terça-feira, 15 de maio de 2018

"As milhões de pessoas" está correto?

É claro
que não.

Nos noticiários de emissoras de rádio e televisão, ouvimos frequentemente apresentadores e repórteres dizendo "as milhares de pessoas", "as milhões de coisas", etc. Este erro também é muito comum em jornais impressos, revistas, informações via Internet, etc.
O artigo definido, seja no plural ou no singular, tem de estar de acordo com o gênero (masculino ou feminino) do substantivo. Exemplos: "as razões", "os casarões", "a razão", "o casarão", "as pretensões", "os aviões", "a pretensão", "o avião", etc. "Pessoas" é um substantivo feminino na forma plural, o que faz com que a forma correta seja "as pessoas". Entretanto, "milhões" é um substantivo masculino. Independentemente do gênero do complemento que vier após "milhões de...", o gênero de "milhões" é imutável. Portanto, a forma correta é "os milhões de pessoas". A regra é a mesma para "os milhões de mulheres", "os 15 milhões de mulheres", "os 250 milhões de casas", etc. Outros exemplos:

Correto: "dois milhões de espécies..."
Errado: "duas milhões de espécies..."

Correto: "os cinco milhões de raposas..."
Errado: "as cinco milhões de raposas..."

segunda-feira, 14 de maio de 2018

A expressão "elo de ligação" é correta?

Uma sequência de elos numa corrente.

A palavra "elo"
é uma metáfora.



Um elo.

Já me perguntaram diversas vezes se "elo de ligação" é uma redundância. Na verdade, é um pleonasmo. A diferença é que, numa redundância (ou numa expressão redundante), há duas ou mais palavras quando bastaria apenas uma para definir o que se quer dizer. Num pleonasmo, existe a redundância, mas com o propósito de dar mais ênfase à expressão.  Exemplos:
  • Redundância:
    Subir para cima - Como o verbo subir já indica movimento unicamente para cima, não há necessidade de dizer que é "para cima". Basta dizer ou escrever "subir". 
  • Pleonasmo:
    Vi com meus próprios olhos - Trata-se de uma redundância porque ninguém pode ver algo com os olhos de outra pessoa, mas, ao ser acrescentada ao verbo ver, a expressão "com meus próprios olhos" reforça minha intenção de que o que eu vi foi incrível mas foi real. Portanto, é um pleonasmo. 
    Um elo é algo que pode ser considerado uma via de relação entre duas ou mais pessoas ou coisas, ou entre dois ou mais fatos. Em casos assim, a palavra "elo" funciona como uma metáfora baseada nos elos de uma corrente. Numa das fotografias que ilustram esta postagem, há uma sequência de elos formando uma corrente, com cada elo interligando os outros. Na outra, há apenas um elo, que é apenas uma peça, mas ainda assim é um elo. Cada elo estabelece uma ligação entre os outros, o que faz com que "elo de ligação" seja realmente uma redundância, mas também se trata de um pleonasmo porque "de ligação" reforça seu significado. Assim, embora seja uma redundância, seu uso é corre

sexta-feira, 11 de maio de 2018

"Internetês" Pode Prejudicar as Atividades Profissionais

A "linguagem da internet"
está sendo
motivo de preocupação
para especialistas em educação.



Se o "internetês" fosse usado apenas na Internet, e ainda assim apenas de vez em quando, seria menos mal. O grande problema é que muita gente está usando esse mesmo tipo de "linguagem" em redações nas provas, em trocas de informações nas relações de trabalho, etc. Isto é uma péssima ideia. Em muitos casos, já está se tornando um vício, e é tão prejudicial quanto qualquer vício. Cabe aos professores de Língua Portuguesa alertar os jovens sobre isto e buscar meios de controlar a situação junto com eles. 
O "internetês" já está sendo considerado uma "variação de linguagem" nas formas de comunicação entre as pessoas através das redes sociais online (existem também as redes sociais presenciais). Isto pode prejudicar o rendimento escolar e limitar muito o grau de comunicabilidade de quem usa muito esse recurso. Ninguém está sendo proibido de usá-lo, mas aconselho que seja imposto um limite, pois limite é algo que é necessário em tudo na vida.
Eu concordo com o que a professora de língua portuguesa e escritora Wilma Ramos diz a esse respeito. Ela diz que no internetês não são usadas apenas "abreviaturas" que não existem no nosso idioma, mas também há um excesso de erros ortográficos, muitos até propositais, como "aki" ao invés de "aqui" e outros que não têm razão alguma para serem praticados. Ela alerta: isto é uma armadilha para quem participará de um vestibular, do Enem, de um concurso público ou de qualquer tipo de processo seletivo. 
Antes que alguém diga que toda essa preocupação é exagerada, lembro mais uma vez: isto já está acontecendo até nas relações profissionais.  Por maior que seja a intimidade entre o profissional e seus colegas ou seus clientes, este é um erro grave, pois dificulta a comunicação. A existência das regras ortográficas a serem cumpridas existe exatamente para facilitar a comunicação, e o que está ocorrendo é o contrário disto.
Não acredite nessa história de que "o internetês ajuda a fazer uma comunicação mais rápida". A "rapidez" na comunicação só por causa da exclusão de algumas letras não acontece, ela é uma ilusão. Use todas as oportunidades que tiver para escrever ou digitar sempre corretamente. Isto não somente facilitará a comunicação como evitará o risco de você esquecer como certas palavras são escritas e empregadas corretamente. Leia aqui para saber como escolher adequadamente as palavras e expressões que devem ser inseridas em suas redações.

quinta-feira, 10 de maio de 2018

"Aprendizagem", "Ensino", "Ensinagem" e "Ensinamento"

Foto: Construir Notícias
Pode parecer
estranho para você,
mas a palavra "ensinagem"
existe na Língua Portuguesa.


Quase sempre que alguém usa a palavra "ensinagem", alguém pergunta: "A palavra correta não é 'ensinamento'?". As duas palavras estão corretas, mas é preciso prestar atenção aos detalhes de seus significados específicos para, numa redação, incluí-las de acordo com o contexto.
"Ensinagem" não é o mesmo que "ensinamento". O ensinamento é um conjunto de ideias transmitidas pela pessoa que ensina à pessoa que pretende aprender. A ensinagem é o processo que envolve o ensinamento e a aprendizagem. "Aprendizagem" é a capacidade de aprender. O ensino é um sistema de transmissão de conhecimentos para instruir e educar pessoas. Há o ensino formal, o informal e o não formal.
Provavelmente você gostaria de me perguntar se "informal" e "não formal" não são a mesma coisa. Uma atividade informal visa à socialização do indivíduo sem considerar formalidades. Ocorre durante a vida inteira e nem sempre intencionalmente. Um processo não formal é sempre intencional. O ensino formal é o praticado através das instituições de ensino (escolas, faculdades, universidades, etc.).  O ensino informal se relaciona ao processo de socialização das pessoas. O não formal é intencional, relaciona-se a processos de consciência política e relações sociais de poder entre os cidadãos. O ensino não formal costuma ser praticado por organizações como associações e movimentos populares.
A aprendizagem é o processo pelo qual o aluno, discípulo ou aprendiz adquire conhecimentos, habilidades e capacitação através de estudos, experiências, formação, raciocínio e observação. Relaciona-se à educação como processo de desenvolvimento pessoal. É uma das funções mentais mais importantes para os humanos. "Educação" é o conjunto que inclui o ensinamento e a aprendizagem. A educação consiste em promover a sociabilização das pessoas para prepará-las para exercer profissões, facilitar seu convívio social, adequando-as para sua participação na sociedade. 

quarta-feira, 9 de maio de 2018

"Partilhar" ou "Compartilhar"?

É preciso saber
a diferença
entre "partilha"
e "compartilhamento".


Acostumados ao frequente uso das redes sociais na Internet, as pessoas em geral, mas principalmente os jovens, se deparam sempre com o verbo "compartilhar" e começam a achar que seu significado se refere apenas a dividir algo - uma informação, por exemplo - com alguém. Na verdade, isto se chama "partilhar". O uso da palavra "compartilhar" na rede social não está errado, o erro está nesta interpretação.
"Compartilhar" é praticar o compartilhamento de algo. "Compartilhamento" é o mesmo que "comunhão" ou "coparticipação". Significa fazer parte de algo, tomar parte em algo. Na Internet, quando você compartilha uma postagem, você participa da divulgação da informação entre várias pessoas. Mesmo que você não clique na palavra "compartilhar", não "marque" seus amigos numa postagem, basta que você publique algo em sua rede social, blog ou site, e já estará compartilhando com muita gente que visualizará sua publicação. Ocorre o mesmo quando a publicação é de outra pessoa mas você participa na divulgação.
Embora o verbo "partilhar" seja apresentado até em dicionários como se tivesse o mesmo significado de compartilhar, não é bem assim. "Partilhar" significa "partir", "dividir uma coisa em partes". Você pode, por exemplo, partilhar uma pizza para duas ou três pessoas. Pode partilhar um pão para ser comido por você e outras pessoas. Uma família pode partilhar uma herança.
Conclusão: "compartilhamento" é participação; "partilha" é divisão. Portanto, "compartilhar" é participar e "partilhar" é dividir em duas ou mais partes. 

segunda-feira, 7 de maio de 2018

As Diferenças entre "Meta", "Objeto", "Objetivo" e "Objetividade"

Ilustração feita pelo autor do texto.
Seus significados
se relacionam
entre si,
mas não são
o mesmo significado. 

Numa redação, o contexto é a relação entre entras as palavras e e expressões e as frases em que elas são usadas, entre essas frases e o parágrafo em que estão contidas e entre os parágrafos para estabelecer a linha de raciocínio que conduzirá o leitor do início ao fim do texto. Portanto, embora muitas palavras tenham aparentemente o mesmo significado, é preciso observar certos detalhes relacionados a elas e que possam se relacionar com o contexto geral da redação. 
Este é o caso de palavras como "meta", "objeto", "objetivo" e "objetividade". Frequentemente citadas até em alguns dicionários como sinônimas, são palavras com significados bem distintos, embora em certas circunstâncias algumas delas possam substituir uma das outras. "Objeto", por exemplo, é uma palavra que define coisas como um lápis, um brinquedo, uma faca, um copo, etc., mas também às vezes tem como significado a causa ou a consequência de algum fato ou alguma ação. Quando a ação é a execução de plano, o "objeto" também passa a ser "objetivo", que significa o que se pretende alcançar, obter ou realizar. Também, quando dizemos que seu texto precisa ser objetivo, estamos dizendo que ele precisa ser escrito de forma sucinta, clara, direta. Desta forma, torna-se fácil perceber que "objetividade" é a capacidade de escrever o texto nestas condições - ou seja, é a capacidade de ser objetivo.
Toda objetividade tem como principal objetivo o alcance de uma meta. "Meta" pode ser tanto a finalização da própria redação como a finalidade da mesma. Portanto, lembre-se que "finalização" e "finalidade" são coisas diferentes. Na redação, a finalização é o encerramento do texto e a finalidade é a razão pela qual você o escreveu. Não confunda "finalização" com "conclusão". A conclusão é o ato de finalizar o texto deixando claro para o leitor o raciocínio do autor com relação a seus próprios argumentos

sábado, 5 de maio de 2018

Redafácil Atrai Especialistas em Política, Marketing e Vendas

O público
que acessa o Redafácil
se diversifica
cada vez mais.

Iniciei as atividades no Redafácil em 9 de janeiro de 2010 com o intuito de contribuir para que principalmente estudantes de nível médio tivessem uma opção a mais como pesquisa para melhorar seus níveis de redação. A ideia foi baseada no fato de que a maioria das notas em redação no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) era sempre péssima. Infelizmente isto ainda ocorre, mas vez por outra surgem aqui comentários de estudantes agradecendo por terem obtido notas melhores depois que passaram a visitar o blog.
Nos artigos, não abordo apenas técnicas de redação, embora elas constem em alguns deles. Isto já ocorre em muitos outros blogs e sites sobre redação. O que busco expor aqui são principalmente coisas extremamente importantes que, pelo que vejo, a maioria dos websites relacionados a este tema raramente abordam: o cuidado com as palavras e expressões de acordo com os contextos, a observância relacionada ao tipo de público ao qual o texto é dirigido, as formas como determinados temas devem ser abordados, etc. Ao que parece, isto tem trazido para o Redafácil acessos não somente de estudantes, mas também de profissionais de várias áreas e de vários países. Segundo o Blogger, serviço do Google que hospeda o Redafácil, nos últimos sete dias o blog tem recebido acessos de grande número de leitores do Brasil, Estados Unidos, Espanha, Portugal, Irlanda, Moçambique, Rússia, Reino Unido e Quênia. 

O Similar Sites, que revela dados estatísticos de websites em geral, informa que a maioria das pessoas que acessam o Redafácil o fazem a partir de seus locais de trabalho. Segundo o site de relacionamentos profissionais LinkedIn, entre as pessoas que consultaram o Redafácil entre 24 de abril e primeiro de maio, no Brasil, 33% são especialistas em políticas governamentais, 11% são especialistas em marketing, 11% são corretores de investimentos e 11% são vendedores. As palavras-chaves mais usadas por quem encontrou o Redafácil através do LinkedIn foram "Rede Vitória de Comunicação".