quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Não existe "parágrafo principal" numa redação.

O parágrafo principal
não precisa ser 
sempre o parágrafo-chave.


Muitas pessoas revelam que, quando fazem uma redação, têm dificuldades para posicionar ou definir o parágrafo principal. muitas também o confundem com o parágrafo-chave. Muitas também acham que o parágrafo-chave é o parágrafo principal porque é o inicial. De fato, o parágrafo inicial é o parágrafo-chave porque tem a função de apresentação ao leitor, não somente do tema da redação, mas também da forma como o tema é exposto no texto que ele lerá. O parágrafo-chave é o que o nome diz: a chave que abrirá a porta para o leitor. Portanto, é sempre o primeiro parágrafo. Entretanto, o parágrafo principal pode ser o segundo ou o terceiro, desde que seja no qual o leitor encontre o que ele perceba como os primeiros sinais claramente deixados pelo redator como início de uma linha de raciocínio. Ou o último, que representa a conclusão. 
Também em muitos sites há explicações sobre o que é um "texto expositivo". Ora, qualquer texto é uma exposição por escrito de informações, ideias, conceitos, etc. Portanto, não existe texto que não seja expositivo. É aí que se enquadram as funções dos recursos linguísticos. Clicando neste link, você abrirá o artigo com detalhes sobre recursos já conhecidos e sobre como você pode criar outros. Criar seus próprios recursos é mais importante, já que, numa prova como as do Enem, de vestibulares ou de concursos públicos, a demonstração de criatividade agrega valores à redação.
Tudo isto nos leva a concluir que a existência de um parágrafo principal é apenas teórica. Na realidade, há um parágrafo-chave, que é o que abre o conteúdo do texto para o leitor, mas não há um parágrafo principal. Todos os os parágrafos de uma redação constituem uma sequência de informações cuja mensagem final se completa com a conclusão. Cada parágrafo é uma unidade que contém o desenvolvimento de uma ideia, mas o parágrafo seguinte trás novas informações e novos complementos para conduzirem o leitor até a conclusão do autor. Portanto, todos os parágrafos do texto são igualmente importantes.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

"Discriminação" ou "Descriminação"?

Ilustração: Arquivo Google
Não são poucas
as vezes
em que me perguntam
qual das duas palavras
é a correta.



Com frequência, muitos estudantes me perguntam: "Qual é a palavra correta: 'discriminação' ou 'descriminação'?" A razão é fácil de ser entendida: o preconceito, tema que vem sendo amplamente debatido inclusive em redes sociais online, costuma ser tema recorrente para redações em provas como as do Enem, de vestibulares e concursos públicos. As palavras "discriminação" e "descriminação" geram dúvidas em função de suas semelhanças com a escrita, sendo a única diferença as presenças da letra "e" em uma e "i" na outra. 
Na verdade, as duas palavras estão corretas. A diferença é quanto aos significados. Quando se trata de preconceito, a palavra correta é "discriminação". É fácil lembrar que esta é sempre com "i". Basta lembrar que tem o mesmo significado de "distinção", que também começa com "dis". Entretanto, "discriminação" significa "distinção", "separação", "isolamento" de alguém ou algo em relação a um grupo de pessoas ou de coisas. Em documentos como relatórios, por exemplo, discriminar um item significa colocá-lo em destaque, enfatizá-lo. 
A palavra "descriminação" tem sentido principalmente jurídico, sendo o mesmo de "driscriminalização". O verbo "descriminar" significa inocentar alguém da acusação de um crime. A partícula inicial "des" tem sempre o sentido de desfazer. Enquanto "discriminar" significa identificar diferenças, "descriminar" significa colocar algo à parte por por alguma razão, especificar, classificar algo. "Criminar" significa responsabilizar ou culpar alguém por um crime. Portanto, "descriminar" é inocentar o réu ou acusado. 

Conclusão:
  • Discriminar: tratar uma ou mais pessoas de forma injusta em relação a outras; classificar algo por uma ou mais razões específicas; discernir; destacar diferenças.
  • Descriminar: absolver; perdoar; inocentar; desculpar.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

As Diferenças entre "Propaganda" e "Divulgação"

As semelhanças
entre os significados
causam confusão.




Muitos estudantes de níveis médio e superior do Brasil demonstram, em suas redações, incertezas quanto aos significados corretos de "propaganda" e "divulgação". Talvez isto ocorra porque em algumas situações "propagar" é o mesmo que "divulgar". Entretanto, a melhor forma de evitar as confusões quanto às semelhanças entre os significados é procurar lembrar as diferenças. 
A propaganda é uma forma de divulgação dirigida a um público específico e com o objetivo de influenciar suas atitudes. Exemplos disto são as propagandas políticas, que são dirigidas a um público específico (os eleitores), e as propagandas comerciais, cujo público específico é formado por pessoas que querem ou necessitam de um determinado tipo de produto ou serviço. As propagandas comerciais têm muito mais relação com a publicidade do que com a informação, mas são, de qualquer forma, também divulgações. A publicidade é a divulgação pública de empresas, produtos, serviços, etc., para fins comerciais.
A palavra "divulgação" tem o mesmo significado de "difusão". Em alguns casos pode ser substituída por propagação, mas com o devido cuidado para que esta não seja mal interpretada pelo leitor, pois muita gente está acostumada a entender como "propagação" a proliferação de insetos, a disseminação de doenças, etc. Isto acontece porque o significado mais conhecido e também correto para "propagação" é a multiplicação de algo por reprodução (mosquitos, por exemplo) ou por meio de de contágio (certas doenças).