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terça-feira, 4 de outubro de 2016

A Sintaxe da Frase

A escrita correta
não se restringe à ortografia.


Numa redação, é sempre necessário escrever corretamente. Porém "escrever corretamente" não significa apenas escrever corretamente as palavras. Como expliquei em postagens anteriores, a linguagem escrita é diferente da linguagem falada por não contar com características adicionais como gestos, tom da voz, etc. Por isto, ao redigir, é preciso estar atento quanto à morfossintaxe - ou seja, quanto às relações entre as palavras de acordo com suas categorias. Surge aí a importância da sintaxe em cada frase.
A sintaxe é geralmente interpretada como a relação entre as palavras como elementos de uma frase. É uma interpretação correta, mas há que se considerar também a relação entre as frases no parágrafo e entre os parágrafos no texto. Por isto as relações entre as palavras ocorrem de três maneiras diferentes.


- Relações de concordância:
Ocorrem entre as flexões dos adjetivos e dos verbos com os substantivos. São nominais quando ocorrem entre substantivos ou pronomes e adjetivos. Exemplos:


Bom trabalho e bons trabalhos - os adjetivos e os substantivos são concordantes em gênero (masculino ou feminino) e número (plural ou singular).

As mulheres - o artigo (neste caso, definido e feminino) concorda com o substantivo em gênero e número.


A concordância é verbal quando há harmonia entre o verbo e o sujeito da oração. O sujeito pode ser um substantivo ou um pronome. Exemplos:


A lua estava linda.
Eles se mantiveram céticos apesar das evidências.


As duas frases acima também são exemplos que mostram que a sintaxe de regência estabelece as relações de dependência ou subordinação dentro da frase. A regência é nominal quando determina relações de conexão através de preposições: "eu e você", "artigos de luxo", "confiança em você", etc. É verbal quando há verbos que negessitam de conexões: lembrar (quem lembra, lembra de alguém ou de algo); necessitar (quem ou o que necessita, necessita de algo);  procurar (quem procura, procura por alguém ou por algo). 
Os conceitos de regências verbais e nominais constam nos melhores dicionários. É importante consultá-los sempre que for possível. 

sábado, 30 de abril de 2011

Respostas às Questões do Teste

Eis aqui as respostas (e as respectivas explicações) às questões do teste publicado na quinta feira passada.


1) Qual das frases abaixo está correta?
a) Na Ótica Floresta, você encontra seu óculos pelos preços mais baixos.
b) Nas Óticas Floresta, você encontra seu óculos por preços mais baixos.
c) Nas Óticas Floresta, você encontrará seus óculos pelos menores preços.
d) Há duas respostas corretas.
e) Nenhuma resposta está correta. 

Há duas alternativas corretas: "b" e"c". Portanto, na questão, a resposta correta é a "c".  Não se deve dizer "o óculos", "seu óculos", "aquele óculos". Deve-se dizer "os óculos", "seus óculos", "aqueles óculos", etc. "Óculos" é o plural de "óculo". Cada lente é um óculo; portanto, quem sua óculos usa sempre dois, e por isto a palavra é sempre usada no plural. Por esta razão, o artigo definido ("os"), os pronomes indicativos ("estes", "esses", "aqueles") que precedem a palavra "óculos" tem que ser usados em sua forma plural. O mesmo ocorre com os verbos que a sucedem. Exemplo:
  • Aqueles óculos estão sobre a mesa.
  • Estes óculos são caros.
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2) Qual das alternativas abaixo está correta?
a) Os Estados Unidos é um país do primeiro mundo.
b) O Estados Unidos são um país do primeiro mundo.
c) Os Estados Unidos é um dos países do primeiro mundo.
d) Os Estados Unidos são um país do primeiro mundo. 
e) O país mais rico das Américas é os Estados Unidos.

alternativa correta é a "d". Apesar de ser apenas um país, seu nome ("Estados Unidos") está no plural por ser uma referência aos estados que o constituem. Por isto, o artigo que o precede ("os") e o verbo que o sucede ("são") devem estar no plural. O sujeito da oração é "Os Estados Unidos", e o verbo tem que estar de acordo com ele. 
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3) É muito comum ouvirmos repórteres dizerem frases como esta: "A população brasileira mais que dobrou nos últimos 50 anos."  É evidente que a expressão "mais que dobrou" é inadequada. Escolha, entre as alternativas abaixo, a que seria a mais adequada.
a) A população brasileira atingiu níveis acima de 100 por cento nos últimos 50 anos.
b) A população brasileira atingiu níveis acima do dobro nos últimos 50 anos.
c) A população do Brasil chegou a mais do que o dobro nos últimos 50 anos.
d) A população brasileira chegou a mais do que dobrar nos últimos 50 anos. 
e) Nenhuma das alternativas acima é aceitável.

Podemos considerar as opções "a" e "c" como aceitáveis. A alternativa "a" é aceitável porque, se a população chegou a mais do que o dobro, ultrapassou de 200 por cento. Logo, evidentemente ultrapassou de 100 por cento. "Mas do que o dobro" e "mais do que dobrar" são expressões que devem ser evitadas. Portanto, a resposta mais adequada é a "b". 
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4) "Vendas à prazo" - o emprego do "a" com a crase...
a) está correto. 
b) está incorreto porque a crase representa a junção do "a" como preposição com o "a" como artigo definido feminino; portanto, só pode ser usada quando o "a" precede um substantivo feminino.
c)está correto porque a crase pode ser utilizada quando o "a" preceder um substantivo masculino ou feminino. 
d) É correto dizer "vendas ao prazo", e não "vendas à prazo". 
e) Nenhuma das alternativas está correta.

A resposta correta é a "b". A explicação já está contida na própria resposta.
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5) Qual das alternativas abaixo é correta?
a) A maioria das pessoas estão...
b) A minoria das pessoas estão...
c) A maioria das pessoas está...
d) A minoria das pessoas são...
e) Há duas alternativas corretas: "a" e "d".

A resposta correta é a "c". Embora a palavra "pessoas" esteja no plural, o sujeito da frase, ao qual o verbo ("estar") se relaciona, é "a maioria", e não se refere às pessoas, mas a um conjunto de pessoas. Por isto, o verbo tem que estar na sua forma singular. Outros exemplos corretos de casos como este são:

  • O pessoal está nos esperando.
  • O pessoal foi embora.
  • A maioria dos casos é relacionada a isto.
  • A maioria das pessoas é e considerada assim.

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

"Público e notório" é ou não é um pleonasmo?

Foto: Arquivo Google

 Com muita frequência,

fazem-me esta pergunta.


Não, não é. Um pleonasmo é o uso de duas ou mais palavras sem necessidade, quando basta uma para encerrar o significado que se quer dar à expressão. No caso das "público" e "notório" isto não acontece porque são palavras com signficados diferentes. 

Um pleonasmo é a repetição de um termo da oração ou do significado de uma expressão. Ou seja: é quando uma informação é repetida desnecessariamente. "Público e notório" é uma expressão muito usada para se referir a um fato extremamente conhecido e sem necessidade de provas. "Público" é qualquer informação considerada de conhecimento de grande número de pessoas. "Notório" é algo que possa ser facilmente notado e observado por qualquer pessoa, algo que se evidencia de tal forma que não há como ter dúvidas a seu respeito. Em outras palavras: um fato notório é sempre de conhecimento público, mas um fato de conhecimento público nem sempre é notório.

Há pessoas que argumentam que "notório" é uma palavra relacionada a "notoriedade". É verdade, mas "notoriedade" é a condição de uma pessoa ou de um fato muito conhecido por meio de evidências que o o destacam, não apenas por ser muito conhecido. Por exemplo: um "notório criminoso" é uma pessoa famosa por ser altamente perigosa para a sociedade: ela se destaca das outras pessoas devido ao seu alto nível de periculosidade. Já um "notório ator" é um ator que conquistou sua fama devido ao seu talento artístico. Resumindo: "notoriedade" significa destaque de uma pessoa ou um fato pela sua importância, seja qual for a importância desta.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A Importância do uso correto dos verbos

"Então o Verbo se fez."
A conhecidíssima frase da Bíblia,
destacando a palavra "verbo" 
com a letra inicial na forma maiúscula,
comprova a importância do verbo numa frase.
Comprova também que o emprego incorreto do verbo
pode modificar o sentido da frase
e, consequentemente, 
o da redação.

Toda frase tem pelo menos um verbo. Havendo mais de um, um deles é o principal, mas todos tem que estar empregados corretamente. Para uma redação ser considerada de nível pelo menos bom, o sentido de cada frase tem que estar bem claro para o leitor. Se um verbo estiver empregado incorretamente, isto prejudicará o entendimento do sentido da frase e poderá prejudicar muito o sentido de todo o texto. Uma conhecida canção romântica brasileira contém a seguinte frase: "Se eu fosse você, eu voltava para mim." O uso do verbo voltar está errado. Pode ser aceitável em função do fato de que a maioria da população fala assim, mas numa redação a frase correta seria "se eu fosse você, eu voltaria para mim". Isto porque o autor da canção quis se referir a algo que poderia ocorrer, mas a forma "voltava" significa algo que de fato costumava acontecer - no passado, e com alguma frequência, não apenas uma vez. Quando você diz que "frequentava" um determinado local, você está dizendo que ia àquele local várias vezes, mas se você disser que você "voltou" ao local, estará dizendo que esteve lá mais uma vez, a menos que você diga que "voltou duas (ou mais) vezes". 
A forma como a palavra "Verbo" se destaca na frase bíblica não apenas nos faz lembrar que, na Bíblia, significa "a Palavra de Deus", como também demonstra a importância do verbo utilizado corretamente para a realização de uma comunicação bem sucedida. O verbo é a essência da expressão de um fato, pois tem a função de ajudar o leitor a localizá-lo no tempo (presente, passado ou futuro) enquanto conecta o sujeito da oração ao predicado, que neste caso se torna um predicado verbal. Isto faz com que o verbo tenha uma variedade de flexões. Porém, entre todas as flexões de um verbo, apenas uma é correta para cada situação, colocando-o em acordo com a pessoa ou as pessoas, o modo, o tempo, a voz (passiva ou ativa) e o número (plural ou singular). 
Há verbos transitivos, intransitivos, impessoais e de ligação. Os transitivos representam ações voluntárias causadas por uma ou mais pessoas, desde que essas ações afetem ou possam afetar outra(s) pessoa(s), um ou mais fatos ou uma ou mais coisas. São transitivos diretos quando não há necessidade de preposições (de, a, que, e, etc.) após os verbos. São transitivos indiretos quando as preposições são necessárias. A preposição é uma palavra que liga duas orações. A que liga um verbo a outro ou a um substantivo é a preposição verbal. O verbo é intransitivo quando a ação não afeta outros indivíduos. Por exemplo, andar, correr, ouvir, voar, chorar, etc. Os verbos impessoais são aqueles que representam ações que independem de pessoas. Exemplos: chover, anoitecer, amanhecer, entardecer, haver, existir, etc. 
Os verbos de ligação, como o próprio nome indica, servem apenas para ligar o sujeito ao predicativo, não designando ações. Neste caso, o predicativo é uma palavra ou expressão que complementa o verbo. Se eu usar o verbo "fazer" e não explicar "fazer o quê", o verbo fica sem sentido, mas se eu disser que "eu sei fazer desenhos", estou dando sentido ao verbo, e "desenhos" (uma palavra) se torna um predicativo. Se eu disser "fazer alguma coisa", o predicativo é a expressão "alguma coisa". 
Há muito mais a saber sobre os verbos. No entanto, como o objetivo deste texto é ajudar o leitor a se orientar para a colocação correta dos verbos numa redação, creio que as "dicas" acima já são suficientes. 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

A pontuação correta representa as pausas corretamente.

Na redação,
a pontuação representa
as pausas
que ocorrem na fala.


Em outros artigos publicados no Redafácil, eu disse que a redação é uma representação escrita do que falamos. Por isto, como todos os outros detalhes do texto, a pontuação (vírgulas, pontos, pontos de exclamação e de interrogação, etc.) precisa ser correta. Eles são os sinais pausais - isto é; representam as pausas que fazemos na fala para respirarmos bem enquanto falamos. Para usá-los corretamente, observe como eu os empreguei neste texto.
Observando os sinais de pontuação neste texto, você pode notar que as vírgulas (,), os pontos (.) e os pontos e vírgulas (;) são marcadores das pausas. Não podem, portanto, ser usados com outros objetivos. Já os dois pontos (:), os pontos de interrogação (?) e os de exclamação (!), as reticências (...), as aspas (" "), os parênteses (( )), os colchetes ([ ]) e os travessões (-) representam a entonação. 
Observando as posições das vírgulas neste texto, você nota que elas representam pausas de pequena duração. Em algumas situações, separam elementos de uma mesma oração (como nesta, por exemplo). Em outras, as vírgulas separam orações num mesmo período. 
Os pontos determinam o final de cada frase com sentido completo. Entretanto, a frase seguinte deve ser construida de forma que seu próprio sentido seja um complemento do sentido da frase anterior. Como exemplo, observe os pontos e a sequência das frases neste parágrafo. O ponto e vírgula é um intermediário entre o ponto e a vírgula que se aproxima mais do ponto ou da vírgula dependendo do valor pausal que estiver representando no contexto em que é inseridoOs dois pontos representam no texto uma significativa suspensão da voz numa frase não concluída. Exemplo: "Eu lhes garanto: isto tem que ser feito."
no Redafácil outros artigos sobre o uso correto dos travessões, dos pontos de exclamação e de interrogação, etc. Os colchetes e outros sinais de pontuação não são utilizados com muita frequência, mas abordarei sobre eles de forma mais adequada em artigos específicos. Prefiro, no momento, encerrar este artigo alertando sobre a necessidade do uso da escrita e das pontuações corretas nas redes sociais, nos blogs e em todas as formas de uso da Internet. Os vícios causados pelas formas como as pessoas se comunicam através da Internet estão influenciando negativamente nas redações que elas precisam fazer em outras situações, o que poderá lhes causar problemas graves em alguns momentos na vida.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Regência e Concordância

Novamente, como acontece com frequência,
o maior índice de erros cometidos por alunos
na prova de Língua Portuguesa do Enem 
foi com relação a concordâncias e regências. 
No entanto, 
existem maneiras bem simples de evitar esses erros. 

Novamente, os problemas relacionados a concordâncias e regências foram os principais motivos que causaram notas baixas na prova de Língua Portuguesa do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) deste ano. Certamente os alunos que não obtiveram boa pontuação em concordâncias e regências também não foram bem sucedidos no quesito redação - é impossível produzir uma redação de bom nível se não houver um bom nível de domínio de concordância e regência. No entanto, existem algumas regras facílimas que podem ajudar muito com relação a isto.

- O que é "regência"? 

"Regência" é a função subordinativa de um termo (regente) sobre outro (regido ou subordinado). Esta é a base fundamental de qualquer frase, pois é o que define seu sentido. A regência é estabelecida principalmente pela posição dos termos na frase ou oração, pelos conectivos (como as preposições "e", "de", "com", etc.) e pelos pronomes relativos (aquele, aquela, que, se, lhe, etc.). 
São de fundamental importância as regências por preposições. O termo (regido) subordinado por uma preposição atua como complemento ou adjunto a uma palavra anterior (regente). Exemplos:
- Deu um presente ao amigo. 
  • Neste caso, "ao" é a junção da preposição "a" com o artigo definido masculino, "o", e a palavra "amigo" tem a função de complemento de destinação, sendo, portanto, um objeto indireto. 
- Ele falou de você a mim. 
  •  Neste exemplo, "ti" e "Maria" estão subordinados respectivamente às preposições "de" e "a". "Ti" é um complemento de referência e "Maria" é um complemento de destinação. 
Há também os complementos de lugar: 
  • Eu vim de Vitória.
  • João foi à cidade
  • Pedro foi à casa de Maria
- O que é "concordância"?

A concordância é um princípio pelo qual certos termos determinantes ou dependentes se adaptam às categorias gramaticais de outros, determinados ou principais. Pode ser nominal ou verbal.
É uma concordância nominal quando o substantivo vem acompanhado por um adjetivo. Suponhamos que o substantivo seja, por exemplo, "carro". À frente, acrescenta-se uma palavra complementar - por exemplo, "vermelho". Temos aí a concordância nominal "carro vermelho", na qual "carro" é um substantivo e "vermelho" é uma palavra que, em muitos casos, é um substantivo, mas neste se transforma em adjetivo e tem a função de complemento nominal. 
A concordância é verbal quando a forma do verbo combina com o sujeito. Usemos como exemplo o verbo "trabalhar": "eu trabalho", "tu trabalhas", "Joana trabalhou ontem", "eu trabalharei amanhã", etc.