quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

A Redação Analítica - uma atribuição que precisa ser obrigatória.

Estudantes de ensino médio
precisam saber
o que é
uma redação analítica.



"Análise" é o nome que se dá ao estudo pormenorizado de cada uma das parte de um todo para que se possa compreender melhor tudo que o caracteriza. Portanto, uma redação analítica é uma redação na qual o autor demonstra um comentário avaliativo na tentativa de entender ou descrever alguma coisa. As redações exigidas no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) são, em geral, de cunho analítico, além de serem dissertativas. Nelas, o aluno tem que descrever os fatos referentes ao tema proposto e, ao mesmo tempo, revelar sua capacidade de analisar os mesmos. Uma atividade certamente muito difícil para a maioria dos alunos de um sistema de ensino que é extremamente precário em todo o Brasil.
Ainda assim, o baixo nível de qualidade do ensino não é justificativa para que professores e professoras de Língua Portuguesa ensinem aos seus alunos de ensino médio pelo menos algumas noções de redação analítica. Tudo que eles precisam dizer aos seus alunos quanto a isto é que esse tipo de redação é, ao mesmo tempo, uma dissertação e uma crítica sobre o tema proposto. É um texto que revela a divisão de um problema em partes simplificadas para melhor compreendê-lo e explicar ao leitor o que foi compreendido. Como explica Paulo César Moraes, sócio fundador da Philadelphia Consulting, escrever sobre um tema dentro de um tempo exigido durante a prova é um grande desafio para o aluno, principalmente porque ele precisará revelar no texto uma elaboração de linha de raciocínio e, ao mesmo tempo, um ponto de vista crítico. Numa redação analítica, o aluno precisa revelar sua capacidade de criticar dentro de um argumento de forma bem estruturada, mas isto precisa ser feito de forma clara e concisa geralmente em cerca de trinta minutos (o Enem dura cerca de cinco horas, mas é preciso destinar parte do tempo também a várias outras disciplinas).
Para se preparar melhor para fazer uma boa redação analítica, não basta que o aluno faça isto apenas para se preparar para o Enem ou para o vestibular. Ele precisa transformar isto numa espécie de hábito a ser praticado em casa pelo menos cinco vezes por semana. Ele deve considerar que o enunciado pede sua análise do argumento, detectar conclusão durante a leitura inicial da redação que escolheu para ler como exemplo e verificar se a lógica que o autor usou para conclusão é questionável. Paulo César aconselha também que o aluno deve verificar se a conclusão não está propriamente embasada pelas premissas, o que o obrigará a criticar cada premissa. "Premissa" é o nome que se dá a uma proposição às informações essenciais que o leitor encontra no texto que lê.
Estes conselhos de Paulo César são interessantes, pois desta forma o aluno que pretende melhorar seus níveis de redação se põe no lugar do leitor. Isto o ajudará a estabelecer de forma melhor, em seu próprio texto, a linha de raciocínio que conduzirá a pessoa que lerá sua redação. Paulo César sugere que o aluno desenvolva sua própria redação em cinco parágrafos. Eu aconselho que a desenvolva em seis: a introdução e, na sequência, quatro parágrafos e a conclusão. Quanto ao número de frases, o ideal é que haja pelo menos seis em cada parágrafo, totalizando pouco mais de 500 palavras em todo o texto. 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

As Conjunções Subordinativas

Fonte: professor Diógenes Afonso.
Para ler melhor, clique no quadro.
Como o nome indica,
elas subordinam 
uma oração a outra.


No artigo anterior, estão expostas informações sobre as conjunções coordenativas. Neste, é dada a continuidade ao tema abordando as conjunções subordinativas, sempre destacando a importância de se obter esses conhecimentos para aplicá-los adequadamente nas redações. Aqui, limito-me a dizer quais são os tipos de conjunções subordinativas. Além dos exemplos que cito, observe os do quadro acima.
As conjunções subordinativas ligam uma oração de nível sintático inferior (oração subordinada) a outra, de nível sintático superior (oração principal). Elas podem ser integrantes, causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, proporcionais, temporais e finais. São integrantes quando introduzem uma oração que assume a condição de sujeito, objeto direto ou indireto, predicativo, aposto, agente da passiva ou complemento nominal de outra oração. Apesar disto, só existem duas conjunções integrantes: "que" e "se". É fácil observar quando estas duas palavrinhas são conjunções: basta verificar que o "que" garante uma certeza e o "se" representa uma dúvida. Exemplos:
  • Afirmo o que sei.
  • Irei à reunião se eu puder.
A conjunção causal (porque, já que, pois, etc.) estabelece uma relação de causa e consequência entre duas orações que representam dois fatos diferentes mas relacionados entre si. Exemplos:
  • Foi ao médico porque não se sentia bem.
  • O governo fez isto, pois era necessário.
  • Como fazia muito calor, as janelas foram abertas.
A conjunção comparativa inicia uma oração como segundo membro estabelecendo uma comparação. Algumas conjunções deste tipo: "mais... do que", "mais... que", "menos... que", "menos... do que", "como se", "pior que", etc.
  • Este carro é mais caro do que muitos outros.
  • O ouro é mais valorizado que a esmeralda.
  • Agiu como se fosse um líder.
  • Foi pior do que imaginei. 
  • O pior livro que eu já li.
A conjunção concessiva inicia uma oração subordinada em que se admite um fato contrário ao proposto pela oração principal. A conformativa inicia uma oração subordinada exprimindo conformidade com a principal. A consecutiva apresenta a oração subordinada como consequência da principal. A proporcional revela uma proporcionalidade entre as duas orações. A temporal exprime tempo e a final funciona como adjunto adverbial de finalidade. Os exemplos podem ser vistos no quadro.
Às vezes, uma conjunção é precedida ou sucedida por uma vírgula, mas raramente por um ponto. Como cada categoria de conjunções tem suas próprias especificidades, para classificar uma conjunção é preciso observar se ela pode ser substituída sem mudar o sentido da frase ou do período. O "que", por exemplo, pode ser uma conjunção aditiva se puder ser substituído pela conjunção "e". Exemplo: "Faça isto, que você verá o que acontecerá."/"Faça isto, e você verá o que acontecerá."

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

As Conjunções nas Redações

Elas são palavras invariáveis
que conectam dois termos
intercomplementares.


Para construir suas frases e formar seus parágrafos de maneira bem organizada em suas redações, é muito importante que os estudantes entendam por que existem as conjunções. São palavras inevitáveis em qualquer texto, mas também se tornam excelentes recursos quando o autor da redação conhece bem suas funções. São palavras cujas formas nunca variam e conectam orações ou dois termos que tenham a mesma função sintática, estabelecendo uma relação de dependência ou coordenação entre eles. Não devem ser confundidas com as locuções conjuntivas, que são palavras que, como o nome indica, exercem a função de conjunção num enunciado. Há alguns exemplos de conjunção no quadro acima, mas existem outras, tais como portanto, logo, pois, como, porque, entretanto, nem, quando, hora, etc. As conjunções essenciais dão também chamadas "conjunções propriamente ditas": e, nem, mas, porém, todavia, entretanto, etc.
As conjunções coordenativas ligam duas orações de mesmo nível sintático ou dois elementos de mesma função num enunciado. Podem ser aditivas (em Portugal, copulativas), adversativas, alternativas (em Portugal, disjuntivas), conclusivas, explicativas e subordinativas. As aditivas estabelecem uma relação entre duas orações destacando uma ideia de adição. As adversativas ligam duas palavras ou orações expressando oposição ou contradição. As conjunções alternativas dão, como o nome indica, ideia de opções, escolhas. A conjunção conclusiva liga uma oração anterior à seguinte, tornando esta uma conclusão daquela. As explicativas exprimem justificativas. Exemplos:
  • Conjunções aditivas:
    Deus fez o mundo em seis dias e descansou no sétimo.
    Não consenti nem proibi.
  • Conjunção adversativas:
    Fiz tudo que pude, mas não consegui evitar.
    Era um homem honrado, mas não lhe acreditaram.
  • Conjunções alternativas:
    Ou vai, ou fica.
    Queira ou não, você tem que estudar.
    Eu queria ir, mas não pude.
  • Conjunções explicativas:
    É preciso explicar claramente, pois o povo precisa entender.
    Eu o fiz porque era necessário.

Além destas, há as conjunções subordinativas. Cada conjunção subordinativa liga uma oração subordinada a uma oração principal. Como uma dessas orações é dependente da outra, ela pode exercer diversas funções assumindo características específicas de cada uma delas.  Existem vários tipos de conjunções subordinativas, mas estes serão abordados na próxima postagem.