terça-feira, 8 de novembro de 2016

Ler redações de outros estudantes é desperdício de tempo.


De maneira certa ou errada,
cada pessoa desenvolve
seu jeito próprio
de se expressar.

Há na Internet muitos sites sovre redação cujos autores recomendam a seus leitores a leitura de redações de estudantes que foram bem suxedidos em vestibulares, no Enem, etc. Isto é um erro. É preciso lembrar que, nas provas, o mais importante em sua redação é você demonstrar como você se expressa através da escrita. Portanto, ver como outas pessoas se expressam é interessante,  mas o msis importante é você mesmo procurar desenvolver e procurar sempre melhorar sua própria forma de se expressar. Por isto, ficar lendo redações de outras pessoas com o intuito de, através delas, conseguir melhorar o seu nível de redação será desperdício de tempo. Aproveite melhor esse tempo destacando quais são suas principais dificuldades quanto à gramática e concentre seus estudos nisto. Se precisar, solicite orientações do seu professor de Língua Portuguesa para isto.
Outro detalhe importante: na redação de outro estudante, você lerá a opinião dele sobre o tema proposto e os argumentos que ele usou para embasá-las. Na sua redação, você terá que expor sua própria opinião, que certamente será diferente da dele mesmo se as duas tiverem aspectos em comum. Esses aspectos podem ser usados na sua redação como contrapontos (leia o artigo sobre o contraponto) mas seus argumentos não serão os mesmos dele. Portanto, ao invés de perder tempo lendo argumentos alheios, treine redação buscando desenvolver os seus. 
Em artigos anteriores, expliquei que o texto de uma redação exige o domínio de capacidades linguísticas (ortográficas, gramaticais, etc.). Portanto, em suas redações, você terá que demonstrar suas próprias capacidades de formular seus próprios pensamentos e expressá-los através de uma escrita ortograficamente e gramaticalmente correta. Entretanto, acima de tudo isto, você terá que organizar bem as suas ideias no texto. Para isto, ao invés de desperdiçar tempo lendo redações de outros estudantes, leia notícias em jornais impressos e online para se manter bem informado sobre assuntos recentes, estude bem a gramática e faça suas próprias redações para praticar o desenvolvimento de sua própria comunicabilidade. 

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Não há justificativa para chegar atrasado no Enem.

A prova é realizada
sempre à tarde.
Por isto,

na maioria dos casos 
o atraso não se justifica.

Novamente, como acontece em todos os anos, muitos alunos não puderam fazer as provas do Enem porque chegaram atrasados. A maioria das "desculpas" foi a mesma de sempre: escassez de ônibus, trânsito ruim, etc. No entanto estas não são justificativas para isto. As provas são sempre realizadas num sábado e num domingo à tarde. Portanto, o verdadeiro motivo que com que o aluno chegue ao local da prova com atraso é este: falta de organização. 
No Rio de Janeiro, quando ocorre o Rock in Rio, milhares de jovens chegam ao local do show na véspera e passam a noite ali para ver seus artistas prediletos se apresentarem no dia seguinte. Em todas as capitais do país, acontece o mesmo quando há mega shows. Por que não fazem o mesmo quando têm que fazer uma prova no dia seguinte? Por que não saem de casa pelo menos três ou quatro horas antes? Afinal, cono bem lembrou um amigo meu, para quem espera três ou quatro horas no local até o portão da escola ser aberto, é bem mais vantajoso do que perder a prova por chegar cinco minutos depois.
Quem participará do Enem num ano tem que começar a organizar tudo pelo menos desde junho ou julho do ano anterior. Dois meses antes da data da prova, já é possível planejar estratégias para driblar possíveis dificuldades de transporte para o local da prova. É importante ir ao local assim que já souber onde a prova será realizada. Além de aprender como chegat lá, o aluno já conhecerá o local da prova, o que lhe facilitará muitas coisas.
O tema para redação também nunca é uma surpresa. É sempre um tema político, econômico ou social que venha causando polêmica recentemente. Portanto, para você não ser surpreendido, basta estar sempre se atualizando, buscando novas informações sobre os fatos jornalisticamente mais importantes. Quanto a chegar atrasado ao local das provas, que fique a lição para quem fará as provas em dezembro ou no próximo ano. 

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

O Texto Crítico

O contraponto
é um recurso interessante
que pode ser usado
em redações no Enem.


O conhecimento é o ato de saber. Quando eu digo que conheço uma pessoa, estou dizendo que sei fatos relacionados a ela. Ou seja: tenho informações sobre ela. Partindo deste raciocínio, conclui-se que a denominação "conhecimentos gerais" engloba todas as informações possíveis de ser acumuladas por uma pessoa. O principal objetivo de uma redação feita pelo aluno no Exame Nacional de Ensino Médio é obter uma avaliação de seus conhecimentos gerais. Isto inclui tudo que ele aprendeu no curso e na vida, estudando as disciplinas escolares, lendo revistas, jornais, assistindo a telejornais, etc.
Na redação, não bastará que ele saiba alguns fatos sobre o tema proposto. Ele terá que argumentar suas opiniões a respeito do assunto. A maioria dos estudantes sabe disto, mas a maioria dos professores de Língua Portuguesa não lhes ensina uma coisa muito importante para isto: o contraponto - uma das principais coisas que eles têm que saber fazer para fundamentar seus argumentos.
A palavra "contraponto" é bem conhecida pelos músicos. É o ato de escrever duas melodias diferentes e executá-las em conjunto, sobrepostas, combinando-as. Fora da área musical, tem sentido semelhante: os pontos em comum entre coisas divergentes, que podem ser, por exemplo, duas opiniões. Numa redação, os contrapontos são pontos de vista em comum que o autor encontra entre sua própria opinião e a de outra pessoa, destacando-os no texto. Caberá ao autor do texto revelar aspectos nas duas opiniões que façam com que ambas pareçam ter algo em comum. Esta é a forma de justificar que, embora sejam pontos de vista diferentes, possam ser tratados dentro de um mesmo tema. Posso citar como exemplo uma informação contida em duas frases.

- A mulher que vi ontem no cinema é muito bonita. Outras pessoas apenas a acham atraente. 

A primeira frase informa que a mulher é bonita. A segunda diz que outras pessoas não concordam com isto. Entretanto, em ambas as opiniões, há um ponto de concordância: ela tem algo que a torna atraente. Observe os dois significados contidos na mesma palavra: "contra" é tudo que não é a favor; "ponto", neste caso, é "ponto de vista", "opinião". Se você vai participar do próximo Enem, é importante que saiba isto. Na redação, você terá que expor sua opinião sobre o tema e justificá-la com outras que você conheça. 

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A Comunicabilidade e a Comunicabilidade em Redação

É muito importante
procurar sempre
desenvolver
o grau de comunicabilidade
.



Em alguns artigos anteriores, abordei a Importância da comunicabilidade. Ela não é importante apenas para a obtenção de uma boa nota en redação numa prova; é importante principalmente para o desempenho que o estudante de hoje terá que exercer em qualquer atividade profissional no futuro. A comunicação é algo que já tem presença marcante em sua vida e, no futuro, essa presença será ainda muito mais marcante. 
Em primeiro lugar deve-se saber qual é a diferença entre "comunicação" e "informação". A comunicação envolve o processo de trocas de informações entre duas ou mais pessoas. Quando é publicado, por exemplo, num condomínio, um texto iniciado por "Comunico aos moradores...", percebe-se o erro quanto ao uso da palavra "comunico". A forma correta para iniciar o texto é: "Informo aos moradores...". Entretanto, numa redação como as que têm que ser feitas nas provas por estudantes ou candidatos a empregos, por exemplo, estabelece-se a comunicação entre o autor da redação e seus leitores (neste caso, os corretores). Estes, para corrigi-la e lhe dar uma boa nota, precisarão entender bem a mensagem contida na redação. É aí que se destaca a necessidade do melhor nível possível de comunicabilidade. 
Geralmente a informação é definida como o conjunto de tudo que resulta do processamento, da manipulação e da organização de dados. É preciso acrescentar que esse processamento, essa manipulação e essa organização precisam garantir um resultado qualitativo que facilite a compreensão de quem receberá a informação. No caso de uma redação, quem receberá a informação é a pessoa que a lerá.  Isto significa que a redação tem que ser feita de modo que o autor facilite o entendimento correto da informação. O verbo "informar"  vem da junção do prefixo "in" ("dentro" em latim) com o verbo "formar". Portanto, "informação" é a formação da compreensão da mensagem dentro das mentes das pessoas que a recebem.  Eis por que o grau de comunicabilidade do autor é tão importante. 
A comunicabilidade se confirma pela capacidade de otimização da comunicação. Isto só acontece quando a redação contém todos os detalhes gramaticalmente corretos, mensagens completas e concisas. Por isto há três coisas que não podem ocorrer numa redação: falta de detalhes importantes, deformação na informação e perda de produtividade. O cuidado para não faltar detalhes importantes na informação obriga o autor da redação a demonstrar que sabe escolher esses detalhes. Para evitar a deformação na informação, é necessário escolher as palavras e as expressões mais apropriadas quanto ao tema e às pessoas que a lerão. O mesmo será também necessário para evitar a perda de produtividade do texto. 

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Letras e Fonemas


Vogais e consoantes
não são letras,
são fonemas. 

No Brasil, ainda há professores de Língua Portuguesa que ensinam aos alunos que as letras "a", "e", "i", "o" e "u" são vogais e as demais são consoantes. Isto não é correto. O que se classifica como vogais e consoantes ou consonantais são os fonemas, não as letras. Os fonemas são as variações sonoras que ocorrem quando pronunciamos as palavras. As letras são sinais que usamos para representar os fonemas nas grafias das palavras. 
Além dos fonemas vogais e consoantes, há os semivogais. Os vogais são representados pelas letras "a", "e" e "o". Os semivogais, pelas letras "i" e "u". Os fonemas vogais são causados pela vibração das cordas vocais. Enquanto as palavras são pronunciadas, eles passam por um processo de transformações causadas pela passagem de ar através da boca. Com os consoantes, acontece o contrário. Os semivogais se posicionam entre vogais e consoantes. 
O objetivo principal de quem acessa o Redafácil é buscar orientações sobre redação. No entanto, é importante que também conheça esses detalhes sobre letras e fonemas, pois as letras são os principais sinais gráficos que representam os sons das pronúncias. Conhecendo esses detalhes, os alunos ganham mais condições para reconhecer o valor de cada letra. Esse reconhecimento lhe dará  condições básicas para valorizar e identificar a importância da escrita correta. Quanto mais aprendemos sobre detalhes das pronúncias, melhores se tornam nossas condições de representá-las adequadamente num texto.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

A Construção de um Período

Há períodos
simples e compostos.

Há no Redafácil outros artigos referentes ao erro que se comete ao dizer que, numa redação, "período" e "parágrafo" são a mesma coisa. Nesses mesmos artigos estão explicadas as diferenças. Com frequência, ouvimos dizer também que "oração" é o mesmo que "frase", o que também não é verdade, e as diferenças neste caso também estão explicadas em artigos sobre frases e orações. 
Há períodos que são constituídos por apenas uma oração, e talvez este seja o motivo que faz algumas pessoas cometerem o erro de pensar que "período" e "oração" sejam a mesma coisa. Nestes casos específicos o período é simples, mas há também os períodos compostos. 
O período simples é aquele em que os termos essenciais, integrantes e assessórios de uma oração podem ser representados por outra oração. Analisemos o período abaixo:

- Os dias passam, a semana finda, o mês também. 

No exemplo acima há três orações: "os dias passam", "a semana finda" e "o mês também". Embora diferentes entre si, são orações de mesma natureza. São autônomas, independentes, cada uma com sentido próprio, mas ao mesmo tempo cada uma das seguintes complementa a anterior. São, por isto, orações coordenadas. Portanto, o período, neste exemplo, é composto por coordenação. Agora, observe o exemplo seguinte:

- Eu não imaginava que aquilo que os cientistas descobriram era tão importante. 

Há também no exemplo acima três orações: "eu não sabia", "que aquilo que os cientistas descobriram" e "era tão importante". Porém, este exemplo difere do anterior quanto à estrutura. A primeira oração já contém a declaração principal do período, pois nela eu confirmo que eu não sabia de algo. Entretanto, para completar a comunicação, precisei recorrer ao emprego das outras duas. Isto tornou cada uma das três dependente das outras duas. Neste caso o período é composto por subordinação. Quando isto acontece, una das orações, mesmo sendo subordinada a outra ou às outras, é a principal. No exemplo, esta é "era tão importante". É a que define a mensagem contida no período. 
Isto significa que a oração principal, mesmo que seja subordinada a outra ou outras, sempre se torna um suporte às outras. É o sustentáculo do período em que está inserida. Entretanto, é importante lembrar estas três definições básicas:

- A oração principal não exerce funções sintáticas em outra oração do mesmo período. 
- A oração subordinada sempre exerce uma função sintática outra oração porque é um termo ou faz parte de um termo desta.
- A oração coordenada nunca é termo de outra oração nem se refere a esse termo, mas pode se relacionar com outra oração coordenada. 

São funções sintáticas o sujeito da oração, os objetos direto e indireto, o predicativo, o complemento nominal, o agente da passiva, o adjunto adnominal, o adjunto adnominal, etc. Portanto, não cometa o engano de pensar que é possível fazer uma boa redação sem se dedicar muito ao estudo da gramática. 

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Detalhes Importantes Sobre Datas nas Redações

Observe as relações
entre os artigos, 
as preposições e as datas.

Numa redação, se você pretender ou precisar mencionsr datas ou épocas,  é vpreciso estabelecer uma ordem cronológica correta e observar algumas regras importantes. Uma delas diz que o nome de um mês não pode ser precedido por um artigo (o, a, os, as, um, uma, uns ou umas) a menos que seja antecedido por um qualificativo ou tenha outra justificativa específica. 
Exemplos:

- Julho de 1945 foi marcado pelo fim da Segunda Guerra Mundial. 
- O memorável julho de 1945 trouxe o fim da Segunda Guerra Mundial. 
- O julho ao qual me refiro foi o de 1945.
- Aquele de 2005 foi, para mim, um janeiro muito importante. 

Em alguns casos, pode-se usar um artigo precedendo datas. Isto pode ocorrer em referências a datas comemorativas, como mostram os exemplos abaixo.

- O 7 de setembro é comemorado no Brasil com desfiles de militares, estudantes, etc.
- O 4 de julho é comemorado nos Estados Unidos como o Dia da Independência. 

Costuma-se usar a preposição "a" ou esta mesma preposição unida ao artigo "os" antes de uma data em que tenha ocorrido um evento relevante. Pode-se usar também  a preposição "em".  Exemplos:

- A 25 de agosto de 2016, o presidente da República assinou um decreto...
- Aos 25 de agosto de 2016...
- Em 25 de agosto de 2016...

O nome do dia da semana vem sempre precedido por um artigo, principalmente se estiver no plural. 

- O domingo passado foi chuvoso. 
- Isto acontece todos os sábados.
- Acontece às segundas e tercas-feiras.

Observação: "às" é a junção da preposição "a" com o artigo "as". Outra observação importante: a data (dia, mês e ano) deve ser sempre escrita por extenso. Exemplo:
28 de setembro de 1983 - esta é a forma correta. Numa redação não se deve escrever 28/09/1983 ou 28.09.1973. Não se trata de uma formalidade, mas de evitar qualquer possibilidade de dúvida. 

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

A Interdependência Tônica Entre as Palavras

A forma como escrevemos
tem relações
com a forma
como falamos.

Há pessoas que pensam que não é necessário observarmos a forma de falar corretamente para nos expressarmos corretamente também através da escrita. Tal pensamento é um grande equívoco. Na fala, o acento tônico ou átono de uma palavra (o acento que não aparece na grafia mas se evidencia na pronúncia) causa influências sobre a palavra seguinte. A observação desse fenômeno é de fundamental importância para nos orientamos sobre as palavras mais adequadas para usarmos e a sequência em que elas devem ser colocadas para melhor nos expressarmos na escrita. 
Estou me referindo a dois fenômenos conhecidos como "ênclise" e "mesóclise". Na ênclise, a situação de cada palavra depende do acento tônico da anterior para formar um todo fonético. Na próclise, é a palavra átona que faz com que o acento tônico da seguinte seja subordinado a ela. Os artigos definidos (o, a, os, as) e indefinidos (um, uma, uns, umas) e as preposições (a, e, de, que, etc.) são sempre procliticos (palavras que causam uma próclise). 
A ênclise e principalmente a próclise causam frequentes alterações nos vocábulos (palavras pronunciadas). Quando um vocábulo perde seu valor tônico, perde sua resistência. Por isto importante observarmos as palavras e a sequência de palavras mais adequadas na redação, pois as palavras escritas são representações gráficas dos vocábulos. 
Lembre-se: "palavra" é uma coisa, "vocábulo" é outra. A palavra é escrita e pronunciada, mas o vocábulo é a pronúncia da palavra. Basta observar que a própria palavra "vocábulo" é uma referência ao fenômeno vocal (relativo à voz).

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Acentos que Talvez Você não Conheça

Há tipos de acentos
pouco conhecidos
que precisam ser considerados.

Infelizmente, numa imensa maioria dos casos no Brasil, quando se trata de acentuação nas palavras, os professores de Língua Portuguesa ensinam aos alunos apenas dois tipos de acentos: os gráficos (agudo, circunflexo e crase) e os tônicos (que revelam as sílabas mais "fortes" na fala mas não aparecem na escrita). Há também outros tipos de acentos que precisam ser considerados. Para identificá-los basta pronunciar as palavras em que eles se encontram, mas não se deve confundi-los com acentos tônicos. Alguns autores de gramáticas os classificam como acentos afetivo e intelectual.
Ambos são considerados como tipos de acentos de insistência. São assim chamados porque, numa redação, embora não sejam representados graficamente, são percebidos pelo leitor por causa do contexto em que as palavras estão inseridas. Tome por exemplo a palavra "miserável". Há determinadas situações em que ela tem dois acentos. Um deles é o agudo, o qual aparece na grafia. O outro é afetivo ou emocional, que se destaca na sílaba "mi" quando a palavra está numa frase como esta:

- É uma situação de vida miserável. 

Neste caso a sílaba "mi" recebe um destaque semelhante ao da sílaba "rá". Graficamente, nos dois casos, a palavra tem apenas um acento. No segundo caso, porém, destaca-se também o emocional, mais conhecido entre os linguistas como "afetivo". É assim chamado por expressar um comentário sentimental.
Ocorre que nem sempre o realce sonoro de uma sílaba não considerada tônica aguça a sensibilidade de quem lê a redação. Às vezes é preciso usar um recurso para caracterizar uma noção contrastando-a com outra. Entra em cena, então, o acento intelectual. Observe os exemplos abaixo:

Tal medida foi arbitrária. 
Estes preços são abusivos.

Se o autor da redação quiser dar relevo aos significados das palavras "arbitrária" e "abusivos", tem que usá-las de modo a dar ao leitor a impressão de que as sílabas iniciais - "ar" e "a" - têm maior intensidade. É importante perceber que o acento intelectual difere do afetivo quanto às funções e quanto a certas particularidades fonéticas. O acento intelectual incide sempre sobre a primeira silaba da palavra, seja ela iniciada por uma vogal ou uma consoante. O afetivo incide na primeira sílaba somente quando a palavra é iniciada por uma letra consoante, mas recai na segunda sílaba se esta for iniciada por uma vogal. A principal semelhança entre ambos é que, para o leitor, eles ocorrem de forma sempre inesperada, e é principalmente isto que os difere dos acentos tônicos.