Mais de 53 mil alunos obtiveram nota zero em redação no Enem 2015.

Cinquenta e três mil alunos
entregaram suas provas
com as páginas para redação assim. 

O pior
é que não foi
porque as redações 
estavam ruins,
foi porque
nem ao menos
tentaram fazê-las.

O sistema educacional brasileiro é muito falho, é repleto de problemas, mas o problema maior quanto ao resultado das redações dos participantes do Exame Nacional de Ensino Médio do ano passado não foi por causa das redações ruins, foi porque 53 mil alunos nem sequer tentaram fazê-la. Resultado: esses 53 mil obtiveram nota zero. Se entre esses 53 mil estavam os que pretendiam, através do Enem, conseguir ingresso em cursos de nível superior em universidades públicas, eles já perderam esta oportunidade por nem sequer terem tentado, porque para concorrerem a esta possibilidade bastaria que suas notas em redação fossem diferentes de zero. Tal resultado foi por absoluta falta de interesse próprio, pois os verdadeiramente interessados pelo menos tentaram, e só por isto já têm chances de conseguir. 

O problema também não é apenas este. Ocorre que, se no ano anterior 250 estudantes obtiveram nota mil, em 2015 apenas 104 conseguiram isto. A situação é ainda pior do que se imagina quando se sabe que, segundo a Folha de São Paulo, o total de redações corrigidas, que em 2014 foi 6 milhões e 100 mil, em 2015 foi 5 milhões e 600 mil. 

Houve uma queda drástica no número de redações que receberam nota zero, mas isto não significa que o nível de redação melhorou. Essa redução ocorreu porque houve mudança na metodologia do cálculo. Foram computadas para as notas mínimas também as redações de alunos que escreveram apenas uma linha - o que não deveria ocorrer.