Elias Alves foi locutor e redator noticiarista na Rádio Vitória, em Vitória, no estado do Espírito Santo - Brasil. Ele também trabalhou como redator comercial na TV Vitória entre 1990 e 1997. Antes, entre 1986 e 1990, foi redator noticiarista na Rádio Gazeta, também em Vitória. Posteriormente atuou na Superintendência Estadual de Comunicação Social (Secom) até dezembro de 2002.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

As Diferenças nas Atividades de um Diretor e de um Gerente

Ilustração: Arquivo Google

 Saber quais são

as diferenças

entre estes cargos

não é importante 

somente para quem os ocupa. 


"Funcionário" não é apenas uma pessoa que tem um emprego numa empresa. Como a própria palavra indica, é alguém contratado para realizar funções. Também como indicam as palavras "funcionário" e "função", seu principal objetivo é contribuir para que a organização (empresa, órgão público, etc.) funcione. Para fazer isto com a devida competência, o funcionário precisa conhecer bem os objetivos da organização. Como ele obviamente atuará, pelo menos em princípio, como subordinado a um diretor ou a um gerente, ele precisa saber o que um diretor ou um gerente faz. Obviamente um diretor dirige, uma gerente gerencia, mas é preciso saber as diferenças entre essas suas funções.

Um diretor pode ser um gerente em determinadas situações ou ocasiões. Como diretor, ele exerce sua capacidade de conduzir os funcionários de seu setor controlando e monitorando as atividades de todo o grupo e os resultados delas. Como gerente, ele tem que organizar, planejar e executar atividades para facilitar a direção. Em algumas organizações, os cargos de diretor e de gerente são separados, e as duas pessoas que ocupam essas funções atuam em regime de colaboração mútua. É uma espécie de divisão de responsabilidades.

Tanto o diretor como o gerente são administradores. Então, é necessário saber o que é a administração. "Ministrar" significa fornecer, prestar, servir. O prefixo "ad" significa "adaptar". Portanto, o administrador tem a função de adaptar sua própria capacidade de prestar e fornecer meios eficazes para fortalecer a capacitação dos funcionários e, consequentemente, de todo o setor. 
Então, "diretor administrativo" é uma redundância? Não. "Redundância" é uma expressão em que há palavras desnecessárias para encerrar um significado. Por exemplo: "subir para cima" é uma redundância porque o verbo "subir" já indica movimento para cima. Embora o diretor exerça administrações, é diretor administrativo quando tem como funções, ao mesmo tempo, de dirigir, planejar e controlar atividades das áreas administrativas (setor financeiro, recursos humanos, comunicação, marketing, publicidade, relações humanas, etc.).

sábado, 13 de janeiro de 2024

Relativo, Relatividade, Relação e Relacionamento

Foto: Arquivo Google
São palavras 

com significados diferentes

mas relacionados ente si.


"Relativo" é um adjetivo. Em termos bem simples, pode-se dizer que um adjetivo é uma palavra que indica a qualidade ou a condição de alguma coisa. No caso de "relativo", indica a relação entre duas ou várias coisas. Neste caso, "relação" tem o mesmo significado de "comparação", representando um vínculo ou uma conexão entre essas mesmas coisas. Às vezes, "relação" tem o mesmo significado de "lista", como no caso de uma lista de objetos a serem comprados: são objetos relacionados entre si pelo preço total a ser pago. 

O relacionamento é a forma pela qual se estabelece uma relação. A palavra é muito utilizada quando se trata de uma relação entre pessoas, podendo ser por razões afetivas, sociais, profissionais, etc. É o ato de estabelecer uma relação, tanto entre pessoas como entre objetos, fatos, etc.

"Relatividade" é uma referência ao grau ou à qualidade de uma relação. É a forma como se estabelece uma condicionalidade entre duas ou mais pessoas, coisas, fatos, etc. É a forma como se estabelece ou se verifica a condição de cada um dos elementos envolvidos na relação.

Tudo que é relacionado obviamente é relacionado a algo. Entretanto, "relacionados entre si" não chega a ser um pleonasmo. Entretanto, é uma expressão que pode ser substituída pela palavra "correlacionados" ou por "correlatos". Isto ocorre quando se estabelece uma relação destacando-se semelhanças entre os elementos envolvidos. No caso de relação entre pessoas, essas semelhanças seriam opiniões, gostos, etc. Nos casos de relação entre objetos, pode ser a mesma finalidade para qual eles podem ser usados. Ou seja: é um tipo de relação no qual se destacam características em comum. 

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

As Diferenças entre "Merchandise", "Merchandising" e "Tie-In"

A exibição de produtos nas vitrines de uma loja
é um exemplo de merchandise e merchandising. 
(Foto: Arquivo Google)
Muita gente confunde

"merchandise" com "merchandising"

ou "Tie-In".


Você está assistindo a um capítulo de uma telenovela. Numa cena, um dos personagens mostra um determinado produto para o outro e fala a respeito de suas qualidades. Na imagem, destacam-se o produto e a marca. Se você pensa que isto é "merchandise" (pronúncia: "merchandáise"), pensou errado. "Merchandise" é simplesmente "mercadoria". Ou seja, o conjunto de produtos destinados à venda. Muita gente pensa assim como você, mas na verdade essa técnica comum em telenovelas, filmes, etc., é um "tie-in" (pronúnia: "tai-in"). Talvez devido à semelhança entre as duas palavras, costumam confundir também confundir "merchandise" com "merchandising" (pronúncia: "merchandáising"). Na foto, vê-se um exemplo de "merchandise" e de "merchandising" ao mesmo tempo: as vitrines das lojas oferecem essa oportunidade de ao mesmo tempo expor a mercadoria disponível e destacar os produtos que possam interessar aos consumidores.

Não existe uma palavra ou uma expressão em português que se possa considerar como uma real tradução para a palavra inglesa "merchandising". No entanto, embora seja com muita frequência relacionado erroneamente à propaganda de um produto dentro de uma telenovela ou um filme, é uma técnica de marketing que nada tem a ver com isto. O "merchandising" propriamente dito é um conjunto de técnicas com o objetivo de promover o produto e a marca no ponto de venda, ou seja, na prateleira do supermercado, da mercearia, da farmácia ou qualquer que seja o estabelecimento comercial. Apesar de ser do idioma inglês, a palavra "merchandising" tem sua origem na palavra francesa "merchant", que significa "mercador" ou "comerciante". 
O merchandising surgiu na Europa da Idade Média, quando as mercadorias a serem vendidas diretamente ao consumidor eram dispostas nas ruas na melhor forma possível de se conseguir atrair a atenção e o interesse dos transeuntes. Ao mesmo tempo, os vendedores gritavam informando as vantagens e propriedades do produto. Exatamente o mesmo tipo de merchandising praticado atualmente pelos camelôs nas cidades brasileiras.
A partir de 1930, nos Estados Unidos, o merchandising ganhou novas técnicas e se intensificou com a popularização das vitrines. Desta forma, os transeuntes passaram a ver de perto o produto sem a necessidade de ouvir os gritos dos vendedores. Uma técnica que parecia comprovar que, em determinadas situações, a imagem diz mais do que as palavras. 
Naquela mesma década, também a partir dos Estados Unidos, o merchandising se intensificou com o surgimento do auto-serviço (o consumidor escolhe o produto na prateleira), uma forma de comércio que deu origem às mercearias, supermercados, hipermercados e lojas de departamentos. Porém, essa forma de atrair a atenção dos consumidores para o produto e a marca dentro da loja não substituiu as vitrines: ainda hoje, as duas técnicas convivem harmoniosamente, principalmente nas lojas de departamentos. 

"Tie" é uma palavra inglesa que significa "nó", "amarra" ou os verbos "atar", "amarrar". "In" significa "dentro". No caso de uma novela ou um filme, "tie-in" é uma técnica para atar o produto e a marca à trama dentro da cena. Um exemplo claro se verifica numa cena do filme "O Exorcista": enquanto os personagens principais conversam numa rua, aparecem ao fundo algumas garrafas de Pepsi-Cola, com a marca em destaque, numa daquelas "máquinas de refrigerantes". Depois, no mesmo filme, outdoors com propaganda da Pepsi-Cola aparecem em pelo menos outras duas cenas. 
Nos Estados Unidos, a prática do tie-in na televisão começou na década de 1950. No Brasil, o primeiro tie-in televisivo de que se tem conhecimento ocorreu numa cena da novela "Beto Rockfeller", levada ao ar pela TV Tupi em 1969: o personagem principal, interpretado pelo ator Luis Gustavo, sentindo fortes dores de cabeça, tomava um comprimido de Alka-Seltzer. Naquele ano, as vendas do antiácido fabricado pela Bayer aumentaram fantasticamente em todo o país, e isto certamente não foi apenas uma coincidência.
O "tie-in" continua sendo uma prática muito comum nas telenovelas. E funciona principalmente porque os consumidores "confundem" subconscientemente o ator ou a atriz com o personagem. Por exemplo, se uma personagem interpretada pela atriz Cristiane Torloni usa um vestido, no dia seguinte uma mulher perguntará a outra: "Você reparou no vestido que a Cristiane Torloni estava usando na novela, no capitulo de ontem?" - e fará comentários sobre o vestido que Cristiane - e não a personagem - usou. Ou seja: depois de ver o "tie-in", o consumidor - homem ou mulher - se interessa pelo produto porque o ator ou a atriz ( e não o - ou a - personagem) o usou ou recomendou.

domingo, 31 de dezembro de 2023

MAIS UMA VEZ, MUITÍSSIMO OBRIGADO!

Mais um ano se encerra, 

mas continuaremos em atividade em 2024.


Criei o Redafácil em 9 de janeiro de 2010, numa época em que eu percebia que os principais motivos de reprovações no Enem e nos vestibulares em todos os anos eram as dificuldades em redação - o que infelizmente ainda acontece. Ter dificuldades em redação é ter dificuldades em escrever, o que significa também dificuldade em relacionamentos profissionais e sociais. Quando uma pessoa escreve, obviamente usa as palavras e expressões que conhece e como aprendeu a usá-las, o que me faz concluir que a dificuldade em escrever é a mesma em se comunicar de outra forma. Isto me trouxe a ideia de criar o blog para contribuir para a diminuição dessas dificuldades, já que sempre fui bem sucedido no quesito redação. Minha opinião é de que quem não compartilha o que aprendeu na vida desvaloriza seu próprio aprendizado e o sentido da palavra colaboração. 
Com o passar do tempo, através das informações que recebo particularmente e por meio de comentários sobre o Redafácil em outros sites, blogs, redes sociais, etc., tenho percebido o crescimento de interesse não apenas de estudantes, mas também de profissionais e empresários de vários setores. Obviamente, em muitos destes casos, por razões comerciais, mas de qualquer forma isto representa um interesse. Ao longo de todo esse período, nos espaços para comentários, o Redafácil tem recebido apoios, agradecimentos e sugestões de leitores de todo o Brasil e de alguns outros países. Entre eles, estudantes de níveis médio e superior, profissionais de diversas áreas, interessados em concursos públicos, "anônimos", etc. De acordo com as estatísticas do Blogger, a maioria dos acessos ao Redafácil este ano veio do Brasil, Estados Unidos, Singapura, Alemanha, Rússia, Finlândia, Portugal, França e Reino Unido, nesta ordem. Desde 9 de janeiro de 2010, também nesta ordem, Brasil, Estados Unidos, "região desconhecida", Portugal, Alemanha, Rússia, Angola, Moçambique, Singapura e "outros". O Revolver Maps, que mostra dados na página inicial deste blog, também inclui a França, a Costa Rica, o Canadá, a Espanha, a Suíça, o Japão, a Argentina, a Austrália, Cabo Verde, a Holanda, etc.

Sejam quais forem suas nacionalidades, interesses e objetivos, agradeço muito a todos os leitores e colaboradores por prestigiarem o Redafácil indicando-o, elogiando-o ou mesmo apenas lendo-o. Dentro do que ainda me for possível, espero poder continuar a dar minha contribuição em 2024. Desejo que tenham todos um felicíssimo Ano Novo. 

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Evite estrangeirismo desnecessário.

Ilustração: Arquivo Google

Não há problema

se você usar "pen drive",

"design", "notebook"

e outras palavras

que já fazem parte

da nossa linguagem cotidiana,

mas é necessária a moderação no estrangeirismo.


É fácil compreender a razão da necessidade dessa moderação: a redação precisa ser concisa e objetiva. Ou seja, de fácil compreensão para quem a lerá. Se sua redação será dirigida a brasileiros, quanto menos palavras em idiomas estrangeiros ela tiver, mais fácil se tornará a interpretação dos leitores aos quais ela é dirigida. O estrangeirismo (uso de palavras de outros idiomas em textos em português) não é proibido, mas seu uso indiscriminado pode dificultar a interpretação. 
O estrangeirismo não ocorre só no Brasil. É um hábito em quase todos os países do mundo. O caso é que o uso excessivo de palavras em inglês num texto em português, por exemplo, dificulta a comunicação, e a comunicação é exatamente o objetivo principal de qualquer redação. Ao escrever uma palavra em outro idioma, é preciso avaliar o quanto ela é necessária ou pelo menos não atrapalha a comunicação considerando tanto o tipo de público ao qual ela é direcionada quanto o contexto em que ela é inserida. 
É inquestionável que muitas palavras estrangeiras, principalmente provenientes do inglês, penetram em nossa linguagem cotidiana de maneira inevitável. "Fake", que significa fácil, tem sido um dos maiores exemplos disto ultimamente. A expressão "fake news(*)" ("notícias falsas" ou "informações falsas"), também. Porém, não há justificativa para não usar as palavras e expressões "falso", "falsa", "notícia falsa", "informação falsa" e suas correspondentes na forma plural em português. Também palavras e expressões mais específicas, tais como "joint venture" (acordo entre duas ou várias empresas), "assets" (recursos financeiros), "trader" (transações de mercado) são mais adequadas quando as redações são destinadas a públicos específicos. Nos casos das palavras aqui citadas, esses públicos são economistas, estudantes de economia, empresários, administradores de empresas, administradores de instituições financeiras. Em resumo: pessoas cujas atividades são relacionadas a economia e finanças. É exatamente por existir essas condições específicas que considero um exagero dizer que o estrangeirismo chega a ser uma substituição do português pelo inglês. 
Na verdade o estrangeirismo na língua portuguesa sempre existiu. Não há palavra ou expressão na língua portuguesa que não teve influência de outro idioma. O próprio idioma português proveio do latim e são muitas as palavras de origens grega, árabe, francesa, etc. A maioria das palavras que conhecemos atualmente apenas tiveram suas ortografias e pronúncias modificadas, mas são todas oriundas de um misto de idiomas. Mesmo assim, deixar de usar palavras em outro idioma quando se pode usar palavras em português é demonstração de bom senso. 


(*) A palavra "news" frequentemente é traduzida como "notícia", mas é o plural de "new", que significa "notícia", "informação", "novidade". Porém, também é correto, em inglês, considerá-la como singular representando um conjunto de informações. Por isto se diz "this is the news" ("esta é a notícia").
 

domingo, 17 de dezembro de 2023

O que é o Tempo?

Foto do Arquivo Google
Há palavras 

cujos conceitos e definições

dependem do contexto

em que são inseridas.

"Tempo" é uma delas. 


 Há palavras cujos significados e conceitos dependem do contexto. No entanto, isto não deve ser confundido com metáfora nem com sentido figurado. Este é o caso da palavra "tempo". Muitas perguntas são feitas a esse respeito, principalmente porque às vezes o tempo é expresso como condição meteorológica (chuvoso, ensolarado, nublado, etc.) ou como medida expressa em minutos, horas, dias, meses, anos, etc. Em resposta a uma pergunta que me foi feita quanto a isto e também para colaborar com quem mais tenha a mesma dúvida ou curiosidade, decidi publicar este artigo.

Cotidianamente, chamamos de "tempo" a duração de um período medido em minutos, horas, dias, meses, anos, séculos, milênios, etc. Cientificamente, o tempo é uma dimensão estudada em física, considerando tempo e espaço como duas dimensões profundamente relacionadas entre si, a tal ponto que essa relação chega, às vezes, a ser chamada "espaço-tempo", como se as duas se tornassem uma dimensão. Desta forma, os físicos consideram que a passagem do tempo é percebida por cada um de nós de forma subjetiva (não concreta, não coletiva, mas dentro de uma concepção pessoal). Entram nessa discussão detalhes ou temas como a teoria da relatividade do tempo, possíveis viagens através do tempo e outras questões relacionadas à ciência e à ficção científica que são interessantes mas não são o propósito deste artigo.

Também de forma muito popular, mas correta, a palavra "tempo" é empregada como referência às condições meteorológicas de uma determinada região porque tais condições duram um determinado período que pode ser algumas horas, alguns dias, etc. São períodos de céu nublado, de chuvas, de seca, de estações (inverno, verão, etc.).

Não há como errar quanto ao emprego da palavra "tempo" numa redação. Basta apenas observar os contextos relacionados a uma destas situações. Espero, com este artigo, ter conseguido colaborar com vocês quanto a isto.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

As Diferenças entre Conceito, Definição e Significado de uma Palavra

Geralmente, 
os dicionários mostram conceitos,
mas muitas pessoas os confundem com definições ou significados.

Geralmente, quando alguém quer descobrir o significado de uma palavra, procura-a num dicionário. Ocorre que nem todo mundo observa as diferenças entre um conceito e uma definição. O conceito é a representação de uma ideia em relação a alguma coisa. Exemplo:
Elevação - ato de mudar a posição de algo, de um local inferior a um local superior, levar algo para cima. A palavra também é empregada quanto à transferência hierárquica de alguém, numa empresa (por exemplo, de funcionário numa categoria menos elevada para gerente). Outro exemplo: na área militar, de tenente para capitão, de capitão para coronel, etc.
A definição dá uma ideia mais exata do que a palavra significa: Elevação - movimento para cima, aumento (de preços, de salários, etc.). Observem que neste parágrafo eu disse que a definição dá uma ideia mais exata do significado. Isto quer dizer que "definição" é o mesmo que "significado". Podemos dizer, portanto, que o conceito de uma palavra é subjetivo e seu significado é objetivo. Enquanto o conceito representa uma ideia, o significado é algo bem mais próximo do sentido real. Portanto, o significado é algo definitivo, e é por isto que também é chamado "definição".