Numa prova de língua portuguesa,
pode haver a seguinte questão:
"O que é um fonema?"
Se entre as opções de resposta
houver uma que diga
que é o som da fala,
ou de uma palavra, etc.,
esta não será uma resposta certa.
Ter o melhor conhecimento possível sobre fonemas é algo que pode ajudar muito na produção de uma redação de bom nível. Isto porque o que é escrito poderá, por alguma razão, ter que ser lido para ser ouvido por outra pessoa ou por uma platéia. Além disto, os fonemas podem ser temas de questões em provas de língua portuguesa. Portanto, é importante que estudantes e profissionais de qualquer área saibam que os fonemas são frequentemente interpretados como "sons da fala", "sons de uma palavra" ou "sons de uma letra" mas as três definições estão incorretas. Na verdade o som da fala é - ou seja, a pronúncia - resulta de uma complexa realidade física e auditiva. Isto envolve uma complexa combinação entre os sons emitidos por quem fala e a capacidade dos mesmos serem adequadamente compreendidos por quem ouve, considerando-se a própria pessoa que fala como entre as pessoas que ouvem. Por esta razão, a fonética é objeto de estudo da fonoaudiologia. O fonema não é o som, é a capacidade de percepção interpretativa tanto do ouvinte como do falante, pois quem fala precisa ouvir bem o que fala.
Segundo Celso Pedro Luft - autor do "Manual de Português" da Editora Globo - "o fonema é a menor unidade sonora ou articulatória distintiva da palavra". É uma unidade distintiva da palavra porque ela determina uma oposição e, ao mesmo tempo, uma correlação com outras palavras. Cito como exemplo o que ocorre com a letra "a": há vários sons relacionados à letra "a", cada qual de acordo com as circunstâncias e o contexto em que a letra se insere e as condições do falante. No entanto, para a nossa consciência em termos linguísticos, o fonema para essa letra - representado graficamente nas gramáticas pelo símbolo /a/ para fins didáticos - é sempre o mesmo. Outro exemplo: o caso da letra é em "seco", que tem o som semelhante ao de "é", cuja palavra é uma variação proveniente do verbo "secar", no qual a pronúncia da mesma letra se assemelha a "ê", mas nas duas palavras o fonema - /e/ - é o mesmo. Outro exemplo: o da letra "o" em "gol" e "gola" ou em "bolo" (como o de aniversário) e "bola" (o objeto redondo).
Os fonemas são executados pelo aparelho fonador, que é o conjunto de todos os órgãos humanos relacionados à nossa capacidade de falar. Incluem-se nele os órgãos respiratórios, principalmente os pulmões porque estes nos fornecem o ar necessário para a fala. Incluem-se também os órgãos fonadores ou glotais, mais conhecidos como "cordas vocais", que transformam a correte de ar em sons vocálicos - ou seja, em "voz".
Além destes, estão envolvidos nesse conjunto os órgãos articulatórios, que determinam definitivamente a diferenciação dos fonemas. Estes são de importância fundamental nos fonemas da língua portuguesa, pois nosso idioma tem muitas palavras com ampla utilização das fossas nasais, do véu palatino, da úvula ("campainha") e do palato duro ("céu da boca"). Eis por que pessoas com o problema conhecido como "lábio leporino" têm dificuldades de comunicação oral.
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