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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Os Dez Mandamentos para Uma Boa Argumentação

Para uma boa argumentação, é importante conhecer os significados de outras palavras relacionadas a ela. 




Uma palavra relacionada a outra não significa necessariamente uma palavra com o mesmo significado da outra. Entretanto, conhecer os significados de cada uma delas é fundamental para relacioná-las. Existem muitas palavras relacionadas à argumentação, mas para a produção de uma redação de ótimo nível, dez são suficientes. São as que estão relacionadas no quadro acima. Para facilitar o desenvolvimento do texto, aconselho que elas sejam consideradas na ordem em que estão apresentadas. 
  1. Argumento - É a capacidade de relacionar fatos, ideias, opiniões, teses, estudos, problemas, possíveis soluções, sugestões, etc., de modo que cada uma dessas coisas tenham o objetivo de embasar a ideia central da redação. O objetivo de uma argumentação não é fazer com que o leitor concorde com o que o redator diz. Embora um argumento tenha sempre o objetivo de convencer a outra pessoa de quem argumenta está coma razão, o principal objetivo da argumentação deve ser  facilitar para que o leitor entenda a linha de raciocínio do redator. Para isto o texto precisa ser conciso e preciso. Opiniões pessoais podem ser equivocadas, e por isto podem comprometer a veracidade dos fatos. Por isto, em vez de tentar fazer o leitor concordar com o que você diz, limite-se a mostrar a ele os motivos da sua opinião. É através da clareza desses motivos que ele poderá concordar com você - ou não, pois concordar ou não é um direito dele.
    O argumento deve ter um embasamento com afirmação de algo sempre baseado em estudos, pesquisas ou experiências pessoais ou informações de fontes que sempre devem ser citadas (jornais, livros, revistas, etc.). Os exemplos dados podem ser até fictícios, mas tem que ser coerentes com a realidade. Se você não tiver certeza dessa coerência, evite exemplos. Caso a fonte de informação seja uma pessoa, revele o nome completo e a profissão dessa pessoa ou qualquer tipo de relação que ela tenha com o fato. Por exemplo: se você fala sobre uma determinada doença, tem que dizer o nome do médico que deu tal informação e qual é sua especialidade. Se for uma revista, revele o título da matéria, o título da revista, o número da edição e a data em que foi publicada. Se for um jornal, o nome do jornal e a data da publicação.
    É preciso lembrar que "argumentar" não significa mostrar evidências. Significa investigar e citar fatos que geram opiniões diversas, mas com embasamentos para as opiniões mais próximas da coerência. Numa argumentação não se pode afirmar nem negar uma afirmação feita por outra pessoa, pois o objetivo é fazer com que o leitor visualize a linha de raciocínio de quem escreve, mas dando-lhe liberdade para ter contra-argumentos.
    Importantíssimo: o argumento só terá sentido se for sobre um assunto sobre o qual a pessoa que escreve está muito bem informada. 
  2. Raciocínio - É a ação ou forma de raciocinar, e "raciocinar" é relacionar deduções entre si para chegar a uma conclusão. O raciocínio é, portanto, nossa capacidade intelectual de utilizar uma ou várias proposições para obtermos conclusões através de mecanismos de comparações que nos tragam respostas ou explicações, mas estas podem ser falsas ou equivocadas. Numa redação, sempre existem vários raciocínios que devem relacionados entre si para formar o raciocínio central. É a isto que se chama "linha de raciocínio".
    Para que a linha de raciocínio tenha coerência, o autor deve apresentar já no início do texto o assunto e a problemática que o envolve, com o devido cuidado de evitar contradições. Os argumentos propriamente ditos devem ser apresentados no decorrer do texto, junto com os respectivos exemplos e as citações caso estas sejam necessárias. 
    As ideias devem ser arrematadas com uma tese no final do texto. É a essa tese que chamamos de "conclusão". Todo o texto, desde o início, deve ser escrito de modo que faça o leitor prever qual será a conclusão. Isto facilitará para que ele concorde com ela.
  3. Lógica - É a análise do raciocínio válido. É o ato de examinar genericamente as formas que a argumentação pode tomar, quais delas são válidas e quais são fantasiosas. É a base fundamental da teoria da argumentação.
    A lógica pode ser formal, informal ou simbólica. A que se utiliza numa redação é geralmente a informal, pois ela é o próprio estudo da argumentação numa linguagem. Excelentes exemplos de lógica informal são as que se encontram nos "Diálogos" de Platão. 
  4. Juízo - Numa redação, é o processo pelo qual os conceitos são relacionados entre si. É o processo que facilita a formação de uma cadeia de conceitos que leve o leitor ao pensamento lógico do autor.
  5. Indução - É o método de pensamento ou raciocínio obtido do conhecimento ou da observação de certos fatos. É o fator que permite uma conclusão geral não rigorosamente relacionada a esses fatos.
  6. Persuasão - Numa redação, é a estratégia que quem escreve utiliza para induzir o leitor a aceitar uma ideia. Não deve ser confundida com "persistência", que é o mesmo que "durabilidade" ou uma insistência inconveniente.
  7. Dedução - Muitas pessoas apresentam suas deduções ao final do texto. O mais adequado é deixar a dedução para o leitor, pois a dedução apresentada pelo próprio autor parece uma imposição de sua opinião. Ela pode ser apresentada pelo autor, desde que este tenha a habilidade de mostrar que não se trata de uma imposição.

  8. Verdade - É preciso ter cuidado quanto ao conceito de "verdade". Muitas coisas que interpretamos como "verdades" são na realidade pontos de vista ou resultados de experiências pessoais, que são sempre diferentes das experiências de outras pessoas, e por isto podem não ser verdades. 
    Nos dicionários, ela é encontrada com vários significados: pode ser o próprio fato, algo relacionado ao fato ou algo relacionado a um padrão. Como "padrão" uma regularidade da visão dos fatos por um grupo (pequeno ou grande) de pessoas, o conceito de "verdade" relacionada a um padrão gera dúvidas.

  9. Convencer - Você não precisará convencer o leitor de que sua opinião é a correta, mas seus argumentos tem que ser apresentados de  forma que ele perceba sua sinceridade e que você está realmente bem informado sobre o tema. Por isto a argumentação tem que ser utilizada como um processo discursivo. O assunto tem que ser disposto metodicamente para que o conjunto de ideias influam no raciocínio do leitor.
  10. Conclusão - É a parte final que deve constar em toda redação de qualquer tipo. A conclusão é um resumo dos pontos principais contidos em todos os parágrafos. É o último parágrafo da redação, e por isto deve apresentar ao leitor o desfecho da ideia geral.