terça-feira, 30 de abril de 2019

Expressões Idiomáticas devem ser Evitadas

"Chutar o balde"
é uma das expressões idiomáticas
mais usadas no Brasil.
São recursos
muito usados em redações,
mas devem ser evitados.

"Recursos linguísticos" ou "recursos de linguagem" são técnicas que usamos enquanto nos comunicamos através da linguagem falada ou escrita. São palavras e expressões usadas com significados diferentes dos originais, mas facilmente compreendidas devido a sua ampla utilização como expressões populares. No entanto, certos recursos linguísticos funcionam muito bem como expressões populares mas, numa redação feita durante uma prova ou em outras circunstâncias em que é necessária certa formalidade, precisam ser evitados.
Expressões idiomáticas como "chutar o balde" ou "chutar o pau da barraca" costumam ser muito usadas por estudantes nas provas. Seu uso nas provas não é proibido, mas deve ser evitado. Elas tanto podem significar "deixar pra lá", simplesmente desistir de algo ou não insistir, como também "perder as estribeiras" (outra expressão idiomática) ou reagir de forma agressiva, emocionalmente descontrolada. Essa diferença de significados para uma mesma expressão pode gerar interpretações conflitantes. Por isto seu uso nas redações deve ser evitado.
As redações nos vestibulares, no Enem, em concursos públicos, em relações de trabalho e em muitas outras situações requerem certa formalidade na linguagem exatamente para que sejam eliminados todos os tipos de dúvidas quanto ao que se quer dizer no texto. 
Não se deve confundir "expressão idiomática" com "metáfora". Uma metáfora é uma palavra, expressão ou frase com significado diferente do seu real significado. Um exemplo de metáfora: "Estamos no mesmo barco" ("barco", neste caso, significa uma determinada situação). Numa expressão idiomática isto também ocorre, mas a diferença é que uma metáfora pode ser representada por apenas uma palavra. Geralmente uma expressão idiomática é representada por um conjunto de palavras, uma frase completa, o que facilita a possibilidade de uma interpretação equivocada. Palavras e expressões usadas corretamente e em seu sentido original facilitam a comunicação e evitam problemas.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

"Monopólio" e "Oligopólio"



Para entender
o significado
de uma das duas palavras, 
basta saber o da outra.

Suponha que, numa prova ou em alguma outra circunstância, você tenha que fazer uma redação sobre um monopólio. Quando isto ocorrer, você terá que demonstrar, no texto, que você sabe o que é um monopólio. Como o oligopólio é algo relacionado ao monopólio, é praticamente impossível mencionar uma coisa sem se referir à outra. Portanto, é importante que você tenha conhecimentos básicos sobre as duas coisas.
Um monopólio é um direito comercial exclusivo. Explicando melhor: é o direito que uma pessoa, um grupo de pessoas ou uma empresa usa para explorar uma atividade lucrativa com exclusividade, sem concorrentes. Em muitos casos isto ocorre de forma abusiva: já que não há concorrência, algumas organizações aproveitam a situação para oferecer seus produtos ou serviços cobrando preços altos. Ocorre quando a atividade comercial é dominada por uma determinada organização, não pelas leis de mercado.
A lei de mercado, também conhecida como lei da oferta e da procura, é um modelo que determina a prática de preços de bens (carros, computadores, casas, apartamentos, televisores, etc.) e de serviços (telefonia, abastecimento de água ou de energia elétrica, etc.) no mercado. Há casos em que bens e serviços são correlatos, o que torna necessário saber o que é um bem e o que um serviço (ou uma prestação de serviço). Um telefone celular é um bem por ser um objeto que pertence a quem o tem, mas a telefonia celular ou móvel é uma prestação de serviço prestada por uma empresa chamada "operadora de telefonia celular".
O oligopólio não é exatamente o contrário do monopólio. Na verdade, surgiu como uma espécie de evolução do monopólio. Os economistas o descrevem como uma estrutura de mercado "imperfeita", o que nem seria necessário dizer, já que sabemos que a perfeição não existe. O mais importante é você saber que no oligopólio o mercado é controlado por um reduzido número de empresas, com cada uma tendo que considerar os comportamentos e as reações das outras, pois é uma concorrência que leva à necessidade de frequentes tomadas de decisões.
Tudo que está escrito acima é o mínimo que você precisa saber para iniciar uma boa redação sobre tal tema. No entanto, procure outras fontes, se puder (livros, revistas, jornais, etc.) para aprender um pouco mais a respeito do mesmo. Quanto mais conhecimentos você puder adquirir, maiores são suas chances de fazer uma redação merecedora de destaque positivo.

quarta-feira, 3 de abril de 2019

O Populismo

Ilustração: A Gazeta Digital
 Esta é
mais uma palavra
nem sempre 
aplicada corretamente
no contexto.

Uma redação não é somente aquela que você faz durante uma prova no Enem ou num concurso público. Qualquer texto que você escreve ou digita abordando um tema, podendo ser até mesmo uma postagem numa rede social, é uma redação. Se o tema for político, é importante que você conheça bem os significados das palavras e expressões mais usadas nesse tipo de assunto caso queira usá-las.
O ato de usar palavras com significados equivocados faz com que as pessoas que conhecem seus significados corretos interpretem o texto de forma diferente da interpretação que o autor quer que o leitor tenha. Em muitas situações isto pode causar problemas muito mais sérios do que o autor da postagem ou do comentário possa imaginar.
Este é o caso de muitas pessoas que usam determinadas palavras e expressões relacionadas a temas políticos no Facebook e em outras redes sociais. "Populismo" e "populista" estão entre as palavras mais inadequadas para os contextos em que muitos usuários dessas redes pretendem inseri-las. "Populista" é a pessoa que pratica o populismo ou qualquer relacionada ao populismo (atitude populista, discurso populista, etc.). Porém, "populismo" é um substantivo masculino com um significado mais complexo do que muitas dessas pessoas imaginam. 
O populismo é qualquer conjunto de práticas por meio das quais se faz um apelo a um povo. Geralmente o que se entende por "populismo" é qualquer apelo feito ao povo contrapondo sua maioria em relação a uma elite. "Elite" é um determinado grupo de pessoas dentro de um grupo maior, mas com capacidade para tomar ou influenciar determinadas decisões que possam afetar todo o grupo. Em termos políticos, considera-se "elite" a parcela de um povo que é capaz de exercer essas influências sobre esse povo. 
Não existe uma definição exatamente correta para o populismo. Há pessoas que se referem a si mesmas como populistas (pessoas que procuram fazer o melhor que podem pelo povo) e pessoas que classificam outras como "populistas", mas de forma pejorativa. Por testa razão, muitos especialistas em linguística consideram "populismo" um termo um tanto vago, inconstante.
Politicamente, a palavra "populismo" é usada para designar uma ação ou atitude tendo o povo como o centro da ação, independentemente dos meios usados para isto. Ganhou força expressiva no Brasil e em outros países da América Latina a partir de 1930, associando-se à industrialização, à urbanização e à queda do coronelismo - complexa estrutura de poder que começava nos municípios, cujas figuras centrais eram os "coronéis", que geralmente eram grandes proprietários rurais. 

Atualmente a principal característica do populismo é o contato direto entre o político carismático e populações urbanas. Para ser eleito, o populista procura estabelecer um vínculo emocional abraçando pessoas, acariciando crianças, etc. São formas para aliciar eleitores da classe média e dos grupos de menor poder aquisitivo, objetivando conquistar a simpatia dessas pessoas para obter votos e prestígio entre elas. 

quinta-feira, 21 de março de 2019

O Golpe das "Fake News"

Foto: Ric Mais
 Se o estudante
não tomar cuidado,
elas podem fazer
sua redação
ser reprovada.

As "fake news" já existem no mundo há muito tempo. A novidade quanto a elas é o uso de seu nome em inglês ("fake news" significa "notícias falsas") e quanto aos veículos através dos quais ela se espalha, principalmente a Internet. Seja através de textos, de áudio ou de vídeo, a maioria delas é veiculada para legitimar um ponto de vista ou prejudicar alguém. Muitas delas costumam ser meros golpes para as pessoas compartilharem através de redes sociais ou de meios de comunicação como o Messenger ou o WhatsApp e, desta forma, obter links para roubar dados pessoais das pessoas que compartilham.
As informações geralmente têm o objetivo de despertar emoções no leitor para que este compartilhe o material sem verificar antes se seu conteúdo é verdadeiro ou falso. O poder de influência das notícias falsas é maior em pessoas com menor grau de escolaridade, mas muita gente com formação em nível superior também cai nesses golpes. Isto ocorre principalmente quando o conteúdo é de cunho político.
Os estudantes precisam tomar o máximo cuidado possível para não se basear em notícias falsas quando abordar qualquer tema numa redação, especialmente no Enem ou no vestibular. Argumentos baseados em notícias falsas se tornam argumentos falsos e, por isto, podem causar reprovação. Os alunos costumam se basear muito em dados estatísticos e, dependendo da fonte de informação, eles podem não ser verdadeiros, mesmo quando são citados como informações fornecidas por órgãos oficiais como o Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) e outros. Se você leu ou ouviu alguma informação com o IBGE, por exemplo, citado como fonte, procure essa mesma informação no site do IBGE antes de acreditar nela.
Um dos maiores erros que os estudantes e muitas outras pessoas cometem ao buscar informações, principalmente buscando possíveis temas para redação, é recorrer às redes sociais em busca de informações. Essas informações têm que ser pesquisadas em jornais online ou impressos, revistas online ou impressas - e ainda assim algumas delas podem ser equivocadas e, por isto, falsas. De qualquer forma, é importante checar as informações nas fontes apropriadas para a divulgação de notícias, não dando crédito imediato ao que se encontra nas redes sociais. 

quarta-feira, 13 de março de 2019

O Significado de "Gênero"

"Gênero humano",
"gênero feminino",

"gênero masculino"...
Afinal, o que é um "gênero"?


Ao abordarem o assunto numa redação, muitos estudantes demonstram não saber quais são as diferenças entre esses "gêneros". Entretanto eles não são os únicos: isto também se verifica em muitas postagens e comentários que muita gente faz nas redes sociais e blogs. As razões podem ser várias, mas uma das que se destacam é o fato de muita gente não conhecer o real significado da palavra "gênero". 
"Gênero" é qualquer conjunto de seres, objetos ou fatos com alguma relação de semelhança. Um gênero musical, por exemplo, é o que inclui todas as músicas com os mesmos estilos. O samba é um gênero musical. O Rock é outro. A valsa é outro. O mesmo acontece com gêneros de filmes: ficção científica, faroeste, comédia, etc.
Ultimamente temos ouvido falarem muito em "gênero humano", "gênero masculino", "gênero feminino", etc. As dúvidas quanto a isto geram a seguinte pergunta: "Mas os gêneros masculino e feminino não são também gêneros humanos?"
É importante saber que "gênero" e "sexo" não são a mesma coisa. Em quaisquer seres vivos (humanos ou não), "gênero masculino" é o grupo de seres da mesma espécie e do mesmo sexo, o grupo que reúne seres com as mesmas características biológicas exclusivas do sexo masculino. O mesmo ocorre no caso do "gênero feminino".
"Gênero humano" é o grupo que reúne todos os seres que possuem características biológicas, sociais, etc., próprias dos seres humanos. Ou seja: é a própria humanidade, todo o conjunto de pessoas existentes no mundo. Porém, dentro deste grande grupo, há outros gêneros: o social, que inclui pessoas em condições sociais semelhantes; o econômico, que inclui pessoas com mesmas características econômicas (faixas salariais, poder aquisitivo, etc.), entre outros. 
Nos debates mais recentes nas redes sociais, o que mais se destaca são as divergências e semelhanças entre os grupos humanos feminino e masculino (ou seja, entre homens e mulheres). Neste caso, o que está em discussão não é exatamente o que diferencia o sexo masculino do sexo feminino, mas a masculinidade e a feminilidade das pessoas. "Masculinidade" é tudo que geralmente é associado a meninos e homens sob os pontos de vista biológico e social. "Feminilidade" é tudo que se associa biológica e socialmente a meninas e mulheres. O que se percebe é que tanto o conceito de masculinidade como o de feminilidade são definidos dentro de padrões estabelecidos pela sociedade, fator que evidencia que, pelo menos nestes casos, "gênero" é uma coisa e "sexo" é outra. Por outro lado, dependendo do contexto, essas discussões podem envolver o sexo em sentido biológico, os casos exclusivos dos hermafroditas (anomalia que ocorre em pessoas que possuem características biológicas masculinas e femininas).
Existe também a expressão "identidade de gênero". Refere-se à determinação do gênero com o qual a própria pessoa se identifica ou prefere se identificar. Eis aí a razão de tanta polêmica: se, tendo nascido com o sexo masculino, a pessoa se identifica mais como mulher do que como homem, e vice-versa, ou se a pessoa (homem ou mulher) se vê como "fora do convencional". Nestes casos há dois grupos de opiniões: o das pessoas que acreditam que a "identidade de gênero" se constitui como fixa, sem variações, seja qual for o papel social que a pessoa tenha que desempenhar ou no qual ela se insere; e o das pessoas que acreditam que a identidade de gênero é influenciada por estruturas sociais estabelecidas por famílias, religiões, associações, questões trabalhistas, etc.
A identidade de gênero não deve ser confundida com "orientação sexual". Jaqueline Gomes de Jesus, doutora em psicologia, diz que "orientação sexual" e "gênero" são coisas que têm correlações, mas não são a mesma coisa. Para ela, a orientação sexual não pode influenciar uma escolha e deve ser baseada em fatores biogenéticos, sejam estes hormonais ou genes que possam determinar predisposições. 

segunda-feira, 11 de março de 2019

Você sabe o que é "inversão geomagnética"?

Fonte da ilustração: Mistérios do Espaço.
Este pode ser
um bom tema 
para redação.


Um fenômeno natural que ocorre há milhões de anos está sendo motivo de muita polêmica nas redes sociais online e, por isto, pode ser um bom tema para redação. Trata-se de um fenômeno que está sendo chamado de "Inversão dos Polos Magnéticos da Terra", cientificamente mais conhecido como "Inversão Geomagnética". Esta evidente preocupação de tanta gente com o que pode estar ocorrendo no planeta que habitamos faz com que o assunto se torne um importante tema para redação, principalmente porque muitas pessoas o debatem mas, mesmo entre estas, muitas admitem não saber exatamente do que se trata. 
Uma inversão geomagnética é uma mudança de orientação do campo magnético terrestre. Mas lembre-se: não se deve confundir os polos magnéticos com os polos Norte e Sul do planeta. O Polo Norte e o Polo sul são polos geográficos. Os polos magnéticos são os dois pontos da superfície da Terra onde se encontram as linhas das forças magnéticas (veja na ilustração). São exemplos de forças magnéticas a gravidade (força gravitacional) e a força elétrica (a que causa raios em tempestades).
A linha imaginária traçada entre os polos norte e sul magnéticos apresenta atualmente uma inclinação de aproximadamente 11 graus em relação ao eixo do planeta. Isto enfraquece o campo magnético enquanto ocorre o aumento da distância de sua origem. A localização dos polos magnéticos muda em distâncias de vários quilômetros por ano. Os dois polos oscilam independentemente um do outro e, ao contrário do que ocorre com os polos Norte e Sul geográficos, nem sempre se situam em posições diretamente opostas. Atualmente o polo sul magnético está mais distante do polo Norte geográfico do que o polo Norte magnético em relação ao polo Sul geográfico. 
Estudos recentes revelam que o campo começa a perder força antes da inversão começar a ocorrer e, segundo alguns cientistas, a inversão que está gerando polêmicas já está ocorrendo. A física Daniele Brandt, do laboratório de Paleomagnetismo do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo, diz, no entanto, que a frequência com que essa inversão ocorre não é exata. A última ocorreu há cerca de 780 mil anos. O fator que se destaca no momento é o que está ocorrendo no Atlântico Sul, a parte do oceano Atlântico que se situa no hemisfério sul. Realmente o magnetismo dessa região oceânica está menos intenso. Isto pode causar problemas nos sistemas de telecomunicação e na distribuição de energia elétrica, mas a maior preocupação é quanto à saúde das pessoas: a exposição maior aos raios solares pode aumentar a incidência de câncer.

sexta-feira, 8 de março de 2019

Palavras Homófonas, Homógrafas e Homônimas

"Besta" (a arma) e "besta" (o animal).
No caso da arma, a pronúncia é "bésta",
mas a grafia é a mesma em ambos os casos.
Palavras homófonas e homógrafas
são, às vezes,
motivos de confusão em redações.


A homofonia é uma relação entre duas ou mais palavras com a mesma pronúncia mas com diferenças quanto à ortografia e aos significados. Exemplos: "sinto" (flexão do verbo sentir) e "cinto" (peça de vestuário); "Acender" (emitir luz) e "ascender" (subir; mudar de um cargo para outro superior numa hierarquia), "Acento" (sinal gráfico) e "assento" (cadeira; banco; qualquer lugar ou objeto para as pessoas se sentarem).
A homografia estabelece uma certa relação de dependência mútua entre palavras ortograficamente iguais mas com sentidos diferentes. É o caso, por exemplo, de "besta" (animal) e "besta" (uma arma)*. Também se usa a palavra "besta" para se referir ao demônio, a um monstro, etc.
Os exemplos aqui citados são os mais simples. Há também palavras homófonas e homógrafas com significados mais complexos que requerem maior atenção. Essas semelhanças e diferenças entre as palavras quanto às grafias, às pronúncias e aos significados costumam causar confusão nas redações. Ao usá-las, a pessoa que escreve tem que ter muito cuidado com a forma como elas poderão ser interpretadas por quem lerá o texto, verificando se elas estão sendo adequadamente incluídas no contexto. Se, por exemplo, você se referir a uma reunião de funcionários numa empresa ou de vereadores, deputados federais ou estaduais ou senadores, a palavra escrita corretamente é "sessão". Para se referir a um departamento de uma empresa ou de uma loja, é "seção".
Quando as palavras têm a mesma grafia e a mesma pronúncia mas os significados são diferentes, são homônimas. Exemplos: "canto" (a atividade de quem canta) e "canto" (de uma sala, de um campo de futebol, etc.); "dor" (no estômago, no braço, etc.) e "dor" (tristeza); "economia" (a ciência econômica) e "economia" (o ato de economizar). Mas é fácil evitar confusões. Basta observar o contexto em que as palavras serão inseridas e os significados que você queira dar a elas. 

(*) Veja a ilustração.