As informações através da imprensa
dizem que o prazo termina em dezembro,
mas no mesmo mês
as escolas, universidades, faculdades,
empresas, órgãos públicos, etc.,
já estarão obrigadas a adotar as novas regras.
As notícias veiculadas através da internet e de todos os veículos de comunicação e informação dizem que o prazo para nos adaptarmos às novas regras ortográficas da língua portuguesa no Brasil terminarão em dezembro deste ano. Entretanto, tem-se informado também que todas as instituições de ensino, todos os órgãos públicos, todas as empresas e demais organizações estarão obrigados a adotá-las já no mesmo mês. Portanto, será melhor estamos todos já devidamente adaptados até o final de novembro.
Não será demais lembrar que não se deve confundir "regras ortográficas" com "regras gramaticais". A ortografia faz parte da gramática, mas refere-se apenas às formas como as palavras devem ser escritas. As regras gramaticais são as normas que abrangem toda a gramática, tanto no que se refere à escrita quanto em relação à forma correta da pronúncia. As regras que estão sendo modificadas são apenas as ortográficas.
O que muda
Penso que também não será demais relembrarmos o que será modificado na ortografia. Para facilitar o entendimento, prefiro não mencionar o que não será modificado. Portanto, o que não estiver mencionado neste artigo permanecerá como está.
O Trema (¨):
Esta é uma regra que já está sendo obrigatória. Já foi abolido o trema sobre o "u" em palavras em que esta letra aparece entre "g" ou "q" e "e" ou o "i" e é pronunciada. Por exemplo, antes escrevia-se "lingüiça", e atualmente se escreve "linguiça". Antes, escrevia-se "liqüidação", agora escreve-se "liquidação". Antes: "liqüefação"; agora, "liquefação".
A acentuação:
Neste texto, estamos nos referindo apenas a mudanças ortográficas. Portanto, pelo menos por ora, não se preocupe se a acentuação é tônica, átona, etc. Deixemos isto para quando tratarmos de estudos mais aprofundados da gramática. Preocupe-se apenas com a acentuação no sentido gráfico.
Primeiramente, lembremos que "ditongos" são encontros entre duas vogais numa mesma sílaba, e que "hiatos" são encontros entre duas vogais em sílabas separadas.
As palavras com ditongos "ei" e "oi", sobre os quais anteriormente vinha sendo usado o acento agudo (´) não serão mais acentuadas. Assim, "heróico" se torna "heroico", "batéia" se torna "bateia", "paranóico" se torna "paranoico", "colméia" se torna "colmeia", etc. Se esses ditongos estiverem no final da palavra, seja no singular ou no plural, o acento permanece: "heróis", "papéis", "coronéis", "herói", "corrói", "destrói", "fiéis", etc. Se o "i" ou o "u" com pronuncia forte vierem após um ditongo, também não serão acentuados. Exemplos: "Bocaiúva" (o ditongo é "ai"); "feiúra" (o ditongo, é "ei"), etc.
O acento circunflexo (^) não poderá mais ser utilizado em palavras terminadas em "eem" e "oo". Por exemplos, "têem" se tornou "teem", "prevêem" se tornou "preveem". Em vez de "vôo", escreve-se "voo". Em vez de "enjôo", escreve-se "enjoo", e assim por diante.
Também estão sendo abolidos os acentos agudos e circunflexos usados para diferenciar palavras semelhantes. Antes escrevia-se "pára" (flexão do verbo "parar") para diferenciá-la da preposição "para". Agora as duas palavras são escritas da mesma forma. Uma mudança que faz sentido, já que a diferença na escrita não tinha necessidade. Se eu escrevo "Eu trouxe este livro para você" e "Apertando esse freio você para o carro", está óbvio que "para" é uma preposição no primeiro caso e uma flexão do verbo "parar" no segundo. De fato, o acento não era necessário.
A palavra "vêm", flexão do verbo "vir" na terceira pessoa do presente do indicativo ("eles vêm") não terá mais o acento. O mesmo acontece com "teem", "leem", "veem", etc. Permanecem os circunflexos no verbo "pôr" para diferenciá-lo da preposição "por". Exemplos: "Eu vou pôr os óculos" (verbo). "Ele passou por ali" (preposição).
Também não se utilizará mais o acento agudo sobre o "u" forte se este estiver entre "g" e outra vogal. "Argúe", por exemplo, se torna "argue"; "apazigúe" se torna "apazigue", etc.
O Hífen (-):
O hífen tem sido um dos principais motivos de muitas dúvidas, mas é fácil entender as modificações. Ele permanecerá sendo utilizado em palavras acrescidas por prefixos quando a raiz (a palavra propriamente dita) começar por "h". Exemplos: "sobre-humano", "ante-horário" (antes da hora prevista), "anti-herói", "anti-horário" (sentido contrário ao dos ponteiros do relógio), etc. Também serão utilizados quando os prefixos "pan" e "circum" precederem a raiz iniciada por "h", "m" ou "n". Exemplos: "pan-americano", "Pan-América", "circum-meridional", "circum-hospitalar", "circum-nacional".
O hífen terá que ser empregado nos casos de palavras acrescidas pelos prefixos "hiper", "inter" e "super" se a raiz for iniciada com "h" ou "r". Exemplos: "super-homem", "inter-regional", "inter-regno", etc.) e nos casos de encontros entre duas vogais iguais ("co-operação", "auto-observação", "contra-avaliação", "anti-imperial", etc.).
Eu preferi me referir apenas às mudanças. Portanto, o que não foi citado aqui permanecerá como está. Entretanto, se os leitores desejarem, poderão fazer suas perguntas. Terei prazer em ajudá-los no que me for possível.
Obrigado e parabéns
ResponderExcluirOlá,Walter!
ResponderExcluirSou eu que lhe agradeço por prestigiar este blogue.
Grande abraço!