quinta-feira, 24 de maio de 2018

"Onde" e "Aonde"

As regras 
para saber 
quando se deve usar
uma das duas palavras
são bem simples.


Muita gente se confunde quanto aos momentos e às condições em que se deve usar a palavra "onde" ou a palavra "aonde". Há até pessoas que as utilizam como se as duas tivessem o mesmo significado. 
Observando os exemplos no espaço que geralmente eu destino a uma ilustração, você pode perceber "onde" significa um local no qual a pessoa que fala ou a pessoa a quem ela se refere está, enquanto "aonde" significa uma ideia de movimento de um lugar para outro. "Aonde" é uma palavra resultante da preposição "a" com a palavra "onde" ("a onde"), indicando sempre uma ida a algum lugar. Veja os exemplos abaixo:

- Rio de Janeiro é a cidade onde moro.
- Rio de Janeiro é a cidade aonde eu pretendo ir nas próximas férias.

Em outras palavras: "onde" representa permanência no local. "Aonde" representa o local ao qual se quer chegar ou ir. Seguem outros exemplos:

- Irei aonde você for.
- O bairro onde você mora.
- O local aonde você vai.
- O local onde você está.
- O lugar onde aquilo aconteceu.

Às vezes, como se fosse uma metáfora, as duas palavras são empregadas para indicar a localização de um problema ou uma solução para a realização de algo. Por exemplo, há pessoas que cometem erros como o seguinte:
"Li o texto do projeto aonde encontrei alguns aspectos negativos."

Num caso assim, a palavra correta seria "onde". Isto porque os "aspectos negativos" já estão no projeto, não estão indo ou sendo levados a ele. 

quarta-feira, 23 de maio de 2018

"Censo" ou "Senso"?

Censo
Sensos
As duas palavras
estão
ortograficamente corretas,
mas têm 

significados diferentes.

Como já foi revelado em outras postagens no Redafácil, há na língua portuguesa várias palavras semelhantes quanto aos sons mas diferentes quanto às ortografias e aos significados, o que gera algumas dúvidas quanto aos seus usos numa redação. Este é o caso de censo e senso.
É fácil eliminar dúvidas quanto a estas duas palavras. Basta lembrar que, quando se tratar de sentido, cuja letra inicial também é o "s", a palavra correta é senso. De qualquer forma, é importante lembrar mais alguns detalhes sobre os significados de ambas.
"Censo" é uma pesquisa realizada para calcular quantidades de pessoas. Quando essa pesquisa é feita pela segunda vez ou várias outras vezes, é também chamada "recenseamento". Há vários tipos de censos: o demográfico, para calcular números de habitantes de uma cidade, um estado, um país, etc.; o escolar, que visa calcular o número de crianças em idade escolar matriculadas em escolas numa cidade, num estado ou no país; o eleitoral, para calcular o número de eleitores; etc.
"Senso" tem, como está explicado acima e na ilustração, o mesmo significado de "sentido". Também pode ser usada para substituir "sensação". Na ilustração, são citados os nossos cinco principais sensos ou sentidos: olfato (capacidade de sentir cheiro), paladar (gostos de alimentos ou bebidas), audição (capacidade de ouvir) e visão (capacidade de ver, perceber imagens). 

Há situações também em que "sentido" é o mesmo que "significado". Por exemplo, quando eu digo que a palavra "barulho" tem o sentido de "som desagradável ou perturbador". Junto a outras palavras, forma expressões com sentidos específicos, tais como:

  • Senso comum: ideia ou opinião com a qual concordam todas ou a maioria das pessoas que fazem parte de um grupo.
  • Senso incomum: ideia ou opinião aceita pela minoria num grupo de pessoas.
  • Bom senso: o mesmo que sensatez, capacidade de tomar uma decisão justa, de dizer algo que pareça ser sensato. 
  • Mal senso: o contrário de bom senso.
Também há situações em que, dependendo do contexto em que será inserida, a palavra "senso" pode substituir "nexo", "prudência", "siso", "tino", "entendimento", "juízo", entre outras. Todas essas palavras também podem ser substituídas por "sentido". 

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Por que os políticos usam tanto o verbo "alavancar"?

Esta é mais uma pergunta 
frequentemente feita 
por estudantes.


Talvez com a intenção de saber como usar o verbo adequadamente em suas redações, muitos estudantes perguntam por que os políticos o usam tanto em seus discursos. Não somente os políticos, mas também empresários e economistas usam muito o verbo "alavancar" em entrevistas, palestras e também em suas redações.
A ilustração ao lado mostra como um homem pré-histórico impulsionava uma pedra muito pesada. O tronco era usado como uma alavanca. Isto significa que uma alavanca é qualquer coisa ao ser usada para impulsionar algo. Portanto, "alavancar" tem o mesmo significado de "impulsionar". Quando dizemos "alavancar o desenvolvimento do país", estamos nos referindo a algo que faça o desenvolvimento do país avançar com maior rapidez. Ou seja: algo que impulsione esse desenvolvimento.
Em economia, o verbo alavancar é muito usado em expressões como "alavancar vendas", "alavancar o crescimento da empresa", "alavancar o desenvolvimento industrial", etc. No entanto, o verbo também pode ser usado para se referir a algo que traga prejuízos. Exemplo: "Este é um fato que pode alavancar a crise econômica." Nesta frase o verbo é usado para se referir a algo que pode impulsionar e aprofundar a gravidade de um problema. 

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Contador ou Técnico em Contabilidade

Estudantes confundem entre
"contabilista" e "técnico contábil".


Às vezes, em suas redações, estudantes revelam seus desejos de futura realização profissional. Talvez por causa das constantes crises econômicas que ocorrem no Brasil, são muitos os estudantes brasileiros de nível médio que demonstram interesse em atividades financeiras como, por exemplo, a de contador ou contabilista, mas desconhecem detalhes importantes sobra as atividades dos profissionais dessa área. Muitos são os que acham que têm condições para exercer a profissão só porque conseguem fazer operações aritméticas (somar, diminuir, multiplicar e dividir) com grande facilidade.
Em contabilidade, "contador" é o mesmo que "contabilista", embora muitos desses profissionais prefiram a palavra "contabilista". É o profissional formado em ciências contábeis. Este é um curso de nível superior que tem a finalidade de capacitar o profissional para lidar com patrimônios de empresas e outras organizações, avaliar os aspectos quantitativo e qualitativo, registrando fatos econômico-financeiros que os afetam e prevendo suas consequências.
O curso de ciências contábeis é também conhecido como "contabilidade". Talvez por isto seja confundido por algumas pessoas com o curso para formação de profissional técnico em contabilidade. Este, na verdade, é um curso técnico, de nível de ensino médio, não superior. O técnico contábil tem a função de fornecer às empresas informações úteis que garantam seu desenvolvimento e crescimento principalmente - mas não somente - em tempos de crise econômica. É ele quem realiza a escrituração contábil e fiscal; os registros e lançamentos contábeis de transações financeiras; o cálculo dos impostos, dos juros e das taxas; o acompanhamento de contas, receitas e despesas e outras atividades complementares às do contabilista.
"Escrituração" é a efetuação de lançamentos em contas. Esses lançamentos devem ser posteriormente compilados em livros e fichas. "Compilar" não é o mesmo que "copiar"; é reunir informações provenientes de diferentes textos ou documentos. A escrituração feita pelo técnico contábil é chamada "escrituração contábil", "escrituração mercantil" ou "escrituração comercial". "Receita" é a entrada calculada em dinheiro ou em créditos que representem direitos da empresa. Numa empresa privada, a receita corresponde ao faturamento obtido através da venda de seus produtos ou serviços.
As receitas podem ser operacionais e não operacionais. São operacionais quando são provenientes das atividades principais das empresas. As não operacionais resultam de transações consideradas extraordinárias, ou seja, não incluídas entre as atividades principais. Há outros detalhes a esse respeito, mas estes serão abordados num artigo sobre receitas. 

quinta-feira, 17 de maio de 2018

O que são "insumos"?

 "Insumo"
é um produto
usado para gerar
outros produtos.




Por ouvir falar muito em "insumos agrícolas, muitos estudantes de nível médio imaginam que "insumo" seja apenas algo relacionado à agricultura. Isto é revelado por algumas redações feitas por eles. O insumo é um bem ou serviço utilizado na produção de outro bem ou serviço. Em outras palavras: um produto que ajuda a gerar outros produtos. As fotografias mostram exemplos de produtos que também podem ser elementos de insumo para outros produtos. 
Explicando melhor: um insumo é o conjunto de matérias-primas, equipamentos, uso desses equipamentos, capital e outros elementos necessários para a produção de mercadorias ou serviços. "Capital", neste caso, é o valor em dinheiro necessário para os gastos na produção.
Em síntese, o insumo é a combinação dos fatores de produção diretos e indiretos para produzir mercadorias ou serviços a serem prestados. Na agricultura, por exemplo, são fatores de produção a terra, o capital e o trabalho. Em economia de uma forma geral, a matéria-prima é um fator de produção direto. Entre os fatores indiretos estão a mão-de-obra, energia e impostos. Ou seja, os fatores indiretos estão mais relacionados a custos de produção (os valores que são gastos para a produção). 
A matéria-prima é o produto - natural ou não - que serve como base para a fabricação de outro produto. O cacau, por exemplo, é a matéria-prima para a produção de chocolate. Por sua vez, o chocolate se torna a matéria-prima na fabricação de sorvetes de chocolate, balas de chocolate e os produtos alimentícios chamados "achocolatados". A madeira é a matéria-prima na fabricação de móveis, lápis, palitos de fósforo, portas, etc. Há matérias-primas de origens animal, vegetal e mineral (ferro, manganês, zinco, cobre, ouro, etc.). 

terça-feira, 15 de maio de 2018

"As milhões de pessoas" está correto?

É claro
que não.

Nos noticiários de emissoras de rádio e televisão, ouvimos frequentemente apresentadores e repórteres dizendo "as milhares de pessoas", "as milhões de coisas", etc. Este erro também é muito comum em jornais impressos, revistas, informações via Internet, etc.
O artigo definido, seja no plural ou no singular, tem de estar de acordo com o gênero (masculino ou feminino) do substantivo. Exemplos: "as razões", "os casarões", "a razão", "o casarão", "as pretensões", "os aviões", "a pretensão", "o avião", etc. "Pessoas" é um substantivo feminino na forma plural, o que faz com que a forma correta seja "as pessoas". Entretanto, "milhões" é um substantivo masculino. Independentemente do gênero do complemento que vier após "milhões de...", o gênero de "milhões" é imutável. Portanto, a forma correta é "os milhões de pessoas". A regra é a mesma para "os milhões de mulheres", "os 15 milhões de mulheres", "os 250 milhões de casas", etc. Outros exemplos:

Correto: "dois milhões de espécies..."
Errado: "duas milhões de espécies..."

Correto: "os cinco milhões de raposas..."
Errado: "as cinco milhões de raposas..."

segunda-feira, 14 de maio de 2018

A expressão "elo de ligação" é correta?

Uma sequência de elos numa corrente.

A palavra "elo"
é uma metáfora.



Um elo.

Já me perguntaram diversas vezes se "elo de ligação" é uma redundância. Na verdade, é um pleonasmo. A diferença é que, numa redundância (ou numa expressão redundante), há duas ou mais palavras quando bastaria apenas uma para definir o que se quer dizer. Num pleonasmo, existe a redundância, mas com o propósito de dar mais ênfase à expressão.  Exemplos:
  • Redundância:
    Subir para cima - Como o verbo subir já indica movimento unicamente para cima, não há necessidade de dizer que é "para cima". Basta dizer ou escrever "subir". 
  • Pleonasmo:
    Vi com meus próprios olhos - Trata-se de uma redundância porque ninguém pode ver algo com os olhos de outra pessoa, mas, ao ser acrescentada ao verbo ver, a expressão "com meus próprios olhos" reforça minha intenção de que o que eu vi foi incrível mas foi real. Portanto, é um pleonasmo. 
    Um elo é algo que pode ser considerado uma via de relação entre duas ou mais pessoas ou coisas, ou entre dois ou mais fatos. Em casos assim, a palavra "elo" funciona como uma metáfora baseada nos elos de uma corrente. Numa das fotografias que ilustram esta postagem, há uma sequência de elos formando uma corrente, com cada elo interligando os outros. Na outra, há apenas um elo, que é apenas uma peça, mas ainda assim é um elo. Cada elo estabelece uma ligação entre os outros, o que faz com que "elo de ligação" seja realmente uma redundância, mas também se trata de um pleonasmo porque "de ligação" reforça seu significado. Assim, embora seja uma redundância, seu uso é corre