Elias Alves foi locutor e redator noticiarista na Rádio Vitória, em Vitória, no estado do Espírito Santo - Brasil. Ele também trabalhou como redator comercial na TV Vitória entre 1990 e 1997. Antes, entre 1986 e 1990, foi redator noticiarista na Rádio Gazeta, também em Vitória. Posteriormente atuou na Superintendência Estadual de Comunicação Social (Secom) até dezembro de 2002.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

Professores têm que Ensinar Noções de Lógica em Redação

A aplicação da lógica na redação
é mais importante do que o número de linhas ocupadas.

 Não basta dizer aos alunos

que eles têm que fazer uma redação clara e objetiva 

em poucas linhas.

É preciso lhes ensinar

como se faz isto.


Tenho notado que muitos professores e muitas professoras estão recomendando aos alunos para que façam suas redações ocupando o menor número possível de linhas e, ao mesmo tempo, desenvolverem um texto conciso, claro, objetivo dentro desse tão limitado espaço. No entanto, raramente explicam com clareza como os alunos devem conseguir isto. Isto requer noções básicas de lógica que os professores precisam conhecer e transmitir aos alunos.

Lembro-me de Spok, o icônico personagem da série "Jornada nas Estrelas", dizendo que "a lógica não deve ser uma finalidade, deve ser um princípio". Spok é um personagem fictício, mas creio sua fala seja um pensamento de Gene Rodenberg, o criador da série, expressa através dele. A lógica é uma técnica fundamental para embasar uma linha de raciocínio em qualquer atividade, inclusive no desenvolvimento de um texto. É através dela que se traça a necessária proporcionalidade entre os argumentos. É ensinando isto que o professor facilita ao aluno o entendimento sobre como planejar uma redação concisa e objetiva sem ser muito extensa mas também com o cuidado para não ser curta demais. 

Dizer ao aluno que ele tem que escrever em poucas linhas e que o texto precisa ser conciso, objetivo, claro, com argumentos bem definidos, é dizer-lhe o óbvio. O professor precisa mostrar ao aluno meios de desenvolver as técnicas básicas para conseguir esse "óbvio". Resumindo: o ensinamento do professor ou da professora precisa ser lógico.

sexta-feira, 18 de abril de 2025

Um Resumo da História e das Tradições da Semana Santa



 

Desenho feito por Elias Alves
 Dizem que a Páscoa
representa 
a Ressurreição de Jesus,
mas já era celebrada 
antes de Jesus ter nascido.
É fácil entender a razão disto.


De acordo com historiadores, a Semana Santa foi estabelecida pelos cristãos de Jerusalém no século IV d.C. para relembrar os últimos passos de Jesus no mundo. Antes disto, os cristãos faziam toda a celebração no Domingo de Páscoa. Na verdade a Páscoa já era celebrada milhares de anos antes pelos Hebreus como forma de comemorar o dia em que, sob a liderança de Moisés, seus antepassados que viviam como escravos no Egito foram libertados e migraram para a Terra Prometida (Israel). Portanto, no século IV d.C., a Páscoa passou a ser comemorada também pelos cristãos como esperança de uma nova vida representada na ressurreição de Cristo. 
Desde então, a Semana Santa começa no Domingo de Ramos, quando se comemora a volta de Jesus a Jerusalém então sob o domínio do Império Romano, até o Domingo de Páscoa. Dentro deste período, há a Quinta-Feira Santa, que representa a noite em que Jesus ceou pela última vez com os 12 apóstolos, seguida pela Sexta-Feira Santa ou "Sexta-Feira da Paixão", quando Jesus foi crucificado por soldados romanos. O Sábado Santo, ou Sábado de Aleluia, representa a esperança do surgimento do Novo Reino - uma metáfora que não tem sentido político, mas significa melhoria de vida segundo promessas de Deus através da pessoa de Jesus. O período de celebração se encerra no Domingo de Páscoa como lembrança da Ressureição de Jesus e esperança de dias melhores para a humanidade. 
Os católicos mais tradicionais evitam consumir carne na Quarta-Feira de Cinzas (após a terça-feira de Carnaval, que ocorre 40 dias após o Domingo de Páscoa. A data não é fixa, varia a cada ano, o que facilita a reserva de carne para os dias seguintes. 
A privação da carne como alimento não é obrigatória. No entanto, para os católicos que preferem seguir esta tradição, a orientação é para que não se trata apenas de excluir tal alimento do cardápio. A abstinência deve estar aliada à caridade: fazer com que haja mais carne nos próximos dias para as famílias mais pobres, pois sempre foi um dos tipos de alimentos mais caros. Muitas pessoas substituem a carne de outros animais pela de peixe - que também é carne e não é tão barata. Por isto alguns padres recomendam que não sejam consumidos "peixes nobres" - os mais caros. De qualquer forma, não é uma obrigatoriedade, é questão opcional.

Fontes:
Diversos artigos da Enciclopédia Conhecer.



quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

A forma correta é "os óculos", não "o óculos".

Quem usa óculos usa sempre dois.

 A palavra "óculos"

está na forma plural.
Portanto, não se deve dizer

"um óculos", "aquele óculos", etc.


Muita gente está habituada a falar "um óculos", "meu óculos", etc. Em muitos anúncios apareçam pessoas falando "meu óculos", "o óculos", "seu óculos" ou "aquele óculos". O mesmo erro também é frequente em muitos textos comerciais, jornalísticos, publicitários, etc., mas o fato é que é um erro. 

A palavra "óculo" tem o mesmo significado de "lente". Cada lente é um óculo. Apesar do conjunto com a armação e as lentes ser um, há duas lentes. Portanto, as formas corretas são "os óculos", "meus óculos", "aqueles óculos", etc. Se você usa óculos, você usa sempre dois. Por isto a palavra vem na forma plural: "óculos".

Para explicar de forma mais clara, lembro que "óculos" é um substantivo masculino plural cujo correspondente na forma singular é "óculo". A palavra "óculos" se refere a duas lentes (ou seja, dois óculos) ligadas pela armação, como mostra a ilustração. Portanto, são chamados "óculos" porque são sempre dois. Por esta razão, os artigos ("os", "uns") e os pronomes indicativos ("estes", "esses", "aqueles") ou possessivos ("meus", "seus") devem estar sempre na forma plural.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Debêntures e Títulos de Crédito, Deveres e Obrigações

Um dia, 

talvez você tenha

que interpretar um texto 

ou fazer uma redação sobre isto.


Toda vez que uma pessoa precisa obter financiamentos, surgem algumas dúvidas. Afinal, todo financiamento requer muita responsabilidade de todas as partes envolvidas. Palavras muito comuns no vocabulário dos economistas, mas nem tanto entre os leigos, estão sempre presentes em documentos como contratos, etc., e geram dúvidas quanto aos seus significados. Isto causa certa insegurança principalmente entre novos empreendedores. Estudantes também precisam estar atentos a isto, pois elas poderão estar presentes em textos para interpretação ou em temas propostos para redação.

Realmente, qualquer pessoa que necessite de financiamentos  precisa conhecer bem os significados de palavras e termos como "títulos de crédito", "debêntures", "deveres" e "obrigações". Precisa, por exemplo, saber que "dever" e "obrigação" não são a mesma coisa. O desconhecimento desses conceitos ou o fato de interessado achar que os conhece mas talvez não os conheça (o que agrava a situação), abre um leque muito amplo de problemas graves que poderão ocorrer.  Por isto, eis aqui algumas dicas que podem ser muito úteis a pessoas que queiram trabalhar por conta própria, iniciar negócios, adquirir imóveis, comprar um carro, ou que necessite de financiamentos para qualquer que seja a finalidade. 
Muita gente pensa que "debênture" é o mesmo que "título de crédito". Isto já é um erro grave que pode trazer consequências ainda mais graves. O debênture é um tipo específico de título de crédito. O título de crédito é um papel que representa uma obrigação e que tem que ser emitido em total conformidade com as leis vigentes segundo cada caso. Ele é fundamental para garantir os direitos de todos os envolvidos (credor, devedor e financiador) na negociação, mas o debênture é um título de crédito que representa empréstimos que uma empresa faz junto a terceiros para assegurar seus próprios direitos. Em qualquer caso, seja qual for o tipo de título de crédito, é dele que dependem todos os elementos importantes para configurar o crédito, ou seja, para estabelecer a confiança necessária para assegurar o pagamento da dívida dentro de um determinado tempo. Afinal,  todo empréstimo é uma dívida que sempre causa a necessidade de redistribuição de bens financeiros entre o devedor e o credor dentro de um período. Esse período é chamado "serviço de empréstimo".
Isto funciona assim:
O devedor recebe uma quantia em dinheiro do credor.  Essa quantia pode ser dada totalmente no início, como no caso da compra de um apartamento ou uma casa já construída, ou aos poucos (em parcelas), como no caso da aquisição de uma casa a ser construída. No segundo caso, o dinheiro é disponibilizado de acordo com  as fases da construção, isto é, à medida em que for necessário.  O devedor devolve o dinheiro ao credor em prestações regulares. Geralmente - mas nem sempre - esse serviço tem um preço, que é cobrado como juros da dívida. 
Geralmente os empréstimos fornecidos por bancos são financiados por meio de depósitos.  Quando são fornecidos por outros tipos de instituições financeiras, estas costumam recorrer a contratos de dívidas como fontes de financiamento. Entre esses contratos constam as "obrigações", que não são o mesmo que "deveres".  As obrigações ou "direitos de crédito" são normas que regulam as relações de crédito para que se concretize uma prestação.
A diferença entre "obrigação" e "dever" é que a obrigação necessita da sujeição de uma das partes envolvidas no processo, mas o dever apenas se relaciona a uma grande possibilidade da concretização de um determinado comportamento.  O dever é estabelecido pela análise da interação entre toda as partes envolvidas. 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

As Diferenças Entre a Publicidade e a Propaganda

Imagem do Arquivo Google
Mesmo não sendo

profissional nestas áreas,

você pode escrever sobre elas

mas para isto 

precisa saber as diferenças básicas.


Qualquer pessoa tem o direito de expressar sua opinião sobre o que quiser. Porém, para escrever e publicar essa opinião, precisa pelo menos ter conhecimentos básicos sobre o tema, pois terá que incluir na redação argumentos plausíveis. Muita gente expressa opiniões sobre publicidade e propaganda como se as duas coisas fossem a mesma coisa, e isto causa em muitos leitores interpretações equivocadas, já que o objetivo de toda redação é conduzir o leitor na linha de raciocínio do autor. 
A publicidade e a propaganda têm um mesmo objetivo: tornar algo de conhecimento público. Porém, as finalidades da propaganda são diferentes das finalidades da publicidade. A publicidade visa divulgar a existência de produtos e serviços à disposição de consumidores enquanto a propaganda divulga ideias de cunhos político, religioso, social, etc. Na publicidade a comunicação ocorre de forma direta, inclusive com informações sobre como as pessoas podem adquirir os produtos ou serviços oferecidos, e na propaganda a comunicação pode ser direta ou indireta sem precisar estar especificamente associada a produtos ou marcas. 
A publicidade pode ser veiculada através de rádio, televisão, Intertet, outdoors, cartazes, etc., e a finalidade principal é sempre lucrativa. A propaganda pode ter fins lucrativos ou não, mas as finalidades mais importantes devem ser informar, alertar, causar reflexões, e pode ser usada para estimular comportamentos, mudanças de atitudes, ideias e princípios. 
 

sábado, 25 de janeiro de 2025

A Liberdade de Expressão e Palavras Estrangeiras na Redação

Imagem do Arquivo Google

 Numa redação numa prova,

palavras em idioma estrangeiro

devem ser evitadas.


Numa postagem no Facebook, eu disse que as palavras em inglês, atualmente tão comuns nas relações através das redes sociais, devem ser evitadas se houver palavras com o mesmo sentido em português. Isto tem uma razão bem simples: nestes casos as palavras em inglês não são necessárias e a comunicação com todas as palavras em português se torna muito mais fácil. Entretanto, quando digo isto, algumas pessoas dizem que é preciso respeitar a liberdade de expressão. Isto significa que elas não sabem qual é o conceito de liberdade de expressão. 

A liberdade de expressão dá a qualquer pessoa o direito de emitir a opinião que quiser, sobre o que quiser, receber e transmitir informações, expor ideias, desde que não se expresse de maneira hostil, deselegante, não cometa calúnias e não dissemine informações falsas. Esse conceito se refere ao que você expressa, não às palavras de outros idiomas. No entanto, embora não seja proibido, o uso de palavras estrangeiras deve ser evitado, principalmente quando se trata de uma redação numa prova do Enem, do vestibular, etc. A redação numa prova tem dois objetivos básicos. Um deles é verificar a profundidade do seu conhecimento a respeito do tema proposto. O outro é avaliar a sua capacidade de comunicação no idioma oficial de seu país (no nosso caso, o português) e o nível do seu domínio sobre as regras gramaticais. Portanto, se você usar termos em outro idioma, isto poderá causar a impressão de que você não conhece os termos adequados em seu próprio idioma. Isto pode causar a perda de pontos.



sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

O Verdadeiro Significado de "Mercado Livre"

Imagem do Arquivo Google
"Mercado livre" ou "livre mercado" - as duas expressões são corretas.


É correto dizer "mercado livre" ou "livre mercado". Porém, a popularidade do aplicativo de compras pela Internet com o nome "Mercado Livre" faz com que se use a expressão "livre mercado" para evitar interpretações equivocadas quando o tema é o modelo econômico, não o aplicativo. É um modelo econômico cujas principais características são a livre iniciativa, a livre concorrência e o fato de não haver intervenção governamental na economia. 

No livre mercado as trocas econômicas e comerciais são voluntárias, há uma autorregulação do mercado e os preços dependem da relação entre a oferta e a demanda de produtos e serviços. Além disto a propriedade privada é defendida e a iniciativa privada domina a indústria, o comércio e a prestação de serviços. É uma das bases principais do capitalismo, sistema econômico baseado na propriedade privada, na acumulação de capital e no lucro.