segunda-feira, 28 de maio de 2018

Desaceleração ou Recessão da Economia

"Desaceleração"
não significa
"recessão". 


Em muitas redações feitas por estudantes, as expressões "desaceleração da economia" e "recessão da economia" (ou "recessão econômica") são usadas como se tivessem o mesmo significado. Isto revela desconhecimento dos significados das palavras "desaceleração" e "recessão". É bem provável que esse equívoco de interpretação não seja cometido apenas por estudantes.
"Desaceleração" é o contrário de "aceleração". É diminuição de velocidade, mas com a continuidade do avanço. Quando não se trata de algo em movimento, "aceleração" e "desaceleração" têm as funções de metáforas. Nestes casos, a aceleração significa progressão, avanço em ritmo mais elevado, e a desaceleração significa um avanço em ritmo mais lento.
"Recessão" significa recuo, movimento para trás. Portanto, é o contrário da desaceleração, já que esta, embora em ritmo menor do que o da aceleração, continua sendo avanço, movimento para a frente. Em economia, a recessão é causada pela diminuição das atividades econômicas. "Atividade econômica" é qualquer atividade que envolva a extração, a transformação e a distribuição de recursos naturais para satisfazer às principais necessidades das pessoas. Entre essas necessidades estão a educação, o tratamento de saúde, a alimentação, a segurança, o transporte, etc.
"Desaceleração - ou desaceleramento - da economia" é a diminuição do crescimento da economia (de um município, de um estado, de uma região, de um país ou do mundo). "Recessão da economia" é um retrocesso na economia. A recessão econômica é percebida quando as pessoas percebem que perderam seu poder de compra (capacidade de uma pessoa comprar o que necessita com o salário que recebe ou a renda que possui). 

sábado, 26 de maio de 2018

"Dicas" para Escolher o Título para sua Redação na Internet

É importante
fazer a redação em papel
antes de digitá-la. 
O título deve conter
pelo menos
uma palavra-chave.

O título da redação é importantíssimo. Ele tem o mesmo objetivo do título de um livro: informar o leitor sobre o que ele lerá. Portanto, é muito importante que ele contenha pelo menos uma palavra-chave. Pode conter duas ou três, mas é importante que contenha pelo menos uma.
Antes de abordar o tema sugerido no título do próprio artigo, eu prefiro lembrar que, antes de começar a redigir sua redação, é importante que você faça o rascunho numa folha de papel. Há pessoas que alegam não ter tempo para isto em algumas situações, mas o exercício da escrita à mão ainda é uma das atividades mais saudáveis para a preservação da saúde cerebral. Além disto, ao digitar a redação depois de escrevê-la num papel, é possível reavaliar e excluir excessos como palavras muito repetidas, expressões ou frases desnecessárias, etc.  
Diz um velho ditado que a primeira impressão é sempre a que causa maior impacto. O título de uma redação tem exatamente isto como principal função: fazer com que a primeira impressão do leitor seja algo que lhe cause interesse para lê-lo, mesmo que ele encontre no texto a defesa de ideias e opiniões com as quais ele não concorde. Vem daí a necessidade do uso de pelo menos uma palavra-chave. "Palavra-chave" é a palavra que ajuda todo o título a ser visto pelo leitor como uma síntese do contexto. Por isto, o melhor título é aquele que revela a promessa de um conteúdo relevante.
Na Internet, a palavra-chave facilita que o leitor encontre sua redação com mais facilidade ao procurar sobre o tema nos sites de busca como o Google. Em média, entre cada 10 pessoas que leem o título, duas se interessam pelo texto, mas se o título for impactante, ele levará o leitor que se interessa pelo tema a ler o texto com maior atenção. Isto o levará a convidar outras pessoas a lerem o texto indicando o título para facilitar a procura.
Tudo na Internet requer rapidez, tanto para quem digita quanto para quem lerá o texto. Entretanto, um texto curto demais limita muito a possibilidade de um volume ideal de informações importantes. Por isto, o ideal é que se faça um rascunho antes de digitá-lo. Isto permitirá a elaboração de tópicos. Se o objetivo da redação for comercial, quanto maior for a intimidade com o leitor, melhor será o retorno, mas é necessário evitar o excesso tanto na informalidade quanto na formalidade da linguagem. Por isto o título deve ser feito de modo a direcionar o leitor ao foco o mais imediatamente possível. 

Para isto, observe os exemplos nos textos jornalísticos. Quando o texto tem como título, por exemplo, "Greve dos Motoristas de Ônibus de São Paulo Começa Amanhã", as palavras-chaves são "greve", "motoristas", "ônibus" e o nome da cidade ou do estado. Os leitores que são usuários do sistema de transporte coletivo da cidade de São Paulo certamente lerão o texto com a maior atenção possível, pois o título revela que a informação é importante para eles. Isto já os direciona ao foco da informação, mas eles sabem que o texto provavelmente contém informações adicionais importantes para cada um deles, tais como se a greve será total ou parcial, quais linhas do sistema serão mantidas em funcionamento, qual será o período de duração da paralisação, etc.
Isto significa também que a forma "palavras-chave", neste caso, está tão correta quanto "palavras-chaves". "Palavra-chave" é a palavra principal. Várias palavras principais são "palavras-chaves", considerando-se cada uma delas separadamente. Porém, "greve dos motoristas de ônibus de São Paulo" é uma sequência com várias palavras que forma a informação-chave, ou seja, a informação principal. Eis porque, neste caso, é possível usar "palavras-chave": uma sequência de palavras que funciona como uma só chave. "Chave", em "palavra-chave", é uma metáfora que lembra o objeto para abrir uma porta, uma gaveta, etc., pois a palavra-chave, as palavras-chaves ou as palavras-chave são mecanismos que abrem o acesso direto do leitor a um entendimento sobre o que ele lerá.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

"Onde" e "Aonde"

As regras 
para saber 
quando se deve usar
uma das duas palavras
são bem simples.


Muita gente se confunde quanto aos momentos e às condições em que se deve usar a palavra "onde" ou a palavra "aonde". Há até pessoas que as utilizam como se as duas tivessem o mesmo significado. 
Observando os exemplos no espaço que geralmente eu destino a uma ilustração, você pode perceber "onde" significa um local no qual a pessoa que fala ou a pessoa a quem ela se refere está, enquanto "aonde" significa uma ideia de movimento de um lugar para outro. "Aonde" é uma palavra resultante da preposição "a" com a palavra "onde" ("a onde"), indicando sempre uma ida a algum lugar. Veja os exemplos abaixo:

- Rio de Janeiro é a cidade onde moro.
- Rio de Janeiro é a cidade aonde eu pretendo ir nas próximas férias.

Em outras palavras: "onde" representa permanência no local. "Aonde" representa o local ao qual se quer chegar ou ir. Seguem outros exemplos:

- Irei aonde você for.
- O bairro onde você mora.
- O local aonde você vai.
- O local onde você está.
- O lugar onde aquilo aconteceu.

Às vezes, como se fosse uma metáfora, as duas palavras são empregadas para indicar a localização de um problema ou uma solução para a realização de algo. Por exemplo, há pessoas que cometem erros como o seguinte:
"Li o texto do projeto aonde encontrei alguns aspectos negativos."

Num caso assim, a palavra correta seria "onde". Isto porque os "aspectos negativos" já estão no projeto, não estão indo ou sendo levados a ele. 

quarta-feira, 23 de maio de 2018

"Censo" ou "Senso"?

Censo
Sensos
As duas palavras
estão
ortograficamente corretas,
mas têm 

significados diferentes.

Como já foi revelado em outras postagens no Redafácil, há na língua portuguesa várias palavras semelhantes quanto aos sons mas diferentes quanto às ortografias e aos significados, o que gera algumas dúvidas quanto aos seus usos numa redação. Este é o caso de censo e senso.
É fácil eliminar dúvidas quanto a estas duas palavras. Basta lembrar que, quando se tratar de sentido, cuja letra inicial também é o "s", a palavra correta é senso. De qualquer forma, é importante lembrar mais alguns detalhes sobre os significados de ambas.
"Censo" é uma pesquisa realizada para calcular quantidades de pessoas. Quando essa pesquisa é feita pela segunda vez ou várias outras vezes, é também chamada "recenseamento". Há vários tipos de censos: o demográfico, para calcular números de habitantes de uma cidade, um estado, um país, etc.; o escolar, que visa calcular o número de crianças em idade escolar matriculadas em escolas numa cidade, num estado ou no país; o eleitoral, para calcular o número de eleitores; etc.
"Senso" tem, como está explicado acima e na ilustração, o mesmo significado de "sentido". Também pode ser usada para substituir "sensação". Na ilustração, são citados os nossos cinco principais sensos ou sentidos: olfato (capacidade de sentir cheiro), paladar (gostos de alimentos ou bebidas), audição (capacidade de ouvir) e visão (capacidade de ver, perceber imagens). 

Há situações também em que "sentido" é o mesmo que "significado". Por exemplo, quando eu digo que a palavra "barulho" tem o sentido de "som desagradável ou perturbador". Junto a outras palavras, forma expressões com sentidos específicos, tais como:

  • Senso comum: ideia ou opinião com a qual concordam todas ou a maioria das pessoas que fazem parte de um grupo.
  • Senso incomum: ideia ou opinião aceita pela minoria num grupo de pessoas.
  • Bom senso: o mesmo que sensatez, capacidade de tomar uma decisão justa, de dizer algo que pareça ser sensato. 
  • Mal senso: o contrário de bom senso.
Também há situações em que, dependendo do contexto em que será inserida, a palavra "senso" pode substituir "nexo", "prudência", "siso", "tino", "entendimento", "juízo", entre outras. Todas essas palavras também podem ser substituídas por "sentido". 

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Por que os políticos usam tanto o verbo "alavancar"?

Esta é mais uma pergunta 
frequentemente feita 
por estudantes.


Talvez com a intenção de saber como usar o verbo adequadamente em suas redações, muitos estudantes perguntam por que os políticos o usam tanto em seus discursos. Não somente os políticos, mas também empresários e economistas usam muito o verbo "alavancar" em entrevistas, palestras e também em suas redações.
A ilustração ao lado mostra como um homem pré-histórico impulsionava uma pedra muito pesada. O tronco era usado como uma alavanca. Isto significa que uma alavanca é qualquer coisa ao ser usada para impulsionar algo. Portanto, "alavancar" tem o mesmo significado de "impulsionar". Quando dizemos "alavancar o desenvolvimento do país", estamos nos referindo a algo que faça o desenvolvimento do país avançar com maior rapidez. Ou seja: algo que impulsione esse desenvolvimento.
Em economia, o verbo alavancar é muito usado em expressões como "alavancar vendas", "alavancar o crescimento da empresa", "alavancar o desenvolvimento industrial", etc. No entanto, o verbo também pode ser usado para se referir a algo que traga prejuízos. Exemplo: "Este é um fato que pode alavancar a crise econômica." Nesta frase o verbo é usado para se referir a algo que pode impulsionar e aprofundar a gravidade de um problema. 

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Contador ou Técnico em Contabilidade

Estudantes confundem entre
"contabilista" e "técnico contábil".


Às vezes, em suas redações, estudantes revelam seus desejos de futura realização profissional. Talvez por causa das constantes crises econômicas que ocorrem no Brasil, são muitos os estudantes brasileiros de nível médio que demonstram interesse em atividades financeiras como, por exemplo, a de contador ou contabilista, mas desconhecem detalhes importantes sobra as atividades dos profissionais dessa área. Muitos são os que acham que têm condições para exercer a profissão só porque conseguem fazer operações aritméticas (somar, diminuir, multiplicar e dividir) com grande facilidade.
Em contabilidade, "contador" é o mesmo que "contabilista", embora muitos desses profissionais prefiram a palavra "contabilista". É o profissional formado em ciências contábeis. Este é um curso de nível superior que tem a finalidade de capacitar o profissional para lidar com patrimônios de empresas e outras organizações, avaliar os aspectos quantitativo e qualitativo, registrando fatos econômico-financeiros que os afetam e prevendo suas consequências.
O curso de ciências contábeis é também conhecido como "contabilidade". Talvez por isto seja confundido por algumas pessoas com o curso para formação de profissional técnico em contabilidade. Este, na verdade, é um curso técnico, de nível de ensino médio, não superior. O técnico contábil tem a função de fornecer às empresas informações úteis que garantam seu desenvolvimento e crescimento principalmente - mas não somente - em tempos de crise econômica. É ele quem realiza a escrituração contábil e fiscal; os registros e lançamentos contábeis de transações financeiras; o cálculo dos impostos, dos juros e das taxas; o acompanhamento de contas, receitas e despesas e outras atividades complementares às do contabilista.
"Escrituração" é a efetuação de lançamentos em contas. Esses lançamentos devem ser posteriormente compilados em livros e fichas. "Compilar" não é o mesmo que "copiar"; é reunir informações provenientes de diferentes textos ou documentos. A escrituração feita pelo técnico contábil é chamada "escrituração contábil", "escrituração mercantil" ou "escrituração comercial". "Receita" é a entrada calculada em dinheiro ou em créditos que representem direitos da empresa. Numa empresa privada, a receita corresponde ao faturamento obtido através da venda de seus produtos ou serviços.
As receitas podem ser operacionais e não operacionais. São operacionais quando são provenientes das atividades principais das empresas. As não operacionais resultam de transações consideradas extraordinárias, ou seja, não incluídas entre as atividades principais. Há outros detalhes a esse respeito, mas estes serão abordados num artigo sobre receitas. 

quinta-feira, 17 de maio de 2018

O que são "insumos"?

 "Insumo"
é um produto
usado para gerar
outros produtos.




Por ouvir falar muito em "insumos agrícolas, muitos estudantes de nível médio imaginam que "insumo" seja apenas algo relacionado à agricultura. Isto é revelado por algumas redações feitas por eles. O insumo é um bem ou serviço utilizado na produção de outro bem ou serviço. Em outras palavras: um produto que ajuda a gerar outros produtos. As fotografias mostram exemplos de produtos que também podem ser elementos de insumo para outros produtos. 
Explicando melhor: um insumo é o conjunto de matérias-primas, equipamentos, uso desses equipamentos, capital e outros elementos necessários para a produção de mercadorias ou serviços. "Capital", neste caso, é o valor em dinheiro necessário para os gastos na produção.
Em síntese, o insumo é a combinação dos fatores de produção diretos e indiretos para produzir mercadorias ou serviços a serem prestados. Na agricultura, por exemplo, são fatores de produção a terra, o capital e o trabalho. Em economia de uma forma geral, a matéria-prima é um fator de produção direto. Entre os fatores indiretos estão a mão-de-obra, energia e impostos. Ou seja, os fatores indiretos estão mais relacionados a custos de produção (os valores que são gastos para a produção). 
A matéria-prima é o produto - natural ou não - que serve como base para a fabricação de outro produto. O cacau, por exemplo, é a matéria-prima para a produção de chocolate. Por sua vez, o chocolate se torna a matéria-prima na fabricação de sorvetes de chocolate, balas de chocolate e os produtos alimentícios chamados "achocolatados". A madeira é a matéria-prima na fabricação de móveis, lápis, palitos de fósforo, portas, etc. Há matérias-primas de origens animal, vegetal e mineral (ferro, manganês, zinco, cobre, ouro, etc.).