domingo, 26 de novembro de 2017

"Apostila" ou "Apostilha"?

As duas palavras existem
mas seus significados
são diferentes.
Algumas pessoas pensam que a palavra "apostilha" não existe. Outras dizem que ambas têm o mesmo significado. A verdade é que as duas palavras estão corretas, mas não têm o mesmo significado. Portanto, ao usar uma delas numa redação, observe cuidadosamente se a palavra escolhida está de acordo com o contexto.
É muito simples observar as diferenças. As apostilhas são pequenas informações acrescentadas em diplomas e outros títulos honoríficos e oficiais. Também é uma apostilha qualquer comentário próximo à margem de uma página de um livro ou um manuscrito, desde que o comentário seja relacionado a alguma informação contida no texto.
A apostila é um tipo de impresso em forma de um livro grande com o conteúdo das aulas de uma determinada disciplina. Também é uma apostila o conjunto teórico impresso do que deve ser estudado por quem pretende participar de um concurso público ou de um vestibular. Notas expostas na margem de uma página de um livro ou revista também podem ser chamadas de apostilas se o objetivo for esclarecer algo mais ou corrigir uma informação. Neste caso, não deve ser confundida com errata, que uma informação sobre erros contidos no material impresso (livro, revista, etc.) contendo as devidas correções. 

sábado, 25 de novembro de 2017

A Analogia e a Comparação

Um exemplo de analogia
usado em ensino de geografia.
Numa redação,
a analogia tem função fundamental
na argumentação.


Embora a analogia seja uma relação de semelhanças entre duas ou mais coisas, dois ou mais fatos, ela não é uma comparação. Em biologia, ela representa uma relação entre órgãos diferentes com funções semelhantes. Em informática, "sinal analógico" é o nome popularmente dado no Brasil a sinais recebidos por aparelhos de telefonia celular, televisores, etc., equipados para isto, mas isto proveio talvez de uma interpretação incorreta da palavra inglesa analog, que significa "análogo". "Análogo" é algo com funções semelhantes às de outra coisa, mas de origem distinta. Os sinais analógicos de televisão têm as mesmas funções (transmissão e recepção) e provêm de uma mesma origem.
Numa redação, a analogia é o processo utilizado pelo autor para transmitir através da escrita uma informação ao leitor, incluindo a expressão linguística usada nesse processo. "Expressão linguística" é a forma como uma pessoa através da fala ou da escrita. Sem o uso correto das palavras quanto à ortografia e aos significados, essa expressão fica prejudicada. Isto prejudica a capacidade de interpretação do leitor e, portanto, a qualidade da redação. A analogia é um sistema de argumentação que se contrapõe à dedução, à indução e à abdução, cujas premissas levam à conclusão geral. "Dedução" é a análise lógica que fortalece os argumentos. "Indução" é um raciocínio do autor que propõe ideias ao leitor por meio de informações com base em conhecimentos. "Abdução" é o meio usado para estabelecer hipóteses, principalmente - mas não somente - as de cunho científico.
A analogia não deve ser confundida com a comparação. Na redação, a comparação se torna sempre uma figura de linguagem. Por isto, não são raras as situações em que as comparações são feitas com metáforas (exemplo: "Era um tipo de madeira quase tão frágil como uma pena."). Enquanto a analogia estabelece semelhanças entre argumentos diferentes, a comparação ajuda a desenvolver a qualificação do "meio termo". No exemplo dado aqui, o "meio termo" é a relação entre a fragilidade da madeira e a fragilidade da pena. 

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

TESTE: FAÇA SUA REDAÇÃO E EXPONHA-A AQUI.

Tema proposto: 
O Fundamentalismo.

Vejamos como está o seu nível de redação. Estou lhe propondo como tema o fundamentalismo. Uma dica: lembre-se de que há vários tipos de fundamentalismo. 
Exponha sua redação no espaço para comentários. Você não terá que se identificar. Se preferir, poderá expor sua redação como "anônimo". Serão verificadas as cinco primeiras redações enviadas. 
Não faça sua redação diretamente no espaço para comentários. Se fizer isto, os parágrafos que você fizer não aparecerão aqui de forma correta. Faça-a numa página do tipo "Office", copie todo o texto e cole-o no espaço para comentários, pois a forma como você dividirá os parágrafos também será analisada. 

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

"Internetês" Prejudica Capacidade de Redigir Corretamente

Meu conselho:
nunca use 

o "internetês".

Talvez você ache que isto é um exagero, mas a verdade é que o "internetês" está prejudicando seriamente a vida de muita gente que o usa. Os hábito adquiridos na comunicação através das redes sociais e de bate-papos como o WhatsApp e o Messenger. No Facebook, a rede social online mais usada no mundo, é o que mais se vê como forma de comunicação.
Não estou propondo uma proibição quanto ao uso do "Internetês" na Internet. Eu nem tenho tal direito. Isto seria uma postura ditatorial de minha parte. Tenho que respeitar o direito das pessoas usarem na Internet o tipo de linguagem que quiserem, desde que seja sem palavrões e ofensas: se você quer ser respeitado, você também tem que respeitar todas as outras pessoas e se comportar de forma a merecer o respeito que quer delas. O que estou propondo é um conselho.
No "internetês", ao invés de digitar as palavras corretamente, as pessoas resumem cada palavra em duas, três, no máximo cinco letras. Há situações ainda piores: palavras com poucas letras são digitadas com mais letras do que elas possuem quando digitadas corretamente, e portanto, ortograficamente erradas. É o caso de "não", que muitos usuários das redes sociais digitam como "naum". Pode parecer exagero dizer isto, mas a realidade é que, por causa do uso muito frequente desse tipo de "linguagem", muita gente está esquecendo como as palavras devem ser escritas corretamente. Resultado: quando têm que se comunicar através da escrita formalmente ou com equilíbrio adequado entre a formalidade e a informalidade, isto prejudica a comunicabilidade.
Dizem que no "internetês" são usadas muitas "abreviaturas". Na verdade, o que se usa na "linguagem"  mais popular da Internet são abreviações. A abreviatura é um recurso convencional para representar em poucas letras nomes de estados, entidades ou organizações formal e informalmente já reconhecidos por meio desses símbolos. Exemplos:
  • ES - estado do Espírito Santo
  • MG - estado de Minas Gerais
  • INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social
  • PM - Polícia Militar

As abreviações são sempre informais. São as reduções de quaisquer palavras em poucas letras, não reconhecidas como corretas porque não são convencionais e muitas são simplesmente inventadas pela própria pessoa no momento em que as digita. Por serem tão informais, não podem ser usadas em redações escolares, nas provas como o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) ou em vestibulares, nem em comunicações empresariais e profissionais. Isto ocorre porque seu uso inviabiliza a comunicação.
A escrita correta continua sendo muito importante para o sucesso profissional e para a preservação do bem estar social. Escrever corretamente não é um ato de pedantismo. Ao contrário, é uma das melhores formas de ajudar a preservar boas relações entre as pessoas, entre organizações, entre organizações e pessoas, etc. A escrita correta sempre facilita entendimentos enquanto o "internetês" sempre gera dúvidas quando quem envia a mensagem usa tais abreviações. 
A regra é simples: se a pessoa que escreve se acha com o direito de escrever como quiser, a pessoa que lê o que ela escreveu tem o direito de interpretar o que está escrito como quiser, mesmo que a interpretação não seja aquela que o autor do texto desejava. As palavras e as expressões escritas e usadas corretamente nunca deixam dúvidas para quem as lê, e isto estabelece a comunicação necessária. É claro que você pode continuar se expressando na Internet como quiser, mas insisto neste conselho: quanto mais você se habituar a digitar as palavras corretamente, melhor será para você mesmo. Sempre.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

A Obrigação e a Obrigatoriedade

São palavras
frequentemente usadas
como se tivessem
o mesmo significado.


Numa redação, você pode usar as duas palavras, mas não use uma no lugar da outra. Seus significados têm relações entre si, mas são diferentes. A obrigação é a condição de ser obrigado(a) a fazer algo. A obrigatoriedade é a condição do que é obrigatório. "Obrigatório" é aquilo que é exigido. No sentimento de obrigação, a pessoa assume que tem que fazer algo. Na obrigatoriedade, a pessoa se sente pressionada, forçada a fazer, seja por meio de uma lei, uma ordem ou de qualquer outra forma. A obrigatoriedade é uma coerção (sujeição sob pressão).
Em outras palavras: a obrigação é o ato de assumirmos nossa própria responsabilidade pela realização de algo. A obrigatoriedade é o ato de termos que fazer algo sem que nos seja dado o direito de optar por não fazê-lo. A obrigação também ocorre mediante certas circunstâncias. Por exemplo, quando as condições do tempo não são favoráveis e o piloto de uma aeronave assume a obrigação de não decolar, isto é uma obrigação para garantir sua própria segurança e a de outras pessoas que estariam com ele no veículo (avião, helicóptero, etc.). A obrigatoriedade se refere a uma situação em que um indivíduo realiza algo por não ter outra opção. É o ato de induzir ou pressionar alguém, fazendo tal pessoa cumprir algo através da força, de ameaças ou de chantagens.
Em direito, a obrigação é uma relação entre pelo menos duas pessoas, sendo uma o credor ou sujeito ativo e a outra o devedor ou sujeito passivo. Ao devedor cabe o débito e, portanto, a responsabilidade que ele mesmo assume que tem que cumprir. Ao credor, cabe receber seus direitos. Neste caso, as obrigações resultam de um conjunto de leis que regem relações estritamente jurídicas. 

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

A Compreensão e o Entendimento

Ilustração do Arquivo Google.
Há diferenças
entre "compreender"

e
"entender".



A compreensão e o entendimento de um texto são elementos fundamentais para alguém alcançar o objetivo desejado através de sua redação. A ilustração mostra como isto acontece. O esquema é semelhante ao caso em que uma pessoa fala e a outra escuta (lembre-se que "escutar" e "ouvir" também são coisas diferentes entre si). O "emissor" é a pessoa que escreve, o "receptor" é o leitor, o "canal" é o texto e a mensagem é a própria redação com as informações que ela contém.
Uma frase que faz parte de uma velha piada, "entendi mas não compreendi", faz muita gente pensar que "entender" e "compreender" são palavras com o mesmo significado. O ato de ouvir se refere apenas ao sentido da audição. Uma pessoa pode ouvir e não entender o que ouviu. A pessoa escuta quando presta atenção ao que a outra fala e entende claramente o que foi dito. É claro que esse entendimento também dependerá da clareza com que a outra pessoa fala, pronunciando empregando as palavras corretamente. As diferenças entre entender e compreender um texto são semelhantes às diferenças entre ouvir e escutar. 
A compreensão é um processo psicológico que nos leva ao entendimento do significado de algo. Como o nosso tema é "redação", refiro-me, neste caso, à compreensão por parte do leitor em relação ao que o autor da redação escreverá para ele ler. Isto nos leva a lembrar o que eu já disse na postagem anterior: quando você estiver escrevendo, ponha-se no lugar do leitor. A compreensão do leitor é a forma como ele assimila o que está escrito. É o que se chama "interpretação de texto". Para o leitor interpretar o texto corretamente, o autor da redação precisa escrever corretamente. "Escrever corretamente" significa empregar as palavras e expressões ortograficamente corretas, adequadas ao contexto e propícias tanto para o objetivo da redação quanto para a categoria de leitores a que ela se destina. 
No processo de compreensão, é necessária a interpretação correta, que depende tanto da capacidade do leitor interpretar quanto da capacidade do autor do texto escrever de forma correta e objetiva. O autor tem a obrigação de escrever de forma a ajudar o leitor a desvendar as mensagens contidas na redação de forma que este compreenda os sentidos do texto e do contexto. É isto que leva o leitor ao entendimento, que é o ajuste de ideias que pode, inclusive, ajudá-lo ou influenciá-lo na formação de sua opinião. Novamente, aí está mais uma razão para que o autor produza sua redação não como ele quer, mas como ela tem que ser produzida: com o uso de palavras e expressões adequadas, de acordo com o tema e o contexto, e com argumentações bem fundamentadas. 

domingo, 19 de novembro de 2017

Ponha-se no lugar do leitor.

Numa redação,
nem sempre
podemos escrever
como quisermos.


Muita gente diz que a língua portuguesa é muito difícil porque tem muitas palavras com o mesmo significado e, em alguns casos, muitos significados para uma mesma palavra. Na verdade isto também ocorre em vários idiomas, não é uma "exclusividade" lusofônica. Além disto, é exatamente essa diversidade de palavras e de significados que facilita a qualidade na comunicação. 
Talvez você conheça o dito popular que ensina que, antes que digamos algo, temos que nos colocarmos no lugar de quem nos ouvirá. A mesma regra deve ser considerada como escrevemos: temos que nos colocar no lugar de quem lerá nossos textos. Para você ter certeza de que sua redação estará em condições de obter seu objetivo, você terá que usar uma linguagem que esteja ao alcance da compreensão de quem a lerá. É por isto que essa variedade de palavras para um significado e de significados para uma palavra nos ajuda a produzir redações qualitativas.
O exemplo na ilustração mostra uma página de um dicionário mostrando três definições distintas para a palavra "família": "núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos", "grupo de pessoas ligadas por uma mesma ancestralidade" e "pessoas ligadas entre si pelo casamento de duas pessoas e pela filiação, pela adoção, etc.". Há também outros significados para "família": Na zoologia, significa um determinado grupo ao qual pertencem tipos de animais diferentes: equídeos (cavalos, burros, etc.), paquidermes (hipopótamos, elefantes, etc.), etc. Na botânica, definem grupos aos quais pertencem vegetais com características comuns. Em economia, a palavra "família" é muito usada como referência a um grupo de produtos de uma mesma marca, bem como também para produtos de marcas diferentes mas com algo em comum - produtos de limpeza (sabões, detergentes, etc.); eletrônicos (televisores, computadores, etc.); produtos de comunicação (telefones, interfones, microfones, etc.). Há também as famílias de produtos alimentícios, impressos (jornais, revistas, etc.), entre outras.
Aos que têm dificuldades para se lembrar de palavras diferentes para um mesmo significado, sugiro que treinem em casa fazendo redações com o auxílio de um bom dicionário. Isto sempre gera ótimos resultados com o tempo. Para o uso de palavras com significados diferentes dos originais, há situações em que as metáforas, a linguagem figurada e os sentidos figurados são ótimos recursos, desde que usadas na medida adequada e para as finalidades adequada. Leia mais sobre isto aqui.

sábado, 18 de novembro de 2017

O BRICS Não é um Bloco Econômico

Estes são os blocos econômicos.
A forma correta
é "o BRICS",
não é 
"os BRICS".

Tanto nos concursos públicos como nos exames vestibulares, as provas de português incluem conhecimentos gerais. Além das questões sobre regras ortográficas e gramaticais, elas incluem interpretações de textos sobre economia, política e atualidades de diversas áreas. Isto obriga o candidato a estar a par de tudo que acontece nesses setores. É o que também pode ocorrer no que se refere às redações. Entre os temas sempre possíveis de serem exigidos estão os que se referem a blocos econômicos. Eis por que muitas pessoas – especialmente as que procuram empregos – precisam saber o que são, como se formam, qual a finalidade desses blocos.
Com frequência, através dos telenoticiários, repórteres costumam se referir ao BRICS como se este fosse um "bloco econômico". Não faça isto numa redação. Inicialmente, "BRICS" era a sigla para Brasil, Rússia, Índia e China, criada pela instituição financeira norte-americana Goldmam Sachs para identificar os cinco países de economia emergente que mais se destacaram no final dos anos 1990. A partir de 2011, o grupo passou a se chamar "BRICS" por causa da inclusão da África do Sul. 
Um bloco econômico é um grupo formado por países que se associam para estabelecer relações comerciais comuns entre si. Esta definição não está errada, mas está incompleta. Essa associação de países estabelecer relações comerciais entre eles tendo como principal objetivo a redução de tarifas alfandegárias para facilitar a introdução dos produtos fabricados em cada país (roupas, alimentos, veículos, material eletrônico, medicamentos, etc.) no mercado internacional. Para isto, é necessário que os países que integram o mesmo bloco econômico estejam situados numa mesma região e tenham fronteiras entre si. Este não é o caso do BRICS, grupo que conta, por exemplo, com o Brasil, que se situa na América do Sul; a China, país da Ásia, e a África do Sul, um país africano. Muitos jornalistas também cometem o erro de dizer "os BRICS". O "S" da sigla não representa um plural, foi colocado apenas para representar a África do Sul (em inglês, "Soulth Africa"). Embora inclua vários países, o BRICS é um grupo. Portanto, o artigo masculino ou feminino que preceder a sigla terá que estar sempre na forma singular.
O primeiro bloco econômico a ser organizado no mundo foi a Comunidade Econômica Européia (CEE). Sua fundação ocorreu em 1957.  Atualmente é conhecido como ”União Européia” (UE). Formado por 15 países da Europa Ocidental, o grupo recebeu o novo nome em 1991, quando foi assinado o tratado de Mastrich, que só entrou em vigor em 1993, ao ser firmado um acordo com a União Política e a União Monetária Econômica. Deste acordo resultou a criação do euro como unidade monetária única entre os países membros. Além da UE, destacam-se entre os blocos econômicos mais importantes a Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) e o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta). A Apec surgiu em 1993 com o objetivo de criar uma zona de livre comércio entre os seus 20 países membros (Austrália, Brunei, Canadá, Indonésia , Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura, Coréia do Sul, Tailândia, Estados Unidos, China, Hong Kong, Taiwan, México, Papua Nova Guiné, Chile, Peru, Federação Russa e Vietnã) até 2020. Apesar de Hong Kong não ser um país (pertence à China), participa do grupo de forma independente do governo chinês.
O Nafta iniciou suas atividades em 1988, quando os Estados Unidos e o Canadá decidiram integrar suas economias. Em 1993 recebeu a adesão do México. Em 1994, um tratado estabelecido entre os três governos entrou em vigor para eliminar totalmente as barreiras tarifárias entre eles num prazo de 15 anos. Isto contribuiu para o crescimento da circulação de mercadorias entre os três países, que chegou a 156% entre 1990 e 1999. Esse fato ajudou a economia mexicana a se colocar entre as 15 maiores do mundo.
O Brasil tem participações em várias associações internacionais. Uma das principais é o Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul), que tem este nome porque os primeiros países membros formam a figura de um cone na extremidade sul do mapa da América do Sul. O bloco foi criado em 1991 com a união entre o Brasil, a Argentina e Uruguai. Em 1995, instalou-se a Área de Livre Comércio, que permitiu a circulação de 90% de todas as mercadorias produzidas nos três países com isenção total de tarifas de importação. O Chile solicitou sua admissão ao Mercosul em 2000, mas em dezembro do mesmo ano decidiu firmar uma cordo com os Estados Unidos e por isto seu pedido foi suspenso. Mesmo assim, permaneceu como membro associado, e o Panamá, o México e a Venezuela iniciaram negociações para assinar um acordo de comércio com o bloco.
Existem vários tipos de blocos econômicos. Todos têm as mesmas finalidades básicas: minimizar os problemas econômicos de cada país ou grupo de países e, ao mesmo tempo, facilitar a introdução de suas mercadorias no comércio internacional. Entretanto, existem basicamente três tipos de blocos econômicos:
  • Mercado Comum – o Mercosul é um exemplo deste tipo de bloco. Caracteriza-se por permitir a livre circulação de serviços, capitais e pessoas entre os países que participam do grupo.
  • União Aduaneira -  os blocos deste tipo abrem mercados internos de cada país membro aos demais participantes do mesmo bloco e regulamentam o comércio do bloco com nações de outras associações. O Mercosul também tem características como estas, sendo ao mesmo tempo um mercado comum e uma união aduaneira.
  • União Econômica e Monetária – A União Européia, que criou o euro, é um exemplo deste tipo de bloco. Tem as mesmas caracteristicas de um mercado comum, mas acrescenta a elas a adoção de uma política de desenvolvimento e o estabelecimento de uma moeda única.

Há também as Zonas de Livre Comércio. Estas são regiões onde se localizam países que têm fronteiras entre si mas se unem para para eliminar ou pelo menos reduzir as taxas alfandegárias incidentes sobre trocas de mercadorias entre os países do mesmo grupo.

        quarta-feira, 15 de novembro de 2017

        Estabelecer parâmetros numa redação é sempre uma boa ideia.

        O ponto indicado pela seta
        é um parâmetro
        entre as duas linhas.
        Eles são
        sempre úteis

        para o leitor
        entender o texto

        com mais facilidade.

        Na matemática e em ciência da computação, um parâmetro é um valor definitivo proveniente de valores variáveis. Numa redação, a palavra "parâmetro" assume um sentido metafórico. No texto, os parâmetros são usados para fortalecer os sentidos dos argumentos. Numa redação sobre estatísticas de uma população, o parâmetro pode ser, por exemplos, a faixa etária de pessoas interessadas em um tipo de esporte, o número de estudantes que gostam de praticar a leitura diária, etc. No entanto, é preciso ter o cuidado de não confundir esses parâmetros com a média amostral. "Média amostral" é o resultado estatístico obtido através de uma coleta de informações provenientes de uma variável aleatória. Essa "variável" é o conjunto de dados relacionados ao objeto da pesquisa estatística (por exemplo, o número de pessoas que preferem um determinado candidato a uma eleição presidencial).
        Na redação, um parâmetro é um ponto em comum em duas ou mais coisas numa comparação. É um padrão, uma regra, um princípio pelo qual se estabelece uma relação entre pessoas, coisas ou fatos diferentes. Os uniformes dos jogadores de um time de futebol, por exemplo, são padronizados. Neste caso, o uniforme do time é um parâmetro. Na geometria, o cruzamento entre duas linhas estabelece como parâmetro o ponto no qual ocorre o cruzamento. Aí, o ponto é um padrão porque o mesmo pertence a duas linhas. Numa redação, se o texto for referente a uma pesquisa que o redator fez em vários livros, os padrões são os aspectos em comum que ele encontrou em cada livro sobre o tema abordado.
        O uso de parâmetros sempre enriquece a redação. Uma das formas mais fáceis de estabelecer parâmetros no texto é a citação de exemplos de fatos diferentes para argumentar o mesmo tema. Nesses casos, os parâmetros se tornam inevitáveis e os leitores os identificam com muita facilidade, pois são exemplos diferentes relacionados a um mesmo tema. 

        terça-feira, 14 de novembro de 2017

        "Produto em promoção" não significa "produto mais barato".

        Lembre-se disto
        quando fizer uma redação
        sobre prática comercial.

        Muita gente interessada em comprar um determinado tipo de produto se sente atraída quando o anúncio de um estabelecimento comercial informa que o mesmo está "em promoção". Depois, sentem-se decepcionadas ao perceber que o preço praticado não era tão baixo quanto esperavam. A razão é simples: "produto em promoção" nem sempre é "produto mais barato". Quando você quiser fazer uma redação sobre preços praticados no mercado, lembre-se disto. 
        Pode ser que um dia, profissionalmente, você tenha que fazer redações sobre marketing promocional. Mesmo como consumidor, você precisa saber que o marketing promocional é o que conhecemos como "promoção". É prática do "merchandising". Trata-se, portanto, da promoção de um produto ou um serviço, ou de sua marca, para que os consumidores ou clientes percebam sua qualidade de modo que vejam isto como algo mais importante do que simplesmente o preço. As atividades promocionais aplicadas a produtos, serviços e marcas são feitas buscando a interação entre esses itens e seu público-alvo (o tipo específico de consumidores ou clientes a quem eles possam interessar) para promover as vendas. 
        Vem daí o nome popularmente mais conhecido para essa atividade comercial: "promoção". É desnecessário dizer que a promoção visa atrair mais consumidores e clientes, pois este é o principal objetivo de qualquer atividade do marketing. Entretanto seu objetivo principal é incrementar a percepção do valor do produto usando-se técnicas e pontos de contato (locais de venda, visitas domiciliares, etc.) com destaques que ativem a compra.
        Isto quer dizer que "promoção" não tem relação alguma com "desconto". O desconto é uma das muitas formas de promoção. Às vezes um consumidor diz: "Comprei o produto tal, na loja tal, e custou o preço tal." Ou seja: o desconto não foi a promoção; a promoção propriamente dita foi ativada pela pessoa que comprou o produto. Em outras palavras: o consumidor ajudou a promover o produto. É uma forma de comunicar sobre a existência do produto no mercado fazendo com que as pessoas que os compram os divulguem.

        segunda-feira, 13 de novembro de 2017

        Os Gêneros Textuais

        Não há definições específicas
        para gêneros textuais.


        Nem sempre nos damos conta disto, mas é verdade: nós fazemos e lemos redações todos os dias ou quase isto. Quando não lemos, ouvimos quem lê, seja o apresentador do noticiário da televisão, o locutor do rádio ou alguma outra pessoa num determinado momento ou por alguma razão. Também nos deparamos frequentemente com redações nas ruas, seja em letreiros ou em outdoors. Estou me referindo aos chamados "gêneros textuais".
        Embora sejam diferentes entre si, esses gêneros têm alguns aspectos em comum. Pode, por exemplo, apresentar o mesmo tipo de informação em tipos de linguagem diferentes. Podem ser diferentes também quanto à estrutura textual. O que nos torna capazes de produzir boas redações é principalmente a nossa capacidade de pensar. É essa capacidade que nos dá, entre outras coisas, a condição necessária para estabelecer a estrutura do texto a ser escrito por meio de um esquema que inclui basicamente uma afirmação geral sobre o assunto, uma ou mais considerações sobre o tema e outros fatos relacionados a ele, comparações, uma ou mais perguntas e o estilo da narração. Esta é a estrutura básica para facilitar as condições para o autor da redação criar sua própria estrutura textual.
        A partir disto, o conteúdo do desenvolvimento do texto poderá ser organizado de várias maneiras. Essa organização poderá ser como o autor quiser, desde que esteja de acordo com as propostas do tema, do próprio texto e das informações que ele pretende incluir. Se o texto for dissertativo - como nas redações exigidas no Exame Nacional de Ensino Médio e nos vestibulares - a persuasão aparece claramente para o leitor, pois é impossível evitá-la. Neste caso, o tema deve ser abordado com argumentos e citações capazes de comprovar o raciocínio lógico.
        Assim se configura o gênero textual, definindo-se através da organização das informações linguísticas e de acordo principalmente com a finalidade da redação. Não há uma definição exata de gêneros textuais, que são muitos. Eles se definem pela sua natureza, os objetivos e para satisfazer as necessidades na comunicação. Resumindo: o gênero textual é uma questão de necessidade no momento e quanto à finalidade da redação. 

        sábado, 11 de novembro de 2017

        A Importância da Escrita Correta

        As ortografias corretas são as pretas.
        A ortografia correta
        facilita a informação
        e a comunicação.

        A informação e a comunicação são coisas diferentes. A comunicação resulta de uma relação entre informações dadas e informações recebidas. Ou seja, resulta de uma troca de informações entre dois ou mais interlocutores. Para entender isto melhor, leia aqui. A qualidade da comunicação depende muito da qualidade das informações, e a qualidade destas depende muito das formas como elas são expressas, tanto por meio da fala quanto através da escrita. 
        Este é um dos principais problemas nas redações feitas por estudantes no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem): a baixa qualidade nas formas como eles se expressam. São muitas as palavras ortograficamente erradas, palavras e expressões que não se enquadram no contexto, etc. Os erros mais comuns são quanto à ortografia. Muitos estudantes estão transportando os vícios adquiridos pelas formas como se comunicam através das redes sociais online, do WhatsApp, etc., para as redações nas provas. O hábito de escrever corretamente - mesmo nas redes sociais - precisa ser preservado. 
        O hábito de escrever bem (corretamente e em linguagem agradável) não somente facilita a comunicação entre as pessoas como também ajuda a pessoa a desenvolver suas habilidades em redação. Somado ao hábito de escrever bem, o hábito da leitura também auxilia no contato com diferentes tipos de textos para diferentes finalidades, na descoberta de novas palavras e expressões e na formação de ideias para formar argumentos bem fundamentados nas redações.
        Quando um estudante faz uma redação, ele sabe que tem que escrever o que será lido por outras pessoas. Por isto ele precisa deixar de pensar na forma como ele mesmo entende o que escreve e lembrar que tem escrever de forma que seu texto seja compreendido pelas outras pessoas. O mesmo acontece em outros momentos na vida. Nas redes sociais, muitas pessoas usam muito a palavra "mais" quando querem dizer "mas". "Mas" é uma palavra que tem o mesmo significado de "porém", "contudo", "no entanto", etc. "Mais" é uma palavra que significa acréscimo, somo, adição. O uso de uma das duas palavras em lugar da outra não é o uso de uma palavra escrita de forma errada, mas de uma palavra correta mas com um significado que não lhe pertence, e isto pode fazer com que o entendimento da mensagem por quem a lê seja equivocado. 
        É preciso respeitar o direito de cada pessoa fazer suas postagens ou comentários na Internet como quiserem, mas aconselho a abandonarem aquelas "abreviações" que chamam de "internetês" ("pq" ao invés de "porque", "q" ao invés de "que", etc.) a digitarem as palavras completas e corretamente. Isto ajuda a evitar equívocos na comunicação e a manter na memória as ortografias corretas, o que será muito importante quando tiverem que fazer redações numa prova. O conselho é dirigido aos não estudantes também.

        sexta-feira, 10 de novembro de 2017

        A Redação como Recurso para Redarguir

        Quando o aluno não faz a redação no Enem,
        demonstra sua incapacidade de redarguir.
        Para fazer 
        uma boa redação,
        é preciso
        saber redarguir.

        "Redarguir" é responder a uma pergunta ou revelar uma opinião contra o que foi dito por alguém, mostrando argumentos concretos e, se possível, citando exemplos. No Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) e nos vestibulares, os participantes demonstram suas capacidades de redarguir coerentemente através das redações. É como se o tema proposto fosse uma pergunta ou uma sugestão para iniciar um assunto. A resposta é o que o aluno, a aluna ou o(a) concorrente a uma vaga num curso superior exporá em seu texto. Esta é uma das razões pelas quais o ato de não fazer a redação no Enem é motivo para reprovação. 
        Muita gente pensa que "revidar" é responder de maneira ríspida e agressiva. "Revidar" significa apenas "contradizer", dar uma resposta imediata demonstrando uma opinião contrária. Mas lembre-se: "opinião contrária" não é o mesmo que "opinião diferente". Mesmo sendo diferentes, duas opiniões podem ser complementares, sendo uma em apoio à outra acrescentando algo. "Opinião contrária" é uma opinião contra outra. "Redarguir" é revidar com argumentos.
        Na redação, o argumento pode ser retórico ou dialético. É retórico quando a ele são acrescentados justificativas e/ou exemplos. É dialético quando surge por meio de uma justaposição entre duas afirmações contrárias. No segundo caso, as duas afirmações se tornam um argumento e um contra-argumento. O contra-argumento é simplesmente um argumento contra outro. Em toda redação redação argumentativa, a finalização se dá através do estabelecimento de uma "verdade" (sob o ponto de vista do autor) como consequência lógica de uma série de informações que ele mesmo expõe ao longo do texto. Essa "verdade" é um argumento dedutivo. Não é já a conclusão, mas uma espécie de parágrafo preparatório para a conclusão.
        Todos os argumentos anteriores são premissas. Uma premissa é uma hipótese sugerida como verdade, mas tanto as premissas como a conclusão podem ser "verdadeiras" ou "falsas". É muito importante que o autor da redação não confunda essa "verdade" com "validade". O que é verdade para ele não o é para outras pessoas que lerão a redação. A isto chamamos de "verdade relativa", pois é uma questão de ponto de vista. A validade não se refere ao estabelecimento da verdade, mas aos fundamentos dos argumentos. Eis aí a razão pela qual estudantes que estão encerrando o ensino médio sem saber fazer uma boa redação é muito preocupante. São pessoas que estão se preparando para iniciar um curso de nível superior para se tornarem médicos, engenheiros, advogados, etc., sem saber expor argumentações.