terça-feira, 19 de junho de 2018

A expressão "hino nacional brasileiro" está correta?

Bandeiras nacionais de vários países.
Sim,
pois nem tudo que é nacional
é brasileiro.

Em tempos de Copa Mundial de Futebol, quando é executado o hino do Brasil na abertura de uma partida entre a seleção brasileira e a de outro país, os narradores informam pela televisão que está sendo executado o "Hino Nacional Brasileiro". Quando isto acontece, há sempre alguém que demonstra uma dúvida: É correto dizer "Hino Nacional Brasileiro?".
Sim, pode-se dizer "hino nacional brasileiro" ou "hino nacional do Brasil". A dúvida quanto a isto revela que a pessoa não conhece o significado da palavra "nacional". "Nacional" é qualquer coisa relacionada a uma nação, seja esta qual for. Portanto, pode-se dizer "hino nacional do Brasil", "hino nacional da França", "bandeira nacional do Brasil", "bandeira nacional do Japão", etc. 
"Brasileiro" é tudo que é relativo ao Brasil. "Nacional" é tudo que se relaciona a uma nação, seja esta qual for. É preciso saber que há diferenças entre "nação" e "país". Um país é uma região geográfica constituída por um Estado soberano. "Estado", neste caso, significa "governo", e "Estado soberano" é simplesmente um Estado politicamente organizado. "Nação" é uma comunidade constituída por um conjunto de pessoas, com base num território, num idioma (no caso da nação brasileira, o português), mantendo mesmos costumes, mesmas tradições, etc. 
Entretanto, o elemento dominante que evidencia o sentido de "nação" é a união entre seus indivíduos na convicção de objetivos coletivos. Isto é o que se chama "consciência de nacionalidade". Por isto, uma grande nação como a brasileira é constituída por outras nações menores, que são as que ocupam as unidades federativas (UF), que são os estados como o Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas, etc. Vêm daí expressões como "nação capixaba", que é pouco usada até mesmo no Espírito Santo, mas existe e é correta.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

O que um mentalista faz?

O seriado é um dos mais assistidos na Internet.
O mentalismo envolve
principalmente
a lógica.

A popularidade de seriados americanos na televisão brasileira sempre trouxe à tona palavras antes desconhecidas pela maioria da população. Este é o caso de "mentalismo", palavra que passou a tomar parte do vocabulário dos brasileiros principalmente a partir de 2009, quando a série "The Mentalist" ("O Mentalista") estreou no SBT (Sistema Brasileiro de Televisão).
Nos Estados Unidos, a série estreou em 2008 na CBS. O último episódio foi ao ar em 2015. Patrick Jane, o personagem principal, interpretado por Simon Baker (foto), tem um talento que é raro, mas existe: uma extraordinária capacidade de analisar o comportamento das pessoas e os fatos em detalhes extremamente precisos. Com isto, ele ajuda a Agência de Investigação da Califórnia (CBI - California Bureau of Investigation) a resolver os casos criminais mais intrigantes. A partir da sexta e penúltima temporada da série, ele passa a colaborar com o FBI (Federal Bureau of Investigation - Agência Federal de Investigação). Atualmente, "O Mentalista" é uma das séries mais acessadas nos sites de filmes e séries.
Na história contada na série, antes de atuar como colaborador da CBI, Patrick Jane realizava shows com artes sênicas misturando sua alta capacidade dedutiva com truques de ilusionismo. Isto fez muita gente no Brasil pensar que o mentalismo é uma técnica de ilusionismo. O ilusionismo é uma arte através da qual são criadas ilusões por meio de truques. O mentalismo é um conjunto de técnicas que inclui lógica, hipnose, sugestão e controle mental. A lógica se refere ao uso da capacidade de raciocínio. A hipnose é um estado de consciência com atenção focada em um determinado ponto. A sugestão é uma condição psicológica que faz com que uma pessoa seja influenciada a pensar de acordo com uma ideia ou informação recebida.

Fonte: Dicionário Aurélio Buarque de Holanda.

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Escrever no Papel é Importante para Preservar e Melhorar a Cognição

Use o computador
mas mantenha também
o hábito de escrever. 

Dizem que "cognição" é a nossa capacidade de adquirir conhecimento. Na verdade, isto não é "cognição", é aprendizagem. Uma coisa está relacionada a outra, mas são duas coisas diferentes. A cognição é a nossa capacidade de desenvolver nossa aprendizagem através da percepção, da associação (de coisas, de fatos, de ideias, etc.), da memória, do raciocínio, da imaginação, do pensamento e principalmente da linguagem. Eis por que, ao escrevermos ou digitarmos textos, o uso da linguagem correta se faz necessária às pessoas que os lerão e a nós mesmos. 
A cognição é um conjunto de processos mentais que ocorrem no pensamento, na classificação, no reconhecimento e na compreensão que nos leva ao aprendizado de determinadas coisas e até de soluções para muitos problemas. Em resumo, a cognição é o conjunto de fatores através dos quais nossos cérebros funcionam para percebermos, aprendermos e analisarmos todas as informações que recebemos. Consequentemente, a cognição é o nosso principal fator que facilita nossa adaptação ao meio em que vivemos - inclusive sob o ponto de vista social. 
Junto com o hábito de ler. o hábito de escrever é um excelente exercício para preservar as boas condições de nossas capacidades cognitivas. Nada tenho contra os que lêem um livro num Smartphnone, num Tablet ou num e-reader, mas novas descobertas científicas sempre comprovam, cada vez mais, que ler livros de papel e escrever como na foto que ilustra este artigo ainda é o melhor exercício para a saúde cerebral. A norte-americana Naomi Baron, especialista em estudos de linguística, comprova isto.
Naomi é profunda conhecedora das relações entre linguagem e o uso da tecnologia para a leitura, escrita e fala. Após avaliar os hábitos de 300 estudantes universitários dos Estados Unidos, do Japão, da Alemanha e da Eslováquia, ela concluiu que 92% deles tinham mais facilidade em se concentrar na leitura de livros de papel. "Quando as pessoas leem livros em computadores, tablets ou celulares se distraem com mais facilidade, suas atenções são desviadas para outras coisas com mais frequência", diz ela. 
Ela informou também que um estudo realizado em 2012 na Universidade de Indiana revelou que os cérebros das crianças que escrevem no papel são ativados de forma mais intensa do que os das que digitam em computadores, tablets ou celulares. Obviamente o mesmo ocorre com adultos. A principal consequência disto é o aprendizado mais rápido e mais eficaz, já que, enquanto escrevemos, nossas concentrações sobre nossos próprios textos são bem mais centradas. 

quarta-feira, 13 de junho de 2018

O Significado de "Procrastinação"

É mais uma
daquelas palavras
muito usadas
juridicamente.


O verbo "procrastinar" não é exclusivamente jurídico, mas é um dos mais utilizados juridicamente. Significa simplesmente adiar; deixar para outro dia, outro mês, outro ano. Portanto, por diversas razões, a procrastinação é algo que ocorre com muita frequência nas decisões jurídicas, governamentais, empresariais, etc.
Por falar em "adiar", é comum, em algumas organizações, ocorrer avisos como este:
"A reunião prevista para hoje à tarde foi adiada. A data ainda será confirmada."
Isto é um erro. Se a reunião foi adiada, isto quer dizer que ela já está confirmada para ocorrer outro dia; portanto, a data já está prevista. Sem confirmação da data, não há confirmação de que a reunião ocorrerá. Enquanto a nova data não for confirmada, a reunião permanece apenas cancelada. "Adiar" significa "transferir para outro dia já determinado", o que por sua vez significa que esse "outro dia" é uma data já confirmada.
Numa empresa, o excesso de procrastinação representa um constante adiamento de decisões importantes. Isto resulta em perda de produtividade. Esse excesso impede o funcionamento normal das atividades dos funcionários, já que tantos projetos são frequentemente deixados para depois. Nos casos individuais, isto é ainda pior: quando uma pessoa adia muito seus próprios compromissos, isto faz com que outras pessoas tenham a impressão de que se trata de falta de responsabilidade. Isto faz com que a pessoa obtenha desconfiança e descrédito das outras. 
A procrastinação pode ser um adiamento ou mesmo uma desistência (quando algo é "deixado para depois" mas o "depois" nunca chega). Muita gente procrastina demais por não saber administrar seu próprio tempo para fazer o que tem de ser feito. Entre as tarefas e outras atividades mais comuns a serem procrastinadas estão relatórios que têm que ser entregues num determinado prazo, inscrições de alunos para participar de provas como o Enem (Exame Nacional de Ensino Médio), inscrições para concursos públicos ou vestibulares, atualização de documentos (por exemplo, títulos de eleitores), marcação de consultas médicas, etc. 
Geralmente, quando essas pessoas decidem iniciar uma nova atividade, interrompem-na em poucos dias e retornam a seus hábitos rotineiros deixando-a "para depois" e, na maioria destes casos, o "depois" se torna "nunca". Nestes casos a procrastinação prejudica gravemente o desenvolvimento de aprendizagem do estudante, a carreira do profissional, a produtividade do funcionário e até mesmo a saúde de todas estas pessoas. Timothy Pychyl, diretor do Centro de Iniciativas em Educação e professor de psicologia da Carleton University (Otawa, Canadá), diz que o procrastinador crônico sabe que deveria concluir a tarefa que está sempre adiando, mas continua procrastinando, embora ele mesmo se sinta incomodado por isto.
Outros psicólogos afirmam que muitos procrastinadores crônicos agem assim porque são impulsivos quanto à realização de tarefas que ele considera mais urgentes principalmente quando estas são relacionadas a aspectos emocionais. É uma tentativa de fugir de situações estressantes. Para eles, o procrastinador nestas situações se bloqueia ao sentir ansiedade ou lidar com fortes emoções. 
Talvez seja este um dos principais problemas que têm que ser enfrentados para se reduzir a procrastinação numa empresa ou outros tipos de organizações: os diferentes motivos que levam cada pessoa a ser um procrastinador. Muitos destes sofrem hipertensão arterial, doenças cardiovasculares ou são menos capazes de se engajar em estratégias para tentar resolver inclusive seus próprios prolemas. Em suma: é bem difícil lidar com tais situações. Quanto a você, se está sempre deixando para depois suas tentativas em melhorar seus níveis de redação, é bem provável que você seja ou esteja se tornando um contumaz procrastinador.

quinta-feira, 7 de junho de 2018

A Chefia e a Liderança

Há diferenças fundamentais
entre um chefe
e um líder.


Se você é um(a) estudante de nível médio e no próximo Enem tiver que fazer uma redação sobre gestão, terá que saber qual é a diferença entre "chefia" e "liderança". Em primeiro lugar, precisará saber o que é uma gestão.
"Gestão" é o mesmo que "administração" ou "gerenciamento". É o cargo ocupado pela pessoa responsável por tornar um grupo de pessoas capaz de obter sucesso na produção ou realização de algo. Essa pessoa é o gestor ou a gestora. É também chamada de administrador(a), gerente, chefe ou líder. A diferença é que ser um(a) chefe não é o mesmo que ser um(a) líder.
O chefe impõe ordens. O líder capacita as pessoas a executar tarefas. O chefe dá ordens sem permitir contestações. O líder conversa com seus liderados permitindo-lhes dar sugestões sobre melhores formas de cumprir as tarefas. O chefe comanda e controla seus subordinados autoritariamente. O líder busca meios para incentivá-los e motivá-los. Os chefes são temidos. Os líderes são respeitados. Enquanto o chefe determina, sem permitir questionamentos nem posições contrárias, o líder orienta a equipe a fazer o que tem que ser feito sem impor ordens, mas pedindo sugestões, incentivando o interesse de todos em participarem.
O chefe obriga as pessoas a cumprir suas ordens sem considerar possíveis condições que as impeçam de executá-las. O líder faz com que a equipe funcione adequadamente, delegando poderes a seus subordinados e, ao mesmo tempo, ajudando-os a realizar suas tarefas. Enquanto o chefe faz imposições, o líder administra os talentos e as capacidades dos liderados. O chefe sabe apenas mandar. O líder sabe que a capacidade de sua liderança é revelada pelos talentos de sua equipe, e que esses talentos são mostrados pelos resultados que favorecem o sucesso da organização.
Esses conceitos ainda são poucos. Sugiro que você pesquise mais sobre o assunto. Leia artigos sobre gestão (financeira, de compras, de obras, de saúde, etc.) nos jornais, em revistas sobre economia, etc. Esses assuntos não são de interesse apenas de empresários e economistas, eles dizem respeito a todos nós. Uma pequena aprendizagem sobre gestão pode, inclusive, ajudar muito a controlar a economia em casa e as suas próprias condições financeiras.  

segunda-feira, 4 de junho de 2018

O Fundamentalismo como Tema para Redação

O fundamentalismo
não é
apenas religioso.


O fundamentalismo é um assunto sempre presente nos noticiários, principalmente por causa das interpretações quase sempre religiosas que lhe são dadas. Há pessoas que ousam dizer que "fundamentalismo religioso" é uma redundância. Isto demonstra que elas desconhecem o significado da palavra.
Como a própria palavra indica, "fundamentalismo" é algo relacionado a fundamentos. "Fundamento" é um conjunto de regras básicas para o funcionamento de uma organização. Portanto, o fundamentalismo pode ser social, religioso, empresarial, governamental, etc. Vem daí outra palavra: "fundamental", que significa o que serve como alicerce na construção de uma casa, de um edifício, etc., e, com sentido figurado, a base de uma ideia, um plano, uma realização. 
Atualmente "fundamentalismo" é uma palavra utilizada como referência religiosa, política ou econômica, quase sempre com sentido de excesso de rigidez doutrinária e proibição de questionamento sobre ideias impostas. Desta forma, é chamada "fundamentalista" uma pessoa que defende ideias e posicionamentos como se fossem verdades absolutas e indiscutíveis. 
Entretanto, o verdadeiro sentido de "fundamentalismo" é a junção de princípios fundamentais para a existência e a preservação de algo, de um grupo social, de uma empresa, de uma organização governamental ou não governamental, etc. Também considera-se corretamente como um grupo fundamentalista um grupo de pessoas unidas para resistir contra um grupo maior, do qual diverge quanto a princípios fundamentais.
Essas informações são, por si mesmas, fundamentos muito importantes para que estudantes e quaisquer outras pessoas estejam preparadas para entender textos sobre os tipos de fundamentalismo que existem e para escrever sobre eles. Afinal, desde a própria família a maiores grupos sociais - associações em geral, empresas, igrejas, etc. - não existe um grupo de pessoas que não tenha como base um fundamentalismo. 

quarta-feira, 30 de maio de 2018

O que é "Turismologia"?

Antes de escolher
essa área profissional,
conheça melhor
suas atividades.


Quando fazem uma redação sobre suas pretensões profissionais, muitos jovens que ainda não definiram sua escolha deixam claro que gostariam de atuar na área de turismo. Entre estes, são muitos os que pensam que "gostar de viajar", "vontade de conhecer o mundo", são suficientes para obter sucesso nessas atividades. Por causa disto, muitos estudantes de cursos de turismo desistem e procuram outras profissões. Sentem-se perdidos, desnorteados, sem saber exatamente o que querem. Quando descobrem que gostar de viajar, ter vontade de conhecer muitos lugares do Brasil ou do mundo, não são quesitos suficientes para ser um bom profissional de turismo, sentem uma sensação de frustração.
Seduzidos pelas imagens mostradas em propagandas de turismo, muitos jovens que se preparam para ingressar em cursos de nível superior escolhem a turismologia porque gostam da ideia de trabalhar viajando. Porém, "trabalhar viajando" é o mesmo que "viajar trabalhando". A viagem por trabalho não é igual à viagem de férias ou por lazer. Daí vem a frustração e a necessidade de escolher outro curso que tenha algo a ver com seus talentos. É preciso também saber as diferenças entre "talento" e "vocação". "Talento" é a capacidade natural de realizar algo com sucesso; "vocação" é uma vontade que, embora muito forte, nem sempre tem algo a ver com o talento. 
Inicialmente, é importante saber que um turismólogo não é simplesmente um profissional de turismo. Ele é um cientista. Toda palavra terminada em "logia" se define como uma ciência. É o caso de sociologiageologiaentomologiatecnologiapsicologia, etc. A terminação "logia" vem da palavra grega "logos", que significa "estudo de". A entomologia, por exemplo, é o estudo dos insetos (do grego, em que "logos" significa "estudo de" e "entomos" significa "insetos"). "Tecnologia" é o estudo das técnicas. Portanto, "Turismologia" não é "turismo", é a ciência dedicada ao estudo de   todas as atividades relacionadas ao turismo.
"Turismo" é uma coisa praticada pelo turista, não por um profissional. É um erro dizer que o turismo é uma profissão. O turismo é o conjunto de atividades praticadas pelos turistas (isto é, pelos viajantes) durante suas viagens e permanências em diferentes lugares em menos de um ano. Nem todo turista viaja por lazer; existe também o turismo de negócios, que é quando o turista viaja para realizar atividades e participar de eventos (seminários, workshops, congressos, etc.) relacionados aos seus interesses profissionais.
A turismologia se relaciona às ciências sociais (antropologia, psicologia, etc.), às ciências econômicas (economia e contabilidade) e a atividades de comunicação como o marketing, a linguística, a política, a estatística, etc. É, portanto, uma ciência que centraliza o estudo do turismo envolvendo todos esses segmentos. A diferença básica pode ser assim resumida: a turismologia é o estudo de um fenômeno e o turismo é esse fenômeno estudado.
O termo "turismologia" surgiu no final da década de 1960, mas se popularizou no mundo a partir de 1972, quando Zivadin Jovicic, turismólogo da Iugoslávia, fundou a revista cujo título era a palavra "turismologia" em seu idioma (servo-croata). Alguns turismólogos preferem dizer "ciência do turismo", outros preferem "turismografia". No entanto, "grafia" é a forma de escrever uma palavra, uma frase ou um texto. Portanto, o termo "turismografia" é mais adequado para designar a forma como se descreve o turismo por escrito, não devendo ser usado como nome de uma ciência.
Há muitas outras coisas que os interessados precisam saber sobre as atividades relacionadas ao turismo. Para isto, recomendo que leiam os dois artigos que podem ser acessados através dos links abaixo.