mas não é suficiente. Tanto os empregadores como os clientes estão se tornando cada vez mais exigentes quanto à conduta moral e social das pessoas, considerando isto mais importante do que a habilidade e a experiência profissionais. O marketing, muitas vezes erroneamente confundido com "propaganda", é um processo de gestão empresarial. A propaganda visa promover produtos e serviços destacando suas supostas qualidades para consumidores  ou clientes em geral. O marketing determina que tipo de produto ou serviço pode interessar a um determinado tipo de consumidores ou de clientes e quais são as melhores estratégias a propaganda, as vendas e o desenvolvimento dos negócios.  Conclui-se, portanto, que o marketing pessoal, como o nome já diz, destaca como "produto" a própria pessoa, como profissional perante seus clientes e demais colegas e como indivíduo perante toda a sociedade. Os clientes e consumidores de qualquer tipo de produto ou serviço estão cada vez mais exigentes, de tal forma que a capacidade do profissional realizar seu trabalho é cada vez mais importante e que o cuidado com que ele deve ter com seu marketing pessoal é muito mais importante ainda. Isto não é uma mera formalidade. É uma importantíssima relação entre a capacidade profissional e o próprio profissional, incluindo sua aparência (as roupas que usa, etc.), suas condições intelectual e espiritual, etc., e suas relações com outros profissionais e as pessoas em geral. 
O que você escreve nas redações, faz na sua vida particular ou como você se comporta nas redes sociais tem muito a ver com isto. A relação entre sua capacidade profissional e suas características pessoais está no fato de que, como profissional, por mais que você invista em capacitação e especialização em sua área de atividades, isto não terá valor algum se suas atitudes pessoais não agradarem a seus clientes. É preciso que você demonstre ser uma pessoa interessante, muito bem informada sobre tudo que for de grande interesse para todos. É preciso que você tenha muita habilidade com os processos de comunicação, "network" ("trabalho em rede"), relação interpessoal, oratória, etc. Hoje em dia muitas pessoas se relacionam profissional e socialmente através das redes sociais online (Facebook, Twitter, etc.). Se você utiliza uma rede social postando palavrões, fotos inadequadas, etc., você corre sério risco de ficar desempregado e de não conseguir trabalhar nem por conta própria por toda a sua vida. 
Exagero? Não. Lembra-se daquela estudante de direito São Paulo que fez postagens que muita gente considerou como preconceituosas no Orkut? Por decisão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ela ficou impedida de exercer a profissão de advogada. Teve que escolher alguma outra atividade para sobreviver, e ainda assim deve ter encontrado muitas outras dificuldades, pois ficou nacional e internacionalmente prejudicada por suas postagens.
Isto tudo está relacionado à necessidade de desenvolvimento pessoal. Esse desenvolvimento depende muito de um conjunto de diversos conhecimentos, conceitos, recursos e técnicas para o desenvolvimento profissional e a realização pessoal. Isto pressupõe um desenvolvimento observado através do comportamento pessoal - o falar, sobre o que falar, como falar, onde falar, com quem falar, como se vestir, como se comportar durante uma festa ou qualquer outro evento, etc. 
O desenvolvimento pessoal depende da demonstração de autoconhecimento, realização pessoal, realização profissional, planejamento pessoal, administração do tempo, comunicabilidade, capacidade de realizar empreendimentos importantes, capacidade de liderança, motivação, produtividade, controle financeiro pessoal, poder e marketing pessoal. O autoconhecimento tem por finalidade, neste caso, a busca de uma comprovação definitiva de que você é realmente senhor(a) de si mesmo(a), porém respeitando todos os direitos de todas as outras pessoas e mantendo o comportamento ético mais adequado possível. 
A comunicabilidade é referente ao grau de facilidade de comunicação. A comunicação é a troca de informações entre duas ou mais pessoas. Porém cada pessoa transmite sua informação ou interpreta a informação recebida de outras segundo sua formação educacional, suas experiências pessoais, suas próprias opiniões, suas emoções, etc. Por isto, quando você estiver fazendo sua redação, sua postagem ou seus comentários, pense nas muitas interpretações que outras pessoas poderão ter quando elas lerem seus textos. Cada pessoa tem seu repertório cultural exclusivo, e por isto entenderá as informações recebidas segundo suas interpretações pessoais particularidades, e as transmitirá suas a outras pessoas na forma como ela as entendeu, o que pode não ser o que você quis dizer. Isto naturalmente pode causar muitos choques culturais e evidentemente muitos problemas. Por isto antes que as postagens feitas em blogues e redes sociais online sejam publicadas, elas tem que ser muito bem pensadas, cuidadosamente elaboradas, e em muitos casos devem ser evitadas. 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

As Diferenças entre "Propaganda" e "Divulgação"

As semelhanças
entre os significados
causam confusão.




Muitos estudantes de níveis médio e superior do Brasil demonstram, em suas redações, incertezas quanto aos significados corretos de "propaganda" e "divulgação". Talvez isto ocorra porque em algumas situações "propagar" é o mesmo que "divulgar". Entretanto, a melhor forma de evitar as confusões quanto às semelhanças entre os significados é procurar lembrar as diferenças. 
A propaganda é uma forma de divulgação dirigida a um público específico e com o objetivo de influenciar suas atitudes. Exemplos disto são as propagandas políticas, que são dirigidas a um público específico (os eleitores), e as propagandas comerciais, cujo público específico é formado por pessoas que querem ou necessitam de um determinado tipo de produto ou serviço. As propagandas comerciais têm muito mais relação com a publicidade do que com a informação, mas são, de qualquer forma, também divulgações. A publicidade é a divulgação pública de empresas, produtos, serviços, etc., para fins comerciais.
A palavra "divulgação" tem o mesmo significado de "difusão". Em alguns casos pode ser substituída por propagação, mas com o devido cuidado para que esta não seja mal interpretada pelo leitor, pois muita gente está acostumada a entender como "propagação" a proliferação de insetos, a disseminação de doenças, etc. Isto acontece porque o significado mais conhecido e também correto para "propagação" é a multiplicação de algo por reprodução (mosquitos, por exemplo) ou por meio de de contágio (certas doenças). 

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

O Neuromarketing nas Redações Publicitárias

Na redação 
publicitária,
há coisas 
que podem contradizer
princípios éticos
sem o próprio autor perceber.

O neuromarketing é uma atividade que une a ciência do marketing à ciência neurológica para que seja analisada cientificamente a essência do comportamento dos consumidores de produtos e serviços. Frequentemente confundido com "propaganda" ou "publicidade", "marketing" é um estudo de tudo que se refere a mercado (produção, compra, venda, preços, consumo, emprego, desemprego, etc.). "Produto" é qualquer coisa que resulta de um trabalho realizado, mas em marketing é algo produzido e colocado para satisfazer desejos e necessidades de consumidores através de um sistema de comercialização que começa na produção e termina no consumo. Como a palavra indica, "produto" é tudo que resulta de uma produção. Embora os serviços também sejam resultantes de produções, há a expressão "produtos e serviços", que considera como "produto" algo palpável e usável por longos períodos (brinquedos, roupas, carros, eletrodomésticos, alimentos, medicamentos, etc.) e como "serviço" uma atividade que "serve" para atender às nossas necessidades (fornecimento de energia elétrica, transporte urbano, telefonia, tratamento de saúde, etc.). Em economia, são chamadas "serviços" todas as atividades das quais os consumidores obtêm benefícios mas não se tornam donos de um bem material. Esses detalhes fizeram surgir uma forma de comunicação entre produtores, revendedores e consumidores com o objetivo de obter resultados mais assertivos, de modo a satisfazer as necessidades de todos os setores envolvidos em todo o processo. 
Na verdade isto envolve elementos de várias ciências, como a ciência da comunicação, o marketing, a biologia, a psicologia e a neurociência. Tudo isto porque, para divulgar e promover um produto ou serviço no mercado, é preciso entender as razões dos comportamentos dos consumidores. São certas coisas que acontecem nos nossos cérebros que nos fazem reagir em relação a estímulos externos. Sabendo disto, os profissionais de marketing, propaganda e publicidade têm que recorrer a esse fato para expor no mercado o que realmente queremos ou necessitamos. Para isto, eles contam com pesquisas feitas por cientistas das áreas aqui já citadas. 
É aí que entra a necessidade do extremo cuidado ao se produzir uma redação publicitária. Sem esses cuidados, o texto pode ser antiético mesmo que esta não seja a intenção do redator. O neuromarketing o ajuda a entender melhor como funciona o sistema nervoso humano. Com isto os profissionais de marketing buscam entender melhor os desejos, impulsos e motivações das pessoas, causados como reações a determinados estímulos externos. As descobertas reveladas pelo neuromarketing podem ser usadas em qualquer tipo de publicidade: comerciais na televisão, outdoors, publicidade pela internet, em revistas, jornais, etc., e servem tanto para convencer as pessoas a comprarem determinados produtos como para adquirirem serviços ou votar neste ou naquele candidato político.
Segundo os neurologistas, a maioria dessas decisões é tomada subconscientemente, embora a pessoa sempre pense que sua decisão foi consciente. Portanto, o objetivo do neuromarketing é impactar o inconsciente do consumidor com memórias, emoções e experiências positivas. Isto fará com que ele se lembre, de maneira bem mais fácil, de um produto, um serviço, uma marca e, no caso de uma eleição, do candidato. Entretanto, nas áreas de marketing, publicidade e propaganda, tais conhecimentos ajudam a destacar as necessidades e desejos dos consumidores. A partir disto, uma redação publicitária pode ser feita com base no que o consumidor espera do produto ou serviço ao invés de tentar convencê-lo a adquirir algo que ele não necessita ou não deseja.
A metodologia é essencialmente científica. Os pesquisadores utilizam o sistema IRMF (Imagem por Ressonância Magnética Funcional) para medir a quantidade de sangue oxigenado no cérebro. Isto serve para identificar as variações das atividades da pessoa. Quanto mais uma determinada região do cérebro estiver trabalhando, maior será o consumo de oxigênio e glicose e o fluxo de sangue oxigenado para aquela região. É o que acontece quando você está assistindo a um comercial (ou qualquer outra coisa) pela televisão, ouvindo um discurso ou prestando atenção em qualquer outra coisa. Aí é que vem a questão: como ficam os princípios éticos?
Recorrendo aos ensinamentos de neurologia aos quais qualquer pessoa tem acesso fácil, considerei alguns fatores importantes referentes às atividades de algumas áreas do cérebro, abaixo relacionados.
  • O córtex pré-frontal é a área das decisões racionais, das ideias e dos planejamentos. É a área que faz você decidir comprar algo que poderá ser útil para você, para sua profissão, para sua família, etc.
  • A região chamada "corpo estriado" é responsável por instintos, desejos de recompensas e de coisas como sexo, drogas, etc. É a parte que lhe diz "preciso disto", mesmo quando você não precisa. 
  • O lobo (pronuncia-se "lóbo") temporal armazena a memória e grava o que foi captado pela audição. O lobo occipital memoriza o que é captado pela visão e registra a percepção de movimentos. Juntos, eles decodificam imagens rápidas ou lentas ou mesmo fixas (comerciais da TV, outdoors, etc.). Se você está perto de um outdoor, você a imagem fixa. Se você está num carro e passa por ele, você o vê como se ele se movimentasse passando por você. Portanto, a mensagem contida nele funciona das duas formas. 
Essas são as interpretações que os pesquisadores obtêm sobre as atividades das pessoas. Daí, surgem as revistas com capas cada vez mais "chamativas", que são as que mais alcançam vendas. Isto explica também o fenômeno de vendas altíssimas de camisetas com estampas mostrando pessoas famosas, heróis do cinema e da TV, etc. Você já notou como crescem as vendas de cadernos e outros materiais escolares que trazem nas capas e nas embalagens fotos de atividades esportivas quando se aproxima a época das Olimpíadas? Elas não crescem apenas por causa das Olimpíadas.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

As Diferenças entre "Merchandise", "Merchandising" e "Tie-In"

A exibição de produtos nas vitrines de uma loja
é um exemplo de merchandise e merchandising. 
(Foto: Arquivo Google)
Muita gente confunde

"merchandise" com "merchandising"

ou "Tie-In".


Você está assistindo a um capítulo de uma telenovela. Numa cena, um dos personagens mostra um determinado produto para o outro e fala a respeito de suas qualidades. Na imagem, destacam-se o produto e a marca. Se você pensa que isto é "merchandise" (pronúncia: "merchandáise"), pensou errado. "Merchandise" é simplesmente "mercadoria". Ou seja, o conjunto de produtos destinados à venda. Muita gente pensa assim como você, mas na verdade essa técnica comum em telenovelas, filmes, etc., é um "tie-in" (pronúnia: "tai-in"). Talvez devido à semelhança entre as duas palavras, costumam confundir também confundir "merchandise" com "merchandising" (pronúncia: "merchandáising"). Na foto, vê-se um exemplo de "merchandise" e de "merchandising" ao mesmo tempo: as vitrines das lojas oferecem essa oportunidade de ao mesmo tempo expor a mercadoria disponível e destacar os produtos que possam interessar aos consumidores.

Não existe uma palavra ou uma expressão em português que se possa considerar como uma real tradução para a palavra inglesa "merchandising". No entanto, embora seja com muita frequência relacionado erroneamente à propaganda de um produto dentro de uma telenovela ou um filme, é uma técnica de marketing que nada tem a ver com isto. O "merchandising" propriamente dito é um conjunto de técnicas com o objetivo de promover o produto e a marca no ponto de venda, ou seja, na prateleira do supermercado, da mercearia, da farmácia ou qualquer que seja o estabelecimento comercial. Apesar de ser do idioma inglês, a palavra "merchandising" tem sua origem na palavra francesa "merchant", que significa "mercador" ou "comerciante". 
O merchandising surgiu na Europa da Idade Média, quando as mercadorias a serem vendidas diretamente ao consumidor eram dispostas nas ruas na melhor forma possível de se conseguir atrair a atenção e o interesse dos transeuntes. Ao mesmo tempo, os vendedores gritavam informando as vantagens e propriedades do produto. Exatamente o mesmo tipo de merchandising praticado atualmente pelos camelôs nas cidades brasileiras.
A partir de 1930, nos Estados Unidos, o merchandising ganhou novas técnicas e se intensificou com a popularização das vitrines. Desta forma, os transeuntes passaram a ver de perto o produto sem a necessidade de ouvir os gritos dos vendedores. Uma técnica que parecia comprovar que, em determinadas situações, a imagem diz mais do que as palavras. 
Naquela mesma década, também a partir dos Estados Unidos, o merchandising se intensificou com o surgimento do auto-serviço (o consumidor escolhe o produto na prateleira), uma forma de comércio que deu origem às mercearias, supermercados, hipermercados e lojas de departamentos. Porém, essa forma de atrair a atenção dos consumidores para o produto e a marca dentro da loja não substituiu as vitrines: ainda hoje, as duas técnicas convivem harmoniosamente, principalmente nas lojas de departamentos. 

"Tie" é uma palavra inglesa que significa "nó", "amarra" ou os verbos "atar", "amarrar". "In" significa "dentro". No caso de uma novela ou um filme, "tie-in" é uma técnica para atar o produto e a marca à trama dentro da cena. Um exemplo claro se verifica numa cena do filme "O Exorcista": enquanto os personagens principais conversam numa rua, aparecem ao fundo algumas garrafas de Pepsi-Cola, com a marca em destaque, numa daquelas "máquinas de refrigerantes". Depois, no mesmo filme, outdoors com propaganda da Pepsi-Cola aparecem em pelo menos outras duas cenas. 
Nos Estados Unidos, a prática do tie-in na televisão começou na década de 1950. No Brasil, o primeiro tie-in televisivo de que se tem conhecimento ocorreu numa cena da novela "Beto Rockfeller", levada ao ar pela TV Tupi em 1969: o personagem principal, interpretado pelo ator Luis Gustavo, sentindo fortes dores de cabeça, tomava um comprimido de Alka-Seltzer. Naquele ano, as vendas do antiácido fabricado pela Bayer aumentaram fantasticamente em todo o país, e isto certamente não foi apenas uma coincidência.
O "tie-in" continua sendo uma prática muito comum nas telenovelas. E funciona principalmente porque os consumidores "confundem" subconscientemente o ator ou a atriz com o personagem. Por exemplo, se uma personagem interpretada pela atriz Cristiane Torloni usa um vestido, no dia seguinte uma mulher perguntará a outra: "Você reparou no vestido que a Cristiane Torloni estava usando na novela, no capitulo de ontem?" - e fará comentários sobre o vestido que Cristiane - e não a personagem - usou. Ou seja: depois de ver o "tie-in", o consumidor - homem ou mulher - se interessa pelo produto porque o ator ou a atriz ( e não o - ou a - personagem) o usou ou recomendou.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

O que é "mídia"?

Ilustração: Obvious
O conceito de "mídia"
não se restringe apenas
aos veículos de informação
mais conhecidos.


Você já deve ter ouvido falarem muito em "mídia sensacionalista", "mídia isto", "mídia aquilo". O que talvez você não saiba é que muitas das pessoas que usam tais expressões emprega a palavra "mídia" dentro de contextos nem sempre relativos a ela ou somente a ela. "Mídia" é uma "transformação", em português, da palavra inglesa "media", cujo significado é relacionado a todos os tipos de difusão de informações e transmissões de mensagens e os meios pelos quais elas acontecem. Ao empregá-la numa redação, lembre-se de que você estará usando o nome de um sistema que abrange todo o conjunto de meios de comunicação social para divulgação de ideias, opiniões, informações sobre fatos, etc.
Essa abrangência também inclui os meios, instrumentos e objetos em geral utilizados para essas finalidades: jornalismo, radialismo, propaganda, marketing, cinema, radialismo, televisão, rádios, televisores, jornais, revistas, Internet, computadores, telefonia e telefones fixos e celulares, satélites artificiais, etc. Na verdade, a palavra inglesa "media" é uma redução da expressão "mass media", que se refere a todos os meios de comunicação de massa. "Massa", neste caso, é a grande maioria da população de uma região, que pode ser uma cidade, um estado, um país ou mesmo o mundo.
Na maioria das vezes, quando usam a palavra "mídia", muitas pessoas querem se referir aos canais de comunicação mais tradicionais: rádio, televisão, revistas e jornais. Não é demais lembrar que na Internet também são realizados trabalhos de jornalismo, propaganda, marketing, entretenimento, etc., o que também a torna um veículo de informação e comunicação. "Informação" é a transmissão de uma mensagem. "Comunicação" é todo o conjunto que envolve os processos de envio ou transmissão e recepção da mensagem. Isto quer dizer que a mídia inclui também os processos de informação e comunicação, a indústria da comunicação e os profissionais que atuam nela: radialistas, jornalistas, cinegrafistas, locutores em geral, publicitários, atores, etc. Há também as mídias exteriores, que incluem propagandas em outdoors, letreiros, etc; as mídias online (todas as formas de divulgação e comunicação através da Internet); e as médias alternativas (estas são usadas principalmente para fins comerciais, pelos próprios anunciantes, para divulgar suas marcas e seus produtos e serviços).
Seja com finalidades culturais, de entretenimento ou meramente comerciais, a mídia tem exercido um papel fundamentalmente importante para a sociedade. Quando bem utilizada, é através dela que ocorre a divulgação em massa da informação, do conhecimento, elementos extremamente importante para todos nós especialmente nestes dias de franco avanço da globalização. Esta, por sua vez, começou a ocorrer na Antiguidade, quando povos europeus como os fenícios, entre outros, iniciaram o desenvolvimento comercial através da navegação marítima, expandiu-se principalmente a partir do século XIV e atualmente pode se tornar um dos mais importantes processos de aprofundamento internacional da integração econômica, social e política de todos os países ou pelo menos da maioria deles. 

sábado, 4 de fevereiro de 2017

A Redação em Endomarketing

Numa empresa,
tudo tem que ter modificações constantes,
principalmente as formas de comunicação.
A linguagem 
precisa ser moderna
sem deixar de ser formal.


Todas as empresas, sejam quais forem seus ramos de atividade e seus portes (das micro às mega empresas), têm que se adaptar às novas tendências exigidas pelas mudanças que ocorrem no mundo. Ou seja: seus gestores e funcionários têm que estar sempre preparados para adotarem mudanças de comportamento, de hábitos rotineiros e principalmente nas formas de se comunicarem. A globalização avança num processo aparentemente infinito e que, à medida em que o tempo passa, ganha mais velocidade. Isto traz mudanças tecnológicas principalmente nos processos de informação e comunicação. Quem não se adaptar a essas mudanças aumenta seus riscos de ficar fora do mercado de trabalho. 
A principal função da comunicação empresarial é facilitar ações relacionadas ao que é transmitido, isto é, por meio de trocas de informações internas e externas. Por isto, principalmente quando a comunicação é feita por escrito, a modernização da linguagem se faz necessária, mas a preservação da linguagem objetiva, clara, mas ao mesmo tempo mantendo-se certa formalidade, também. Informalidade não é a mesma coisa que modernização. A variação da linguagem tem que estar de acordo com o contexto, a situação e as posições - inclusive hierárquicas - de quem envia e de quem recebe a mensagem. Esse processo de comunicação interna nas organizações se chama endomarketing, palavra que significa marketing interno.
Os leigos costumam confundir "marketing" com "propaganda". Em termos comerciais, pode-se dizer resumidamente que a propaganda é a informação sobre a existência de um produto ou serviço à disposição de consumidores. O marketing é bem mais que isto: é um processo que determina quais são os produtos ou serviços com mais chances de despertar interesse dos consumidores e quais são as estratégias mais adequadas para a promoção do produto ou serviço, as vendas e a preservação do negócio. Aí, entra em cena o "marketing pessoal".

O marketing pessoal é algo tão importante que não é exagero dizer que sua profissão e sua sobrevivência dependem dele. "Marketing pessoal" é tudo que você veste, como você se senta a uma mesa ou em qualquer outro lugar, o que você faz ou diz em qualquer situação. Enfim, é como você se comporta de uma maneira geral, inclusive - e até principalmente - nas redes sociais da Internet. Atualmente, para conseguir emprego ou se manter nele, ou mesmo para conseguir sobreviver trabalhando por conta própria, a comprovação da capacidade profissional é muito importante mas não é suficiente. Tanto os empregadores como os clientes estão se tornando cada vez mais exigentes quanto à conduta moral e social das pessoas, considerando isto mais importante do que a habilidade e a experiência profissionais.
A forma como você se comunica com as pessoas diz muito sobre seu marketing pessoal. No ambiente de trabalho isto pode tanto lhe ajudar a conseguir uma promoção na empresa quanto pode contribuir para sua demissão. Uma palavra ou uma expressão usada fora do contexto pode causar interpretações equivocadas certamente causará a segunda hipótese. Portanto, numa redação empresarial, seja para comunicação interna ou externa, é importantíssimo saber empregar as palavras e expressões corretas e mais adequadas. Para isto, o autor da redação precisa considerar a importância do objetivo da modernização do estilo redacional e da linguagem a ser usada, da função estratégica da redação, da cultura da empresa, do aspecto motivacional, da circulação de documentos empresariais, dos perigos representados por documentos mal escritos, dos cuidados extremos para evitar conflitos internos, etc.
O sucesso de toda estratégia de planejamento depende principalmente da comunicação empresarial. Isto é o suficiente para justificar a necessidade de tanto cuidado na redação. Seus objetivos principais são melhorar a imagem da empresa (mesmo quando esta já detém uma boa imagem) e garantir os resultados necessários para o sucesso do planejamento. No entanto, isto não quer dizer que a redação tem que conter apenas informações favoráveis a respeito da empresa. Num mundo em que a concorrência está cada vez mais forte e em que os avanços tecnológicos, há que se considerar também as mudanças no público-alvo. Em suma, o funcionário precisa saber que de sua forma de se comunicar interna e externamente depende a sobrevivência da empresa, o que equivale a dizer que dela dependem a preservação de seu emprego e sua própria sobrevivência. Eis a razão pela qual a linguagem na redação empresarial precisa ser constantemente modernizada sem deixar de ser formal e, ao mesmo tempo, sucinta, clara e objetiva. 

terça-feira, 25 de agosto de 2015

O Uso da Palavra "Fascista" Numa Redação

Alguns estudantes
usam a palavra "facista"
para se referir
a um representante do governo;
outros,
para se referir
a um opositor.



Isto comprova que muitos estudantes brasileiros (inclusive alunos de cursos superiores) usam essa palavra em suas redações sem saber seu significado correto. Usam-na apenas porque já ouviram falar muito nela ou já a viram muitas vezes em jornais, revistas, etc. Isto também significa que não entenderam as notícias e os textos em que essa palavra estava incluída. Usam a palavra provavelmente para tentar demonstrar que são pessoas bem informadas, mas demonstram que desconhecem seu significado e, com isto, causam aos corretores das redações uma impressão exatamente contrária à que pretendiam. O pior é que muitos deles escrevem "facista" e "facismo" em vez de "fascista" e "fascismo".
Para saber o que significa a palavra "fascista", é preciso saber o que é "fascismo". Em muitos dicionários encontra-se a informação: "fascismo: regime político que destaca os conceitos de nação e raça." Entretanto este conceito tão simplista não é suficiente para que um aluno demonstre numa redação seus conhecimentos a respeito. É preciso recorrer à História e estudar um pouco mais profundamente sobre o fascismo. 
A palavra "fascismo" atualmente é muito usada como se significasse qualquer forma de autoritarismo, seja político ou não. Sob este ponto de vista, o "fascista" é, então, uma pessoa autoritária, podendo ser um líder religioso, um pai, uma mãe, um militar, etc. Porém, numa redação, as palavras "fascismo" e "fascista" até podem ser usadas com esses significados, mas é preciso ter o cuidado de observar o contexto em que elas serão utilizadas. A origem da palavra "fascismo" foi o regime político que ganhou destaque na Europa no início do sécumo XX, especialmente na Itália durante a gestão de Benito Mussolini como primeiro-ministro de 1922 a 1943. Mussolini é considerado um dos fundadores do fascismo como um sistema que incluía o nacionalismo, o corporativismo, o sindicalismo nacional, o expansionismo, o progresso social e o anticomunismo aplicando forte censura contra qualquer coisa considerada contra a propaganda do Estado (governo). 
"Nacionalismo" é um sentimento de valorização de tudo (idioma, bandeira, tradições, etc.) que identifique uma nação. "Sindicalismo nacional" é - ou pelo menos deveria ser - um movimento nacional que congrega associações (sindicatos) criadas para representar trabalhadores assalariados com o objetivo de proteger os interesses desses trabalhadores. "Corporativismo" é um sistema pelo qual o poder legislativo é atribuído a entidades que representam interesses econômicos, industriais ou profissionais, nomeadas por intermédio de associações de classe. "Expansionismo" é uma doutrina que visa ampliar a base territorial de um país, especialmente por meio de ações militares. "Doutrina" é qualquer tipo de ensinamento dado através de imposição de ideias, no qual não se admite uma opinião contrária. "Progresso social" é um suposto progresso que melhora a sociedade, mas sob o ponto de vista dos que tentam nos induzir a pensar desta forma, sendo, portanto, também uma doutrina. "Anticomunismo" é qualquer ação visando o impedimento da implantação do comunismo. "Comunismo" é uma ideologia política, social e econômica que supostamente visa promover o estabelecimento de uma sociedade onde todos tenham condições de qualidade de vida iguais em todos os aspectos, sem distinção de classes sociais. Entretanto, para você produzir uma boa redação, nas basta saber esses conceitos: é preciso ler muito, pesquisar muito, estudar muito cada um deles. 

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Debates sobre Comunicação Interativa e Assertiva Precisam ser Urgentemente Ampliados

Ilustração do Arquivo Google

 Fala-se muito em AI,

mas não se deve negligenciar

a importância da "CI"

e da "CA"

nas empresas e na vida.


Ultimamente vem ocorrendo muitos debates sobre a inteligência artificial, geralmente representada pela sigla "AI" (do inglês, "Artificial Inteligence"). Equivocadamente interpretada como se fosse uma imitação artificial da inteligência humana, a inteligência artificial é, na verdade, um importantíssimo campo de estudos que inclui conhecimentos como computação, matemática, estatística, cognição, linguística (especialmente linguística computacional), etc. Importantíssimo inclusive porque inclui linguística - o estudo objetivo e sistemático de todos os aspectos de linguagem, elemento fundamental da comunicação.

Ressalta-se, assim, a importância todos os funcionários de uma organização - e, por extensão, todas as pessoas - saberem a diferença entre comunicação e informação. De forma bastante resumida, pode-se dizer que a informação é o ato de relatar, oralmente, por escrito ou de qualquer outra forma, uma ocorrência, um fato, etc. Comunicação é a troca de informações entre duas ou mais pessoas, sendo que uma das informações pode ser em resposta à informação recebida anteriormente ou complementar a esta. Por isto, não se pode negligenciar a importância de debates mais amplos sobre comunicação interativa e comunicação assertiva. Atualmente, com tantos "influenciadores digitais" (ou, como dizem, "influencers") postando coisas sem importância alguma ou mesmo coisas que nem deveriam sem postadas, e muitos deles sem ao menos saber o significado da palavra "influencer" ou "influenciador", há a urgência de uma discussão bem ampla sobre o que é a comunicação interativa e assertiva e sua importância tanto para as empresas como para todo mundo. 

A comunicação interativa é uma poderosa forma de contribuir para a produção de conteúdo importante principalmente através da internet. Sob o ponto de vista empresarial, ela facilita maior engajamento entre os funcionários, entre estes e a empresa, e entre os funcionários, a empresa e o público a que ela se destina. Em relação às pessoas que optam trabalhar "por conta própria", as noções e a prática de comunicação interativa ajudam muito nas relações com os clientes e outros parceiros. Especialmente importante nas áreas de propaganda e marketing. Seu foco principal deve ser sempre o conteúdo igualmente significativo para os funcionários, a empresa, os profissionais (de qualquer área) e os clientes ou consumidores. Ela deve sempre ser feita de modo a fornecer, se necessário, informações personalizadas, facilitar a troca de informações em tempo real e promover o envolvimento e o engajamento de todos os parceiros. Esta é atualmente a melhor forma, talvez até mesmo a única forma eficaz, de garantir fidelização dos consumidores ou do público específico a que se deva dirigir.

Deve-se aliar a isto a importância da comunicação assertiva - coisa absolutamente ausente no caso dos "influencers". A qualidade da comunicação depende fundamentalmente da qualidade da comunicabilidade. O grau de comunicabilidade numa redação, por exemplo, influencia e até pode determinar o sucesso das funções a serem executadas, na qualidade dos relacionamentos sociais e de trabalho e, uma vez mais, no engajamento de todos os envolvidos nos processos para qualquer finalidade. Porém, só é possível realizar uma comunicação realmente assertiva respeitando-se e preservando regras gramaticais, buscando conhecer melhor pelo menos noções mínimas de diferentes tipos de comunicação (jurídica, jornalística, publicitária, etc.) e manter o sempre saudável hábito da atualização de conhecimentos em geral.
É importante não confundir "assertiva" com "acertiva". "Acertiva" é uma palavra pouco usada que, embora considerada não existente na língua portuguesa, surge em alguns textos para se referir a uma ação ou uma atitude bem sucedida. "Assertiva", cujo substantivo masculino correspondente é "assertivo", significa um comportamento, uma ação ou qualquer tipo de atitude correta em busca de um ou vários objetivos. Encerro este artigo sugerindo a inclusão obrigatória da Comunicação Assertiva e Interativa como disciplina a partir do ensino fundamental, independente da já existente disciplina conhecida como "Língua Portuguesa". Ou pelo menos dentro desta, mas de forma mais abrangente e enfática, pois a facilidade de se publicar o que quiser na Internet evidencia essa necessidade. 

quarta-feira, 9 de junho de 2010

27 - Erros muito comuns, mas que podem e devem ser evitados.

Você provavelmente ouviu várias vezes Ana Maria Braga ou seus convidados recomendando que sejam incluídas "algumas" gramas de sal nas receitas. 
Também já ouviu William Bonner dizer que "a gasolina vai aumentar", 
mas querendo referir-se ao preço da gasolina. 
Isto sem falar em expressões absurdas como "liquidação imperdível", 
"meu óculos", etc. 


Dizem que muitas vezes "os erros vem dos mestres", "é errando que se aprende", "errar é humano". O problema é que, nos casos que citei acima, os mesmos erros são repetidos constantemente, inclusive pelas mesmas pessoas. Esses profissionais costumam dizer que que essa forma de se expressarem facilita a comunicação com a população devido ao jeito popular de se expressar. No entanto, há diferenças entre "expressões populares" e "expressões erradas". Como exemplo, lembro o fato de que quando um repórter ou um narrador de futebol informa que um jogador teve problemas na panturrilha esquerda, os torcedores entendem muito bem que "panturrilha" é o nome correto da "batata" ou "barriga" da perna - neste caso, da perna esquerda. 
Também é importante lembrar que profissionais de comunicação - jornalistas, radialistas,  profissionais de propaganda e marketing - são também educadores. Mais do que os professores, estes, exatamente por serem profissionais de comunicação, são grandes responsáveis pela educação do povo, já que são oficialmente transmissores de informações. Não precisam falar e escrever em linguagem extremamente erudita, mas têm a obrigação de fazê-lo da forma mais correta possível. 

Por que "os óculos" e não "o óculos"?
Por que "dois gramas" e não "um grama"?

"Óculo" (assim mesmo, sem o "s") é o nome que se dá à peça também conhecida como "lente". Por sito, quem usa lentes de contato também usa óculos - óculos de contato. No caso de "óculos", o "s" surge no final da palavra porque são duas lentes - portanto, dois óculos. Por isto, nunca se deve dizer ou escrever "o óculos", "aquele óculos", etc. Como o substantivo está no plural, os artigos definidos ou indefinidos ou numerais que o precedem também devem ser pluralizados: "os óculos", "aqueles óculos".
Você nunca vai conseguir colocar uma grama de sal na receita porque não existe capim de sal. Isto mesmo: "grama" só é substantivo feminino quando a palavra se refere à vegetação também conhecida como "capim". A unidade de peso é um substantivo masculino, e neste caso deve-se dizer sempre "o grama", "os gramas", "um grama", "meio grama", "um grama e meio", "dois gramas", "vinte e dois gramas", "vinte e dois gramas e meio", etc.

"Imperdível" e "O aumento da gasolina"

A televisão frequentemente anuncia "filme imperdível", "show imperdível". Filmes comerciais anunciando liquidações ou ofertas "imperdíveis" são cada dia mais comuns. A palavra "imperdível" não é correta nem incorreta, ela simplesmente não existe na língua portuguesa e por isto deve ser evitada. Numa conversa entre amigos, numa linguagem informal, seu uso não apresenta problemas, mas numa mensagem formal ou transmitida através de um veículo de comunicação - televisão, rádio, jornal, out-door, etc. - deve ser evitado. Por que não escrever ou dizer "não perca o show", "não perca a promoção", etc.?
Na abertura de um telejornal, o apresentador diz: "Gasolina aumentou quatro vezes este mês". Se essa informação fosse verdadeira, seria um fato digno de comemoração, pois haveria oferta de gasolina em abundância. O problema é que, quando eles dizem isto, na verdade querem dizer que o que aumentou quatro vezes em um mês foi o preço da gasolina a ser pago pelo consumidor. A forma correta é "Preço da gasolina aumentou quatro vezes este mês". Quando dizemos que a gasolina aumentou, estamos dizendo que houve aumento do volume do combustível a ser vendido. O mesmo erro é frequentemente cometido quando se diz "aumento do feijão", do arroz, da farinha, da energia elétrica, etc.
Eu também acho que errar é humano, mas evitar a correção de algo que se sabe que está errado é outro erro que também pode e deve ser evitado. 

A seguir: "Outros erros muito comuns"

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Você sabe o que é uma mídia?

Imagem do Arquivo Google

 Muita gente 

usa a palavra "mídia",

mas nem sempre 

no contexto adequado. 


Muita gente usa a palavra "mídia" para se referir a fatos ou informações veiculados através do jornalismo (radiojornalismo, telejornalismo, jornalismo impresso ou via Internet, etc.). Parecem não saber que tal palavra tem um significado muito mais extenso e que, quando generalizam dizendo que todos estão usando a mídia de forma inadequada, e dizem isto em postagens ou comentários no Facebook, no Linked In, no Instagram ou no WhatsApp, estão incluindo elas mesmas. 
Essas pessoas precisam saber que "mídia" é todo o conjunto existente de formas de veiculação de informações e de comunicação, incluindo sistemas de televisão, rádio, jornais, revistas, telefonia fixa, telefonia móvel e tudo que se faz através da Internet. Ou seja: todas as formas usadas para a divulgação de informações, opiniões, ideias, através de mensagens particulares ou públicas. Os meios específicos para isto (televisão, rádio, Internet, etc.) são chamados "veículos ou meios de comunicação", "veículos ou meios de informação" ou "veículos ou meios midiáticos". A propaganda e o marketing também são atividades midiáticas. 

Na verdade, "mídia" é uma forma "aportuguesada" da palavra inglesa "media", que é uma abreviação de "mass media", cuja tradução correta é "comunicação de massa". Em termos mais simples, isto significa que "mídia" é literalmente todo o conjunto de atividades relacionadas à comunicação social. "Comunicação social" é o nome que se dá à veiculação de informações para grandes públicos através de qualquer dos veículos midiáticos (televisão, rádio, Internet, etc.). Deve-se lembrar que "comunicação" significa troca de informações. Compreende-se, então, que "comunicação social" é a disponibilidade de informações considerando como respostas ou "trocas de informação" as reações do público. 
À medida em que o tempo avança, muita coisa muda porque tem que mudar, porque precisa se atualizar, tornar-se mais eficaz. Evidentemente, no caso da mídia não poderia ser diferente, e a mudança mais significativa veio através da popularização da Internet. Através dela, a mídia perdeu totalmente seu antigo caráter de homogeneidade. Os assuntos mais debatidos não são mais os de interesse exclusivo das grandes empresas de comunicação. Nem mesmo das grandes empresas de qualquer setor de atividade. Existe agora uma tal "mídia alternativa", fundamentada principalmente na formação de "grupos" nas redes sociais online, nos quais diversos tipos de assuntos variados ou específicos são postados e discutidos. Isto trás à tona, dentro da comunicação social, a necessidade de amplos debates sobre mídia analógica, mídia digital, mídia eletrônica e seus respectivos conceitos. Como a Internet está à disposição de um número cada vez maior de pessoas, há muito tempo isto já não é mais de interesse específico dos empresários e dos profissionais de comunicação. É do interesse de todos. 



quarta-feira, 4 de abril de 2018

As Mensagens Subliminares

Este é um recurso
muito usado
em marketing e propaganda.


A imagem que aparece na ilustração já foi interpretada como "mensagem subliminar". Uma interpretação, ao meu ver, equivocada, pois o rosto de uma mulher está bem nítido. Uma mensagem é subliminar quando ela não é percebida conscientemente.
Em vários sites, existem fotos e vídeos mostrando supostas mensagens subliminares. "Supostas" porque muitas delas são meras questões de interpretação pessoal ou mesmo falsas. Há também pessoas que falam de "mensagens subliminares" sem saber o significado de "subliminar". Entre estas estão muitas pessoas que a interpretam sempre como algo relativo ao Demônio, ao sexo ou à pornografia.
"Subliminar" é o mesmo que "subconsciente". No Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, está explicado que se trata de "aquilo que não é ou não está explícito". Ou seja: algo imperceptível ou quase imperceptível. As mensagens subliminares são recursos muito usados, por exemplo, em marcas e logomarcas para que os consumidores identifiquem com mais facilidade os produtos ou serviços anunciados.
Numa mensagem subliminar, uma imagem projetada numa velocidade maior do que a capacidade visual humana, na maioria dos casos, pode perceber, não será vista conscientemente, mas atuará no subconsciente da pessoa, podendo influenciá-la em seu comportamento, suas decisões, etc. No caso do anúncio de um produto ou serviço, seu objetivo é convencer essa pessoa de que ela necessita do que está sendo oferecido.
Não se trata de uma teoria recente. Ela começou a ser conhecida a partir de 1957, quando o publicitário norte-americano James Vicary fundou a empresa Subliminal Projection Company ("Companhia de Projeção Subliminar"). Naquele ano, nos cinemas dos Estados Unidos, a empresa de publicidade fez uma campanha para a Coca-Cola usando apenas a exibição da mensagem "Drink Coke and eat popcorn" ("Beba uma Coca e coma pipoca"). A mensagem permanecia na tela por pouquíssimos segundos, um tempo tão curto que ninguém conseguia lê-la. No entanto, o propósito era este mesmo: não era para ser lida pelas pessoas. O fato é que até hoje o hábito de beber Coca-Cola e comer pipoca durante uma sessão de cinema é comum, principalmente entre adolescentes, em quase todo o mundo. A palavra "subliminal", em português, também está correta e tem o mesmo significado de "subliminar".  

terça-feira, 13 de março de 2018

A Comunicação e a Comunicação Jurídica

Por que
autoridades jurídicas
insistem 
no uso de termos
que leigos não entendem?


A comunicação é uma atividade altamente social, mesmo que seja somente entre duas pessoas. Por isto, minha opinião sobre a expressão "comunicação social" é de que ela uma redundância. É o resultado de uma troca de informações sobre um mesmo assunto entre duas ou mais pessoas. Isto inclui fatores biológicos (capacidade de falar, de ouvir, de escrever, de ler, etc.), sociais (jornalismo, publicidade, propaganda, relações públicas, etc.) e tecnológicos (rádio, televisão, telefonia e tudo que se refira a sistemas de telecomunicação). Essa troca de informações se faz por meio de símbolos como suporte para a eficácia da comunicação, e os principais símbolos são exatamente as palavras, os termos e as expressões. É por esta razão que, em muitos casos, a linguagem muito informal ou muito formal tem que ser evitada, principalmente nas redações.
No Brasil, ainda se preserva uma forma um tanto arcaica no que se chama "comunicação jurídica". Usam-se excessivamente termos, palavras e expressões que a maioria das pessoas que não são do meio jurídico não entende nem tem a obrigação de entender. As pessoas que usam esse tipo de linguagem - chamada "linguagem jurídica" - é que devem adequar sua linguagem às pessoas a quem as mensagens são dirigidas, pois existem palavras e expressões corriqueiras e corretas que as substituem com eficácia. "Petitório", por exemplo, é uma palavra muito usada pelos juristas quando estes se dirigem ao público em geral. Significa uma forma inicial em que se formula um pedido. Nada impede que tal palavra seja substituída por "solicitação", que é uma palavra com o mesmo sentido e popularmente bem conhecida.
Outra palavra muito usada pelos juristas e que pode ser substituída por outra mais conhecida por leigos: "codex" ou "códex". Por que não usam as palavras "código" ou "registro", que significam a mesma coisa e são muito mais conhecidas? Por que usam a palavra "exordial" se podem empregar "inicial", que é a mesma coisa? 
Eles usam frequentemente, também, a palavra "virago". Eu tenho certeza de que muitos leitores deste artigo, ao verem essa palavra na ilustração, tentaram imaginar o que é um virago. Certamente muita gente não sabe que não se trata de um, mas de uma virago. Sim, "virago" é um substantivo feminino. É uma mulher exemplar, uma heroína, mulher honrada. Por que não dizem "mulher exemplar", "mulher virtuosa" ou não usam qualquer outra expressão como estas, com o mesmo sentido, capaz de ser entendida facilmente por todas as pessoas? O ouvinte ou leitor precisa entender o que ouve ou lê para, em seguida, corresponder também de forma clara.
Isto não ocorre somente nos meios jurídicos. O que ocorre entre eles é reflexo do que acontece de uma forma geral. A maioria das pessoas tem sempre a impressão de que o leitor ou o ouvinte entendeu ou entenderá claramente o que elas dizem ou disseram através da fala ou da escrita. Nem sempre as outras pessoas entendem as coisas nos mesmos termos em que nós entendemos. A linguagem tem que ser sucinta e clara para todos os envolvidos no processo de comunicação. Isto é fundamental para que o resultado seja minimamente satisfatório para todos.