segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

O que é uma Rede Social?

As redes sociais
já existiam

muito antes 
da Internet surgir.

Eis aí um tema sempre muito interessante para redações nas escolas: as redes socais. Ou melhor: a história das redes sociais e suas influências na sociedade.  Hoje em dia, quando se fala em "redes sociais", as pessoas logo associam essa expressão às "redes sociais online", que são as redes sociais que se formam via Internet.  Mas o que é uma rede social?
As redes sociais existem desde o início da existência de todas as sociedades. Uma rede social é uma estrutura composta por pessoas ou organizações (instituições de ensino, hospitais, empresas, clubes, igrejas, ONGs, etc.) que compartilham problemas, soluções, discussões e todos os tipos de objetivos comuns a todos os participantes. Exemplos mais simples de redes sociais: uma turma de alunos de uma escola, os moradores de um bairro, o conjunto de funcionários de uma empresa ou de cada setor da empresa, os frequentadores de uma igreja, os moradores de um condomínio, etc. 
Uma rede social é uma organização que ocorre por processos naturais ou planejados, mas possibilitando ou visando possibilitar relacionamentos sociais entre os participantes. Ela tanto pode ser efêmera como duradoura. Por serem ligações sociais, essas redes fazem com que a conexão entre as pessoas se dê pela identidade, o que requer certos cuidados quando participamos das redes sociais online: é preciso sabermos com quem realmente estamos lidando, bem como também é preciso sabermos como lidar com essas conexões e com as pessoas que participam delas. Nas redes sociais da Internet, não há limites físicos, e isto reforça a necessidade de cada pessoa impor seus próprios limites. Elas operam em diferentes níveis, como as de simples relacionamentos entre pessoas e grupos (Facebook, Tweeter, Instagram, Google+, etc.), apenas para relacionamentos profissionais e de trabalho (Linkedin), etc. Dentro de uma rede social como o Facebook, formam-se outras redes sociais, chamadas "grupos", cada qual também com suas finalidades, tendo um ou mais "administradores" como responsáveis pelo mesmo. 
As redes sociais online não substituem as presenciais. Ao contrário, ajudam a fortalecer estas. Pelo Facebook, por exemplo, é possível convidar ou convocar os moradores para uma reunião num condomínio ou na associação de moradores de um bairro. É possível também programar uma reunião dos membros de uma Igreja. Ainda pelo Facebook, estudantes podem formar grupos para programar encontros para estudos. Neste sentido, a intensificação da formação das redes sociais online pode reforçar - e geralmente reforça - a intensificação das atividades das redes sociais presenciais. Pelas redes sociais online, os consumidores podem entrar em contato direto com os fornecedores dos produtos, sem a necessidade de intermediários no processo de compra e venda, o que tem provocado necessidade de grandes mudanças nos processos de produção de propagandas e de marketing e nos processos de endomarketing
É claro que tanto os consumidores como os produtores, vendedores, etc., precisam ter muito cuidado para não serem vítimas de golpes. As redes sociais online muito vulneráveis à criação de "perfis" falsos, nos quais algumas pessoas se passam por outras para praticar atos desonestos. Mesmo assim, tomando-se os devidos cuidados, elas se tornam excelentes meios de negociações. Atualmente quase todas as redes sociais online constituem uma nova forma de exploração das dinâmicas de relacionamento com finalidades sociais, artísticas, políticas, industriais, etc. Graças a isto, o marketing tem se tornado uma atividade mais pessoal, como consumidores, produtores e revendedores dentro de uma interatividade maior do que a que poderia ser proporcionada por qualquer outro meio. Conclui-se, assim, que as redes sociais online são, em última análise, os processos de comunicação à distância mais avançados e mais importantes para todos no momento. 

A Inovação Social

A globalização mundial
pode trazer grandes contribuições
para a inovação social. 
A inovação social
é tema muito frequente
nas provas de redação,
mas com outros nomes.

Um estudante que preferiu se identificar como "anônimo" me perguntou o que é "inovação social" e por que este é um tema raramente proposto para provas como o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) ou os vestibulares. Isto não é verdade. Os temas relacionados à inovação social é que são sempre propostos com outros nomes: "ideologia de gênero", "inclusão social", "empregabilidade", "capacitação profissional", etc. O fator principal é que os estudantes precisam saber que o que se chama "inovação social" inclui tudo isto e muito mais. Inclui basicamente tudo que se refere a questões sociais. 
A globalização mundial é um fenômeno que pode trazer grandes contribuições para que as inovações sociais ocorram de modo a beneficiar muito as populações mais carentes do mundo. A globalização é um processo de integração econômica mundial originada através da abertura do comércio internacional, buscando a redução de custos e o aumento da produtividade na fabricação de mercadorias. Existem dois fatores fundamentais para sua consolidação: A queda de barreiras alfandegárias entre os países e o avanço da tecnologia, particularmente no campo da informação. Com isto, ganham um constante aperfeiçoamento as áreas de computação, televisão, radiodifusão, telefonia, Internet, etc. Isto certamente provoca mudanças significativas no processo produtivo e na forma como se fazem investimentos mundiais.
Tais mudanças trazem a necessidade de uma constante reorganização no mercado de trabalho. As empresas cortam custos; conseqüentemente, reduzem vagas. A oferta de empregos diminui muito nos setores industriais e aumenta, mas pouco, nos setores de serviços. Portanto, o mais grave problema no mercado de trabalho é o desemprego. Calcula-se que o número de pessoas desempregadas no mundo seja superior a 300 milhões. Mais de 40 por cento procuram emprego por mais de um ano, e um número bastante significativo ingressa em atividades “informais”.
Isto causou o que chamam de “desemprego estrutural”. Significa que a tendência de abertura comercial e a globalização da economia estão levando as empresas a uma luta ferrenha para obter redução de custos para enfrentar a concorrência externa. Com isto, as indústrias estão deixando de instalar suas fábricas nos grandes centros urbanos e construindo-as em regiões onde a mão de obra é mais barata. Soma-se a isto a automação como outro fator que contribui muito para a queda na oferta de empregos. As pessoas que conseguem se manter no emprego estão sendo obrigadas a cumprir cargas horárias maiores na forma de horas extras. Isto requer inovações para readaptação, tanto das empresas quanto dos funcionários. 
No Brasil, isto tem provocado maior mobilidade dos trabalhadores desde meados da década de 1990. Os empregos duradouros estão cada vez mais raros, fenômeno que se percebe principalmente entre os empregados mais jovens. Essa reordenação do mercado de trabalho formal (com registro em carteira) traz o crescimento dos trabalhos informais, atividades exercidas pelos desempregados sem obediência às leis trabalhistas e tributárias.
Calcula-se a taxa de desemprego de um país dividindo-se o número de pessoas desocupadas pelo total da população economicamente ativa. No Brasil, esse método é feito através da pesquisa domiciliar por amostragem – aquela que é feita por representantes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em residências. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), esse método é eficiente porque permite comparações com outros países. É a partir deste ponte que se pode perceber como a globalização, se por um lado traz problemas, por outro pode trazer soluções.
A facilidade das comparações dessas realidades entre os países é favorecida pelo avanço tecnológico nas áreas  de telecomunicação, como está explicado no segundo parágrafo. Os serviços prestados pela Internet, como as redes sociais, o WhatsApp, etc., têm se tornado realidades inclusive graças à globalização. Por meio desses sistemas, um número cada vez maior de pessoas de qualquer lugar do mundo está ganhando mais facilidade para se comunicar com outras pessoas em qualquer outro lugar do mundo. A partir disto surgem excelentes oportunidades para um número cada vez maior de pessoas contribuir para as inovações sociais.
Chama-se "inovação social" tudo que se refere a novas estratégias envolvendo conceitos e organizações, capacitando-as a atender às necessidades de todos os tipos: condições de trabalho, melhorias nas áreas de saúde, educação, segurança, etc. Entram nessa discussão o microcrédito, a educação à distância, o empreendedorismo, etc. Uma evidência de contribuição da globalização para isto: as informações sobre os problemas sociais em todos os países chegam até nós com mais rapidez. Isto tem feito com que tais problemas sejam amplamente melhor pesquisados academicamente. Desta forma, os passos a partir das discussões teóricas para a realização das práticas podem ficar mais rápidos. 

domingo, 31 de dezembro de 2017

O que é "Mercado de Trabalho"?

Seu trabalho
é uma prestação de serviços
vendida por você.


No Brasil, com a chegada do fim do ano e com quase 14 milhões de pessoas desempregadas, são muitas as pessoas que precisam se preparar para fazer boas redações, seja para conseguir empregos, para se manterem nos que já têm ou para melhorar seus desempenhos nas atividades profissionais que exercem. Além disto, leem e ouvem falar muito em "mercado de trabalho" e, claro, precisam saber o que é isto. Geralmente, quando alguém pergunta o que é "mercado de trabalho", na verdade está querendo saber por que isto tem este nome.
Quando você procura um emprego ou está empregado, ou mesmo quando pretende trabalhar por conta própria, atuando em seu próprio negócio, etc., você oferece o seu trabalho. Neste caso, seu trabalho é um produto ou uma prestação de serviços como qualquer outro produto ou prestação de serviços que existe no mercado. Seu trabalho tem um preço. Se você busca emprego, a pessoa, empresa ou qualquer tipo de organização que lhe contratar será quem comprará o que você oferece e lhe pagará por isto. A diferença é que, embora seja você mesmo(a) a pessoa que produz e vende seu trabalho, o preço é definido por quem contrata, embora isto possa ser negociado. O contratante pagará em mensalidades chamadas "salários" pelo tempo previsto em contrato que depois poderá ser renovado, conforme o caso.
No caso de quem tem negócio próprio ou é "profissional liberal" (trabalha por conta própria), é o profissional quem oferece seu serviço à clientela definindo seu próprio preço e as formas de pagamento. Seja como for, o nome é "mercado de trabalho" porque o trabalho, como qualquer outro produto, é colocado à venda no mercado, cabendo aos interessados em adquiri-lo o direito de decidir pela aquisição (neste caso, a contratação) ou não. 
Como se trata de um mercado, é importante lembrar que quanto maior for a quantidade de um produto a ser comercializado, menor será o preço se a procura se mantiver no mesmo nível. Porém, se a procura pelo produto for maior do que a quantidade disponível à venda, o preço tende a ser menor. Lembro, mais uma vez, que no mercado de trabalho o "produto" é o trabalho oferecido e o "preço" será o valor que o profissional receberá por ele. Isto significa que se, no caso de um emprego, a oferta de trabalho for maior do que a procura (o número de vagas oferecidas pelos empregadores), o salário tenderá a ser maior. Se a procura for maior do que a oferta, o salário tenderá a ser menor. É a isto que se chama "lei da oferta e da procura".
Quando existem muitos profissionais à procura de emprego e não há ofertas suficientes específicas para sua profissão, ocorre um desequilíbrio chamado "saturação de mercado". Se houver excesso de oferta mas ocorrer falta de procura de profissionais pelos empregadores, as empresas deixam de procurar pessoas especializadas nessa profissão e buscam profissionais de outras áreas e com outras qualificações.
Em síntese, "mercado de trabalho" é isto. Acredito que com esses dados - e evidentemente pesquisando sempre mais sobre o assunto - vocês se tornaram mais capazes de produzir boas redações a respeito. Ao mesmo tempo, é sempre muito importante manterem-se atualizados sobre esse tema, não só para produzirem boas redações, mas principalmente porque todos (empregados, desempregados ou quem tem negócios próprios) são pessoas incluídas neste tipo de mercado e precisam conhecê-lo tão bem quanto for possível.

sábado, 30 de dezembro de 2017

Os "Formadores" de Opiniões

O que chamam de
"formador" de opiniões
é, na verdade,
um influenciador de opiniões.


As redações que as pessoas fazem no Exame Nacional de Ensino Médio, nos vestibulares e nos concursos públicos revelam que suas opiniões sobre os assuntos propostos são, na maioria dos casos, influenciadas por reportagens - principalmente dos telenoticiários - mas formadas com base em suas próprias experiências ou em seu modo de perceber os fatos. Isto é o que se observa também durante uma conversa, seja qual for o assunto. Analisando esses fatos, chego à conclusão de ninguém forma as opiniões de outras pessoas, mas pode influenciar nessa formação. Ou influencia, mas não forma. 
"Opinião" é a ideia que que uma pessoa adquire sobre a realidade como ela a vê. Em outras palavras: é uma interpretação pessoal. Não retrata a realidade tal como prevê o significado da própria palavra "realidade": o "tudo que comprovadamente existe". Inclusive porque não são raros os casos em que a "comprovação" também é uma questão de ponto de vista. Portanto, sua opinião é formada através do seu senso de observação, de aprendizagem, de experiência própria, não por outras pessoas. Por outro lado, as outras pessoas e muitos outros fatores externos e internos influenciam nessa formação, transformando-a, modificando-a com o passar do tempo.
O conceito mais conhecido de "formador de opiniões" nos diz que "é a pessoa que influencia e modifica as opiniões das outras pessoas, principalmente nas áreas esportiva, política, cultural, social, etc.". Reparem que esse mesmo conceito diz que esses "formadores" são pessoas que influenciam e modificam nossas opiniões. "Influenciar" é causar um efeito sobre algo provocando modificações. Portanto, "influencia e modifica" é uma redundância. O próprio conceito também nos diz que essas pessoas são capazes de influenciar na formação, não de formar nossas opiniões. Nossas opiniões são formadas com base nas informações que essas pessoas nos dão, mas são formadas por nós mesmos. "Formar" é uma coisa, "modificar a forma" é outra.  

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Público Leitor do Redafácil foi Bem Diversificado em 2017

1 - Brasil;
2 - Estados Unidos;
3 - América Central;
4 - América do Sul;
5 - Europa;
6 - Ásia e Oceania;
7 - África.
A maioria dos leitores
acessou o blog
em seus locais de trabalho.


Desde quando foi criado, o Redafácil começou a ser acessado (em 9 de janeiro de 2010), o Redafácil começou a ser acessado principalmente por estudantes no Brasil. Entre estes, a maioria era do ensino médio. Com o tempo, o público leitor cresceu e se diversificou. Há alguns anos o Redafácil é diariamente acessado por pessoas em todo o Brasil e em vários países. Os detalhes na ilustração mostram onde estava a maioria das pessoas que liam o blog hoje por volta do meio-dia (horário brasileiro de verão) segundo o mapa de estatísticas que aparece numa das colunas.
Muitos estudantes brasileiros dizem que a maioria dos sites e blogs que oferecem "dicas" sobre redação no Brasil se limita a ensinamentos básicos como "ser conciso, não escrever textos longos, etc.". No Redafácil, não desconsidero a importância desses lembretes. Ao contrário, eu os reforcei em vários artigos, mas busco orientar sobre o que professores de Língua Portuguesa raramente explicam e sobre aspectos redacionais que raramente são mencionados em outros sites e blogs. Por exemplo, destaco a importância da aprendizagem e da demonstração do conhecimento de noções de linguistica, das formações das palavras e de outros detalhes que ajudem as pessoas a escolherem as palavras mais adequadas para a finalidade da redação e a abordagem do tema.
Como mostra a ilustração, o Redafácil é muito acessado diariamente por pessoas que estão em todo o Brasil. Também é grande o número de cidades onde estão os leitores nos Estados Unidos e em grande parte da Europa, da América Central, da América do Sul, alguns países da África, da Ásia e da Oceania. Os dados estatísticos do RevolverMaps revelam os diversos países de onde vieram o acessos que o Redafácil recebeu esta semana: Brasil, Estados Unidos, Portugal, Moçambique, Angola, Federação Russa, países da Região do Pacífico (Ásia), Suíça, Alemanha, França, Argentina, Reino Unido, Irlanda, Espanha, Noruega, etc. O RevolverMaps revela 77 países. O Blogger destaca dez países: Brasil, Estados Unidos, Irlanda, Ucrânia, Alemanha, Espanha, França, Portugal, Rússia e Angola. O Similar Sites informa que a maioria dessas pessoas acessa o Redafácil a partir de seus locais de trabalho e suas atividades profissionais e interesses são relacionados a negócios,  mídia, notícias, atividades industriais e temas sociais. Os assuntos mais procurados, vocês mesmos podem constatar nas colunas laterais. 
Desta vez as estatísticas não revelaram grandes diferenças de números de leitores por faixas etárias. Diferentemente do que ocorreu no ano passado, quando se registrou que a maioria era de adolescentes e de pessoas com até 36 anos, os níveis de pessoas de idades diferentes se mantiveram num relativo equilíbrio. Ao longo de sua existência, o Redafácil tem sido recomendado por escolas como a Professor José Edson dos Santos e tem sido mencionado em publicações como esta da Editora Uniasselvi.
Como vocês podem observar nos artigos aqui publicados, o objetivo do Redafácil não é apenas oferecer dicas sobre como produzir uma boa ou ótima redação sob o ponto de vista gramatical. Embora temas gramaticais também sejam abordados no Blog, ressalto a importância do hábito da leitura para ajudar a melhorar a escrita. Destaco também a importância de todos estarmos sempre atentos ao que ocorre no mundo, pois o acúmulo de informações é sumamente importante para mantermos nossos conhecimentos atualizados sobre todos os assuntos dignos de serem temas de redação. Sejam quais forem os motivos que fazem com que vocês procurem o Redafácil, são e sempre serão todos muito bem-vindos. 

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

A Redundância em "Ensaio Crítico"

Se não for crítico,
não é um ensaio.

Não são raras as vezes em que encontro a expressão "ensaio crítico" em textos referentes a esse tipo de redação. Isto é uma redundância. Uma redundância é uma expressão com o uso de duas ou mais palavras quando bastaria uma. Por exemplo, "subir para cima" é uma redundância porque só é possível subir para cima. Não há a necessidade do uso das palavras "para cima". Um ensaio é sempre uma redação que apresenta uma exposição revelando a metodologia utilizada para a pesquisa sobre o tema como forma de justificar as conclusões apresentadas no texto. A crítica é um comentário sobre o tema. Portanto, todos os ensaios são críticos. Em "ensaio crítico", a presença da palavra "crítico" não é necessária.
Também é muito comum encontrarmos muitas redundâncias até mesmo em textos produzidos com o intuito de explicar o que é um ensaio. Um dos que eu encontrei na Internet diz que "é um texto opinativo em que se expõe ideias, críticas, reflexões e impressões pessoais". Esta explicação está repleta de redundâncias. Um "texto opinativo" é um texto com exposição de opiniões. Toda opinião é uma ideia. Uma opinião sempre provém de um senso crítico. Um senso crítico é sempre proveniente de reflexões, e estas são sempre provenientes de impressões pessoais. Bastaria dizer que um ensaio é um tipo de texto opinativo revelando a metodologia utilizada para a pesquisa sobre o tema. 
O ensaio é um texto literário. Isto quer dizer que nele são expostas críticas de acordo com princípios baseados em teorias e práticas com a devida eloquência (não muito formal, nem informal demais, e com clareza suficiente para leitores especialistas e leigos sobre o assunto tratado. Não deve ser confundido com o tratado, que é um tipo de texto em que se revela um estudo extremamente formal, geralmente científico e especialmente para finalidades acadêmicas (dirigidos a estudantes de ensino superior ou produzidos por eles para comprovar suas aprendizagens).
O ensaio pode, em alguns casos, conter a defesa de um ponto de vista pessoal sobre um tema político, filosófico, cultural, moral, etc., sem a necessidade de provas de caráter científico. Estas são situações em que o ensaio representa um ponto de vista que muitos especialistas consideram como "a ciência sem prova explícita", como escreveu o filósofo espanhol José Ortega y Gasset (1883-1955). Nestes casos os textos são livres, assistemáticos, sem aquela rigidez científica que é necessária quando a finalidade é acadêmica. 

domingo, 24 de dezembro de 2017

As Diferenças Entre "Partilhar" e "Compartilhar"

É uma questão
de regência.

regência pode ser verbal ou nominal. Neste caso, é verbal. É o que ocorre quando o termo regente é um verbo. Nos casos destes dois verbos, eles podem ser considerados como palavras com mesmo significado em alguns casos e com significados diferentes em outras situações. Eu posso dizer, por exemplo, que duas ou mais pessoas que estão numa sala partilham ou compartilham o espaço da sala. Neste caso, tanto "partilhar" como "compartilhar" significam dividir algo.
No entanto, quando levamos em consideração alguns aspectos relacionados à regência, os dois verbos assumem significados diferentes. Quando eu digo que as pessoas compartilham o espaço da sala, o termo que se destaca é "o espaço da sala". Quem compartilha, compartilha algo. Esse algo, neste exemplo, é o espaço da sala. Aí, o verbo compartilhar se classifica como transitivo direto. Quanto ao verbo "partilhar", pode ser transitivo direto e/ou indireto. Se eu digo que aquelas pessoas partilham o espaço, posso estar dizendo que elas estão no mesmo espaço total da sala e, ao mesmo tempo, que cada uma delas ocupa um espaço particular dentro do espaço total da sala. Porém, quando eu digo que elas compartilham, estou dizendo que todas elas estão no mesmo espaço. A segunda interpretação faz com que, com o uso do verbo "partilhar", o termo "o espaço da sala" se torna um objeto indireto.
Pode-se resumir tudo isto dizendo que partilhar é dividir, tal como dividir o pão (veja a ilustração). Compartilhar pode ser interpretado como partilhar, mas não por meio de uma divisão. O significado de "compartilhar" se aproxima mais de "participar de uma mesma coisa". "Partilhar" é dividir em partes. "Compartilhar" é fazer parte de uma mesma coisa junto com outras pessoas. É o que acontece quando você "compartilha" uma postagem no Facebook, por exemplo. Ao fazer isto, você participa, com várias pessoas, da mesma informação ou mensagem que a postagem contém.

sábado, 23 de dezembro de 2017

O Espírito do Natal

Ornamentos natalinos numa casa em Creve Coeur,
no estado de Missouri - Estados Unidos.
Muitas pessoas
usam a expressão "Espírito de Natal",
mas nem todas sabem
o que isto significa.


Uma pesquisa feita na Dinamarca em 2016 teve como objetivo mapear nos cérebros de algumas pessoas a presença do "Espírito de Natal" ou "Espírito Natalino". Por outro lado, independentemente desta ou de qualquer outra pesquisa científica, a maioria das pessoas que comemoram o Natal afirma que a emoção que sentem nessa época do ano vem do coração. É uma emoção que todos deveriam sentir em qualquer época, mas muitas entre elas mesmas costumam perguntar: "Por que especialmente nessa época do ano?"
Segundo uma matéria publicada no Correio Brasiliense, a própria pesquisa veio da vontade dos cientistas ajudarem as pessoas que não conseguiam entrar no clima festivo do Natal. Os pesquisadores achavam que, em todo o mundo, milhões de pessoas são propensas a revelar deficiências no Espírito de Natal depois de muitos anos de celebração anual. Para muita gente, o Espírito de Natal é uma farsa e o Natal é uma "mentira comercial". Em grande parte, a razão disto vem mesmo da exploração comercial da data, mas o verdadeiro Espírito Natalino não tem coisa alguma a ver com isto. Há pessoas que gostam de enfeitar suas casas como no caso da residência mostrada na foto? Sim, mas isto é um direito delas. Há famílias que se reúnem em torno de uma mesa farta para a Ceia de Natal? Sim, mas isto também é um direito delas.
Algumas pessoas dizem: "Tanta fartura na mesa e tanta gente passando fome." É verdade, mas a miséria e a fome no mundo existem no ano inteiro e em todos os anos. Essa é uma preocupação que temos que ter permanentemente, não apenas no Natal. Por outro lado, isto pode ser visto como um motivo a mais para essas pessoas agradecerem a Deus por terem essa possibilidade de pelo menos não estarem entre os famintos e de poder reunir a família e talvez até amigos diante de uma mesa farta cujos alimentos foram adquiridos honestamente, com dinheiro proveniente de trabalho honesto. Muitas dessas pessoas compram esses produtos com dinheiro proveniente de seus salários e dão sua contribuição para diminuir a fome de outras pagando impostos que os governos dizem que são para essa finalidade. Portanto, já dão sua contribuição. Ainda assim, quando podem, ajudam de alguma outra forma. Se isto não é suficiente, não é culpa delas.
A pesquisa científica foi para ajudar pessoas desapontadas, desesperançadas a entrarem no clima da comemoração. Ou seja,para ajudá-las a recuperar suas próprias esperanças de dias melhores, não para descobrir o real significado da expressão "Espírito de (ou 'do') Natal". Eu acho que nem é necessária uma pesquisa científica para isto. Basta lembrar que é um espírito que devemos, tanto quanto nos for possível, manter o ano inteiro, todos os anos, ajudando-nos uns aos outros sempre que for possível e tanto quanto cada um puder. É também importante lembrar que faz parte do verdadeiro Espírito Humano respeitar o direito de cada um comemorar o Natal ou qualquer outra data como preferir e puder.

Feliz Natal para todos vocês. 

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

A Relação Entre as Palavras "Companheiro" e "Pão"

A origem 
da palavra "companheiro"
tem relação
com um relato bíblico.

Certamente você já usou esta palavra em muitas redações. Também certamente você a empregou corretamente, embora sem conhecer sua origem. Porém, é interessante conhecer essa história. A palavra "companheiro" e sua forma feminina, "companheira", são usadas por nós quando nos referimos a uma pessoa com quem convivemos, com quem trabalhamos, com que estudamos ou com quem compartilhamos alguma coisa, alguns momentos na vida, etc. O significado é realmente este, mas nem todos conhecem a razão do mesmo. Segundo alguns especialistas em semântica (estudo dos significados das palavras), esse significado tem origem religiosa. Para ser mais exato: origem bíblica.
De fato, quando nos referimos ao que conseguimos adquirir com os salários que recebemos, usamos a expressão "nosso pão de cada dia", cuja origem é um trecho da oração conhecida como "Pai Nosso": "O pão nosso de cada dia nos dai hoje...". A palavra "pão", neste caso, não tem como significado o conhecido alimento que compramos nas padarias. É uma metáfora que tem como significado não apenas os nossos alimentos, como muita gente pensa, mas tudo que compartilhamos com alguém (familiares, amigos, colegas de trabalho, etc.) todos os dias. Vem daí também as palavras "companheirismo", "companhia", "companheiro", "acompanhamento" e os verbos "acompanhar", "compartilhar", etc. 
A palavra "companheirismo" se relaciona ao ato de "comer do mesmo pão". Isto significa que o verbo "acompanhar" também tem a mesma relação. Metaforicamente, relembra o momento em que, segundo a Bíblia, Jesus dividiu o pão com os doze apóstolos durante a famosa "Última Ceia" ou "Santa Ceia" na noite da véspera de sua crucificação. De acordo com o que a religião ensina, Jesus sabia que sua morte estava para ocorrer naquele dia e ceou com os apóstolos dividindo com eles o pão e o vinho para que eles e todos os seus seguidores se mantivessem unidos fraternalmente. Como a maioria das palavras da língua portuguesa, "companheiro" tem sua origem no latim, vindo da expressão "cum panis", que significava "com pão" ou "com quem se divide o pão". São da mesma origem, portanto, suas derivadas acima citadas. 

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Erros Cometidos por Professores

Infelizmente
muitos "professores"
demonstram
incapacidade para ensinar.


Não tenho a pretensão de fazer críticas negativas, mas infelizmente tenho que lhes informar o que percebo que está errado quando pesquiso o que se publica sobre o ensino de redação em outros blogs e sites. O fato mais preocupante é que muitos desses textos são escritos por pessoas que se identificam como professores e professoras que especializados em ensino de Língua Portuguesa e de técnicas de redação. Suponho que a forma como eles ensinam através das postagens revela a forma como ensinam em salas de aula. Se assim for, isto é preocupante.
Em alguns sites e blogs, eles ensinam que, numa redação, a frase deve ser curta, deve-se evitar o rebuscamento linguístico. Não basta dizer que as frases têm que ser curtas: é preciso ensinar aos alunos como devem escrever frases curtas sem que elas percam o mesmo sentido das frases longas. Além disto, antes de fazer a redação, o rebuscamento linguístico é exatamente o que o aluno tem que fazer. 
Um professor que diz que "o rebuscamento linguístico deve ser evitado" demonstra que não sabe qual é o significado da palavra "rebuscamento". 
"Rebuscamento" significa "pesquisa feita de forma paciente e com perseverança". Como qualquer outra pessoa que queira ou tenha que fazer uma redação, o aluno precisa descobrir formas linguísticas que ele talvez ainda desconheça e que possam ajudá-lo a melhorar seus níveis redacionais. "Rebuscar" significa "procurar novamente", "procurar até encontrar", "pesquisar até descobrir". Um professor - de língua portuguesa ou de qualquer outra disciplina - nunca pode dizer a um aluno para não fazer isto. Ao contrário, tem que incentivá-lo a manter o hábito do rebuscamento. É rebuscando que ele aprende. O professor que incentiva o aluno a não fazer um rebuscamento o está incentivando a não estudar. 
O rebuscamento linguístico feito durante o exercício da redação pode levar o aluno a cometer erros. Mesmo assim, a tentativa de se lembrar de palavras para evitar a repetição de outras já muito usadas no mesmo texto é importante. Desta forma ele demonstra seu interesse em demonstrar que conhece ou pretende sempre aprender os significados de palavras diferentes. Neste caso, o que os professores precisam ensinar é que o aluno não deve evitar o rebuscamento linguístico mas precisa usar as palavras que ele tem certeza de que são adequadas para o contexto em que ele quer inseri-las. 

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Orçamento, Rendimento, Renda e Receita

Conhecer 
os significados 
destas palavras
é importante
para organizar
a sua vida.



As escolas brasileiras deveriam ter o ensino obrigatório sobre economia doméstica (pelo menos as noções básicas). Infelizmente isto não ocorre. Este é um fato lamentável, pois os conhecimentos básicos sobre orçamento, rendimento, receita e renda constituem uma condição fundamental para, desde cedo, os jovens aprenderem não somente a fazer boas redações sobre economia como também a organizar suas vidas financeiramente. Muita gente pensa, por exemplo, que rendimento, renda e receita são a mesma coisa. O desconhecimento das diferenças é uma das calças do planejamento inadequado dos orçamentos.
O orçamento é uma estratégia para prever receitas e despesas na administração de um negócio, da família, da vida particular da própria pessoa, etc. O período pré-determinado pode ser anual, mensal, trimestral, semestral, conforme a necessidade e a finalidade do plano. A receita é o recebimento de dinheiro - por exemplo, como salário - para contabilizar sua realidade econômica para que você organize seus gastos. "Contabilizar" significa "fazer contas", mas neste caso não se trata apenas de fazer simples contas de adição, subtração, multiplicação e divisão. O objetivo é medir sua realidade econômica e/ou a de sua família para que o planejamento seja o mais adequado possível. A despesa é o gasto que será necessário para a obtenção da receita. 
O rendimento é o lucro já alcançado ou que se pretende alcançar. É a importância total em dinheiro recebida durante um determinado período (mês, semestre, ano, etc.) em troca de trabalho ou de prestação de serviços. É frequentemente chamado de "renda", mas o rendimento é, na verdade, o que se chama "fonte de renda", por se tratar de uma avaliação da origem da renda (individual, familiar, etc.) obtida.  

domingo, 17 de dezembro de 2017

"Capacidade" e "Capacitação"

Mais dois exemplos
de palavras correlatas
mas com significados
diferentes.


Algumas pessoas costumam dizer que um um profissional é uma pessoa capaz quando querem dizer que é  uma pessoa capacitada. A diferença está no fato de que "capaz" é alguém que tem capacidade para realizar algo e "capacitado" é alguém que recebeu ou adquiriu a capacitação para essa realização. Em outras palavras: o capacitado para uma determinada atividade é um especialista nessa atividade, mas alguém pode ser capaz de fazer coisas sem necessidade de se especializar nelas. Há pessoas que sabem resolver problemas em chuveiros, liquidificadores, etc., sem terem se tornado especialistas em técnica de aparelhos elétricos.
A capacidade é a condição de uma pessoa fazer algo, de uma ferramenta servir para determinada finalidade (como martelo, instrumento capaz ajudar na fixação de pregos), etc. A capacitação é a aquisição de habilidades para melhorar a capacidade. Em termos profissionais, é a habilitação adquirida em cursos e treinamentos para melhorar o desempenho. Também se usa a palavra "capacitação" quando se trata da melhoria de um projeto já considerado eficiente para obter uma finalidade, tornando-o eficaz. Isto também significa que há uma diferença entre o que é "eficiente" e o que é "eficaz".
Uma pessoa acostumada a consertar chuveiros em casa faz isto de forma eficiente, mas um profissional capacitado para isto tem maiores condições de fazer isto de forma eficaz. Isto acontece porque o capacitado adquiriu formação profissional. Quem tem capacitação supera as condições de quem tem capacidade porque o capaz sabe fazer algo. Porém, o capacitado sabe fazer esse mesmo "algo", mas na condição de alguém que recebeu formação teórica e prática para isto. É por isto que, quando há ofertas de emprego, os contratantes exigem que o candidato às vagas seja capacitado. Também é por isto que muitas empresas fazem com que os já empregados frequentem cursos de capacitação de vez em quando, pois mesmo os profissionais já capacitados precisam ampliar sua capacitação sempre.
Também existe a palavra "capacitância". Em física, é conhecida também como "capacidade elétrica". Refere-se a uma grandeza determinada pelo teor de energia elétrica que pode ser acumulado por uma determinada tensão (diferença de potencial elétrico entre dois pontos). O componente que armazena cargas elétricas é um capacitor. A capacitância é a capacidade que um capacitor tem para isto.
Quanto às suas condições para fazer redações, você pode ver isto desta forma: se você sabe apenas escrever bem, já é capaz de fazer boas redações. No entanto, se você se dedicar sempre a estudar mais a gramática, regras redacionais, buscar sempre novas informações sobre todos os assuntos, você se tornará cada vez mais capacitado para fazer redações cada vez melhores. 

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Diferenças Entre "Judicial" e "Jurídico"

Tenha cuidado
quanto aos significados
destas palavras.



Na verdade temos que ter muito cuidado quanto ao uso de todas as palavras. Uma palavra escrita ou pronunciada corretamente, mas usada com um significado que não é o dela, geralmente faz o leitor da redação ou a pessoa que ouve quem fala ter uma interpretação equivocada, diferente e talvez até contrária ao que a pessoa que escreveu ou falou quis dizer. Isto pode ocorrer, por exemplo, quando alguém emprega as palavras "judicial" e "jurídico" ou "jurídica" como se fossem sinônimas. 
"Judicial" é tudo que se refere a atribuições de juízes, de tribunais, da Justiça (Federal, Estadual, etc.). É um adjetivo de gênero invariável ("uma questão judicial", "um caso judicial", etc.). "Jurídico" é tudo que se realiza com base nos princípios do direito, através da justiça. Ou seja: as questões jurídicas são decididas por via judicial, mas uma coisa não é a mesma que a outra. Tentarei explicar isto usando como exemplo uma expressão muito conhecida entre nós, os leigos, quanto ao Direito: "processo judicial".
O processo é judicial quando se trata de um procedimento em que caberá a um juiz ou a um tribunal proferir a decisão final. O tribunal é um órgão que exerce a jurisdição. "Jurisdição" é o nome que se dá às condições legais para a concessão de direitos e a aplicação de deveres. "Jurídico" é a condição do que estiver em conformidade com esses direitos e esses deveres. 

Obs.: os estudantes ou profissionais em Direito que queiram colaborar podem expor comentários acrescentando ou corrigindo informações. Agradeço desde já.