sexta-feira, 17 de maio de 2024

O que é um "Deboísmo Financeiro"?

A dúvida 

certamente é causada 

por uma nova palavra

ainda desconhecida

por muita gente.


Este é um fenômeno que acontece em todos os idiomas: frequentemente surgem novas palavras, novas expressões, etc. Atualmente, em alguns sites e aplicativos de vendas, surge frequentemente a expressão "deboísmo financeiro", e já há muitas pessoas querendo saber o que é isto. Uma preocupação natural, pois estão lidando com uma expressão ainda pouco conhecida e relacionada a finanças. 

Parece-me evidente que isto tenha sua origem no fato de que uma nova palavra está começando a ser muito usada por pessoas que postam nas redes sociais e se comunicam com amigos através da Internet: "deboísmo". Trata-se de uma espécie de "corrente filosófica" cuja principal regra é procurar viver tranquilamente, sem grandes preocupações, etc. Vem daí o uso da expressão "deboísmo financeiro" através dos canais de vendas, que aproveitam a oportunidade para garantir aos consumidores a ideia de tranquilidade financeira nas compras. 

Muitas palavras terminadas em "ismo" têm o significado de algum tipo de doutrina, conjunto de ideias, corrente filosófica, etc. Como exemplos, podemos citar "cristianismo", "catolicismo", "romantismo", "comunismo", "socialismo", "capitalismo", etc. Portanto, "deboísmo", que já tende a ingressar como palavra oficialmente integrada ao nosso idioma, já pode ser considerada uma palavra desta categoria. Isto provoca a necessidade do surgimento de outras palavras relacionadas a ela, tal como "deboísta" - pessoa bem-humorada, despreocupada, tranquila. 

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Você sabe o que é uma mídia?

Imagem do Arquivo Google

 Muita gente 

usa a palavra "mídia",

mas nem sempre 

no contexto adequado. 


Muita gente usa a palavra "mídia" para se referir a fatos ou informações veiculados através do jornalismo (radiojornalismo, telejornalismo, jornalismo impresso ou via Internet, etc.). Parecem não saber que tal palavra tem um significado muito mais extenso e que, quando generalizam dizendo que todos estão usando a mídia de forma inadequada, e dizem isto em postagens ou comentários no Facebook, no Linked In, no Instagram ou no WhatsApp, estão incluindo elas mesmas. 
Essas pessoas precisam saber que "mídia" é todo o conjunto existente de formas de veiculação de informações e de comunicação, incluindo sistemas de televisão, rádio, jornais, revistas, telefonia fixa, telefonia móvel e tudo que se faz através da Internet. Ou seja: todas as formas usadas para a divulgação de informações, opiniões, ideias, através de mensagens particulares ou públicas. Os meios específicos para isto (televisão, rádio, Internet, etc.) são chamados "veículos ou meios de comunicação", "veículos ou meios de informação" ou "veículos ou meios midiáticos". A propaganda e o marketing também são atividades midiáticas. 

Na verdade, "mídia" é uma forma "aportuguesada" da palavra inglesa "media", que é uma abreviação de "mass media", cuja tradução correta é "comunicação de massa". Em termos mais simples, isto significa que "mídia" é literalmente todo o conjunto de atividades relacionadas à comunicação social. "Comunicação social" é o nome que se dá à veiculação de informações para grandes públicos através de qualquer dos veículos midiáticos (televisão, rádio, Internet, etc.). Deve-se lembrar que "comunicação" significa troca de informações. Compreende-se, então, que "comunicação social" é a disponibilidade de informações considerando como respostas ou "trocas de informação" as reações do público. 
À medida em que o tempo avança, muita coisa muda porque tem que mudar, porque precisa se atualizar, tornar-se mais eficaz. Evidentemente, no caso da mídia não poderia ser diferente, e a mudança mais significativa veio através da popularização da Internet. Através dela, a mídia perdeu totalmente seu antigo caráter de homogeneidade. Os assuntos mais debatidos não são mais os de interesse exclusivo das grandes empresas de comunicação. Nem mesmo das grandes empresas de qualquer setor de atividade. Existe agora uma tal "mídia alternativa", fundamentada principalmente na formação de "grupos" nas redes sociais online, nos quais diversos tipos de assuntos variados ou específicos são postados e discutidos. Isto trás à tona, dentro da comunicação social, a necessidade de amplos debates sobre mídia analógica, mídia digital, mídia eletrônica e seus respectivos conceitos. Como a Internet está à disposição de um número cada vez maior de pessoas, há muito tempo isto já não é mais de interesse específico dos empresários e dos profissionais de comunicação. É do interesse de todos. 



terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Debates sobre Comunicação Interativa e Assertiva Precisam ser Urgentemente Ampliados

Ilustração do Arquivo Google

 Fala-se muito em AI,

mas não se deve negligenciar

a importância da "CI"

e da "CA"

nas empresas e na vida.


Ultimamente vem ocorrendo muitos debates sobre a inteligência artificial, geralmente representada pela sigla "AI" (do inglês, "Artificial Inteligence"). Equivocadamente interpretada como se fosse uma imitação artificial da inteligência humana, a inteligência artificial é, na verdade, um importantíssimo campo de estudos que inclui conhecimentos como computação, matemática, estatística, cognição, linguística (especialmente linguística computacional), etc. Importantíssimo inclusive porque inclui linguística - o estudo objetivo e sistemático de todos os aspectos de linguagem, elemento fundamental da comunicação.

Ressalta-se, assim, a importância todos os funcionários de uma organização - e, por extensão, todas as pessoas - saberem a diferença entre comunicação e informação. De forma bastante resumida, pode-se dizer que a informação é o ato de relatar, oralmente, por escrito ou de qualquer outra forma, uma ocorrência, um fato, etc. Comunicação é a troca de informações entre duas ou mais pessoas, sendo que uma das informações pode ser em resposta à informação recebida anteriormente ou complementar a esta. Por isto, não se pode negligenciar a importância de debates mais amplos sobre comunicação interativa e comunicação assertiva. Atualmente, com tantos "influenciadores digitais" (ou, como dizem, "influencers") postando coisas sem importância alguma ou mesmo coisas que nem deveriam sem postadas, e muitos deles sem ao menos saber o significado da palavra "influencer" ou "influenciador", há a urgência de uma discussão bem ampla sobre o que é a comunicação interativa e assertiva e sua importância tanto para as empresas como para todo mundo. 

A comunicação interativa é uma poderosa forma de contribuir para a produção de conteúdo importante principalmente através da internet. Sob o ponto de vista empresarial, ela facilita maior engajamento entre os funcionários, entre estes e a empresa, e entre os funcionários, a empresa e o público a que ela se destina. Em relação às pessoas que optam trabalhar "por conta própria", as noções e a prática de comunicação interativa ajudam muito nas relações com os clientes e outros parceiros. Especialmente importante nas áreas de propaganda e marketing. Seu foco principal deve ser sempre o conteúdo igualmente significativo para os funcionários, a empresa, os profissionais (de qualquer área) e os clientes ou consumidores. Ela deve sempre ser feita de modo a fornecer, se necessário, informações personalizadas, facilitar a troca de informações em tempo real e promover o envolvimento e o engajamento de todos os parceiros. Esta é atualmente a melhor forma, talvez até mesmo a única forma eficaz, de garantir fidelização dos consumidores ou do público específico a que se deva dirigir.

Deve-se aliar a isto a importância da comunicação assertiva - coisa absolutamente ausente no caso dos "influencers". A qualidade da comunicação depende fundamentalmente da qualidade da comunicabilidade. O grau de comunicabilidade numa redação, por exemplo, influencia e até pode determinar o sucesso das funções a serem executadas, na qualidade dos relacionamentos sociais e de trabalho e, uma vez mais, no engajamento de todos os envolvidos nos processos para qualquer finalidade. Porém, só é possível realizar uma comunicação realmente assertiva respeitando-se e preservando regras gramaticais, buscando conhecer melhor pelo menos noções mínimas de diferentes tipos de comunicação (jurídica, jornalística, publicitária, etc.) e manter o sempre saudável hábito da atualização de conhecimentos em geral.
É importante não confundir "assertiva" com "acertiva". "Acertiva" é uma palavra pouco usada que, embora considerada não existente na língua portuguesa, surge em alguns textos para se referir a uma ação ou uma atitude bem sucedida. "Assertiva", cujo substantivo masculino correspondente é "assertivo", significa um comportamento, uma ação ou qualquer tipo de atitude correta em busca de um ou vários objetivos. Encerro este artigo sugerindo a inclusão obrigatória da Comunicação Assertiva e Interativa como disciplina a partir do ensino fundamental, independente da já existente disciplina conhecida como "Língua Portuguesa". Ou pelo menos dentro desta, mas de forma mais abrangente e enfática, pois a facilidade de se publicar o que quiser na Internet evidencia essa necessidade. 

sábado, 20 de janeiro de 2024

Ética e Antiética nos Lucros

 


É necessário estabelecer

um código de ética

envolvimento todos os funcionários

e todos os colaboradores.

Às vezes, um equívoco pode significar um desrespeito involuntário a princípios éticos. Neste caso, é necessário um código de ética. Não um código de ética como aqueles específicos que costumam estabelecer para cada categoria de profissionais (médicos, dentistas, engenheiros, etc.). É necessário um código de ética para orientar os funcionários em suas ações e decisões de modo que não pareça que eles queiram enganar os clientes da empresa. O desrespeito a esses princípios nem sempre é proposital, mas sempre traz péssimos resultados para a empresa e favorece muito as organizações concorrentes. Para isto, basta que seja um instrumento baseado num código de ética único: o do respeito à cidadania.
Criar um código de ética assim é algo que requer muito cuidado principalmente porque se trata da criação de um instrumento para orientar as ações e o desempenho dos funcionários objetivando sua interação com um público que é sempre muito diversificado. Para isto é necessário que o conteúdo do código de ética seja especificado com o máximo de clareza, pois precisará ser bem compreendido por todos os funcionários. O lucro da empresa dependerá muito disto, pois ele depende altamente dos projetos, das razões desses projetos, dos objetivos a serem alcançados. Isto obriga a empresa a respeitar a ética e, embora algumas pessoas cometam o absurdo de dizer que que os princípios éticos nem sempre condizem com a realidade, basta que a empresa elabore seu próprio código de ética especificando eficazmente sua estrutura organizacional para que a atuação dos funcionários e dos demais colaboradores (fornecedores, distribuidores, revendedores, etc.) seja devidamente orientada através dele.
A ética das empresas é algo que vem sendo cada vez mais exigido pela clientela. Isto tem uma razão bem nítida: clientes não gostam de ser ou de se sentir enganados. A empresa que alcança uma fama de conduta correta se torna facilmente capaz de fazer com que os consumidores escolham seus produtos ou serviços apenas por conhecer essa fama. Entretanto, se um consumidor for ou se sentir prejudicado, essa notícia se espalha com uma rapidez incrível, de boca em boca, pela internet, através de reclamações aos órgãos de defesa do consumidor, etc. Nos dias atuais, basta que ocorram poucos assim para que a empresa passe a operar "no vermelho" e, em pouco tempo, encerre suas atividades para sempre.
Modificar o comportamento dos colaboradores, entre estes os próprios funcionários, não é uma tarefa fácil mas também não é impossível. Para isto existem os consultores empresariais, que são profissionais especializados nessa área. Eles auxiliam analisando casos em que podem ser detectados casos de desrespeitos voluntários e involuntários a princípios éticos e mostrando caminhos para possíveis soluções. Não basta publicar um código de ética num livro. Tudo depende de muita prática e de exemplos a serem dados pela própria empresa. Quem ainda pensa que com o famoso "jeitinho" o lucro vem com maior facilidade está muito enganado. A estratégia através de comportamentos éticos impõe limites, mas são esses limites que promovem o lucro.

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Não confunda "Endomarketing" com "Marketing Interno"

 

Ilustração: Arquivo Google

É preciso ter o cuidado de não confundir
"endomarketing"
com
"marketing interno".




Muitas vezes eu presenciei esse equívoco durante treinamentos nas empresas. Lamentavelmente, percebo que o mesmo frequentemente é cometido nas postagens e em comentários nas redes sociais, em blogs e sites. Não se pode mencionar o endomarketing e/ou o marketing interno como se fossem a mesma coisa. Embora o prefixo "endo" remeta à ideia de se tratar de algo interno, na prática são duas atividades muito diferentes. A confusão que se faz entre as duas coisas pode acarretar em erros de interpretação que pode colocar em risco o sucesso de um projeto ou de qualquer empreendimento por causar equívocos em interpretações de texto. Quando isto ocorre, o problema na verdade não está na interpretação de quem lê ou ouve a mensagem, está na mensagem enviada.
O endomarketing é uma busca de adaptação normalmente utilizado para abordagens ao mercado para sua aplicabilidade ao ambiente interno das empresas. O objetivo é fazer com que os funcionários da empresa que produz ou comercializa um produto acreditem na qualidade desse produto e, por meio disto, a mesma credibilidade cresça entre a clientela. Desta forma, o endomarketing se torna um meio de fortalecer a relação entre o cliente, o produto e os funcionários. 
O marketing interno inclui treinamento e/ou qualificação de funcionários da empresa para melhorar o serviço para a clientela. Os funcionários, como pessoas dentro da empresa, são investimentos estratégicos fundamentais. São os principais patrimônios de qualquer organização. São elas que são capazes de produzir, criar, elaborar, recriar processos de desenvolvimento de atividades que permitem a garantia do sucesso do serviço prestado ou do produto oferecido no mercado ao consumidor. Nesse sentido, a gestão de recursos humanos não mais se concentra apenas no interior da organização e assume responsabilidades quanto aos efeitos externos. Aí, entra em ação o endomarketing.
O endomarketing inclui métodos adequados para contratar, treinar e motivar funcionários aumentando sua credibilidade na qualidade do produto ou do serviço prestado ao consumidor, ampliando suas condições de atender cada vez melhor aos consumidores. Isto quer dizer que na prática o endomarketing é diferente do marketing interno, mas as duas coisas podem ser associadas. Quando isto acontece, a motivação dos funcionários através do treinamento corporativo tem mais condições de se ampliar. Isto ocorre porque enquanto o endomarketing encoraja a interação entre os funcionários, o produto, a clientela e a empresa, o marketing interno desenvolve nos funcionários um fortalecimento na credibilidade em suas próprias capacidades ao serem informados sobre a situação e o sucesso do desempenho da organização. 

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

As Diferenças nas Atividades de um Diretor e de um Gerente

Ilustração: Arquivo Google

 Saber quais são

as diferenças

entre estes cargos

não é importante 

somente para quem os ocupa. 


"Funcionário" não é apenas uma pessoa que tem um emprego numa empresa. Como a própria palavra indica, é alguém contratado para realizar funções. Também como indicam as palavras "funcionário" e "função", seu principal objetivo é contribuir para que a organização (empresa, órgão público, etc.) funcione. Para fazer isto com a devida competência, o funcionário precisa conhecer bem os objetivos da organização. Como ele obviamente atuará, pelo menos em princípio, como subordinado a um diretor ou a um gerente, ele precisa saber o que um diretor ou um gerente faz. Obviamente um diretor dirige, uma gerente gerencia, mas é preciso saber as diferenças entre essas suas funções.

Um diretor pode ser um gerente em determinadas situações ou ocasiões. Como diretor, ele exerce sua capacidade de conduzir os funcionários de seu setor controlando e monitorando as atividades de todo o grupo e os resultados delas. Como gerente, ele tem que organizar, planejar e executar atividades para facilitar a direção. Em algumas organizações, os cargos de diretor e de gerente são separados, e as duas pessoas que ocupam essas funções atuam em regime de colaboração mútua. É uma espécie de divisão de responsabilidades.

Tanto o diretor como o gerente são administradores. Então, é necessário saber o que é a administração. "Ministrar" significa fornecer, prestar, servir. O prefixo "ad" significa "adaptar". Portanto, o administrador tem a função de adaptar sua própria capacidade de prestar e fornecer meios eficazes para fortalecer a capacitação dos funcionários e, consequentemente, de todo o setor. 
Então, "diretor administrativo" é uma redundância? Não. "Redundância" é uma expressão em que há palavras desnecessárias para encerrar um significado. Por exemplo: "subir para cima" é uma redundância porque o verbo "subir" já indica movimento para cima. Embora o diretor exerça administrações, é diretor administrativo quando tem como funções, ao mesmo tempo, de dirigir, planejar e controlar atividades das áreas administrativas (setor financeiro, recursos humanos, comunicação, marketing, publicidade, relações humanas, etc.).

sábado, 13 de janeiro de 2024

Relativo, Relatividade, Relação e Relacionamento

Foto: Arquivo Google
São palavras 

com significados diferentes

mas relacionados ente si.


"Relativo" é um adjetivo. Em termos bem simples, pode-se dizer que um adjetivo é uma palavra que indica a qualidade ou a condição de alguma coisa. No caso de "relativo", indica a relação entre duas ou várias coisas. Neste caso, "relação" tem o mesmo significado de "comparação", representando um vínculo ou uma conexão entre essas mesmas coisas. Às vezes, "relação" tem o mesmo significado de "lista", como no caso de uma lista de objetos a serem comprados: são objetos relacionados entre si pelo preço total a ser pago. 

O relacionamento é a forma pela qual se estabelece uma relação. A palavra é muito utilizada quando se trata de uma relação entre pessoas, podendo ser por razões afetivas, sociais, profissionais, etc. É o ato de estabelecer uma relação, tanto entre pessoas como entre objetos, fatos, etc.

"Relatividade" é uma referência ao grau ou à qualidade de uma relação. É a forma como se estabelece uma condicionalidade entre duas ou mais pessoas, coisas, fatos, etc. É a forma como se estabelece ou se verifica a condição de cada um dos elementos envolvidos na relação.

Tudo que é relacionado obviamente é relacionado a algo. Entretanto, "relacionados entre si" não chega a ser um pleonasmo. Entretanto, é uma expressão que pode ser substituída pela palavra "correlacionados" ou por "correlatos". Isto ocorre quando se estabelece uma relação destacando-se semelhanças entre os elementos envolvidos. No caso de relação entre pessoas, essas semelhanças seriam opiniões, gostos, etc. Nos casos de relação entre objetos, pode ser a mesma finalidade para qual eles podem ser usados. Ou seja: é um tipo de relação no qual se destacam características em comum. 

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

As Diferenças entre "Merchandise", "Merchandising" e "Tie-In"

A exibição de produtos nas vitrines de uma loja
é um exemplo de merchandise e merchandising. 
(Foto: Arquivo Google)
Muita gente confunde

"merchandise" com "merchandising"

ou "Tie-In".


Você está assistindo a um capítulo de uma telenovela. Numa cena, um dos personagens mostra um determinado produto para o outro e fala a respeito de suas qualidades. Na imagem, destacam-se o produto e a marca. Se você pensa que isto é "merchandise" (pronúncia: "merchandáise"), pensou errado. "Merchandise" é simplesmente "mercadoria". Ou seja, o conjunto de produtos destinados à venda. Muita gente pensa assim como você, mas na verdade essa técnica comum em telenovelas, filmes, etc., é um "tie-in" (pronúnia: "tai-in"). Talvez devido à semelhança entre as duas palavras, costumam confundir também confundir "merchandise" com "merchandising" (pronúncia: "merchandáising"). Na foto, vê-se um exemplo de "merchandise" e de "merchandising" ao mesmo tempo: as vitrines das lojas oferecem essa oportunidade de ao mesmo tempo expor a mercadoria disponível e destacar os produtos que possam interessar aos consumidores.

Não existe uma palavra ou uma expressão em português que se possa considerar como uma real tradução para a palavra inglesa "merchandising". No entanto, embora seja com muita frequência relacionado erroneamente à propaganda de um produto dentro de uma telenovela ou um filme, é uma técnica de marketing que nada tem a ver com isto. O "merchandising" propriamente dito é um conjunto de técnicas com o objetivo de promover o produto e a marca no ponto de venda, ou seja, na prateleira do supermercado, da mercearia, da farmácia ou qualquer que seja o estabelecimento comercial. Apesar de ser do idioma inglês, a palavra "merchandising" tem sua origem na palavra francesa "merchant", que significa "mercador" ou "comerciante". 
O merchandising surgiu na Europa da Idade Média, quando as mercadorias a serem vendidas diretamente ao consumidor eram dispostas nas ruas na melhor forma possível de se conseguir atrair a atenção e o interesse dos transeuntes. Ao mesmo tempo, os vendedores gritavam informando as vantagens e propriedades do produto. Exatamente o mesmo tipo de merchandising praticado atualmente pelos camelôs nas cidades brasileiras.
A partir de 1930, nos Estados Unidos, o merchandising ganhou novas técnicas e se intensificou com a popularização das vitrines. Desta forma, os transeuntes passaram a ver de perto o produto sem a necessidade de ouvir os gritos dos vendedores. Uma técnica que parecia comprovar que, em determinadas situações, a imagem diz mais do que as palavras. 
Naquela mesma década, também a partir dos Estados Unidos, o merchandising se intensificou com o surgimento do auto-serviço (o consumidor escolhe o produto na prateleira), uma forma de comércio que deu origem às mercearias, supermercados, hipermercados e lojas de departamentos. Porém, essa forma de atrair a atenção dos consumidores para o produto e a marca dentro da loja não substituiu as vitrines: ainda hoje, as duas técnicas convivem harmoniosamente, principalmente nas lojas de departamentos. 

"Tie" é uma palavra inglesa que significa "nó", "amarra" ou os verbos "atar", "amarrar". "In" significa "dentro". No caso de uma novela ou um filme, "tie-in" é uma técnica para atar o produto e a marca à trama dentro da cena. Um exemplo claro se verifica numa cena do filme "O Exorcista": enquanto os personagens principais conversam numa rua, aparecem ao fundo algumas garrafas de Pepsi-Cola, com a marca em destaque, numa daquelas "máquinas de refrigerantes". Depois, no mesmo filme, outdoors com propaganda da Pepsi-Cola aparecem em pelo menos outras duas cenas. 
Nos Estados Unidos, a prática do tie-in na televisão começou na década de 1950. No Brasil, o primeiro tie-in televisivo de que se tem conhecimento ocorreu numa cena da novela "Beto Rockfeller", levada ao ar pela TV Tupi em 1969: o personagem principal, interpretado pelo ator Luis Gustavo, sentindo fortes dores de cabeça, tomava um comprimido de Alka-Seltzer. Naquele ano, as vendas do antiácido fabricado pela Bayer aumentaram fantasticamente em todo o país, e isto certamente não foi apenas uma coincidência.
O "tie-in" continua sendo uma prática muito comum nas telenovelas. E funciona principalmente porque os consumidores "confundem" subconscientemente o ator ou a atriz com o personagem. Por exemplo, se uma personagem interpretada pela atriz Cristiane Torloni usa um vestido, no dia seguinte uma mulher perguntará a outra: "Você reparou no vestido que a Cristiane Torloni estava usando na novela, no capitulo de ontem?" - e fará comentários sobre o vestido que Cristiane - e não a personagem - usou. Ou seja: depois de ver o "tie-in", o consumidor - homem ou mulher - se interessa pelo produto porque o ator ou a atriz ( e não o - ou a - personagem) o usou ou recomendou.

domingo, 31 de dezembro de 2023

MAIS UMA VEZ, MUITÍSSIMO OBRIGADO!

Mais um ano se encerra, 

mas continuaremos em atividade em 2024.


Criei o Redafácil em 9 de janeiro de 2010, numa época em que eu percebia que os principais motivos de reprovações no Enem e nos vestibulares em todos os anos eram as dificuldades em redação - o que infelizmente ainda acontece. Ter dificuldades em redação é ter dificuldades em escrever, o que significa também dificuldade em relacionamentos profissionais e sociais. Quando uma pessoa escreve, obviamente usa as palavras e expressões que conhece e como aprendeu a usá-las, o que me faz concluir que a dificuldade em escrever é a mesma em se comunicar de outra forma. Isto me trouxe a ideia de criar o blog para contribuir para a diminuição dessas dificuldades, já que sempre fui bem sucedido no quesito redação. Minha opinião é de que quem não compartilha o que aprendeu na vida desvaloriza seu próprio aprendizado e o sentido da palavra colaboração. 
Com o passar do tempo, através das informações que recebo particularmente e por meio de comentários sobre o Redafácil em outros sites, blogs, redes sociais, etc., tenho percebido o crescimento de interesse não apenas de estudantes, mas também de profissionais e empresários de vários setores. Obviamente, em muitos destes casos, por razões comerciais, mas de qualquer forma isto representa um interesse. Ao longo de todo esse período, nos espaços para comentários, o Redafácil tem recebido apoios, agradecimentos e sugestões de leitores de todo o Brasil e de alguns outros países. Entre eles, estudantes de níveis médio e superior, profissionais de diversas áreas, interessados em concursos públicos, "anônimos", etc. De acordo com as estatísticas do Blogger, a maioria dos acessos ao Redafácil este ano veio do Brasil, Estados Unidos, Singapura, Alemanha, Rússia, Finlândia, Portugal, França e Reino Unido, nesta ordem. Desde 9 de janeiro de 2010, também nesta ordem, Brasil, Estados Unidos, "região desconhecida", Portugal, Alemanha, Rússia, Angola, Moçambique, Singapura e "outros". O Revolver Maps, que mostra dados na página inicial deste blog, também inclui a França, a Costa Rica, o Canadá, a Espanha, a Suíça, o Japão, a Argentina, a Austrália, Cabo Verde, a Holanda, etc.

Sejam quais forem suas nacionalidades, interesses e objetivos, agradeço muito a todos os leitores e colaboradores por prestigiarem o Redafácil indicando-o, elogiando-o ou mesmo apenas lendo-o. Dentro do que ainda me for possível, espero poder continuar a dar minha contribuição em 2024. Desejo que tenham todos um felicíssimo Ano Novo. 

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Evite estrangeirismo desnecessário.

Ilustração: Arquivo Google

Não há problema

se você usar "pen drive",

"design", "notebook"

e outras palavras

que já fazem parte

da nossa linguagem cotidiana,

mas é necessária a moderação no estrangeirismo.


É fácil compreender a razão da necessidade dessa moderação: a redação precisa ser concisa e objetiva. Ou seja, de fácil compreensão para quem a lerá. Se sua redação será dirigida a brasileiros, quanto menos palavras em idiomas estrangeiros ela tiver, mais fácil se tornará a interpretação dos leitores aos quais ela é dirigida. O estrangeirismo (uso de palavras de outros idiomas em textos em português) não é proibido, mas seu uso indiscriminado pode dificultar a interpretação. 
O estrangeirismo não ocorre só no Brasil. É um hábito em quase todos os países do mundo. O caso é que o uso excessivo de palavras em inglês num texto em português, por exemplo, dificulta a comunicação, e a comunicação é exatamente o objetivo principal de qualquer redação. Ao escrever uma palavra em outro idioma, é preciso avaliar o quanto ela é necessária ou pelo menos não atrapalha a comunicação considerando tanto o tipo de público ao qual ela é direcionada quanto o contexto em que ela é inserida. 
É inquestionável que muitas palavras estrangeiras, principalmente provenientes do inglês, penetram em nossa linguagem cotidiana de maneira inevitável. "Fake", que significa fácil, tem sido um dos maiores exemplos disto ultimamente. A expressão "fake news(*)" ("notícias falsas" ou "informações falsas"), também. Porém, não há justificativa para não usar as palavras e expressões "falso", "falsa", "notícia falsa", "informação falsa" e suas correspondentes na forma plural em português. Também palavras e expressões mais específicas, tais como "joint venture" (acordo entre duas ou várias empresas), "assets" (recursos financeiros), "trader" (transações de mercado) são mais adequadas quando as redações são destinadas a públicos específicos. Nos casos das palavras aqui citadas, esses públicos são economistas, estudantes de economia, empresários, administradores de empresas, administradores de instituições financeiras. Em resumo: pessoas cujas atividades são relacionadas a economia e finanças. É exatamente por existir essas condições específicas que considero um exagero dizer que o estrangeirismo chega a ser uma substituição do português pelo inglês. 
Na verdade o estrangeirismo na língua portuguesa sempre existiu. Não há palavra ou expressão na língua portuguesa que não teve influência de outro idioma. O próprio idioma português proveio do latim e são muitas as palavras de origens grega, árabe, francesa, etc. A maioria das palavras que conhecemos atualmente apenas tiveram suas ortografias e pronúncias modificadas, mas são todas oriundas de um misto de idiomas. Mesmo assim, deixar de usar palavras em outro idioma quando se pode usar palavras em português é demonstração de bom senso. 


(*) A palavra "news" frequentemente é traduzida como "notícia", mas é o plural de "new", que significa "notícia", "informação", "novidade". Porém, também é correto, em inglês, considerá-la como singular representando um conjunto de informações. Por isto se diz "this is the news" ("esta é a notícia").
 

domingo, 17 de dezembro de 2023

O que é o Tempo?

Foto do Arquivo Google
Há palavras 

cujos conceitos e definições

dependem do contexto

em que são inseridas.

"Tempo" é uma delas. 


 Há palavras cujos significados e conceitos dependem do contexto. No entanto, isto não deve ser confundido com metáfora nem com sentido figurado. Este é o caso da palavra "tempo". Muitas perguntas são feitas a esse respeito, principalmente porque às vezes o tempo é expresso como condição meteorológica (chuvoso, ensolarado, nublado, etc.) ou como medida expressa em minutos, horas, dias, meses, anos, etc. Em resposta a uma pergunta que me foi feita quanto a isto e também para colaborar com quem mais tenha a mesma dúvida ou curiosidade, decidi publicar este artigo.

Cotidianamente, chamamos de "tempo" a duração de um período medido em minutos, horas, dias, meses, anos, séculos, milênios, etc. Cientificamente, o tempo é uma dimensão estudada em física, considerando tempo e espaço como duas dimensões profundamente relacionadas entre si, a tal ponto que essa relação chega, às vezes, a ser chamada "espaço-tempo", como se as duas se tornassem uma dimensão. Desta forma, os físicos consideram que a passagem do tempo é percebida por cada um de nós de forma subjetiva (não concreta, não coletiva, mas dentro de uma concepção pessoal). Entram nessa discussão detalhes ou temas como a teoria da relatividade do tempo, possíveis viagens através do tempo e outras questões relacionadas à ciência e à ficção científica que são interessantes mas não são o propósito deste artigo.

Também de forma muito popular, mas correta, a palavra "tempo" é empregada como referência às condições meteorológicas de uma determinada região porque tais condições duram um determinado período que pode ser algumas horas, alguns dias, etc. São períodos de céu nublado, de chuvas, de seca, de estações (inverno, verão, etc.).

Não há como errar quanto ao emprego da palavra "tempo" numa redação. Basta apenas observar os contextos relacionados a uma destas situações. Espero, com este artigo, ter conseguido colaborar com vocês quanto a isto.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

As Diferenças entre Conceito, Definição e Significado de uma Palavra

Geralmente, 
os dicionários mostram conceitos,
mas muitas pessoas os confundem com definições ou significados.

Geralmente, quando alguém quer descobrir o significado de uma palavra, procura-a num dicionário. Ocorre que nem todo mundo observa as diferenças entre um conceito e uma definição. O conceito é a representação de uma ideia em relação a alguma coisa. Exemplo:
Elevação - ato de mudar a posição de algo, de um local inferior a um local superior, levar algo para cima. A palavra também é empregada quanto à transferência hierárquica de alguém, numa empresa (por exemplo, de funcionário numa categoria menos elevada para gerente). Outro exemplo: na área militar, de tenente para capitão, de capitão para coronel, etc.
A definição dá uma ideia mais exata do que a palavra significa: Elevação - movimento para cima, aumento (de preços, de salários, etc.). Observem que neste parágrafo eu disse que a definição dá uma ideia mais exata do significado. Isto quer dizer que "definição" é o mesmo que "significado". Podemos dizer, portanto, que o conceito de uma palavra é subjetivo e seu significado é objetivo. Enquanto o conceito representa uma ideia, o significado é algo bem mais próximo do sentido real. Portanto, o significado é algo definitivo, e é por isto que também é chamado "definição".

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

O Significado de "Advento"

Arquivo Google

 Segundo os católicos,
estamos no período do Advento. 
Mas o que é um advento?

Para os cristãos, especialmente os católicos, o advento é um período que começa no primeiro domingo de quatro semanas que antecedem o Natal. O atual começou no dia 3 de dezembro e ocorrerá até 24 de dezembro, a véspera do Natal. É um período de preparação para o Natal. Mas qual é o significado da palavra "advento"?
A palavra se relaciona ao verbo "advir", que significa "vir depois", "ocorrer como consequência de algo. Neste sentido, "advento" é um período de preparação para o Natal através de orações, reflexões, atos, celebrações, desde que o objetivo seja buscar renovação de esperanças e contribuir para a realização de um mundo melhor. 
Simbolicamente, o Natal não representa apenas o aniversário de Jesus, pois nem mesmo sabemos em que data ele nasceu, Para os cristãos, é um momento especial em suas vidas, com o objetivo de renovação de esperanças de mudanças para uma vida melhor. O 25 de dezembro foi a data para representar simbolicamente o nascimento de Jesus como o Messias prometido por Deus, cujo maior sonho ao longo de sua vida foi essa melhoria para todos nós. É como se ele simbolicamente renascesse a cada 25 de dezembro. O período do advento simboliza o período ocorrido antes de seu nascimento, um período de preparação para recebê-lo novamente em nossas vidas.